Poder e Controle II escrita por Anne


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Gente, tudo bem? Muito feliz por trazer para vocês a parte II de Poder e Controle. Essa vai ser mais adulta do que a anterior, por motivos óbvios, e espero de coração que vocês gostem!

> Todos os capítulos terão títulos de músicas da Lana Del Rey, com exceção do prólogo e do epílogo.

Espero que gostem!

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>>> CENAS FORTES



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O sorriso fraco que Draco dera ao Lorde das Trevas parecia não sumir de sua mente.
Annelise deslizava pelo céu noturno junto com os outros Comensais da Morte, naquele estranho emaranhado de nuvem negra que haviam lhe ensinado a fazer. Fora incumbida - ou obrigada - a acompanhar os colegas numa das tarefas designadas para aquele fim de dia. Ela não fazia ideia do que era, mas o Lorde das Trevas lhe dissera para ir junto e aprender, ainda que a perspectiva de aprender alguma coisa naquele momento não a animasse, diferente do usual.
Draco parecia fingir muito bem e ela desconfiava que estivera treinando Oclumência. Ainda que fossem Comensais agora, nem tudo era compartilhado com eles. Às vezes participavam de meia reunião e logo os mandavam sair da sala e, era nesses momentos em que os dois aproveitavam para sumir nos corredores da Mansão Malfoy e se beijarem sem medo de serem pegos. E era também nesses momentos que aquele sorriso falso de entusiasmo que ele dava aos outros poucos Comensais que sabiam e ao Lorde das Trevas cada vez que sua missão era mencionada se desmanchava em uma expressão de profundo medo. Parecia enganar muito bem Bellatrix e os outros, mas Annelise observava o olhar de Narcisa no filho. Seu único filho.
Quando fez menção de se meter, de tentar fazer com que a missão fosse dos dois, Draco não lhe permitiu. Dessa vez, se falhasse, o fardo seria só dele, e se fosse dos dois, Annelise poderia morrer. E esse era um risco que ele não estava disposto à correr, ainda que não houvesse dito nada para ela. Mas era exatamente como Annelise imaginou que seria: um beco sem saída.
Quem poderia tentar matar Alvo Dumbledore e obter sucesso?
Talvez o próprio Lorde das Trevas e só, mas ele parecia se divertir com a ideia de que Draco, um garoto de dezesseis anos tentasse.
É claro que era um teste pois Dumbledore jamais mataria Draco, mas ele não era a ameaça de morte que pairava sob uma possível falha.
— Chegamos. — A voz de Dolohov soou perto dela e eles pararam no gramado de uma casinha. Estavam num visível bairro trouxa e com um suspiro, Annelise tirou a máscara do rosto com um aceno de varinha.
Não fora tão difícil entrar, mas ela mesma não usou sua varinha, sob a instrução do Lorde das Trevas de não chamar a atenção do Ministério, afinal, ela ainda era menor de idade.
Ela e outros dois Comensais entraram atrás de Dolohov, que liderava a operação. A casa parecia anormalmente arrumada, quase como se a vítima daquela noite aguardasse a chegada deles. Distraída com a sala de estar, Annelise se sobressaltou ao ouvir um duelo começar e se voltou para as escadas, subindo apressadamente. Ficou atrás de Carrow, que estava responsável por protegê-la de qualquer ataque, mas Annelise não era o foco ali. Dolohov duelava com uma mulher que ela reconhecia vagamente de alguma vez em que fora ao Ministério da Magia e era claro que ela devia pertencer à algum cargo alto, pois sua performance com os feitiços era surpreendente. Ela se defendia de Dolohov e outro Comensal com graciosidade, criando escudos e desviando feitiços de cima dela. A briga durou por um bom tempo até Carrow decidir ajudar, finalmente imobilizando a bruxa. Da ponta da varinha de Dolohov saíram cordas que deram voltas no corpo dela como se fosse uma cobra, mantendo-a amarrada e imóvel no chão, sua varinha caída num canto.
— Ei, pegue a varinha dela. — Ordenou Dolohov com um aceno de cabeça para Annelise. Ela abaixou-se e fez o que lhe fora mandado.
A mulher, por sua vez, a olhava assustada, talvez se perguntando o que uma jovem menina fazia ali. Os Comensais começaram a caminhar em volta dela, debatendo entre si o que fariam a seguir. Annelise voltou a colocar a máscara assim que decidiram começar a torturá-la com a Maldição Cruciatus. Era difícil assistir e, mais ainda, não poder fazer nada. A máscara não deixava com que os outros vissem as lágrimas de pânico correrem pelo seu rosto.
— Amélia Bones! Há tempos sua morte é requisitada no nosso escalão de elite. — Dolohov ria enquanto andava ao redor da mulher agonizando no chão. Girava a varinha nos dedos.
Carrow retirou uma adaga da bota e, com um sorriso sinistro, foi para cima da bruxa.
— Deviam matá-la de uma vez. — Annelise disse, com a voz trêmula, ao ver a faca ser esfregada quase superficialmente na pele dela, fazendo gotas de sangue começarem a escorrer.
— E qual seria a graça nisso? — Indagou Dolohov, assistindo como se fosse um espetáculo. Voltou a torturá-la com um Crucio empolgado enquanto Carrow furava o corpo dela com a adaga. O estômago de Annelise dava cambalhotas e ela mordia a parte interna de sua bochecha para evitar vomitar com os gritos que vinham da garganta da mulher e penetravam fundo em sua mente como navalhas.
— Por favor, me ajude! — Gritou ela, olhando no fundo dos olhos de Annelise.
Amélia Bones tinha olhos cor de chocolate. Eram absolutamente intensos e pediam socorro juntamente com sua voz. Estava sendo torturada e ainda tinha uma ferocidade no olhar que parecia lhe dizer que, se ela conseguisse se soltar, acabaria com todos ali em menos de um minuto.
— Tire as roupas dela, Carrow. — Ordenou Dolohov, limpando o suor da testa. Gotas de sangue subiam de seus pés até a parte superior de seu corpo devido aos esguichos que as veias de Amélia Bones pulsavam para fora ao serem esfaqueadas.
— NÃO! — Gritou Annelise, só notando que estivera encolhida e com o rosto congelado numa expressão de horror ao sentir sua perna direita dar um passo vacilante para a frente. Dolohov a olhava com uma expressão cômica enquanto Carrow olhava de um para outro. — Seu sádico! Mate ela logo!
Antes que mais alguém se movesse, no entanto, Annelise baixou o rosto uma última vez para Amélia. O mundo pareceu ter parado quando a menina presenciou a luz da vida deixar os olhos chocolate, dando lugar à um olhar congelado e vazio.

{...}

Annelise passou pelos portões da Mansão Malfoy sentindo sua cabeça rodar. Não sabia expressar em palavras o quanto estava horrorizada, mas enquanto adentrava ainda mais a propriedade, tentava recuperar sua pose inabalável. Parou nos degraus de entrada, vendo os outros três atravessarem sua frente e adentrarem a casa. Sentindo um vento gelado bater em seu rosto, ela se virou para a roseira mais próxima e vomitou bem em cima de montes de rosas brancas. Seu estômago expulsava com violência qualquer coisa sólida dentro dele e, quando ela pensou ter acabado, ergueu a cabeça sentindo lágrimas escorrerem pelas bochechas e limpou a boca com as costas da mão. Ouviu a porta bater no minuto em que se inclinou outra vez e voltou a vomitar, dessa vez montes de líquido. Mãos gentis passaram por seus cabelos e os enrolaram atrás de seu pescoço, o que pareceu quase ser um incentivo para continuar vomitando.
Finalmente, sentindo sua barriga doer, ela endireitou a postura e respirou fundo, limpando os lábios mais uma vez. Virou-se, sentindo os olhos ainda molhados de lágrimas, e viu Draco com uma expressão preocupada.
— Devia ter me oferecido para ir no seu lugar. — Murmurou, soltando o cabelo dela e limpando as lágrimas nas bochechas.
— Ele ordenou que fosse eu. Eu, não você.
— Mesmo assim, eu...
— Não seja idiota. — Annelise se afastou das mãos dele, subindo os degraus de entrada e abrindo a porta. Sentiu Draco vir imediatamente atrás dela e encontrou os três Comensais conversando com Narcisa. Carrow deu de ombros e aparatou. O terceiro Comensal passou por eles com pressa, parecendo estar com nojo do sangue em suas roupas. Dolohov, no entanto, virou-se sorridente. Havia poucas vezes em que ele ficava de costas que fazia Annelise se lembrar de seu pai, Joseph, pela altura e cabelo loiro, mas as semelhanças acabavam ali. Dolohov cruzou os braços, com um sorrisinho sarcástico nos lábios.
— Quão empolgante foi sua noite de aprendizado, pequena Morgerstern? Acha que deixaria Joseph orgulhoso?
— Muito empolgante. — As sobrancelhas dela se arquearam, num desafio silencioso. Sua voz tinha um tom tedioso, ainda que a cabeça pulsasse de dor e o estômago estivesse sensível.
— Eu acho que não. — O homem deu a volta e parou atrás dela, mas Annelise não se intimidou. Continuou de costas, imóvel, aguardando o momento em que ele tentasse dar o bote. — Afinal, você nos disse para matá-la logo com a Maldição Imperdoável. Acho que não gostou do nosso show com a adaga, uma pena. Foi seu pai que começou essa tradição. — Cada vez que terminava uma sentença, ele se aproximava mais e, quando terminou de falar, tinha a boca encostada em sua orelha e passava a mão nas pontas do cabelo dela. A mão de Annelise tremeu, tentada à pegar sua varinha. Viu Draco fechar a cara imediatamente e Narcisa dar um passo para a frente.
— Não gosto de trabalho sujo, Dolohov. Sou objetiva demais para ficar brincando com a presa. — O desprezo era evidente em sua voz, sua mão indo disfarçadamente em direção à sua varinha no bolso interno do casaco.
— Dolohov, saia de perto dela. — A voz fria de Draco fez com que o homem se virasse de maneira abrupta. Annelise soltou sua varinha dentro do bolso outra vez e se virou para olhá-lo. Os olhos de Draco Malfoy estavam estreitos, num aviso silencioso.
— Tudo bem, Draco. Posso me defender sozinha. — Annelise respondeu, olhando para o homem com uma expressão de absoluto nojo. Draco, por sua vez, enfiou as mãos nos bolsos da calça preta, ainda parecendo pronto para atacar Dolohov. — Reze para que eu esqueça disso, Dolohov. Assim que eu completar dezessete anos quero praticar todos os aprendizados passados pelo Lorde das Trevas em você. E pode ter certeza de que será a minha primeira vez fazendo um trabalho sujo como o seu.
— Não gaste sua energia, pequena Morgerstern. Vamos precisar disso na batalha. — Ele riu debochadamente e caminhou em direção à saída, mas parou e voltou-se para Draco. — Desculpe por querer brincar com o seu passa-tempo, Malfoy.
— Seu insolente... — Draco puxou a varinha no mesmo instante, erguendo-a na altura do outro. Dolohov, ainda que num gesto mais lento, fez a mesma coisa.
— Dolohov. — A voz de Narcisa, fria como uma tempestade, veio de algum lugar atrás deles. A mulher caminhou até a pequena confusão, seus saltos altos batendo no chão sendo o único barulho naquele momento. — Discutiremos a operação amanhã. E espero de que se lembre que Joseph e Madeleine confiaram Annelise aos meus cuidados, portanto espero um pouco mais de respeito da próxima vez que se dirigir à ela. Fui clara? — Narcisa ergueu o queixo, num olhar tão intenso que fez o homem engolir em seco.
— Sim.
— Não esquecerei disso, Dolohov. — Annelise avisou, no mesmo tom de desprezo.
— Você vai pagar caro. — Draco disse, com a varinha ainda em punho.
Dolohov se virou, sem dizer mais nada, e saiu batendo a porta de entrada. O silêncio incômodo que ficou com sua partida era ainda pior do que a discussão anterior. Narcisa olhava de um para o outro com uma única sobrancelha erguida.
— Não vou perguntar sobre o que ele se referia, mas espero que vocês tenham a consciência de saber que não é o momento certo para isso.
— São só conclusões precipitadas da cabeça delirante de Dolohov, senhora Malfoy. — Annelise deu uma risadinha sarcástica, esperando Draco dizer alguma coisa. Ele continuava sério, com as mãos nos bolsos.
— Somos só amigos. — Draco deu de ombros.
Narcisa virou-se de costas e subiu os primeiros degraus da escada até que parou, olhando para eles outra vez.
— Não são, não.
E terminou de subir as escadas.


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Notas finais do capítulo

Ufa! Agora vocês sabem que Annelise entrou de vez para o círculo íntimo de Voldemort!

> Amélia Bones realmente é morta em 1996 e sua casa fica parecendo um campo de guerra, como o Fudge conta no prólogo de Enigma do Príncipe para o Primeiro Ministro trouxa, porém, os Comensais responsáveis por sua morte não são revelados (pelo menos até então)
> A ''guarda'' de Annelise ficou com os Malfoy, caso não tenha sido muito claro. Annelise vai dar uma explicada sobre isso no capítulo 2 :)


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