Provocações escrita por Artemis Stark


Capítulo 3
Capítulo 3




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Capítulo 03

Hermione desceu para o café na companhia de Gina.

— Ainda não – ela falou ao ver o ruivo se aproximar. Estava brava com ele e também irritada por ser alvo de olhares e fofocas. Quando o correio coruja chegou, recebeu uma carta de Fred. Enfiou no bolso do casaco sem abrir.

Passou o domingo em seu quarto sem querer ver ninguém. A carta de Fred pesando em seu bolso. No final do dia, Gina apareceu trazendo um sanduíche e um copo de suco.

— Harry quer falar com você.

— Ele sempre fica do lado do Ronald. Não quero falar com ele. Quero ficar sozinha.

— Pelo menos coma alguma coisa – Gina respirou fundo antes de continuar – Sei que meus irmãos agiram como idiotas, mas eles só fizeram isso por que gostam realmente de você.

Quando se viu sozinha, serviu-se da comida levada pela amiga. Pegou a carta e ficou olhando a caligrafia de Fred. Acabou abrindo o envelope.

H.

Eu posso explicar tudo. Por favor, aceite se encontrar comigo.

F.

—--

Duas semanas se passaram sem que ela falasse com Rony ou respondesse as cartas de Fred. Havia conversado com Harry que, como ela esperava, defendeu Rony, dizendo que ele sempre agia errado quando estava de cabeça quente.

— Hermione, eu não aguento isso! – Rony exclamou, sentando do lado dela no Salão Comunal – Por favor, me perdoa! Eu prometo que não vai se repetir. Por favor, Hermione... – ela encarou os olhos azuis. Eram diferentes dos olhos de Fred. Fred... As cartas dele chegavam diariamente. Duas, três por dia. Se ela perdoaria Ron, por que não perdoar Fred? Afinal, ele não tinha feito nada. Sua raiva era apenas por ele ter escondido que tinha algo com Angelina. E estava com ciúmes dele... Muito ciúmes.

— Senti... senti como se eu fosse um objeto. – Afirmou, deixando os ombros caírem.

— Desculpe... Eu ferrei tudo... E você é uma das pessoas mais importantes da minha vida... Eu sinto sua falta.

— Tudo bem, Rony – ela falou. Também sentia saudades. Ele a puxou para um abraço. Naquele mesmo dia, Hermione foi para o corujal.

—--

Fred já não era mais o mesmo. Havia se desculpado com Angelina, mas não ter resposta de Hermione era horrível.

— Dê um tempo para ela, cara! – seu gêmeo dizia.

— Tempo? Tempo? Já se passaram duas malditas semanas! Eu vou até lá! Posso entrar e sair do Castelo sem ser notado. Nunca foi um problema para nós.

— Só esqueceu-se de um detalhe: todas as passagens foram bloqueadas.

— Merda! – uma coruja bateu no vidro e Jorge foi até lá ao ver que seu gêmeo não se mexia. Pegou o envelope e viu de quem era. Sorriu.

— Bom... Já que não se interessa pela correspondência, não vai se importar se eu ler essa carta que chegou da Hermione – ele riu mais ainda ao ver o gêmeo tentar puxar o envelope de sua mão – Quem sabe ela percebeu que comigo pode ter beleza e inteligência?

— Cale a boca, Jorge! – Fred falou alcançando a carta e foi para seu quarto.

Fred,

No próximo final de semana tem passeio para Hogsmead. Será que poderia me encontrar às 11 horas, em frente à Casa dos Gritos?

Hermione

—--

— Sério, acho que deve devolver logo esse livro – Hermione falou.

— O que precisamos é saber o que tanto Malfoy faz na Sala Precisa – Harry disse.

— Olha, -  a morena levantou-se, pegando alguns livros – Malfoy realmente está estranho, mas não mude de assunto: esse livro ainda vai te causar problemas. Preciso ir à Biblioteca. Encontro com vocês no Salão Principal para o jantar.

Hermione voltava da Biblioteca cerca de uma hora depois de chegar. Ao passar pelo banheiro da Murta, ouviu sons estranhos e achou que poderia ser algum estudante provocando a fantasma. Ajeitou seu broche e entrou.

— Murta? – ela deu mais alguns passos e encontrou Malfoy apoiado contra uma parede. As mãos cobrindo o rosto – Malfoy? – ele rapidamente enxugou as lágrimas.

— Granger... Como ousa? – o sonserino apontou a varinha para ela, que abaixou a sua. Aquele gesto deixou Draco sem saber o que fazer.

— Malfoy, tudo bem? Você está pálido...

— Sempre fui pálido, Granger – a varinha dele ainda apontada. A dela ao lado do corpo.

— Tudo bem. Eu sei o que é precisar ficar sozinho. – ela percebeu que ele ainda tinha a varinha erguida – O que vai ganhar me azarando? Uma detenção? A época de Umbridge acabou aqui dentro. Além do mais, é você que anda frequentando a Sala Precisa escondido, não é? – a varinha tremeu na mão do sonserino.

— O que você sabe sobre isso? – ela notou o medo e o tom ameaçador.

— Apenas que você deve estar realmente precisando ficar sozinho. Agora, eu vou me virar e sair. E você não vai me azarar pelas costas. Seria baixo até para um sonserino.

Draco manteve a varinha erguida por alguns segundos, até abaixá-la e voltar para seus próprios pensamentos.

Hermione andou até o Salão Principal e sentou-se entre Ron e Harry.

— Tudo bem? Você demorou... – o ruivo perguntou entre uma garfada e outra.

— Sim, eu só encontrei... – sem saber porque, não contou a verdade – encontrei um livro que eu procurava há muito tempo sobre aritmancia. - Obviamente, ninguém questionou.

— Alguém sabe da Cátia? – Harry perguntou.

— Parece que volta daqui algumas semanas – Neville respondeu e emendou – Minha vó é amiga dos pais dela.

—--

— Vai mesmo encontrar com ele? – Ron perguntou para Hermione enquanto se dirigiam para Hogsmeade.

— Precisamos conversar sobre o que aconteceu.

— Sabe que ele não quer apenas conversar, não sabe? – A pergunta carregada de ironia.

— Pare com isso, Ronald – ela falou, num misto entre brava e envergonhada. Um grupo de meninas passou por eles, dando risada – Lilá está interessada em você.

— Quem? O quê? – Ron indagou.

— Lilá. Lilá Brown.  Ela está interessada em você – Hermione repetiu.

— Não estou interessado nela, Hermione, você sabe disso.

— Eu só... – eles tinham parado e o ruivo encarava a amiga.

— Tudo bem. Deixa para lá, Mione – ela sentiu a tristeza na voz dele – Não quero brigar contigo. Podemos nos encontrar nos Três Vassouras mais tarde? – A morena assentiu e eles se abraçaram. Rony relutou por deixá-la sair de seus braços. Tomaram caminhos diferentes quando se separaram um do outro.

Ao chegar à Casa dos Gritos, encontrou Fred parado apreciando a casa e de costas para ela. Ao ouvir passos, ele virou-se com a varinha preparada.

— Hermione, que susto...

— Desculpe, eu não queria te assustar – ele deu alguns passos na direção dela, incerto como agir.

— Você está bem? Eu... Senti sua falta, bem, de suas cartas,... e de você também – Hermione sorriu ao vê-lo corar.

— Apenas fiquei chateada por você não ter me contado sobre Angelina. Sei que é totalmente sem sentido...

— Não, não... Hermione, escute... Eu... – ele bagunçou os cabelos ruivos – Eu não estou com a Angelina. Fiquei bravo ao ver você com meu irmão.

— Mas, eu não estou com ele. – Ela disse, confusa.

— Eu sei, só que vi vocês de mãos dadas e... droga, Hermione... eu senti ciúmes, ok? – Fred a olhou nos olhos, sentindo o rosto corar levemente.

— Oh... Ciúmes? De mim?

— Sim! Ciúmes de você – ele aproximou-se mais.

— Pensei...

— Eu fui um babaca imaturo. Fui até lá para te ver, pois estava com saudades. Quando vi você e Rony de mãos dadas... Perdi a cabeça. Não era para o beijo ter acontecido. Pelo menos não o beijo entre mim e Angelina.

— Fred, o que você quer dizer? – Eles já estavam bem próximos. Fred entrelaçou seus dedos com os dela e a outra foi até os cachos castanhos.

— Você é esperta, Mione. Nas últimas semanas tenho mandado beijos na sua mão – e beijou a mão que parecia tão pequena entre as suas – em sua testa – e ia a beijando a cada parte do corpo citada – sua bochecha,... mas não escrevi a parte que eu mais queria beijar – Fred falou quase num sussurro. Sua boca a milímetros da dela.

— Não...? – A voz dela tão baixa quanto a dele e seus olhos já estavam fechados. O ruivo apenas sorriu de lado e a beijou. As mãos de Hermione logo circundaram a nuca de Fred, bagunçando os fios ruivos. Ele puxou-a para mais perto. As mãos segurando possessivamente a sua cintura. Um arrepio percorreu o corpo de ambos quando as línguas se tocaram. Fred sentiu as mãos dela percorrendo seu corpo, mas não ousou tirar as próprias do local onde estavam. Momentos depois, se separaram ofegantes.

— Você não tem ideia de quanto tempo espero por isso – Fred falou. Sua testa colada na dela.

— Eu também – Hermione respirou fundo. Afastaram-se, mas sem deixar de soltar as mãos. Ficaram mais um tempo conversando e se beijando até Hermione falar que precisava ir e que ainda encontraria  Rony e Harry no Três Vassouras.

Rony, claro... – Fred falou irritado – Não pode deixar o pequeno Rony esperando, certo?

— Não foi isso que eu quis dizer... Eu ia, inclusive, convidar voc-

— Hermione! Você está bem? – Os dois foram, novamente, interrompidos por Rony.

— Ela está comigo. Claro que ela está bem – Fred respondeu. Sua mão direita indo para o ombro direito dela. Harry e Gina vinham logo atrás de Ron.

— Estava indo agora mesmo encontrar com vocês – Hermione falou para tentar acalmá-lo.

— Oi, Fred – Gina cumprimentou – Você vem também? – antes que ele pudesse responder, Rony intrometeu-se:

— Você não tem que trabalhar? Ou vai largar sua loja como largou a Escola?

— Ron! – Hermione exclamou.

— Não devo explicações da minha vida para você, Ronald! – Fred soltou a mão de Hermione e aproximou-se do irmão, ela tentou segurá-lo – Não venha descontar sua raiva por sua incompetência em mim.

— Incompetência?!

— Parem vocês dois! Chega! – Harry falou tentando pegar o braço do amigo – Vamos ao Três Vassouras.

— Fred, por favor – Hermione pediu.

— Sempre foi assim, não é, Frederick? Trocando sempre de garota... Quanto tempo até se cansar dela? Até se cansar do seu novo brinquedinho?

Nervoso, Fred fechou os punhos e desferiu um golpe em Rony, que revidou acertando o supercílio do outro.

— PAREM! – Hermione lançou um feitiço escudo, enquanto Harry segurava o amigo – Parem... – ela começou a chorar – Vocês são irmãos! Irmãos! Uma guerra está começando e deveriam permanecer unidos. Se eu sou o motivo dessa briga infantil, então... – Hermione desfez o feitiço e olhou entristecida para Fred – Então é melhor eu me afastar dos dois.

Fred limpou o sangue do rosto.

— Hermione, espere... – mas ela foi embora e Gina a acompanhou. Olhando brava para os irmãos.

— Será que vocês Weasleys não sabem se controlar? – Harry brigou – Dessa vez eu não vou ficar do seu lado, Rony – e foi atrás das garotas.

— Fred, – Rony começou quando se viu sozinho com seu irmão, mas ele foi cortado.

— Eu nunca fui de namorar e ficar só por ficar... Você sabe disso e sabe por que demorei tanto para me aproximar dela? – O outro ruivo negou – Por sua causa. Não sei bem quando comecei a gostar de Hermione, no entanto fiquei na minha porque achei que ela gostasse de você. E eu sei que gosta dela.

— Sim, eu gosto – Ron disse simplesmente. A voz baixa.

— É... Só que parece que ela não sente o mesmo... E o que me deixa mais puto é você não respeitar isso – Fred aparatou.

Rony limpou o sangue de sua boca com a manga do casaco e seguiu em direção ao Castelo.

—--

— E como foi com... – Jorge interrompeu-se ao ver o rosto e as vestes do seu gêmeo – O que aconteceu?

— Você é melhor que eu em feitiços de cura. Pode dar um jeito nisso?

— Claro... – com um floreio estancou o sangue e fechou o ferimento – Então... Sei que Hermione bateu no Malfoy no 3º ano, mas ela não seria capaz de fazer um estrago desse.

— Foi o Rony... – e ele começou a contar o que houve.

— Ele vai recobrar o juízo... Mas, sabe, Hermione tem razão. Mamãe já está péssima com toda história do babaca do Percy. Se ela souber que você e Ron andaram brigando...

— É bem diferente, Jorge. Ele nos trocou para apoiar o Ministério. Nós todos somos da Ordem.

— De qualquer forma somos irmãos. Você e ele não deveriam brigar por Hermione. Não estou dizendo que ela não valha a pena – emendou ao ver o olhar ferido do gêmeo – Apenas que ela não é do tipo de garota que se alegra ao ver dois caras brigando por ela. Principalmente dois irmãos.

—--

Dias depois....

Os dois irmãos chegaram correndo na enfermaria.

— Ele está bem? – Jorge perguntou. Fred, no entanto, permanecia calado.

— Sim, meu filho. Harry o salvou – os gêmeos olharam o jovem que estava calado. Muito sério. Hermione estava na beirada da cama, na cabeceira. Ela e Fred ficaram se olhando por alguns instantes, até serem interrompidos pela voz pastosa de Rony.

— Mione? – Ele abriu os olhos e sorriu ao ver a amiga.

— O que houve?

— Por que você não descansa, Ron? – sua mãe falou. Ele olhou ao redor e viu que seu pai também estava lá. E os gêmeos. Para ele era bem difícil diferenciar os dois, mas notou quem era Fred pela forma como este olhava para si.

— Será que podem deixar Fred e eu a sós?

— Talvez não seja um bom momento. Você está fraco – Hermione falou tirando a franja da testa dele.

— Eu e meu irmão precisamos conversar, Mione. Estou bem. Mesmo.

— Aconteceu algo entre vocês? – Molly perguntou, olhando de um para outro. – Vocês brigaram por algum motivo, não é? – A ruiva foi até Fred. Segurou a mão dele – Precisamos ficar juntos. Unidos. Somos os Weasleys afinal de contas. – Então olhou para Ron, pálido – O mesmo vale para você, Ron. – Ela saiu da enfermaria e todos a seguiram. Arthur deu um beijo na testa de Ron e apertou o ombro de Fred paternalmente. Rony tentou se sentar, mas só conseguiu após receber a ajuda de Fred.

— Desculpe pelo soco – Rony falou quebrando o silêncio que havia entre eles.

— Eu que te acertei antes. Eu comecei a briga – Fred falou olhando seu caçula. O coração pesado. Sentiu a culpa o consumir ao saber do envenenamento do irmão. Culpado, pois a última vez que se viram haviam brigado como nunca.

— Eu comecei. Só entenda que é difícil. Hermione é tão especial para mim...

— Eu sei, Ron. Hermione também é especial para mim, mas, se isso for te incomodar ao ponto de afetar sua amizade com ela e nossa relação como irmãos eu me afasto.

— Incomoda – Fred passou as mãos pelos cabelos e depois escondeu o rosto entre elas. Os cotovelos apoiados no joelho – Só que seria egoísmo demais não aceitar e não ficar feliz pela felicidade do meu irmão e da minha melhor amiga – os dois se encararam. Fred levantou-se rapidamente.

— Você está dizendo...

— Vá atrás dela... – Fred sentiu a dor na voz do caçula. Eles se abraçaram.

— Obrigado – e saiu correndo. Sabia muito bem onde encontrá-la. Anos antes havia aprendido o caminho da biblioteca apenas para provocá-la. Achou-a sozinha, um livro sobre a mesa.

— Hermione, eu soube que você andou beijando um ruivo irresistivelmente lindo no seu último passeio a Hogsmeade – ele falou sorrindo. Hermione entendeu a brincadeira e replicou, olhando-o:

— Estou tentando estudar, Fred – ele puxou uma cadeira sentando ao lado dela. Fechou o livro que ela lia e viu o título.

— Aposto que conhece de cor – o ruivo falou.

— Mesmo assim, você está me atrapalhando – ela continha o riso – Preciso me concentrar e você aqui só me desconcentra.

— Hummm – ele deslizou um dedo pela mão dela – Eu tenho esse poder? De desconcentrar Hermione Granger de seu estudo?

— Apenas porque você não para de falar.

— Só por isso? – ele estava ainda mais próximo, falando na orelha dela. O hálito quente arrepiando os pelos da nuca.

— Frrred – Hermione juntou toda a sua força – Eu não quero ficar entre você e Rony – ele sorriu, feliz pela preocupação dela.

— Está tudo bem entre nós dois. Conversamos e tudo ficará bem. Ele aceitou – o ruivo dizia enquanto distribuía beijos pelo rosto dela – Agora, por favor, deixe-me sentir seus lábios novamente ou vou ficar louco, Hermione.

Os dois beijaram-se até serem interrompidos por uma batida na mesa.

— O senhor não deveria estar na enfermaria? – os dois separaram-se ao ouvir a voz da professora Minerva, que quando percebeu se tratar de um dos gêmeos, emendou, sem graça – Pensei que fosse seu irmão. Senhorita Granger, aqui não é lugar para tais demonstrações de carinho.

— Desculpe, professora. Estamos de saída – ela juntou rapidamente os livros e saiu acompanhada de Fred sob o olhar curioso da Diretora de sua casa.

— Eu não pareço em nada com Ronald – Fred falou, sem esconder sua indignação, enquanto andavam pelos corredores.

— Exceto o cabelo. Ela me viu com um ruivo, então concluiu que fosse Ron.

— Como assim: concluiu que fosse Ron? – ele parou colocando-se na frente dela.

— Oras, a maioria das pessoas deve imaginar que eu e ele acabaríamos ficando juntos. Só isso que eu disse.

— Claro... Você e ele. O casal perfeito... – Fred voltou a andar, mas dessa vez mais rápido. Hermione correu até que estivesse na frente dele.

— Vai mesmo começar com isso? Você mesmo disse que se acertaram. Estava beijando você, não ele. As pessoas vão comentar e não há nada que possamos fazer.

— Podemos deixar em segredo, pelo menos até o final do ano letivo.

— Você quer mesmo fazer isso? – Hermione perguntou disfarçando sua decepção – Tudo bem...

Eles voltaram a andar lado a lado, em silêncio. Mas, Fred teve a sensação de ter cometido um erro: nada parecia bem.

—--

As semanas passavam mais rápido do que se esperava. Fred e Hermione trocavam correspondência com uma frequência cada vez menor. Ele notou que as respostas de suas cartas demoravam a chegar e aquilo o impacientava.

Apesar de perguntar se havia feito algo errado a resposta de Hermione era sempre a mesma: “está tudo bem”.

Pouco antes do Natal, pediu autorização para ir ao castelo e Dumbledore consentiu. Sem avisar Hermione, ele apareceu na escola no final do dia e a procurou no lugar mais óbvio: a biblioteca. Cumprimentou alguns alunos e andou em direção a ela que, absorta na leitura, não percebeu a aproximação dele.

— É muito fácil te achar, Granger – Hermione assustou-se ao ouvir a voz dele.

— Fred? O que faz aqui?

— É essa minha recepção? – ele perguntou segurando a mão dela. Hermione rompeu o contato.

— As pessoas estão olhando. Se quiser manter segredo é melhor não agir assim – ele entendeu na hora. Também achava estúpida a ideia do namoro escondido. Apenas sugeriu para evitar que ela tivesse que lidar com fofocas.

— Hermione, me escute...

— Shiuuu! – alguém falou da mesa ao lado.

— Vamos lá fora. Venha comigo – Fred falou juntando os livros dela.

— Tem certeza que quer ser visto andando com uma CDF? – Ela lançou um olhar triste.

— O que você quer dizer com isso?

— Nada. Vamos lá para fora – ela puxou o material das mãos dele e enfiou na mochila. Ao chegarem lá fora, ela disse – Daqui a pouco é hora do jantar. Melhor você se apressar. Diga logo a que veio.

— Não fale assim, Mione – ele tocou o rosto dela – Quando falei sobre mantermos segredo foi apenas...

— Por não querer as pessoas sabendo que está comigo.

— Como? E por que eu gostaria disso? Você entendeu errado.

— Fred, você é conhecido por quebrar todas as regras da escola. Na certa, estar com uma pessoa... como eu, mancharia sua reputação.

— Hermione, você acha que eu tenho vergonha de estar com você?

— Sim – a voz dela era baixa e Fred sentiu seu coração doer ao imaginar o peso que ela deveria estar sentindo.

— Não é nada disso. Quis evitar fofocas. Eu não tenho motivo nenhum para me envergonhar de estar com você, Mione – ela soltou o ar vagarosamente.

— Mesmo? – Fred sorriu ao vê-la mais tranquila e a puxou para si.

— Mesmo! – sem esperar por mais palavras, beijou-a. Seus lábios foram da boca dela, para bochecha até alcançarem a orelha. Hermione arrepiou-se ao sentir a respiração dele e as palavras que Fred disse a seguir – Não tenho porque me envergonhar de namorar a garota mais inteligente, bonita, divertida e mandona do mundo bruxo... e trouxa. Pelo contrário, quero que todos aqui, inclusive meu irmão, saibam que você é minha.

Hermione passou a mão pela nuca e pelo cabelo do ruivo. Dessa vez, Fred que sentiu um arrepio. Andou com ela até que estivesse contra uma árvore. A morena estava com a boca próxima do pescoço dele e tomou uma atitude ousada: passou levemente a língua, indo de baixo para cima. Fred gemeu e sussurrou o nome dela. Seus quadris se encontraram e voltaram a se beijar. O ruivo sentiu a excitação invadir seu corpo. Hermione também sentiu. Ele se afastou, sem tirar os olhos dela.

— Melhor parar um pouco – os dois tinham o rosto levemente corado.

— Melhor... É... você pode jantar aqui ou precisa voltar agora?

— Posso jantar. Só me dê alguns minutos, ok? – Ele falou apontando para baixo. A morena seguiu com o olhar e, ao ver o que apontava, corou ainda mais.

—--

Hermione não passaria o Natal na Toca e aquela informação entristecera Fred. Porém, Hermione estava preocupada com o rumo que os eventos estavam tomando. A guerra estava próxima e ela queria aproveitar o tempo na companhia de seus pais.

As semanas passavam e os encontros entre os dois aconteciam esporadicamente. Já as cartas eram trocadas com frequência; até que chegou o dia dos namorados e eles marcaram de se verem na Sala Precisa. Antes de ir para lá, Hermione passou na cozinha e encheu uma cesta com sanduíches, frutas, doces e sucos.

Quando chegou ao 7º andar, Fred já estava parado apoiado na parede.

— Você está bonito – Hermione disse ao ver que ele vestia calça jeans, camisa social preta com os primeiros botões abertos e as mangas enroladas até o cotovelo.

— Vim direto de uma reunião – ele falou beijando-a - E você fica linda com o uniforme da escola – ele pegou a cesta que ela levava.

Após andar de um lado para o outro mentalizando a sala, os dois entraram. O ambiente que apareceu era um grande jardim com árvores, mesas para piquenique e flores de todos os tipos. Apesar do inverno que fazia do lado de fora, lá o clima era fresco. Fred colocou a cesta no chão e puxou Hermione para um beijo mais aprofundado.

— Senti sua falta. Três semanas é muito tempo.

— Muito... – ela disse – Feliz dia dos namorados – Tirou da capa um embrulho e o aumentou com magia.

— Um livro? – ele perguntou sorrindo.

— É... sei que você não curte muito ler, mas achei que esse pudesse ser interessante e ajudar com ideias para a loja – o ruivo a olhou intrigado e abriu o pacote.

— Poções divertidas: como explodir seu vizinho sem explodir a si mesmo – ele leu.

— Você não gostou... – Falou, decepcionada.

— Claro que gostei! Apesar de não ser fã de livros, precisamos estudar para criar nossos produtos e gerenciar nossos negócios. Livros como esse sempre são bem vindos.

— Sério?

— Sério – eles andaram até uma mesa e colocaram a comida sobre ela – Agora, o seu presente – Fred pegou uma pequena caixa. Hermione abriu e viu um delicado colar com um pingente quadricular prateado.

— É lindo – ela falou.

— Abra-o – Fred pediu – Assim – e mostrou como abrir. Dentro, uma imagem da Casa dos Gritos coberta de neve e com outros floquinhos caindo ocasionalmente.

— Fred,...

— Foi onde nos beijamos a prim- Só que ele não terminou de falar, pois Hermione o beijou.

— É o presente mais lindo que já ganhei! Coloca em mim? – ela virou-se e colocou os longos cabelos em um coque. Ele prendeu o fecho e a grifinória virou-se. Abriu os primeiros botões da camisa e perguntou: - Como ficou? – o olhar de Fred desviou da joia para o decote. Foi um olhar rápido, mas Hermione percebeu e corou quando o ouviu dizer:

— Perfeito – ele pigarreou, emendando – Vamos comer algo? Estou morto de fome.

— Novidade... Um Weasley com fome!

— Por falar em Weasley – Fred começou depois de servir suco para os dois e pegar um pedaço de bolo – E meu irmão?

— Namorando com a Lilá.

— Isso é bom.

— Não, não é – Hermione falou – Lilá é uma chata.

— Ciúmes? – Fred perguntou tentando disfarçar o próprio ciúme.

— Não! Claro que não. Ele poderia estar namorando uma das Patil ou mesmo Luna – falou dando de ombros.

— Luna? Luna Lovegood? Di-Lua?

— Não fale assim! – Hermione havia se tornado bem mais próxima da Corvinal depois da invasão do Ministério que realizaram juntas – Ela é uma verdadeira amiga, corajosa e inteligente.

— Mas tem cara de maluca – Hermione não conseguiu segurar a risada. - Ambos sabemos que ele prefere as morenas, não é?

— Vai começar? – A garota perguntou olhando-o seriamente. Fred sempre perguntava de Rony. Para ele era uma injustiça que seu irmão pudesse ver e estar com Hermione todos os dias.

— Não, não vou. Desculpe. Vem cá – ele falou puxando-a para um abraço. Depois os dois se levantaram e caminharam até a janela. Focaram observando a lua e seu reflexo no Lago .

— Como anda o movimento na loja?

— Cada vez melhor. Esperamos que dentro de alguns anos possamos abrir outra filial.

— Isso é ótimo... Agora me responda uma coisa: como conseguiram dinheiro?

— É... bem... – ele não queria manter segredo dela, mas Harry havia pedido para não contar nada.

— Tem a ver com Harry? Sei que Harry está envolvido... – ela viu como ele corava – Já sei! Já sei como conseguiram o dinheiro! – Hermione sorriu – Por isso Harry não precisa pagar nada na loja de vocês, não é? Ele deu o prêmio do Torneio Tribuxo para que pudessem abrir a Gemilidades Weasley!

— Para quê fui namorar com uma garota tão inteligente, não? Ele pediu para não contar, mas já que você descobriu...

— Harry é um fofo mesmo – Hermione falou sorrindo.

— Além de me preocupar com meu irmão, vou precisar me preocupar com Harry também? – ele perguntou brincando. Hermione apenas riu. - Falando nele... Muuuito tempo atrás, você me falou algo sobre o Mapa do Maroto. Algo que eu e Jorge não sabemos sobre o Mapa. Nós o usamos durante anos. Não tem nada nele que não saibamos.

— Então vocês sabem quem são Aluado, Pontas, Almofadinhas e... Rabicho? – ela não escondeu a insatisfação ao dizer o último nome.

— Você sabe quem é? Sabe mesmo? Eles são nossos ídolos por criar algo tão fantástico! – Fred disse entusiasmado.

— Os três primeiros provavelmente...

— O que quer dizer com isso? Quem eles são? – Indagou, sem disfarçar a curiosidade.

— Aluado é o Remos, – ela o ouviu murmurar Remos é claro— Pontas; o pai do Harry e Almofadinhas... era o Sirius. Já Rabicho... é o Pettigrew.

— Jorge vai gostar de saber. Vamos esquecer o filho da puta do Pettigrew. Aposto que ele não fez praticamente nada e os outros colocaram o nome dele apenas por dó. – Vendo que o clima estava mudando, Fred continuou – Será que agora poderíamos parar de falar e fazer algo mais interessante?

Hermione inclinou-se para beijá-lo. Fred desceu os lábios até ela. Logo, estava encostada na parede. O beijo de ambos não apenas restrito à boca. As mãos dela vagavam pelas costas e braços dele. Fred tinha a mão na cintura dela. A excitação tomou conta dele. Sua mão foi subindo até alcançar o seio, sobre a blusa. Hermione afastou-se.

— Rápido demais?

— Sim, um pouco.

— Desculpe – Fred falou afastando-se – eu... Acabei me empolgando.

— Não tem problema. Eu só... É que nunca estive assim com um garoto antes. Quer dizer, nunca namorei antes...

— Faremos apenas o que se sentir a vontade para fazer. Sem pressões – ele falou colocando uns fios atrás da orelha dela.

— E você e Angelina?

— Nós namoramos quando estávamos no 6º ano – respondeu sem querer se estender.

— Hum... Sei... E o que mais? Vocês... sabe? – Hermione perguntou nervosa. Fred imaginou que cedo ou tarde teriam aquela conversa. Ele voltou a se sentar e falou, as mãos dela entre as suas.

— Você sabe que o que houve entre mim e Angelina acabou, não é? – a garota assentiu – Então,... minha primeira vez foi com ela. Nossa primeira vez, dela também.

— Entendo... Além dela? – Perguntou, sentindo-se um pouco desconfortável.

— Sexo só com ela e já fiquei com Alicia e Katie.

— Achei que seu número de garotas fosse maior- ele riu e a abraçou.

— O que posso fazer se me apaixonei por você e, depois disso, só pude desejar seus lábios? E quanto a você, senhorita monitora,... Eu, Rony... – ele disse o nome do irmão com raiva.

— Não! O que houve com Ron não foi um beijo. Teve um garoto trouxa, mas não passou de um selinho e Vítor.

— Krum? Você realmente ficou com ele? – perguntou, espantado

— Sim. Ele quis continuar o relacionamento, mas...

— Era muito velho para você. – Fred emendou.

— Não, não há tanta diferença assim. Só que não estava apaixonada.

— E agora? – Ele perguntou olhando-a firmemente – Você já sabe que eu sou completo e perdidamente apaixonado por você... E agora, Hermione, o que você sente por mim? – a garota viu a ansiedade nos olhos azuis. Sorriu e envolveu o pescoço deles com seus braços.

— Agora estou apaixonada por você, Fred. Como nunca estive antes. – Ela disse, sorrindo.

— Nem pelo meu irmão? – Hermione bufou antes de responder.

— Por que você insiste em trazê-lo para a conversa? – Perguntou, extremamanete aborrecida.

— Por que sou um idiota? – Ele sorriu de lado.

— Concordo – os dois voltaram a se beijar.

—--

— Há quanto tempo falamos, Harry? Usar um feitiço daquele livro! Você poderia ter matado o Malfoy! – Hermione exclamou.

— Ele não faria muita falta... – Rony disse.

— Não fale isso, Ronald!

— Chega! Harry, vamos colocar um basta nessa história. Pegue o livro e venha comigo – Gina falou puxando a mão do namorado.

Fazia tempo que Hermione e Rony não ficavam sozinhos. Um silêncio incômodo caiu entre eles. Ela olhando as unhas da mão e ele, a lareira apagada.

— Como vão as coisas entre você e Lilá?

— Tentando fugir dela o máximo que posso. – Ron disse, irritado.

— Não é melhor terminar? – Hermione indagou.

— Às vezes, acho que sim. Mas, outras... Outras eu penso que é melhor assim. Pelo menos estou com alguém.

— Rony, não é assim. Se você não gosta dela... – era tão estranho conversar com ele sobre relacionamento, principalmente porque sabia o verdadeiro sentimento dele.

— É, eu sei. Apenas tento esquecer algo impossível.

Ao ouvir isso, Hermione voltou sua atenção para as unhas.

—--

— Horcruxes? Horcruxes? – Rony repetia.

— Sim, Rony – Harry respondeu – Parece que há mais cinco pedaços de Voldemort espalhados por aí.

— Preciso ir à Biblioteca, à Seção Restrita. Harry, você me empresta a capa e o Mapa? – Hermione falou.

— Claro, mas não é uma boa você ir sozinha. Vou avisar Gina.

— Não desmarque com ela. Eu posso ir sozinha. – Completou rapidamente.

— Eu vou com você – Rony falou – Sei onde estão a capa e o Mapa. Posso pegá-los, Harry?

— Claro, claro – o ruivo saiu e Harry dirigiu-se para a amiga – Tudo bem por você?

— Sim, quer dizer, as coisas precisam voltar ao normal em algum momento, não?

— Quando paro para pensar... – ele riu – Você e Fred... Sinto pelo Rony, mas é bom saber que está feliz.

— Pronta, Mione? – Ela assentiu e ambos saíram pelo Retrato da Mulher Gorda.

—--

— Lino está vindo para cá. Você vai sair? – Jorge perguntou ao ver o irmão se arrumando.

— Dumbledore aprovou minha visita ao castelo. Aliás, ele me deu autorização permanente - o ruivo falou enquanto abotoava a camisa.

— Uma surpresa para a doce Hermione?

— Claro. Já faz um tempo que não nos vemos.

— Bom encontro e não faça nada que eu faria! Rony e Harry seriam capaz de te matar! – Jorge falou zombeteiro. Fred não respondeu nada, apenas riu.

Ao chegar em Hogwarts, Fred foi diretamente para o Salão Comunal da Grifinória. Encontrou ex-colegas e sua irmã beijando Harry. Aproximou-se dos dois e deu um leve pigarreio:

— Tudo bem, irmãzinha? – os dois se separaram levemente envergonhados.

— Tudo... Veio ver Hermione? Você nunca vem aqui para me visitar – ela disse fazendo graça.

— Como se você sentisse tanto minha falta, não? Por falar em Hermione,... – ele olhou ao redor – Onde ela está? – o casal se entreolhou.

— Ela foi com Rony pesquisar uns livros – Harry olhou para os lados antes de continuar – na Seção Restrita.

— Na Seção Restrita? – Fred perguntou – E como vão entrar lá sem serem vistos?

— A capa da invisibilidade e o Mapa do Maroto – Capa da invisibilidade, claro, repetiu Fred mentalmente e a imagem da namorada embaixo daquele tecido com seu irmão não agradou em nada. Ele jogou-se no sofá. Os alunos começaram a subir para seus dormitórios.

— Eu também vou indo – Gina disse depois de um tempo. Quando Harry e Fred ficaram sozinhos, o mais novo falou:

— Você pode confiar no seu irmão. Ele fez umas burradas, mas ele respeita o que você e Hermione têm.

— Ele ainda gosta dela.

— Sim, gosta. Só que ele sabe o sentimento entre vocês – nisso o Retrato abriu. Instantes depois, Rony puxava a capa que escondia ele e Hermione. Fred ignorou o sentimento de ciúme ao ver a proximidade dos dois.

— Oi, Mione – ele disse levantando-se – Resolvi fazer uma surpresa. Tudo bem, Ron?

— Oi, Fred – ela cumprimentou timidamente.

— Tudo bem e com você e Jorge? – o irmão acenou com a cabeça.

— Como foi? – Harry perguntou.

— Não achamos nada. – Hermione aproximou-se de Fred e beijou-o rapidamente nos lábios.

— Vou deitar. Muito tempo na biblioteca. – Rony falou. Harry aproveitou para ir junto. Quando se viram sozinhos, Fred beijou Hermione com mais intensidade.

— Senti tanto sua falta – ela falou entre os beijos.

— Não mais do que eu – as bocas percorriam lábios, maxilar, pescocço...Fred obrigou-se a se separar antes que as coisas saíssem do controle – Melhor pararmos uns minutos – ambos sorriram levemente envergonhados – Então, o que a senhorita foi fazer na Seção Restrita?

— Não posso contar para você o que fomos pesquisar... Desculpe.

— Ron sabe, não sabe? – Ele perguntou o que era óbvio.

— Ele sabe por que é algo que Harry nos contou. Nem Gina está sabendo. Dumbledore permitiu que Harry contasse apenas para nós dois.

— E por que Harry não foi com você na Biblioteca? – perguntou com raiva e ciúme.

— Fred, por favor... Pare com esse ciúme do seu irmão. Nós somos apenas amigos. E Harry não foi por que ele tinha um encontro com a Gina. Não seria certo desmarcarem. Eu ia sozinha, mas eles não deixaram. – Ela percebeu que Fred interrompeu a si mesmo respirando fundo, então ela continuou – Dumbledore deu uma tarefa para Harry. Algo para ajudar a matar Voldemort. Porém, é algo que não podemos contar para ninguém. Pelo menos não por enquanto.

— Eu entendo. Só acho tão injusto Rony ver você todo dia e compartilhar segredos que não posso saber.

— Logo chegam as férias de verão. Prometo passar muitas semanas na Toca. – Fred sorriu e eles voltaram a se beijar.

—--

— Jorge! Fred! – Os gêmeos estavam comendo quando foram interrompidos pela aparatação de um de seus irmãos. Carlinhos estar lá não era uma boa notícia.

— O que houve? O que está fazendo aqui? – Fred perguntou levantando-se. A expressão do irmão não ajudava em nada.

— Hogwarts.... Hogwarts foi invadida por Comensais.

— Como... – Jorge começou, mas foi interrompido.

— Não há tempo. Não sei muita coisa, apenas que precisamos ir para Hogwarts. – Os três deram as mãos e aparataram. O céu escuro era iluminado por labaredas. Eles saíram correndo em direção ao castelo. Encontraram com Arthur, que se aproximou dizendo:

— Conseguimos conter os Comensais, mas Gui foi atacado por Fenrir. Está na ala hospitalar com Remus – mal acabara de falar, Carlinhos saiu correndo.

— E os outros? – Jorge perguntou.

— Ferimentos leves – Arthur respondeu ajeitando os escassos cabelos ruivos. Os três começaram a andar rapidamente.

— Hermione?

— Como os outros, apenas um corte mais profundo na perna.

Ao chegarem à enfermaria, viram muitos professores cuidando dos alunos. Um silêncio pesado. Arthur não havia contado alguma coisa.

— Pai,... – Fred começou. Porém, suas palavras se perderam ao ver Hermione aproximar-se mancando. Correu até ela e abraçou-a.

— Dumbledore... Dumbledore morreu – ela disse entre lágrimas e soluços. Fred olhou para seu gêmeo. As palavras doendo em seu coração. Afastou-a após alguns minutos.

— E os outros? Gui,...

— Estão bem, apenas Gui... Ele está bem machucado. Está conversando com Remus.

— Fred, Jorge – Harry falou e pouco depois Ron apareceu.

— Você está bem? – Fred indagou vendo um curativo na testa do irmão.

— Estou – ele respondeu. Gina aproximou-se do grupo.

— Gui vai ficar bem. Remus contou que Greyback não estava transformado.

— Mas, o que houve aqui? – Jorge perguntou.

— Malfoy permitiu que os Comensais entrassem no castelo. Ele tentou matar Dumbledore, mas não conseguiu. – Hermione respondeu.

— E quem o matou? – Dessa vez Fred fez a pergunta.

— Snape – o ódio na voz de Harry era capaz de ser sentido por todos – Ron, Mione, será que podemos conversar?

O trio de amigos afastou-se. Hermione sendo ajudada pelos dois. Fred observou ao longe a conversa. Eles estavam sérios. Hermione olhou para ele e lançou um olhar entristecido. Depois voltou sua atenção para Harry e acenou positivamente com a cabeça.

—--

Hermione chegaria naquela tarde de sábado. Todos Weasley esperavam ansiosamente por ela. Estavam reunidos na sala. Rony e Gina jogavam uma partida de xadrez bruxo, Arthur estava lendo o jornal, Molly limpando o que não precisava ser limpo. Jorge havia ficado na loja e Fred encarava a lareira.

Seus pais haviam ficado entre entusiasmados e preocupados quando souberam do namoro. Ter Hermione oficialmente na família era algo que queriam, mas também sabiam do sentimento do filho caçula.

Hermione surgiu entre as chamas verdes e antes que saísse completamente, Fred a puxou para fora.

— O que houve? Por que está chorando? – Ela não poderia contar na frente de Arthur e Molly, então mentiu em partes.

— É que não sei quando e nem se verei meus pais novamente.

— A Ordem os protegerá – Arthur falou de maneira paternal. Rony e Gina abraçaram a amiga.

— Vamos arrumar suas coisas no meu quarto.

— Ela pode fazer isso depois - Fred argumentou segurando a namorada pela cintura. Rony saiu da sala discretamente. Ele havia terminado com Lilá poucos dias antes da invasão.

— Prefiro fazer agora – Hermione falou - Depois teremos o resto do dia livre – completou em voz baixa.

— Estarei esperando – Fred piscou marotamente. Limpou as lágrimas no rosto dela e a beijou rapidamente nos lábios.

Mais tarde, naquele mesmo dia, os jovens se encontraram no jardim da Toca após o jantar. A noite estava agradável e uma brisa suave agitava as árvores. Hermione estava sentada com sua cabeça apoiada no peito dele.

— Estou preocupada com Harry. Quero que ele venha logo para cá.

— Falta pouco. E por falar em Harry, o que ele queria falar com você em Rony no dia do ataque?

Ela ficou em silêncio e o ruivo sentiu a tensão percorrer o corpo dela. Hermione não sabia como dizer que logo partiria em uma viagem que não sabia se teria volta.

—--

 


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Notas finais do capítulo

N.B: Mais um capítulo incrível! Parabéns, Ártemis!

N.A.: Espero que continuem gostando! bjs bjs, Ártemis



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