Provocações escrita por Artemis Stark


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capítulo 2

— O que houve? – Fred perguntou, preocupado, ao ver a expressão do seu gêmeo.

— Fred, precisamos ir AGORA para Hogwarts – ele levantou-se rapidamente do sofá ao ouvir o irmão.

— O que houve?!

— Os loucos dos nossos irmãos invadiram o Ministério e foram atacados por Comensais – a cor sumiu de seu rosto ao escutar Jorge.

— Eles... quê? Gina foi junto?

— Foi. Eles estão feridos, mas vivos. Vamos logo – antes de aparatarem Fred perguntou:

— E Hermione?

— Não sei... Mamãe está histérica e nosso pai está no Ministério. Parece que Lucio Malfoy está envolvido e... Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado... Dumbledore disse que ele apareceu também.

— Merda... Vamos!

Eles entraram correndo na enfermaria. Gina estava em pé, ao lado da cama de Harry, a mãe deles ainda chorava. Viram Luna com o pai e Neville com sua avó. Ela olhava orgulhosa para o neto. Numa outra cama, Hermione estava deitada. Os gêmeos abraçaram Gina, depois foram cumprimentar Rony. Fred não parava de olhar para onde a morena dormia.

— Como você está? – Jorge perguntou ao irmão caçula. Antes que ele pudesse responder, Fred o cortou.

— Que merda foram aprontar no Ministério? – seu olhar vacilando entre Rony e Harry – Ainda mais levando a Gina!

— Fred, por favor, meu filho...

— Eu não sou um bebê para ser levada para os lugares! Fui porque quis! – protestou Gina.

— Achamos que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava com Sirius Black – Ron começou a explicar.

— Black? E como ele capturaria Sirius? – Jorge indagou. Harry desviou os olhos com lágrimas.

— E Hermione? Vocês deveriam protegê-la! – Fred disse, a raiva pulsando em seu corpo.

— Ela foi atingida por um Comensal. Dolohov. – Harry falou olhando para a amiga e limpou as lágrimas dos olhos. A culpa o consumia. Fred abriu a boca para argumentar, mas Jorge o impediu:
— Deixe-os explicar.

—--

Hermione passou algumas semanas com seus pais, mas logo foi passar o restante de suas férias de verão na Toca.

Harry, Gina e Rony estavam jogando quadribol. Hermione estava na sala lendo. Num canto deste cômodo, Gui e Carlinhos (que havia aparecido para passar uns dias com a família) disputavam uma partida de xadrez bruxo e os gêmeos conversavam sobre novas ideias para a Loja. Percy aproximou-se de Hermione e falou:

— Posso interromper sua leitura por alguns instantes? – Fred olhou para a garota e percebeu que ela se importava, no entanto apenas fechou o livro. Os outros irmãos, discretamente, começaram a ouvir a conversa.

— Claro, Percy.

— Você é muito aplicada e estudiosa. Prevejo para você um grande futuro – Hermione olhou sobre o ombro dele e viu os gêmeos fazendo imitações. Ela abaixou o rosto para disfarçar a risada – Um grande e promissor futuro trabalhando no Ministério da Magia. Você pretende trabalhar no Ministério, Hermione?

— Sim, pretendo – ela disse simplesmente, tentando ignorar a imitação e as risadas contidas dos outros irmãos.

— Então não deveria seguir Ronald ou Harry. A invasão ao Ministério foi um grande erro.

— Não, não foi um erro. Além do mais ficou comprovado que seu querido Ministro estava errado ao dizer aqueles absurdos sobre Harry e Dumbledore.

— Nós tínhamos fortes evidências que...

— Nós tínhamos, e temos, Cedrico Diggory morto – ela falou e a sala ficou em silêncio. Percy, no entanto, continuou a expressar sua ideia:

— Aquilo foi uma fatalidade, mas o Ministro... – ele não terminou de falar, pois Hermione levantou-se abruptamente. Nenhum dos quatro irmãos disfarçava os olhares.

— Faça um favor, Percival. Aliás, dois: cale essa boca e enfie o Ministério você sabe onde. Caso não saiba, tenho certeza que seus irmãos podem te ajudar – dizendo isso, ela subiu as escadas em direção ao quarto que dividia com Gina. Deitou na cama de barriga para baixo e voltou a abrir seu livro.

— Você deixou um Percy sem palavras e isso, minha querida, é uma raridade.

— Vou encarar isso como um elogio.

— O maior de todos – Fred entrou no quarto, sentando-se na cama de sua irmã – Por isso, pode escolher qualquer produto de nossa Loja.

— E por que eu teria interesse em seus produtos?

Hermione ajeitou-se na cama encarando o ruivo. Ela notou uma rápida expressão de decepção no rosto dele.

— Realmente... Que tolo da minha parte, não? – e saiu do quarto sem dar chance para que ela respondesse.

—--

— Os gêmeos não quiseram ficar para o jantar? – Arthur perguntou.

— Não... Fred disse que tinham algo na Loja para resolver... Saiu resmungando algo como “não sou brincalhão o tempo todo” ou algo do tipo – Gui respondeu servindo-se. Hermione sentiu-se culpada. Ele não tinha entendido nada.

— Amanhã é dia de fazer as comprar para Hogwarts. Passaremos por lá para, finalmente, conhecermos a Loja. Mas aqueles dois ainda não me explicaram como conseguiram o dinheiro para abri-la – Molly falou. A família Weasley estava tão ocupada comendo ou servindo-se de mais comida, que perdeu o olhar sem graça de Harry. Mas, Hermione notou. Havia algo que o amigo estava escondendo e ela descobriria.

—--

O Beco Diagonal estava apinhado de bruxas e bruxos de todas as idades. Ao longe era possível enxergar as cores e o barulho da Geminialidades Weasley. Andaram até lá e Hermione pôde notar o brilho de orgulho nos olhos de Molly e Arthur. Não havia adjetivos suficientes para Hermione descrever a Loja. Tudo era simplesmente maravilhoso. Viu os gêmeos atendendo alguns clientes. Os dois perceberam a chegada da família, mas apenas Jorge se aproximou. Fred a olhou magoado e continuou mostrando alguns produtos para um grupo de bruxos.

— Venha! – Gina disse puxando a amiga – Vamos xeretar por aí! – As duas andaram por alguns minutos até a ruiva exclamar! – Oh! Eles são lindos! Será que minha mãe me deixa comprar um? – Indagou segurando um mini-pufe. – Compre um também!

—Bichento não o deixaria em paz.

— Espere aqui! Vou chamar minha mãe!

Só que Hermione estava encantada demais para ficar parada. Andou pelos corredores até ver Fred repondo algumas caixas nas estantes. Aproximou-se dele e disse:

— Olá.

— Oi. – Ele falou sem interromper seu trabalho.

— Ahn... A Loja de vocês é excelente! Parabéns!

Ele parou o que fazia e a olhou, Hermione notou a frieza nos olhos azuis.

— Esperava encontrar o quê? Aliás, nem sei como uma pessoa como você está aqui. A Floreios é no final da rua – e virou-se para sair, mas ela o impediu.

— Espere, Fred. Você entendeu errado o que eu disse ontem.

— Não, eu entendi muito bem. Jamais uma certinha chata e CDF como você poderia se divertir ou gostar dos produtos de dois imbecis como eu e Jorge, não é?

Hermione gaguejou um pouco antes de conseguir organizar seu pensamento e evitar que sua voz saísse tremida.

— Você passou cinco anos me provocando, me irritando, me tirando do sério. Você roubava meus livros, meus pergaminhos, meu tinteiro. Você testava seus produtos e os deixava largado pelo Salão Comunal para que alguém caísse nas suas pegadinhas. Apesar das minhas broncas e ameaças eu NUNCA delatei vocês. NUNCA! Eu apenas quis brincar contigo, Fred, da mesma maneira que vem fazendo comigo – ela ia embora, quando emendou – Ah, e a resposta para minha pergunta é: “porque seus produtos são engraçados e inteligentes” – irritada, ela abriu espaço pela multidão. Harry viu a amiga passar com uma expressão séria no rosto, cutucou Rony e ambos seguiram-na.

— Hermione! – Harry gritou – Pare, Hermione! – Logo eles a alcançaram – O que houve?

— Nada, Harry.

— Como nada? Mione, você está chorando? – Rony perguntou. Ela não respondeu. Apenas encostou a cabeça no peito dele e o abraçou. O ruivo olhou para Harry sem saber o que fazer. O outro gesticulou para abraçá-la de volta. Rony envolveu Hermione em seus braços e sentiu seu coração acelerar com a proximidade.

Ao longe, outro ruivo observava a cena e seu coração afundou em seu peito ao ver o abraço que seu irmão dava em Hermione.

— A Loja está cheia, Fred. Depois você conversa com ela – então seguiu seu gêmeo com a cabeça baixa.

—--

O trio grifinório passou os dias seguintes discutindo sobre o passeio de Draco pelo Beco Diagonal. Hermione e Rony ficaram mais próximos e quase não brigavam depois do abraço que trocaram. Fred aparecia quase todo dia para jantar, porém não encontrava Hermione sozinha para que pudessem conversar. E ela tampouco dirigia um olhar para ele.

— Hermione – Jorge disse certa noite – Estamos com um problema em um produto que precisa da poção polissuco. Será que poderia nos ajudar? – ele continuou falando enquanto ignorava os chutes do irmão embaixo da mesa.

— E por que Hermione ajudaria vocês? – Rony perguntou olhando para os dois. O olhar demorando-se mais em Fred.

— Ela é boa em poções e não custaria nada verificar onde estamos errando – Jorge respondeu.

— É, Rony! Não tem nada demais! – Incentivou Gina – Claro que ela vai ajudar, não vai, Hermione?

— Então,... – Fred começou.

— ... pode nos ajudar? – Jorge completou.

— Posso, claro... – ela falou envergonhada de negar ajuda com tantos olhando para si.

— Ótimo! – Os gêmeos levantaram juntos e puxaram a cadeira de Hermione.

— Não vão explodir nada! – brigou Molly.

— Por isso precisamos da inteligentíssima Hermione Granger! – Jorge falou. Os três subiram para o quarto dos gêmeos que estava atulhado de coisas.

— Em que parte do preparo estão? Cadê a poção?

— Bem,... – Fred começou a falar e esfregar a nuca nervosamente.

— MERLIN! – O outro ruivo gritou de repente – Esqueci que marquei com Lino. Preciso ir! -  e desaparatou. Hermione olhou para Fred.

— Quando ele voltar, continuamos – ela disse se dirigindo  à porta, só que Fred bloqueou seu caminho.

— Precisamos conversar. – Fred começou, tentando disfarçar o nervosismo.

— Sobre a poção? – Perguntou, tentando não olhar para o rapaz à sua frente.

— Não! Sobre nós!

— Nós? – Ela indagou, encarando-o – Não há “nós” nenhum para ser conversado. E, além do mais, cadê a poção polissuco?

— Foi só uma desculpa para falar com você. Não tem poção nenhuma.

— Não tenho nada para falar – ela cruzou os braços, olhando para os pôsteres de quadribol e caixas de produtos da loja.

— Você pode não ter, mas eu tenho. Olhe para mim – ele segurou os ombros dela e Hermione inclinou a cabeça para encará-lo – Agi como um idiota. Eu realmente achei... achei...

— Que eu fosse uma chata certinha e rata de biblioteca?

— É... Não! Você não é chata... Eu...

— Não é porque eu gosto de ler e estudar que isso me torna uma chata!

— Eu sei disso! Apenas,... sei lá... para mim é importante que você aprecie as minhas invenções – aquela afirmação a surpreendeu.

— É mesmo? Por quê?

— Porque prova que realmente somos bons no que fazemos... Que eu e Jorge não fazemos qualquer coisa...

— Eu não acho que o que fazem é “qualquer coisa”. Apesar de não aprovar testes nos primeiranistas, seus produtos são ótimos.

Ambos sorriram. Hermione corou ao ver os olhos dele desviarem dos seus e pararem em seus lábios. Os braços dela ao longo do corpo. As mãos de Fred desceram dos ombros, para os braços. Puxou-a para si. Viu a dúvida percorrer o rosto dela, mas sorriu de lado. Puxou-a mais um pouco. Cada movimento lento, esperando se ela ia se afastar ou não. Inclinou-se para baixo. Sua boca a centímetros da dela.

— Hermione, você não sabe...

TOC TOC TOC

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AÍ? – era a voz de Rony do outro lado – Hermione? – ela assustou-se e andou para trás. Fred murmurou um xingamento, mas abriu a porta sem esconder sua raiva.

— O que você quer, Ronald?

— Vocês estão demorando. – ele olhou por cima do ombro de Fred – Está tudo bem, Mione? E onde está o Jorge?

— Estou bem. Ele tinha um compromisso com o Lino – ela estava achando seus pés bem interessantes naquele momento.

— Precisamos conversar... Sobre aquele assunto. Pode vir até meu quarto?

— Claro, claro. Com licença, Fred – Hermione saiu apressadamente, mas Rony continuou parado.

— Nem pense em se aproximar dela. Hermione não é uma de suas paqueras idiotas.

— Paqueras idiotas? Você não sabe do que está falando. Nunca nem beijou uma garota!

— Isso não é da sua conta! Só que não sou burro e percebo como olha para ela.

— Pelo menos não fico parado como você. Sem nem saber como se aproximar! – Rony empunhou sua varinha.

— O que você quer dizer com isso? – Os olhos faiscando de raiva, o rubor subindo pelo pescoço.

— Nem pense em começar uma briga comigo, Roniquinho. – Fred disse, sem disfarçar o tom debochado.

— O que está havendo aqui? – Gina perguntou ao ver os irmãos apontando a varinha um para o outro.

— Nada – eles responderam juntos.

— Hermione ficaria furiosa se soubesse que vocês estão brigando por ela – a ruiva encarou os dois que ficaram vermelhos – Só um cego não percebe. São dois idiotas. Os dois. Melhor para ela que beijou Krum. Pelo menos ele não age como criança.

Gina seguiu para seu quarto e Rony foi atrás. Fred, irritado, desaparatou.

—--

Hermione chegou da ronda exausta. O assunto no Salão Comunal era a mudança de cargo do professor Snape. DCAT era a aula preferida da maioria deles e ninguém gostou de saber quem tinha assumido a matéria. Ao abrir o cortinado de sua cama, viu um pergaminho e o abriu.

H.

Quer dizer que andou beijando um dos maiores astros do quadribol?

F.

O ruivo escreveu a carta por insistência do seu irmão, que achou que esse seria um bom jeito de saber mais sobre o relacionamento (ou não) dela com o jogador búlgaro.

Desde seu quase beijo com Fred, Hermione tinha sentimentos conflitantes. Afinal, ela era apaixonada por Ronald, não era? Só sabia que seu amigo era seu porto seguro e Fred... Ela conhecia bem a fama dele e de seu gêmeo.

Fred,

Por que o súbito interesse? Afinal, isso já tem quase dois anos... E, se bem me lembro, você que foi pego algumas vezes com a Johnson pelos corredores de Hogwarts.

Hermione

H.,

Será que você que gostaria de ter sido pega no lugar de Angelina? Hoje nós somos amigos. E você e Krum? Segundo minhas fontes anônimas, andam trocando muitas cartinhas... Achei que esse era um privilégio apenas meu.

Também soube que o Mapa do Maroto vem sendo de grande ajuda.

Um beijo em sua mão,

F.

Hermione riu da última frase.

Fred,

Sua fonte não tão anônima assim anda desatualizada.

E, sim, o Mapa tem sido muito útil. Aliás, temos uma informação sobre ele que nem você ou seu irmão conhecem.

Hermione.

Dias e semanas de Hermione passavam-se assim: especular sobre Malfoy, fazer Harry desistir de usar o livro do tal do Príncipe Mestiço, estudar e... trocar cartas com Fred. Ela estava relendo a última carta dele, relendo o P.S. para ser mais exata.

H.,

Você ainda vai negar me contar o que descobriram sobre o Mapa?! Não sabia que morava uma mente sonserina em você....

Outro beijo na sua mão,

F.

P.S.: eu te mandei beijo nas últimas cartas. Quando receberei um de volta?

Ela ria divertida. Ler as cartas de Fred era um tempo que ela podia se esquecer da guerra que sabia se aproximar.

H.,

Quer dizer que levou meu irmão ao Baile do tal do Slugue? Ele não fez você passar vergonha ao comer como um trasgo esfomeado?

Um beijo na testa (será que assim eu ganho outro?)

F.

Fred, sem dúvida, mandaria uma caixa de bombons “especiais” para Rony por ter acompanhado Hermione em um baile. Estava com ciúmes do seu irmão caçula e precisava de uma desculpa para ir até Hogwarts.

— Que tal no primeiro jogo de Quadribol desse ano?

— Jorge, você é, sem dúvida, o mais inteligente!

— Fale algo que eu ainda não saiba...

—--

Foi fácil convencer Dumbledore a aceitá-los. O convite para o jogo foi estendido para Lino Jordan, especialmente chamado para comentar a partida e Angelina Johnson, que queria ver como estava o time liderado por ela no ano anterior.

Foram saudados com alegria quando entraram no Salão Principal, , exceto pelos sonserinos. No entanto, Fred não deixou de ver que Hermione estava segurando a mão do seu irmão, que tinha uma cor levemente esverdeada. Ela passava os dedos pelos dedos dele. A outra mão passando pelo ombro e braços. Rapidamente puxou Angelina pela cintura, a negra ainda tinha uma queda pelo ruivo, então o abraçou de volta. Jorge olhou questionador para seu gêmeo, que desviou o olhar.

Na mesa

— Só falta eles terem vindo para me provocar...

— Eles não torceriam contra a Grifinória – Gina falou.

— Eles? – Hermione estava tão concentrada em acalmar Rony que não viu a chegada dos ex-alunos. Seu coração parou ao ver a forma íntima como Fred andava com Angelina. Eles trocavam palavras sussurradas enquanto se aproximavam da mesa da Grifinória.

— Preparado, irmãozinho?

— Não vá dar razão aos gritos da Sonserina, hein? – Fred completou.

— Pare de encher o saco dele, Fred! Não percebe que ele está nervoso? – Hermione falou. O ruivo abriu a boca para responder, mas foi interrompido por Angelina.

— Vamos indo para arquibancada! Quero encontrar um bom lugar, amor.

Amor? Amor?  As palavras não foram piores que a cena a seguir. Angelina pulou no pescoço de Fred, alcançando seus lábios. Segundos depois, ele retribuiu o beijo. Ao se separar, procurou por Hermione, mas apenas viu o lugar vazio ao lado dos irmãos caçulas.

— Venham, Gina e Ron, temos um jogo – Harry falou chamando os amigos e a namorada.

No jogo, Fred procurou Hermione e a encontrou com Luna, Neville e Simas.

— Nem pense em ir até lá agora – Jorge falou, sua voz abafada pela gritaria – Que merda foi fazer ao beijar Angie?!

— Ela começou...

— Você a abraçou! Sabe o que ela sente! Deveria ter visto a coitada da Hermione quando viu vocês se beijando...

— O que tanto conversam? – Angelina perguntou.

— Nada – Fred respondeu mal humorado.

—--

O Salão Comunal estava em festa. Quando os jogadores chegaram, foram recebidos com cartazes e muita gritaria. Fred aproveitou para falar com Hermione, que esperava para cumprimentar os amigos.

— Olá, Hermione.

— Oi, Fred. Não sabia que você e Angelina estavam juntos. Não escreveu nada nas cartas.

— Não estamos juntos.

— Não foi o que pareceu pelo modo como chegaram abraçados – será que ela está com ciúmes?  Foi o pensamento que passou pela cabeça de Fred.

— Hermione, eu...

— Fred, você não me deve explicações. – Falou, irritada, percebendo que estava se contradizendo - Se está namorando ou ficando ou sei lá o que com a Angelina, o problema é seu. Não temos nada certo?  Você não me deve explicações.

— Eu quero explicar – ele falou em tom sério. Só que, nesse momento, Rony chegou e puxou Hermione para um abraço.

— Você me viu jogando? Viu, Hermione?

— Sim! Foi ótimo! Eu sabia que era bem melhor que o chato do Cormaco!

Hermione estava entre Rony e Fred, de costas para o último. Rony olhou e percebeu o sentimento do irmão: ciúme. Segurava a mão de Hermione, que sorria para ele. Mostraria para Fred a quem a grifinória pertencia. Lançou um último olhar para o irmão, depois puxou Hermione para si e a beijou. Com força e paixão. Quem estava em volta parou para ver. Fred fechou o punho. Muitas coisas aconteceram em poucos segundos. Jorge tentava passar pela multidão, junto com Harry e Gina, para impedir o que estava prestes a acontecer.

Hermione viu o olhar de Rony antes dele puxá-la. Sentiu os lábios do ruivo, mas não era o ruivo certo. Sentiu que ele a puxava com força e tentou, em vão, se separar. Ele percebeu e segurou sua nuca. As mãos da garota foram para o peito dele, empurrando-o.

Fred sentiu seu coração acelerar ao ver seu irmão puxar Hermione para o beijo. Só que o que poderia fazer? Horas atrás era ele beijando Angelina, mas algo aumentou sua fúria. Rony impedia que Hermione terminasse o beijo. Viu como o caçula a puxou pela nuca e sua outra mão nas costas dela, enquanto Hermione tentava afastá-lo. Fred avançou, empurrando Rony com força e forçando-o a se separar dela. Agora o salão todo olhava os três.

— Afaste-se dela, Ronald!

Os lábios de Hermione estavam vermelhos e levemente doloridos.

— Você já sabe que eu sei! – Rony exclamou empurrando-o de volta – Isso foi apenas para você entender, de uma vez por todas, que ela é minha.

— Foi por isso que me beijou? Para “me marcar como sua posse”? – Diversos sentimentos passavam por si: raiva, tristeza...

— Sim... Não... Hermione, eu posso explicar... – Rony falou com o rosto vermelho.

— Acho que você deixou bem claro o que queria. Você é um babaca! – Fred empurrou Rony mais uma vez e com mais força. Antes que pudesse revidar, Harry e Jorge intercederam.

— Vamos embora, Fred – Jorge falou segurando o irmão.

— Nem terminou a escola! O que ela poderia querer com você? – Harry segurava o amigo e Lino apareceu para ajudar.

— Vocês são dois idiotas! — Hermione berrou. Lágrimas nos olhos. Saiu correndo e passou pelo Retrato da Mulher Gorda.

— Vá atrás dela, Gina – Harry pediu. A ruiva correu atrás da amiga.

Fred soltou-se bruscamente de Jorge, mas Harry e Lino ainda seguravam Rony.

— Você é um imaturo, Ronald! Beijá-la desse jeito para quê?

— Ah sim... Todo esse ataque de ciúmes, só que estava se agarrando com a Johnson mais cedo. Não sou o único imaturo aqui.

— CHEGA! – Harry gritou – Os dois estão agindo como imaturos! Melhor você ir embora, Fred. E você – o moreno apontou para Rony – Vem comigo.

Jorge puxou seu gêmeo, que lançou um último olhar de raiva para o caçula. Quando saíram do Salão Comunal, Angelina chamou por Fred.

— Você me beijou para fazer ciúmes para a Granger?

— Angie... – a ex-grifinória passou por ele com raiva.

— Você e a sabe-tudo, hein? – Lino provocou – Só não precisava ter metido Angelina nisso.

— Eu sei – ele passou a mão pelo cabelo – Será que Hermione...

— Não, não, irmãozinho. Vamos embora! Chega de confusão por hoje.

No banheiro da Murta...

— Seus irmãos são dois ridículos, insensíveis... e... Sua mãe não merece o xingamento que pensei agora!

— Rony eu já sabia, mas Fred me surpreendeu... O que há entre vocês, afinal?

— Nada. – Afirmou, não querendo pensar sobre o sentimento que começava a notar que crescia dentro de si.

— Nada? Vocês se escrevem toda semana e, antes disso, ele sempre estava fazendo algo para te provocar.

— Mas nunca aconteceu nada. Eu achei que gostava de Ron, quer dizer, eu gosto dele... Só que aí Fred... Fred apareceu e estava sempre por perto, fazendo-me rir, reparando em mim... me irritando... Ele me provocava tanto... e, um dia, percebi que não podia ficar sem essas provocações.

Gina passou a mão pelos cabelos da amiga.

— Hermione, não sei o que você pode estar passando e sentindo no momento com relação aos dois. Sei que é clichê, mas dê tempo ao tempo.

No dormitório masculino

— Muito bem agora me explique que merda aconteceu lá embaixo – Harry falou após lançar um feitiço silenciador em torno deles.

— Fred aconteceu! Perdi Hermione pro Krum, não vou perdê-la para meu irmão.

— Beijá-la a força não é o melhor jeito de conquistá-la.

— Eu sei... Não pensei... E o modo como ele olha para Hermione... – E Rony continuou consigo mesmo É o modo como ela olha para ele e não para mim...

 

 

 


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Notas finais do capítulo

N.B: Provocações é de se apaixonar, não é mesmo?

Espero que estejam curtindo.

Bjos,

Maris

N.A.: De apaixonar??? Espero que sim!



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