Pov. Percy

Eu estava checando praticamente a cada segundo a cama de Duncan para ver se o mesmo estava ali. Eu tinha medo. Muito medo que ele fugisse para ir atrás de Arabella. Foi duro fazer ele se sentar e respirar normalmente.

— Duncan? – chamei – Dun?

Olhei e vi no escuro apenas sua silhueta na cama. Devia estar dormindo finalmente. Amém Hipnos, eu estava com muito sono. Fechei os olhos e apaguei instantaneamente.

[...]

— Bom dia Cabeça de Alga! – acordei com Annabeth sentada perto de mim, na cama – Dormiu bem?

— Bom dia Sabidinha – respondi bocejando – Dormi bem e você?

— Bem, apesar de estar preocupada... – disse caminhando em direção a cama de Duncan – Bom dia Punk Doido! – E em seguida puxou a coberta, revelando um grande amontoado de roupas e nada do meu irmão – ELE FOI ATRÁS DELA! ELE FUGIU DE NOITE PERCY!

Você é uma anta Percy.

Pov. Duncan

Enganar o Percy foi fácil, confesso. Parte de mim se sente mal por isso, mas foi preciso. Eu precisava resgatar Arabella. A nossa história era a mais comum de todas e a mais improvável ao mesmo tempo. Uma grande fã que se apaixona pelo seu grande ídolo da música, porém no meio do caminho perde os pais, tudo que ela tinha, e entra em profunda depressão. Seu ídolo percebe isso quando se encontraram então resolve conhecer a garota. Eles se tornam amigos, mais que amigos até. Ela se torna uma irmã para ele. Que ele precisava proteger a todo custo.

Eu estava voltando para o Alaska. Não sabia se ela estava lá, mas era o que minha intuição me dizia para fazer. Confio nos meus instintos. Fora que era meio óbvio que a tinham levado para lá.

Podia fazer uma simples viagem nas sombras, mas não. Era perigoso. Podia claramente ser uma armadilha, possivelmente era. Fora que eu estava tão inquieto, que tinha medo de acabar desmaiando no processo da viagem.

Agora aqui estava eu, andando na estrada sem rumo, a espera do desconhecido. Eu estava à procura de um posto de gasolina, assim eu podia roubar um carro ou uma moto para me locomover. Roubar? Sim. Eu faria qualquer coisa pra salvar essa menina.

Estava caminhando no acostamento da rodovia fazia algum tempo já, o sol estava a algumas horas de nascer apenas, quando uma moto para atrás de mim. Imediatamente saco meu revólver do coldre e aponto para o motoqueiro.

— Calma – diz uma voz feminina atrás do capacete descendo da moto – Pode ir abaixando isso aí antes que eu dê uma paulada em você.

— Thalia? – indaguei – M-mas...

— Eu mesma – revelou tirando o capacete – Escuta, eu sei que você não deve querer me ver nesse momento... Eu fiz de tudo para proteger Bella, mas infelizmente não consegui. – disse raivosa – Ninguém sabe que eu estou aqui, como Caçadora aprendi alguns truques e consegui te rastrear. Me desculpa...

— Não precisa se desculpar, Thalia – respondi – Eu sei que você fez tudo que pôde e até o que não pôde para proteger ela.

— Está indo atrás dela não é? – Apenas acenei positivamente com a cabeça – Você dirige – ordenou jogando um capacete para mim – Ah! Se eu ver essa moto com um arranhão se quer eu te castro, ouviu? A propósito, parabéns pelo filho – concluiu subindo na garupa da Harley.

[...]

Pov. Percy

Eu estava indo ao chalé de Hermes falar com Travis e Connor. Eu realmente esperava que eles pudessem me ajudar. Não fazia a mínima idéia de por onde Duncan começou sua busca, então eu precisava tentar métodos alternativos. Os gêmeos de Hermes talvez fossem a resposta.

— E aí Percy! – saudou Connor – Alguma notícia de Duncan?

— Ainda não – respondi – Mas pensei que vocês pudesses me ajudar.

— A gente? Ajudar como? – indagou Travis.

— Bem, vocês são gêmeos – constatei – Sendo assim, vocês não tem nenhuma ligação entre vocês? Sei lá... Um negócio mental? Tipo meu lance da Conexão Empática com Grover...?

— Eu e Travis conseguimos nos comunicar mentalmente desde os três anos de idade – disse Connor – Gêmeos tem essa conexão super forte justamente por serem... Gêmeos.

— Você e Duncan podem se comunicar, desde que – completou Travis – o laço de vocês seja muito forte. Ou seja, vocês tem que se amarem de verdade mesmo. Amo você Connor.

— Awn, eu também te amo Travis seu viado.

— Que meiga você sua bicha de décima primeira categoria – responde Travis.

— Obrigado gente – falo e saio correndo para meu chalé ignorando os dois.

Bom, eu amo Duncan. Tenho certeza disso assim como eu amo água e como eu amo Annabeth. Só espero que o lado dele seja recíproco o suficiente.

Sento em minha cama e vejo e novo porta-retratos que habitava minha cômoda. A foto foi tirada por Annie, no exato momento em que eu pulava nas costas de Duncan. Ambos estávamos sorrindo.

— Por favor, me escuta irmão – sussurro pegando o retrato em minha mão.

[...]

Pov. Duncan

Passaram-se dois dias desde que Thalia me encontrou. Apesar da situação, senti que eu e ela poderíamos nos tornar muito amigos. A gente era muito parecido mesmo. Thalia é uma pessoa incrível, apesar das ameaças de morte. Mais um ponto em comum.

Finalmente cruzamos a fronteira para adentrar os gelados territórios do Alaska. Pilotei a moto de Thalia até onde a estrada permitia, depois seguimos o caminho andando. Estávamos já em território inimigo, a densa névoa denunciava isso, armados e preparados, quando ouço uma voz.

— Você ouviu isso? – indaguei.

— Ouviu o que? Não estou ouvindo nada – respondeu Thalia.

“Duncan, você está me ouvindo?”

— Espera... Percy? Percy você ta aqui?

“Você me ouve! Isso é uma conexão telepática, irmão.”

— Isso é incrível! – exclamei – Desculpa ter fugido assim, mas...

— Está falando com quem, ô maluco? – perguntou Thalia.

— Percy – respondi – Aparentemente temos uma conexão telepática e podemos nos comunicar.

— Eu não desejaria nem pro meu pior inimigo ter Percy na minha cabeça... – murmurou ela.

“Onde você está?”

— Estou de volta ao Alaska, irmãozinho. Thalia está comigo, não se preocupe.

— Acho que você tem com o que se preocupar – disse Octavian saindo da névoa – Rapazes...

Pude apenas me virar e dar de cara com um gigante colocando suas mãos em meu pescoço. Senti alguém injetar algo em meu pescoço e última coisa que ouvi antes de apagar foram Thalia e Percy gritando.

Pov. Percy

— Duncan? DUNCAN! – Berrei – NÃO! Irmão? Droga.

— O que foi? Ouvi você gritar – pergunta uma Annabeth confusa.

— Eu consegui me comunicar com Duncan. Depois explico. Precisamos ir para o Alaska, AGORA, todos. Algo muito ruim aconteceu, eu pude sentir.

— Tudo bem Percy, vamos falar com Quíron, aí você explica tudo isso certinho.