Pov. Duncan

Acordei. Tinha dormido umas duas horas. Era madrugada ainda. Resolvi levantar e pegar o meu amado violão que eu levava para todos os cantos graças a engenhoca da bolsa de Leo.

Fui até a sacada e me sentei na cadeira que havia por ali. Comecei a dedilhar notas aleatórias até que lembrei de uma música que escrevi fazia um tempo e que agora me representava mais que nunca.

Eu não ligava se ia acordar alguém ou não. Eu só queria libertar todos esses sentimentos que estava dentro de mim.

Fiquei surpreso quando Reyna surgiu na varanda, mas fiquei muito mais surpreso quando ela abriu a boca e cantou junto comigo.

Dê o play agora!

Here I am waiting

(Aqui estou eu esperando)

 I'll have to leave soon

(Eu preciso ir embora logo)

Why am I holding on?

(Por que estou esperando?)

We knew this day would come

(Nós sabíamos que esse dia chegaria)

We knew it all along

(Sabíamos o tempo todo tempo)

How did it come so fast?

(Como chegou tão rápido?)

This is our last night

(Essa é nossa última noite)

But it's late

(Mas está tarde)

And I'm trying not to sleep

(E estou tentando não dormir)

'Cause I know, when I Wake

(Porque eu sei, quando eu acordar)

I will have to slip away

(Eu vou ter que partir)

And when the daylight comes I'll have to go

(E quando a luz do dia chegar eu vou ter que ir)

But tonight I'm gonna hold you so close

(Mas essa noite eu vou te abraçar bem forte)

Cause in the daylight we'll be on our own

(Porque quando a luz do dia chegar nós estaremos separados)

But tonight I need to hold you so close

(Mas essa noite eu vou te abraçar bem forte)

Here I am staring at your perfection

(Aqui estou eu olhando para sua perfeição)

In my arms, so beautiful

(Nos meus braços, tão linda)

The sky is getting bright, the stars are burning out

(O céu está ficando claro, as estrelas estão queimando)

Somebody slow it down

(Alguém tem que atrasar isso)

This is way too hard

(Isso é muito difícil)

'Cause I know when the sun comes up I will leave

(Porque eu sei quando o sol nascer eu vou embora)

This is my last glance

(Esse é meu último olhar)

That will soon be memory

(Que em breve vai ser só em memória)

And when the daylight comes I'll have to go

(E quando a luz do dia chegar vou ter que ir)

But tonight I'm gonna hold you so close

(Mas essa noite vou te abraçar bem forte)

Cause in the daylight we'll be on our own

(Porque quando a luz do dia chegar nós estaremos separados)

But tonight I need to hold you so close

(Mas essa noite preciso te abraçar bem forte)

I never wanted to stop

(Eu nunca quis parar)

Because I don't wanna start all over, start all over

(Porque eu nunca quero começar tudo de novo, começar tudo de novo)

I was afraid of the dark

(Eu tinha medo do escuro)

But now it's all that I want, all that I want, all that I want

(Mas agora é tudo o que quero, tudo o que quero, tudo o que quero)

And when the daylight comes I'll have to go

(E quando a luz do dia chegar vou ter que ir)

But tonight I'm gonna hold you so close

(Mas essa noite vou te abraçar bem forte)

Cause in the daylight we'll be on our own

(Porque quando a luz do dia chegar nós estaremos separados)

But tonight I need to hold you so close

(Mas essa noite preciso te abraçar bem forte)

Cantamos a música inteira olhando um para o outro, sem desviar o olhar por nem se quer um segundo. Aquele momento era nosso. Inteiramente. Eu simplesmente queria congelar aquilo e dar replays infinitos daquela noite. A melhor da minha vida. A noite em que a minha garota estava vestida com minha camiseta do Pokémon. Tão linda.

— Não sabia que você cantava – declarei

— Nem eu. – disse e em seguida sorriu

Entramos novamente no quarto e deitamos. Conversamos por horas, só pregamos os olhos quando os primeiros raios de sol começaram a surgir pelo céu de Nova York. Era a luz do dia.

[...]

Pov. Percy

— Ceeerto. – disse Duncan – O que acontece se eu errar o caminho?

— Eu te dou um chute no saco. – falou Annabeth sorrindo

— Ah, vamos lá cara! – exclamei – Você consegue.

— Sim! Você passou horas estudando o lugar – a Sabidinha completou – Confio no seu poder.

— Mas não vai ser meio estranho a gente aparecer do nada lá? – indagou Duncan.

— Não. – respondeu ela – Lá deve ser de noite nesse momento, ou seja, não tem ninguém lá... Além de uns drogados.

— Ótimo... – murmurei.

Então, Duncan, após um último olhar para Reyna, deu as mãos para eu e Annie, fechou os olhos e se concentrou profundamente. É rapaz, qualquer descuido e poderíamos parar do outro lado do mundo.

Alguns instantes depois senti meu corpo ser engolido pela escuridão e segundos depois surgimos no que, eu esperava, ser o nosso destino certo.

— Não era Parque Ambiental? – perguntei olhando ao redor – Cadê as árvores? Consigo contá-las nos dedos! – ri em seguida – Você conseguiu, Duncan. Duncan?

Virei-me e estava lá ele, sentado na grama, parecendo um zumbi em depressão.

— Duncan? - a loira cutucou ele – Você está bem?

— Por que você tem oito olhos? Virou uma aranha? – murmurou ele – Tá tudo rodando. – e desmaiou em seguida

— Já esperava por isso... É uma viagem e tanto. – sussurrou Annabeth – Pega ele, Percy. Vamos passar a noite naquele galpão.

Então peguei meu irmão no colo, ô cara pesado ein, anotação mental: dizer pra Duncan fazer uma dieta low carb. Andamos em direção ao tal galpão, que ficava logo ao lado de um trem. “Maria Fumaça” era o que dizia na placa abaixo dele.

— Arabella me disse que aqui era uma estação de trem... – disse Annie

— Como exatamente vamos entrar aí... – fui cortado por um chute da loira na porta não mais trancada – Desse jeito então.

Adentramos o galpão e parecia que ninguém cuidava dali fazia bons anos. O chão de madeira estava completamente sujo e empoeirado, assim como o maquinário presente lá. Provavelmente peças da estação de trem. Não havia lâmpadas. Oba, escuridão total!

Larguei Duncan em um dos sacos de dormir que Annabeth arrumava em um canto no chão.

— Por onde começamos a procurar? – Perguntei depois que nos ajeitamos.

— Sinceramente... Eu não faço ideia. – respondeu Annabeth e bufou em seguida – Dorme Percy, eu fico de guarda por enquanto.

— Tem certeza Annie? Eu posso ficar acordado sem problemas.

— Eu te acordo depois. Não se preocupe. Além do mais, - respondeu ela tirando um tipo de mapa de sua bolsa – vou ficar estudando isso aqui. Bella desenhou isso e colocou várias informações úteis aqui.

Então, dei um longo selinho na Sabidinha e me ajeitei melhor no meu saco de dormir, e quase instantaneamente adormeci.

[...]

Acordei com um barulho de risadas. Eu estava num circo? Foi aí que lembrei onde estava e o porquê. Vi raios de sol atravessando as altas janelas do galpão. Espera... Já era de manhã?

— Não me acordou Annie? – falei sonolento

— Bom dia pra você também, Aquaman Júnior. – disse Duncan

— Não foi necessário – respondeu a loirinha – Duncan acordou e disse que ficava de vigia, então...

— Resumindo, – meu irmão disse rindo – de nada. Não precisa agradecer, eu sei.

— Por que você não cala a boca mesmo? – falei dando um soquinho no ombro dele – Do que estavam rindo?

— Arabella deixou algumas curiosidades nesse mapa... – declarou Annabeth – E parece que uma delas acabou de passar por aqui minutos antes de você acordar, ouvimos o som e começamos a rir. Esse cara tem um nome engraçado.

— Jackson da Bike. – disse Duncan sorridente – Pelo que entendi é um cara que anda pela cidade toda de bicicleta com uma caixa de som, e sempre sorrindo... Bizarro!

— Ceeerto... – falei rindo – Pra onde vamos agora?

— A gente está aqui. – Annabeth então apontou no mapa – Essa deusa pode estar em qualquer lugar. Porém, graças aos deuses, Bella marcou pontos estratégicos que podem nos ajudar. Eu acho que podemos começar por essa Estação Saudade, é o que fica mais perto daqui.

Então, juntamos nossas coisas e começamos nossa jornada em busca da tal deusa, espero que realmente valha a pena. A Estação era realmente perto, a gente literalmente só atravessou a grande avenida, a principal da cidade, e logo demos de cara com o que realmente parecia uma estação, com um grande prédio logo atrás. Mais uma vez, a Estação não funcionava, apenas no passado, mas que era bonita era. Annabeth ficou encantada com a detalhada arquitetura do lugar, cheio de adornos e curvas e coisas mais.

Olhei para o lado e vi Duncan colocar um chapéu e óculos escuros, que havia acabado de tirar de sua pequena mochila mágica. Amém Leo.

— Pra que isso? – indaguei

— Quero estar cem por cento focado nessa missão. – disse – Não quero atrapalhar tendo que parar por causa de pequenas confusões que posso arrumar com pessoas me perseguindo...

— Oh! Me desculpe senhor, esqueci que você é mundialmente famoso, quem é Michael Jackson perto de você. – Zombei mas Duncan riu revirando os olhos.

— Não tem nada por aqui. – Disse Annabeth voltando para perto de nós. Nem percebi que ela havia se distanciado. – Vamos para o próximo ponto.

[...]

— Praça Barão do Rio Branco. – leu Annabeth – Mais conhecida como Praça do Ponto Azul.

— Percy já adorou essa praça. – falou Duncan rindo – Vai virar morador de rua só pra vir morar num banquinho por aqui...

— Ha, ha, ha, muito engraçadinho você – respondi.

Começamos caminhar em direção ao centro da praça, que por sinal tinha mais árvores que o tal do Parque Ambiental tinha, quando somos surpreendidos por um homem negro de bigode, trajando terno e com uma bíblia na mão estendida, gritando a plenos pulmões na nossa frente.

— O olhos do Senhor estão... – de repente os olhos daquele senhor se tornaram verdes, ele se aproximou mais de nós três e uma névoa surgiu – Na mansão as respostas estão. – Disse com uma voz muito grave e assim como os olhos e a névoa surgiram, foram embora. – O SANGUE DE JESUS TEM PODER! – Berrou e foi embora como se nada tivesse acontecido.