Meu Gêmeo Favorito escrita por The Joker


Capítulo 25
Annabeth, a Guerreira


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, turubom? Estou aqui eu, no dia certo, trazendo mais um capítulo para vocês. Agradeço os comentátios do capítulo passado, mas eu sei que vocês podem melhorar ainda.
Boa leitura!



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Pov. Duncan

Sinto uma mão afagar meus cabelos e abro os olhos dando de cara com uma Arabella preocupada. Sentei-me devagar com a ajuda dela.

— Por quanto tempo fiquei apagado? – perguntei

— Uma semana. – respondeu outra voz – Bom dia Duncan.

— Quem é você?

— Meu nome é Calipso. – disse a menina que acabara de entrar no cômodo

— Calipso? Tipo a do mito? Filha de Atlas? – indaguei

— Sim, tipo isso. – confirmou – Então não preciso explicar onde está?

— Não.

— Bem, então agora, o senhor aqui vai ter que me dar algumas explicações. – mandou – Agora te olhando melhor dá pra perceber que você não é o Percy... Sua amiga me explicou que vocês são gêmeos. Como?

Então contei toda a história de como eu e Percy nos conhecemos e aproveitei e contei tudo sobre Gaia, sendo quem era, Calipso podia ajudar-nos.

— Gaia? – murmurou Calipso – Faz sentido Hermes ter parado de me visitar.

— Com licença... – pigarreou Arabella – Mas eu não estou entendo porra nenhuma.

— É complicado... – suspirei – O que exatamente você viu quando te sequestraram?

— Provavelmente você vai me achar louca, mas – disse – eu vi espécies de... Monstros. Alguns com garras afiadas, peludos, com caudas, de todo o jeito... E tinha um touro grande, muito grande mesmo.

— Você consegue ver através da Névoa... Merda! – murmurei

— Eu consigo ver através do que? – indagou

— Da Névoa. – E então expliquei que a Névoa era uma espécie de véu que separava o nosso mundo do mundo mortal – Já ouviu algum mito grego ou romano?

— Já. – afirmou – Mas o q...

— Eles são reais... – soltei – Você não parece surpresa.

— É porque isso explica... – sussurrou – Explica todas as coisas estranhas que vi em todos esses anos.

— Mas não era suposto ter monstros no Brasil. – falei – O Monte Olimpo no momento está nos Estados Unidos.

— Monstros podem aparecer em qualquer parte. – disse Calipso – Mas eles aparecem com mais intensidade nos Estados Unidos.

— O Monte Olimpo fica nos Estados Unidos? – perguntou Arabella

— Fica. No Empire State – respondi.

— Como eu nunca o vi? Eu já visitei o Empire.

— É porque ele fica no 600º andar. E antes que você pergunte, eu não faço a mínima ideia de como chegar lá.

— Ceeerto. – murmurou – E dentro da Mitologia, o que exatamente vocês são?

— Calipso é filha do titã Atlas, então digamos que ela é meio titã também... E é imortal. – expliquei – E bem, eu sou um semideus. Filho de Poseidon e Hades.

— Filho de dois deuses? – gritou Calipso – Como pode?

Em seguida expliquei a treta louca de Poseidon e Hades.

— E Percy e Annabeth? – a loira ao meu lado perguntou – Eles também são semideuses?

— Sim. Percy é filho de Poseidon e Annabeth é filha de Atena. – respondi – Como saímos daqui? – perguntei depois de um tempo

— Eu não sei. – respondeu Calipso – Normalmente os garotos caem aqui, daí eles vão embora numa jangada mágica que aparecia. Agora eu não sei o que fazer quando duas pessoas caem aqui. Isso nunca aconteceu.

— Eu acho que nós não caímos aqui exatamente. – falei – Fiz uma viagem nas sombras e acabamos vindo parar aqui... Calipso?

— Hã?

— De acordo com o Percy, você está livre para sair daqui, não?

— Estou.

— Então você vem com a gente.

— Para onde? – perguntou – E não, obrigada. Estou feliz aqui, não sei se me adaptaria com outro lugar.

— Para ajudar na batalha contra Gaia.

— Não!

— Ah, qual é? Você pelo que parece é a única imortal, fora Quíron, que está disponível. Por favor!

— Eu não sei lutar, vou ser inútil em qualquer lugar que esteja. – choramingou Calipso

— Eu me viro, sei lá... Eu mesmo posso te ensinar.

— Tudo bem, eu vou. – suspirou derrotada – Mas não reclame quando vir que eu mal sei pegar numa espada.

— A gente se vira. – retruquei

— Tudo bem, mas ainda assim, como vamos embora? – perguntou Arabella

— Do mesmo jeito que chegamos aqui. Viajando nas Sombras. E vamos fazer isso agora. Onde está minha mochila?

— Não vamos à lugar algum, até você melhorar. – disse Calipso – Você ainda está fraco.

— Fraco? – ri – Me sinto ótimo!

Mas em seguida só para me contrariar, sinto um mal estar e resolvo me deitar novamente.

— Tudo bem. – resmunguei – Mas assim que eu acordar nós vamos embora.

Quando acordei já era noite. Calipso e Arabella fizeram um complô contra a minha pessoa e me fizeram ficar deitado para ver se eu estava bem mesmo, e depois fizeram milhões de perguntas para se certificarem que eu estava bem mesmo.

— Eu estou bem. – falei pela centésima vez – Vamos?

Arabella pegou minha mochila e a colocou nas costas.

— Assim você se concentra melhor. – disse ela ao ver minha expressão confusa.

Mal ela sabia que na verdade, ela mesma estava me distraindo. Porra, ela estava tão linda naquele vestidinho branco emprestado de Calipso. Balancei a cabeça tentando tirar esses pensamentos e estiquei minha mão para Calipso. Em seguida estiquei a mão para Arabella tentando não olhar suas pernas.

— Prontas? – perguntei

— Prontas – responderam juntas.

E então fomos abrangidos pela escuridão momentânea e aparecemos sentados em um gramado com um rio próximo.

— Isso é que nem aparatar! – exclamou Malena

— É por aí. – falei rindo

— Onde estamos? – perguntou Calipso levantando

— Era pra ser Acampamento Meio-Sangue. – respondi – Mas parece que eu errei um pouquinho a rota.

— Então onde estamos?

— Acampamento Júpiter. O acampamento romano. – expliquei – O que não é mau. Podemos ir bem rápido pro Acampamento Meio-Sangue.

Calipso e eu começamos a andar, mas percebi que Arabella não saía do lugar.

— Com medo? – perguntei e ela assentiu. Estendi minha mão – Vem, não precisa ficar com medo, okay?

Ela fez que sim com a cabeça e pegou na minha mão. Entrelacei nossos dedos e alcançamos Calipso. Ouvimos vozes no refeitório e caminhamos até lá. Como sempre vários campistas estavam sentados às mesas, comendo e conversando. Mas minha atenção se prendeu em uma loira com olheiras profundas.

Conforme fui passando pelas mesas, várias pessoas me cumprimentavam, acenei a cabeça em resposta.

Levou uns cinco segundos até Annabeth levantar a cabeça e me ver. E assim que me viu levantou num pulo e correu até mim, abraçando-me forte logo em seguida. A loira começou a chorar e soluçar, lágrimas manchavam minha camiseta branca de algodão que só agora reparei que a usava, deve ter sido coisa de Calipso.

— Annabeth? – chamei – O que aconteceu?

— O P-Percy... Ele... Ele... E-e-es... Está...

— O Percy está gravemente ferido. – disse uma voz atrás de mim

— Reyna. – falei quando me virei.

— Oi – cumprimentou me dando um forte abraço – Que bom que você está vivo.  Annabeth chegou aqui e esperou que você já estivesse de volta. Eu achei que você estivesse... – ela não terminou a frase – E essas são?

— Essa é Calipso, você sabe, da ilha de Ogígia. – apresentei – E essa é Arabella.

— Semideusa?

— Não. Mortal.

— E trouxe uma mortal para cá por...? – perguntou erguendo uma sobrancelha

— Annabeth te falou sobre Gaia? – falei em voz baixa para nenhum campista ouvir.

— Falou. Venham, é melhor conversarmos em outro lugar.

— Não me obrigue a carregá-la Annabeth. – murmurei – Vamos.

Abracei Annabeth pelos ombros e segui atrás de Reyna. Ela nos levou até o quarto de Jason. Achei estranho. Quando adentramos entendi o porquê. Percy estava deitado na cama envolto de ataduras e não parecia nada bem. Soltei Annabeth e corri até ele. Ajoelhei-me ao lado da cama e perguntei:

— O que aconteceu com ele?

Então Annabeth me explicou que logo depois de eu ter viajado nas sobras, o Minotauro o acertou e ele foi atacado. Depois disso a loira matou todos os monstros restantes e conseguiu arrastar Percy para fora do teatro. E ela o levou até a caminhonete.

Ai! O carro! Foco. Agora não é hora pra pensar nessas coisas.

Com um kit de primeiros socorros que havia no carro, ela limpou os ferimentos, colocou néctar e o enrolou em ataduras. Depois ela dirigiu, sim, Annabeth Chase se virou nos trinta e dirigiu até o aeroporto. Comprou as duas últimas passagens para Nova York e com a ajuda de uma cadeira de rodas carregou Percy para o avião. Zeus deve ter tido pena do pobre Percy. Mas no caminho descobriu que uma das aeromoças era uma dracaenae e então na escala em São Francisco fugiu com Percy e veio até o Acampamento Júpiter.

— E ele não acordou desde então? – perguntei

— Não – respondeu Annabeth – Ele não dá sinal que vai acordar desde que desmaiou. – E em seguida desatou a chorar

— Calma, calma – falei a abraçando – O Percy é forte, em breve vai estar bem.

— Eu espero. – sussurrou ela

Logo Annabeth adormeceu em meus braços. Deitei-a ao lado de Percy na espaçosa cama de casal de Jason. Cobri-a e lhe dei um beijo na testa.

— Hããã... Vocês não querem comer alguma coisa? – perguntou Reyna

— Podem ir. – falei ao ouvir a barriga de Arabella roncar – Vou ficar aqui.

— Tem certeza? – indagou Calipso

— Tenho.

Assim que elas saíram, me sentei na beira da cama ao lado de Percy e me permiti chorar um pouco. E se ele não sobrevivesse? Não. Não podia em hipótese alguma pensar nisso. Percy era um cara forte, certo? Não eram alguns simples arranhões que iriam acabar com ele.

O problema é que não eram simples arranhões.

Balancei a cabeça. Não podia. Simplesmente não podia pensar no pior. Precisava sair dali e tentar não encher minha cabeça de coisas negativas. Logo os filhos de Apolo chegariam e ficaria tudo bem, não é? É. Ficaria tudo bem.

Com esse pensamento levantei-me da cama, fui até o banheiro e limpei meu rosto. Saí do quarto e parti sem rumo pelo Acampamento. Acabei por decidir sentar em um morro alto de terra, onde dava para ver praticamente todo o acampamento.

Perdi-me em pensamentos sobre tudo o que passei para chegar até aqui que nem percebi quando alguém se sentou ao meu lado.

— Hey – saudou Arabella

— Hey – respondi.

— Como você está?

— Não sou eu quem deveria perguntar isso? – retruquei – Afinal, não fui eu quem foi sequestrado.

— Mas não sou eu que tenho o irmão à beira da morte. – contrapôs – Ah! Me desculpe, me desculpe... Não quis dizer isso... E-eu

— Não foi nada. Eu sei que não foi por mal... – suspirei – Agora eu sei como você se sente.

— Como assim?

— Agora eu entendi como é perder alguém que você ama muito. Primeiro meus pais, agora Percy nesse estado...

Arabella não falou nada, apenas entrelaçou sua mão na minha e encostou sua cabeça em meu ombro.

— Eu sei como é horrível. – falou após um tempo – Mas passa. Eu prometo. E Percy logo vai estar bem novamente. Ele é forte, igual você.

— Eu não sou forte. – murmurei – Se fosse não estaria cheio de pensamentos negativos...

— Você é a pessoa mais forte que eu conheço... Pelo menos está aceitando muito melhor que eu. Não ficou o dia inteiro trancado no quarto chorando. – concluiu sussurrando – Você é mais forte do que aparenta. E se não fosse a sua força, eu não estaria aqui...

— Não fala assim... – sussurrei

 - Você sabe que é verdade. – disse – E eu digo sim! Porque você foi a única pessoa que se importou comigo, mesmo não me conhecendo e tendo mais muitos milhares de pessoas pra atender. Você se tornou a pessoa mais importante da minha vida, que mesmo longe e não podendo me dar a atenção necessária, me ajudou a sair daquele poço fundo, escuro e assustador em que eu tinha me enfiado. E foi graças a você que eu aprendi a amar de novo, eu te amo Duncan!

Meu queixo devia estar como o forninho: Caído.

Essa declaração mexeu comigo. Estava sentindo um misto de emoções dentro de meu ser, não sabia o que dizer. Ela tinha se tornado uma amiga, uma de minhas melhores amigas, mesmo longe e mesmo eu não podendo falar com ela todos os dias. Ela era simplesmente muito importante. Arabella confiou a vida dela à mim, com tantas pessoas no mundo, foi justo eu, um simples cantor que queria ver o sorriso de todos os seus seguidores.

— Eu... Eu não... – gaguejei

— Não precisa dizer nada – disse ela – Você já fez demais por mim, hora de retribuir o favor.

Fiz a única coisa que poderia fazer naquele momento. Um dos melhores abraços da minha vida. Senti que tudo ia ficar bem, tinha certeza de que Percy iria acordar.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só pessoal. Não esqueçam de comentar, é muito importante e eu não mordo hehehehehehe!
Até terça!



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