CAPÍTULO 31 – VÔO SOLO

POV BELLA

Eu vivia a melhor fase da minha vida. Estava amando e sendo amada. Tinha como namorado o homem mais lindo, gentil e carinhoso que existia. Sentia-me quase que plenamente realizada, sexualmente falando. Edward era um amante perfeito. Não tinha nada melhor no mundo do que fazer amor com ele.

Porém algo me incomodava. Já estava cansada de ser “passiva” na cama. Tudo bem que Edward demonstrava sentir muito prazer quando transávamos, mas eu queria mais, queria retribuir as maravilhas que ele fazia comigo... Queria surpreendê-lo. Minha inexperiência e timidez não me ajudavam em nada. Poderia até pedir umas dicas para alguém mais experiente, mas como Ang estava fora do país, me restavam minha mãe, Berta e Carmem. Sem chance... Seria muito constrangedor.

Foi então que me lembrei de algo que eu fazia muito bem... E que poderia deixar Edward subindo nas paredes.

Eu iria dançar para ele, uma das mais sensuais dança do ventre que eu conhecia. Definitivamente eu o deixaria louco. Onde ia achar coragem para fazer isso eu não sei, mas faria.

Depois da nossa segunda noite, não tínhamos transado mais, pois eu estava “naqueles dias”.

Foi meio constrangedor contar para Edward. Até então meu ciclo menstrual dizia respeito somente a mim.

Pelos meus cálculos, ainda duraria uns dois dias, então teria tempo de por meu plano em ação.

Comprei uma roupa vermelha, em uma loja especializada. Era linda e muito sensual. Para usar por baixo, comprei uma calcinha vermelha também, que já me deixou envergonhada apenas de ver a cara que a vendedora fez quando a escolhi. Ela deixava claras as minhas intenções.

Edward já estava desesperado. A gente andava dando “uns pegas” de tirar o fôlego, mas da cintura para baixo, não rolava nada.

Tínhamos marcado um jantarzinho em seu apartamento. Ia ser hoje!

Já tinha ensaiado um pouco, para relembrar todos os passos. Era uma apresentação realmente muito sedutora.

Coloquei tudo o que ia precisar na minha bolsa, que era bem grande, e fiquei esperando Edward vir me buscar. Ela não se atrasou nem um minuto. Estava super ansioso.

Nem bem chegamos ao seu apartamento, ele já veio me agarrando, insinuando para irmos para o quarto.

- Calma, Edward. Estou com fome. Vamos comer alguma coisa primeiro – falei, fingindo que não estava muito interessada em irmos pra cama.

Ele me olhou com uma cara de decepção que deu dó.

- Tudo bem, Isabella, desculpe-me se estou sendo muito ansioso, é que estou morrendo de saudades de fazer amor com você.

- Eu sei, Edward, mas vamos comer primeiro. – Eu estava sendo cruel com ele.

Edward tinha encomendado um barco de comida japonesa, que já estava sobre a mesa arrumada. Sentamo-nos e comemos. Estava delicioso.

Percebi que ele estava aflito com minha demora proposital (isso ele não sabia) em comer. Fazia parte do meu plano deixá-lo desesperado.

Assim que terminamos, falei que precisava ir ao banheiro. Quando peguei minha bolsa, notei que ele ficou decepcionado, talvez achando que eu carregava absorvente ali. Fiquei com pena da sua carinha triste, mas deixei que ficasse na dúvida.

Peguei um CD que tinha gravado e coloquei para tocar. A primeira música era The Only Exception, do Paramore, que eu adorava, pois parecia que tinha sido escrita para mim. Apenas a segunda era a da dança. Uma faixa era tempo suficiente para eu me arrumar, se fosse rápida.

Acabei antes de a música terminar e fiquei esperando o momento exato de entrar na sala.

Segundos antes de iniciar a melodia que eu dançaria, entrei na sala. Meu coração estava quase saltando do peito, mas ver o olhar de encantamento que Edward me lançou, fez qualquer sacrifício e esforça valer à pena. Ele parecia não acreditar que era eu quem estava ali, vestida daquela forma. Havia fogo e desejo em seus olhos e eu não tinha sequer começado.

Ele se levantou e veio até mim. Mordi meus lábios, sabendo que isso o deixava doido, e empurrei-o com as duas mãos, fazendo-o cair sentado no sofá.

- Quieto! – mandei.

A música começou e me entreguei de corpo e alma à dança. Desta vez meus olhos estavam bem abertos e fitavam intensamente os dele.

http://www.youtube.com/watch?v=IUPzNy096w8

Edward estava quase em transe. Seus olhos nem piscavam, parados, percorrendo cada centímetro do meu corpo. Num certo momento achei que ele avançaria em mim, tamanho o desejo que demonstrava sentir. Ele não fez nenhuma questão de disfarçar o estado “animado” em que se encontrava.

Eu também já quase não me agüentava. Quanto mais dançava, mais excitada ficava e quanto mais excitada ficava, mais bem eu dançava.

Na verdade estávamos a ponto de explodir... E explodimos.

Quando a música terminou, Edward me puxou para seu colo e me beijou com volúpia.

O que veio depois foi algo que extrapolou os limites terrenos. Não tenho como explicar a força do desejo que regeu nossos corpos. Foi lindo! Forte e doce... Intenso e calmo ao mesmo tempo...

Eu dirigi, ditei regras, escolhi as formas... Enfim, enlouqueci meu namorado. Não era mais uma menina ingênua e inexperiente. Eu acabara de seduzir Edward, fazendo ele literalmente gritar de prazer.

Naquele momento, ainda que unida ao corpo de Edward, me senti única, plena, realizada.

Minhas asas se abriram por completo, sem nenhum resquício da crisálida que as continham. Fiz meu primeiro vôo solo. Voei alto... Sozinha, absoluta... Com minhas próprias forças, sabendo que de agora em diante minha felicidade não dependia mais de ninguém além de mim.

Eu estava no comando da minha vida!! Eu era uma borboleta...

...

- Você quer me matar, Isabella? – Edward me perguntou ainda ofegante, mas com um sorriso malicioso no rosto.

Estávamos abraçados, deitados no sofá.

- Você gostou? – Sabia a resposta.

- Se eu gostei?? Isabella, tem idéia do estado em que você acabou de me deixar? O que foi isso? – Ele estava eufórico, apesar de um pouco confuso.

Queria lhe dizer que isso era “EU”. Que ele tinha acabado de presenciar uma verdadeira libertação. Que uma metamorfose tinha acontecido naquela sala... Mas não queria falar sobre isso, era uma coisa só minha.

Apenas sorri, acariciando seu rosto.

- Só queria te mostrar o quanto te amo, Edward.

E eu o amava mesmo. Muito...

Nos beijamos apaixonadamente, porém com calma, sem pressa. Tínhamos a noite toda pela frente, ou melhor, a vida toda.

- Edward, e que não reste nenhuma dúvida que não só sua cama, mas também este sofá agora é meu. Não preciso te perguntar de quem vai lembrar quando olhar para ele, preciso?

Ele deu gargalhada gostosa.

- Não, Isabella, não precisa.

The Only Exception

(Paramore)

When I was younger I saw

My daddy cry and curse at the wind

He broke his own heart and

I watched as he tried to re-assemble it

And my mamma swore she would

Never let herself forget

And that was the day that I promised

I'd never sing of love if it does not exist

But darling...

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

Maybe I know somewhere deep in my soul

That love never lasts

And we've got to find other ways

To make it alone or keep a straight face

And I've always lived like this

Keeping a comfortable distance

And up until now I swored to myself

That I'm content with loneliness,

Because none of it was ever worth the risk

But you are the only exception

But you are the only exception

But you are the only exception

But you are the only exception

I've got a tight grip on reality,

But I can't let go of what's front of me here

I know you're leaving in the morning, when you wake up,

Leave me with some kind of proof it's not a dream

Whooa...

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

And I'm on my way to believing

Oh and I'm on my way to believing...

A Única Exceção

Quando eu era mais nova eu vi

O meu pai chorando e praguejando ao vento

Ele partiu seu próprio coração e

Eu assisti enquanto ele tentava remontá-lo

E minha mãe jurou que jamais

Se deixaria esquecer

E esse foi o dia que eu prometi

Nunca cantar sobre o amor se ele não existisse

Mas querido...

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Talvez eu sei que em algum lugar profundo em minha alma

Que o amor nunca dura

E nós temos que arranjar outros meios de seguir

Em frente sozinhos e manter a cabeça erguida.

E eu sempre vivi assim

Mantendo uma distância confortável

E até agora eu jurei pra mim mesma

Que eu era feliz com a solidão

Porque nada disso nunca valeu o risco

Mas você é a única exceção

Mas você é a única exceção

Mas você é a única exceção

Mas você é a única exceção

Eu tenho um controle apertado sobre a realidade,

Mas não posso deixar o que está aqui diante de mim

Eu sei que vais embora pela manhã, quando acordar

Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho

Whooa

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

Você é a única exceção

E eu estou quase acreditando

E eu estou quase acreditando...