Crisálida escrita por valentinaLB


Capítulo 25
Capítulo 25 - VENENO E ANTÍDOTO


Notas iniciais do capítulo

OI, MENINAS!! AUTORA SEQUELADA POSTANDO NOVO CAPÍTULO!!!!OBRIGADA PELO APOIO E PELAS PALAVRAS CARINHOSAS. JÁ ESTOU MELHOR.FICAREI MAIS AINDA QUANDO MEU FILHOTINHO VOLTAR PRO NINHO. KKKKKKKKKK ESPERO QUE GOSTEM DO CAPÍTULO. ELE É O FIM DE UMA FASE. ESPERO QUE COM ELE VCS ENTENDAM UM POUCO A MINHA VISÃO DE "PERDÃO". NÃO SEI SE É CERTA OU ERRADA, É APENAS A MINHA VISÃO...BEIJÃO BEM GRANDE PRA VCS.



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CAPÍTULO 25 – VENENO E ANTÍDOTO

POV BELLA

Preferi não contar para minha mãe o episódio da tempestade. Era ridículo ter de assumir que precisei de ajuda. Pior ainda era informar que esta ajuda veio de Edward, o cara que todos esperavam que eu estivesse odiando... E deveria estar mesmo, se conseguisse.

Tentava levar minha vida normalmente, seguindo minha rotina de aulas no conservatório e dança no estúdio, mas faltava alguma coisa, o vazio dos meus dias era prova disso.

 Há tempos Edward não ligava, para se mais exata, desde a noite da chuva.

Perguntava-me se não era eu quem deveria procurá-lo, afinal ele tinha sido tão encantadoramente carinhoso comigo. O problema era que não me sentia à vontade para fazê-lo. Ainda sentia a ferida aberta em meu peito e meu lado racional não aceitava que eu pudesse simplesmente ignorá-la e correr atrás de quem a tinha aberto, apesar de ser exatamente isso o que meu coração pedia.

 Razão X Emoção: A luta estava travada.

Após uma vitória apertada da emoção, disquei seu número, sentindo meu coração acelerado.

- Isabella? – Sua voz estava cheia de surpresa.

- Oi, Edward! – Pensava desesperadamente em algo para dizer, mas as palavras tinham me abandonado completamente.

- Está tudo bem, Isabella? – Meu silêncio estava confundindo-o, afinal tinha sido eu que tinha ligado.

- Tu... tudo. É que eu queria te agradecer mais uma vez pelo dia da chuva.

- Já disse que não precisa me agradecer, mas se mesmo assim quiser me ligar todos os dias para fazê-lo, não vou me importar. É muito bom ouvir sua voz.

Ri timidamente.

- Bem, então tchau, Edward. – Queria continuar a conversa, mas estava completamente travada.

- Tchau, Isabella. Eu te amo muito, não se esqueça disso.

“Também te amo, Edward...” 

Não conseguia compreender por que não tive coragem de dizer isso enquanto o telefone estava ligado.

À noite minha mãe chegou com a novidade. Ela e Berta iriam receber um prêmio muito importante que era dado aos profissionais que se destacavam em suas profissões. Era um evento de grande importância na cidade e muito bem conceituado. A festa de entrega era badaladíssima e aconteceria num dos melhores clubes da cidade.

Renée estava transbordando de felicidade.

- Parabéns, mãe, estou muito orgulhosa de você. – Falei, enquanto a abraçava.

- Obrigada, Bella. Quero que esteja lá comigo, querida. Compre um vestido maravilhoso para você, pois quero que conheçam minha mais perfeita criação. Por esta filha linda, sim, eu merecia o maior prêmio do mundo. – Disse, beijando-me o rosto.

- Mãe, você não pode julgar seu próprio trabalho – falei rindo. – Não tem a neutralidade necessária e desconfio que não esteja sendo muito ética.

Rimos bastante, mesmo já imaginando o que me aguardava: Vestido, salto alto, salão, maquiagem... Mas ver a felicidade da minha mãe valia o esforço.

Se Berta seria homenageada também, então era quase certeza que Edward iria à festa. Um sorriso apareceu em meu rosto. Sentia saudade dele.

Compraria o vestido mais lindo que encontrasse. Queria mostrar a ele que teria valido a pena me esperar.

Depois de muito procurar, optei por um preto bem diferente. De uma forma ou de outra iria chamar a atenção.

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Estava na praça de alimentação tomando um lanche quando meu celular tocou. Era Jacob.

- Oi, Bella!

- Oi, Jacob!

- Por acaso o nome da sua mãe é Renée Dwyer? – Perguntou.

- É, por quê? – Fiquei intrigada com sua pergunta.

- É que um amigo meu vai receber um prêmio amanhã e vi este nome na lista de homenageados. Lembrei-me que sua mãe se chama Renée e que é arquiteta, então imaginei que fosse ela.

- É ela sim, Jacob. Você vai à festa?

- Vou sim, e você?

- Também vou.

- Então a gente se vê lá. Tchau, linda.

- Tchau, Jacob. Até amanhã então.

Desliguei o telefone apreensiva. Tomara que ele não comentasse nada do meu porre perto da minha mãe ou do Edward. Teria de me lembrar de pedir-lhe que ficasse de boca fechada.

Depois de horas no salão, eu e minha mãe estávamos prontas.

- Está linda, mãe.

- Você está irreconhecível, Bella. Nem tinha percebido que meu bebê tinha virado este mulherão.

- Menos, mãe... – Elogio de mãe é suspeito.

- Conheço alguém que vai ficar louco quando te ver. – Ela disse, com um sorriso malicioso no rosto.

- De quem está falando, mãe? – Perguntei, mas sabia a resposta.

- Do Edward, filha.

- Achei que o odiasse, mãe, pelo que ele fez comigo.

- Bella, minha filha, é claro que não concordo com o que ele fez. Odeio ver seu sofrimento, mas na minha idade aprendemos a ver as coisas de uma forma mais ponderada. Edward é apenas um garoto que foi criado pelo pai, sem nenhuma referência feminina. Os homens geralmente se orgulham da virilidade dos filhos, incentivando e fazendo-os acreditar que sua sexualidade exacerbada é motivo de orgulho. Por mais que Berta tenha tentado estar presente na vida de Edward, não teve muita influência em sua criação. Faltou-lhe uma mãe que lhe ensinasse um pouco mais sobre o amor, sobre os outros tipos de laços que unem um homem e uma mulher.

Fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Não esperava que minha mãe pensasse daquela forma, me surpreendi.

A festa estava deslumbrante.

Assim que entramos, fomos para nossa mesa, que dividiríamos com Berta, e antes mesmo de chagarmos lá pude ver Edward me olhando, com a mão no queixo, como se quisesse segurá-lo para não cair. Senti minhas pernas tremerem com a intensidade daquele olhar. Era como se ele me tocasse com os olhos.

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Ele foi o primeiro a me cumprimentar.

- Está simplesmente perfeita, Isabella! – Sua expressão era de encantamento.

- Você também está muito bonito, Edward. – Meu Deus, como aquele homem era maravilhoso! Sua beleza me deixava aturdida.

Berta me abraçou e não se cansava de dizer que eu estava bonita e sexy, me deixando até encabulada.

Acabei me sentando ao lado de Edward.

Começamos a conversar sobre a festa, os convidados, os homenageados, até que uma voz nos chamou a atenção.

- Oi, Bella, está muito bonita! – Reconheci na hora aquele jeito paquerador.

Edward levantou a cabeça, fuzilando-o com o olhar.

- Oi, Jacob. – Me levantei para cumprimentá-lo, dando-lhe um abraço.

Jacob cumprimentou minha mãe e Berta, pois já as conhecia. Virou-se para Edward e estendeu a mão.

- Jacob, este é Edward, meu... – engoli seco sem saber o que falar.

- Namorado! – Edward se adiantou, levantando-se e apertando-lhe a mão. Logo em seguida me puxou pela cintura, aproximando-me de seu corpo.

Fiquei sem ação. Olhei para ele irritada. Quem tinha lhe dado este direito? Eu não era mais sua namorada.

- Nos vemos por aí, linda. – Jacob disse, beijando meu rosto. – E fique longe de cerveja, menina. – Sua risada me fez estremecer. Meu pesadelo ia começar.

Edward me olhou como se perguntasse do que ele estava falando. Seu olhar desviou-se para Jacob que não se intimidou e encarou-o.

Senti o clima tenso entre os dois. Pareciam dois lobos marcando território.

Por sorte alguém o chamou e Jacob saiu de perto da mesa.

- Que história de cerveja é esta, Bella? – Não acreditei que minha mãe ia me dar uma bronca na frente de Edward.

- Depois a gente conversa, mãe – falei, encerrando o assunto.

Bem, pelo menos foi o que pensei...

Edward me puxou pelo braço, me forçando a acompanhá-lo.

- Isabella, vai ter de me explicar o que este idiota insinuou.

- Edward, quer fazer o favor de me largar! Não te devo explicação nenhuma.

Qualquer um podia claramente perceber que eu estava sendo praticamente rebocada para fora do salão.

Ele continuou me puxando, não dando a mínima para minha vontade.

Saímos do salão e Edward só parou quando chegamos ao jardim, onde havia apenas um casal se agarrando tanto que nem percebeu nossa presença.

- Isabella, pelo amor de Deus, o que foi que aprontou? – Nunca tinha visto Edward tão transtornado, nem quando o flagrei com aquela prostituta.

Eu não tinha obrigação nenhuma de explicar-me, mas achei melhor acabar com aquele assunto de uma vez.

- Foi só um porre, Edward, nada demais – falei displicentemente, tentando fazer tudo parecer natural.

- SÓ UM PORRE? – Edward gritou indignado.

- Edward, fale baixo!

- Está bem, eu falo, mas por tudo que é sagrado, Isabella, o que foi que aconteceu naquela viagem? – Edward, apesar de perguntar, dava a impressão que não queria saber a resposta.

- Eu só bebi um pouco mais do que devia, aí eu fiquei muito mal, aí o Jacob me levou para um quarto de hotel, aí eu vomitei em mim e nele, aí ele tirou meu vestido, aí me deitou na cama, aí eu apaguei, aí eu acordei e aí viemos embora. Foi só isso, Edward. – Intencionalmente agi imitando uma criança, que era como ele estava me tratando.

Pensei que Edward ia ter uma síncope.

- Aquele tarado tirou seu vestido? – A cara de ódio com que fez esta pergunta me deu um frio na espinha.

- Estava todo sujo, Edward. Eu também não queria que isto tivesse acontecido. Acha que gostei de acordar só de calcinha ao lado dele? Eu quase morri de vergonha. Eu preferiria estar em coma alcoólica. Foi terrivelmente constrangedor.

Edward pôs as duas mãos na cabeça, num gesto de desespero.

- O FDP se deitou com você praticamente nua? Eu vou a-ca-bar com a vi-da de-le. - Suas palavras saíram pausadas, como se ele quisesse que eu entendesse bem o que iria fazer.

- Não vai fazer nada disso, Edward. Ele foi muito educado e respeitador. Ao contrário de você, ele consegue se controlar diante de uma mulher. E além do mais eu sou solteira, lembra? Mesmo se tivesse acontecido algo entre nós, o que não aconteceu, seria problema meu... ou solução, quem sabe. Afinal a minha virgindade nos causou muitos problemas, não foi Edward? – Perguntei ironicamente.

- Isabella, eu mereço ouvir o que está me dizendo, mas isso não muda em nada a vontade que estou de quebrar a cara desse tal de Jacob. Ele que não banque o engraçadinho para o seu lado, ou não vou me lembrar que estou em uma festa. – Percebi que ele estava sendo completamente sincero.

Era melhor eu ficar bem longe de Jacob para evitar problemas.

Mas espera aí, eu ia deixá-lo dizer o que eu podia ou não podia fazer? Eu o tinha pego transando com outra e ele agora se sentia no direito de me julgar? Ah, não!! Aí já era demais.

- Edward, talvez devesse contratar aquela prostituta novamente, se é que não o fez, pois dizem que sexo acalma. Não me venha bancar o namorado nervosinho agora, que é um pouco tarde para isso. Tudo bem que não sinto ódio por você e que tenha sido extremamente carinhoso comigo naquele dia, mas isso não lhe dá o direito de se meter nos meus relacionamentos. Vou continuar sendo amiga de Jacob e não aceitarei interferências suas.

- Você é quem sabe, Isabella. Faça como quiser, mas vou quebrar a cara dele se encostar um dedo sequer em você. Não duvide!

Edward entrou de volta no salão, me deixando para trás.

Fiquei lá parada, com cara de boba, tentando processar suas palavras. Logo depois entrei também.

Sentei-me sob os olhares curiosos de Berta e minha mãe. Edward não estava na mesa.

Ainda bem que nenhuma delas perguntou nada.

Assim que anunciaram que iria começar as premiações, Edward voltou para a mesa, mas não me dirigiu mais a palavra.

Quando mamãe e Berta foram chamadas, trocamos um breve sorriso, num segundo de trégua.

Fiquei emocionada quando Renée dedicou-me seu prêmio. Lágrimas escorreram dos meus olhos e quando percebi Edward segurava minha mão, num gesto de apoio.

Berta também lhe dedicou a homenagem, fazendo seus olhos brilharem mais que o normal. Ele deve ter feito muito esforço para não chorar como eu. Apertei forte sua mão.

Quando a emoção passou, nos soltamos rapidamente, meio constrangidos.

Depois que as duas voltaram, levantei-me e fui ao banheiro. Precisava ver se minha maquiagem estava borrada.  Estava voltando para a mesa quando senti uma mão quente segurar meu braço.

- Pensou que ia se ver livre de mim, Bella. Não saio daqui sem dançar com você – disse, me empurrando para a pista. – Ang me contou que é uma excelente dançarina.

- Jacob, é melhor não. Edward pode querer fazer escândalo.

- Vai deixar seu ex-namorado mandar na sua vida, Bella. Não estou te chamando para ir pra cama comigo, linda. É só uma dança. O que tem de mal?

- Tem razão, vamos. – Era a primeira vez que dançaria em público, mas  estranhamente não estava envergonhada.

Fomos para a pista e começamos a dançar. Estava tocando uma seqüência de músicas dos anos 60 e quando vi estávamos dançando twist. Estava divertidíssimo. Nunca curti tanto Elvis Presley, como naquela festa.

De uma hora para outra começou a tocar uma música lenta do Elvis, que não me lembrava o nome, e Jacob rapidamente me puxou para junto de si e começamos a dançar.

Jacob era bem ousado, e me apertou em seus braços, colando seu corpo completamente no meu.

Sabia que aquilo não ia dar certo. Assim que Edward nos visse, a coisa poderia se complicar.

Foi dito e feito. Minutos depois de a música começar, senti meu ombro sendo puxado.

- Se importa se eu dançar com minha namorada? – Edward perguntou a Jacob, já me envolvendo em seus braços.

- Não é melhor perguntar primeiro se ela quer dançar com você? – Jacob retrucou.

Comecei a temer que aquilo se transformasse em uma briga feia.

- Querem parar de agir como se eu não estivesse aqui – apelei.

- Isabella, vamos sair daqui antes que eu cometa uma loucura. Aliás, eu já teria cometido se minha avó não tivesse implorado pra que eu não o fizesse.  – Edward não estava brincando. Suas mãos tremiam de nervoso.

Achei melhor afastá-lo de Jacob. Alguém poderia sair machucado dali.

- Jacob, depois falo com você. Obrigada pela dança, me diverti muito.

- Também me diverti muito, linda, mas melhor que dançar, é beber com você – disse rindo.

Tive vontade de matar aquele doido. Pensei que Edward avançaria em seu pescoço. Empurrei-o, tirando-o depressa de perto de Jacob.

- Vamos , Edward.

Quando ele segurou em meu braço vi que sua mão além de tremer, suava frio.

Fomos novamente para o jardim.

- Edward você não tem o direito de agir assim. Não pó...

Antes que terminasse a palavra, Edward segurou minha nuca e me beijou com fúria, colando seu corpo ao meu. Sua outra mão puxava minha cintura para junto de si, não havia o mínimo espaço entre nós.

Tentei afastá-lo, me sentindo ultrajada com aquela atitude possessiva, mas quando sua língua invadiu minha boca e seu gosto me inundou, as forças me faltaram. Retribui o beijo, completamente entregue ao prazer que ele me proporcionava. Assim que Edward percebeu meu consentimento, o beijo foi ficando mais calmo, porém não menos intenso.

Minhas mãos subiram para sua nuca e não havia razão no mundo que me convencesse que valeria a pena abrir mão de Edward por orgulho. Eu o amava alucinadamente. Se ele era meu veneno...  também era meu antídoto.

  


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