Crisálida escrita por valentinaLB


Capítulo 16
Capítulo 16 - ESPELHO


Notas iniciais do capítulo

OI, MENINAS, SAUDADES DE VCS!! BJS.



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CAPÍTULO 16 - ESPELHO

POV BELLA

Olhei-me no espelho curiosa para descobrir como seria a nova Bella, mas a imagem refletida era a mesma de antes, nada tinha mudado. Talvez um brilho mais intenso no olhar, mas apenas isso.

Toquei levemente meus seios, procurando diferenças, mesmo que sutis, de quando eles eram puros, intocados... Nada.

Aparentemente eu ainda era a mesma. Ninguém notaria a menor alteração em mim. Eu não trazia em meu corpo as marcas do meu primeiro vôo.

Interiorizei meu olhar, buscando as mudanças dentro de mim. Imediatamente me assustei com o que vi. Em minha frente estava alguém que não reconhecia.

Uma lágrima rolou por meu rosto. O desconhecido era assustador.

Eu havia deixado uma parte de mim, na verdade grande parte o que fui, ir embora. Não conhecia a estranha que me olhava naquele espelho. Mais lágrimas rolaram.

Chorei a noite toda. Velei e enterrei, com toda a dor, pompas e circunstâncias que a morte exige, a Bella que fui.

Com a incerteza dos fracos, girei a maçaneta da porta do meu quarto e desci para tomar café. Era o primeiro dia do resta da minha vida.

- Bella, querida, chegou outro buquê de orquídeas pra você! - Carmem não continha o sorriso ao me entregar o imenso arranjo de flores. - Se não bastasse Edward ser lindo, ainda é romântico! Valeu a pena esperar, minha menina - disse, lançando-me seu olhar maternal que tanto me confortava.

- Valeu sim, Carmem. Ele é um amor mesmo - concordei.

Abri o cartão ansiosa para ler.

Isabella,

Queria estar aí para secar suas lágrimas e dizer-lhe que ainda é, e sempre será, a menina pela qual me apaixonei.

Te amo além da compreensão, além do mensurável.

Edward

Mas do que nunca Edward agora era meu porto seguro. Para ele eu ainda era apenas a Isabella... A única, a mesma, a de sempre...

Ele adivinhou que meus medos me assombrariam. Nem parecia que me conhecia a tão pouco tempo.

Apertei o bilhete no peito e meu gesto me fez lembrar das mão dele me tocando na noite anterior. Não me ocorria nenhuma palavra que descrevesse a intensidade daquele momento. Poderia dizer que tinha sido mágico, perfeito... Mas ainda assim não eram suficientes.

Edward tinha me dito que eu precisava de um homem que me fizesse tremer em seus braços e foi o que ele literalmente fez. Se com tão pouco ele já tinha quase me levado à loucura, imagina como seria fazer amor com ele?

Balancei a cabeça espantando aqueles pensamentos. Este seria nosso último passo, ainda demoraria chagarmos lá. Isso era bom ou ruim? Francamente não sabia. Aliás, eu não sabia mais de nada.

Meu dia transcorreu normalmente: Conservatório, almoço, dança no estúdio, lanche, telefonema da Ângela... Bem, não foi tão normal assim.

Ang me ligou chorando, contando que seu casamento estava indo de mal a pior e que estavam dando um tempo, mas que acreditava que a separação seria definitiva.

De repente ficou difícil me concentrar no que ela estava falando. Só conseguia pensar no quão irônica era aquela situação. Jacob finalmente estaria livre, mas o que realmente isso significava no momento? Eu teria coragem de correr atrás do ex-marido da minha melhor amiga? Passar por cima de seus sentimentos para enfim tentar conquistar o homem que tanto desejei um dia? Não... Eu jamais faria isso.

Jacob ainda me interessava?

- Bella?

- Hã?

- Então, acha que o que vamos fazer é certo?

- Hum... Sim, Ang, acho sim. - Não tinha ouvido nada. Não fazia idéia do que era, mas Ângela sempre fora uma pessoa bem ponderada, então provavelmente seria algo com o qual concordaria.

- Tchau, Bella, vou muito bom falar com você. Estou me sentindo melhor, ainda mais agora que você apóia o que vou fazer.

- Tchau, amiga. Vou torcer para tudo se ajeitar da melhor forma possível.

Desliguei o telefone me sentindo péssima. Tinha apoiado minha amiga a fazer algo que nem sabia o que era. Absurdo! E nem me senti à vontade para contar sobre meu namoro. Era estranho parecer tão feliz quando ela chorava o fim de um relacionamento.

OMG!!! E se ela tivesse dito que se mataria? Estremeci com aquela possibilidade.

Fora o bilhete, não tinha tido mais notícias de Edward. Já eram mais de sete da noite e ela não tinha ligado.

Tomei banho e me arrumei para esperá-lo, mesmo sem saber se viria. Coloquei jeans e tênis, mas ao invés do blusão, vesti uma camiseta justinha, com um decote mais ousado. Meus velhos e abandonados presentes de aniversários estavam sendo muito úteis.

- Espero que esteja nua. - Reconheci aquele sotaque inglês que fazia meu coração disparar.

Edward abriu a porta do meu quarto de supetão, quase me matando de susto.

- O que está fazendo aqui? - Perguntei assustada. Já passava das nove horas da noite.

- Eu tinha de te ver - disse, me puxando para junto dele. - Desculpe não ter ligado, estava acompanhando uma cirurgia que durou oito horas.

- Você devia ter ido descansar, Edward. Deve estar exausto.

- E ficar sem te ver nessa blusa sexy? - Perguntou, lançando-me um olhar meio tarado.

- Estou feliz que esteja aqui. Estava com saudades - falei bem manhosa, jogando charme.

Edward sorriu e me beijou, lenta e apaixonadamente. Seus braços se fecharam em torno da minha cintura, fazendo-me grudar em seu corpo.

- Isabella, você ficou bem, depois de ontem? - Perguntou, olhando-me com uma expressão carinhosa e preocupada.

- Eu não me arrependi, Edward, nem um pouco, mas não vou mentir que foi tudo normal pra mim, porque não foi. Vai levar um tempo para eu me acostumar a ser tão aberta... A viver sem meus escudos, mas conto com você para conseguir.

- Tem certeza que não se arrependeu? - Edward não parecia convencido.

- Tenho - disse convicta. - E já estou tentando imaginar qual será a próxima lição do professor Edward. - Ri maliciosamente.

- Isabella, Isabella... Não sei se você é irresponsável ou corajosa, brincando comigo desse jeito. - Ele respirou profundamente e me beijou, desta vez com mais ousadia.

Não demorou muito e Carmem bateu na porta.

- Acho que a Agente do Controle de Natalidade quer entrar. - Edward cochichou baixinho em meu ouvido.

Ri do seu comentário.

- Entre Carmem, Edward não se importará de vê-lo nu. - Brinquei, abrindo a porta a tempo de pegá-la com os olhos fechados e a boca aberta, numa expressão de perplexidade.

- Deixa disso, sua boba, não estamos fazendo nada de errado - falei rindo.

- Gostava mais de quando falava pouco, sua pestinha. Quer me matar de susto e vergonha? - Carmem estava corada.

- Vim ver se querem comer algo - falou, enquanto vistoriava disfarçadamente (nem tanto assim) Edward e o quarto em busca de algo suspeito.

- Tá bom, vamos acreditar que é isso mesmo que veio fazer aqui - falei, olhando para ela com cara de quem a tinha pego no flagra.

- Quer jantar, Edward? Posso preparar um prato pra você, não será trabalho nenhum.

- Não Carmem, já comi. - Edward apontou o rosto para mim e me lançou um olhar malicioso, insinuando que “eu“ tinha sido a refeição.

Fiquei sem graça, mas caí na risada. Dei um tapa de brincadeira nele por ser tão audacioso.

Carmem desistiu de nos incomodar e foi embora, mais envergonhada que tudo.

- Eu também já vou indo, Isabella. Amanhã vou ter aulas só de manhã, quer ir assistir filme lá em casa? Posso te pegar aqui lá pelas duas da tarde.

- Claro. Já sabe que filme assistiremos?

- Não faço a mínima idéia. Na verdade assistir filme é só um pretexto para te levar pro meu apartamento - disse, soltando sua debochada gargalhada.

- Devo levar meu spray de pimenta?

Edward riu e nos beijamos ardentemente.

- Se é pra defender sua pureza, acho melhor levar mais do que isso...

Nem me dei ao trabalho de responder às palhaçadas de Edward.

Ainda ofegantes, nos despedimos.

Nessa noite não chorei, já estava mais à vontade no meu novo papel.

Pouco depois das duas da tarde Edward me pegou em casa.

Sua expressão ao me olhar era de aprovação, afinal, mais uma vez, não estava vestida de menino. Tinha colocado jeans e uma camiseta cinza, de manga longa com decote em V, bem justinha no corpo.

Assim que chegamos, Edward foi tomar um banho, pois tinha vindo direto do hospital. Fiquei na sala escolhendo o DVD.

Optei por Bastardos Inglórios, que ainda não tinha assistido.

Senti Edward me abraçando por trás. Suas mãos se fecharam em minha barriga, comprimindo minhas costas em seu peito.

- Já escolheu?

- Já - falei, mostrando-lhe a capa.

Ele não deu muita importância. Seus lábios passeavam em meu pescoço, me fazendo arrepiar. Dava pra sentir seu cabelo molhado roçando minha pele. Seu perfume rescendeu por toda a sala, deixando a deliciosa fragrância masculina tomar conta do lugar.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Pode - respondi.

- Você está com medo de estar aqui, sozinha comigo?

Virei-me rapidamente para encará-lo. Edward vestia um short que mais parecia uma cueca samba canção e uma camiseta de manga curta branca, que marcava levemente os músculos de seu peito definido. Estava perfeito.

Me surpreendi com a pergunta dele.

- Não, Edward, não estou. Por que está me perguntando isso?

- Por que não quero que se sinta pressionada quando estiver comigo. Quero que se solte, mas não vou te forçar a nada, Isabella.

- Eu sei disso. Não se preocupe, não tenho medo de você - falei, afagando-lhe o rosto.

Coloquei o filme no aparelho e esperei Edward transformar o sofá em uma confortável cama, cheia de almofadas. Nos deitamos e começamos a assistir.

Tentava prestar atenção no filme, mas era uma tarefa difícil. Estava aconchegada no peito de Edward e seus braços se fechavam ao meu redor, prendendo-me ao seu corpo.

Em alguns momentos nossa respiração, um pouco alterada, pareciam sincronizadas.

Alguns minutos após o filme começar, ele me moveu, de modo que nossos rostos se aproximassem e começou a me beijar. Me agarrei a seu pescoço e correspondi ao beijo com um certo atrevimento, jogando minhas pernas sobre ele. Minha língua dançava freneticamente com a dele. Senti a temperatura do meu corpo subir. Eu literalmente estava no maior tesão... E não era a única.

Edward me puxou, deitando-me sobre ele. Sem interromper o beijo, suas mãos desceram pelas minhas costas e pararam nas laterais do meu quadril, me apertando em seu sexo. Sentia seu membro duro pulsar sob o short. Edward me desejava tanto quanto o desejava. Para chegarmos nos finalmente, bastava dar o sinal verde, mas algo em mim ainda insistia no amarelo. Precisava ir com calma, só não sabia se conseguiria.

- Se você quiser pa...

- Não, Edward, - interrompi-o - não quero parar, não agora - sussurrei.

Empolgado com minhas palavras, ele se virou, deitando-se sobre mim.

Seus beijos passaram para meu pescoço. Procurei um bom motivo para pedir-lhe que fosse com calma, mas cada vez estava mais difícil encontrá-lo.

Num movimento que só devia ser possível com anos de experiência, ele tirou sua camiseta e então, mais delicadamente, tirou a minha e meu sutiã.

Já devia estar acostumada em mostrar os seios para Edward, afinal, voluntária ou involuntariamente, eu vinha fazendo bastante isso. Mas não era o caso, ainda era desconfortável lidar com nudez.

Assim que Edward começou a acariciá-los e beijá-los, não teve desconforto que superasse tanto prazer. Meus gemidos ficaram incontroláveis.

Desta vez os seus lábios desceram até meu umbigo, e a sensação era muito excitante.

Os dedos dele começaram a desabotoar minha calça e entendi logo sua intenção.

Senti meus músculos se contraírem. Comecei a me sentir nervosa. Não havia me passado pela cabeça “trabalharmos” a região abaixo da cintura. Nem mesmo tinha a exata dimensão do que isso significaria... Pior que tinha...

Respirei profundamente e resolvi deixar rolar. Não aconteceria nada que eu não quisesse.

Edward continuou espalhando beijos por meu corpo. Seus dedos ficaram imóveis por um tempo, esperando minha muda decisão.

Como não falei nada, ele continuou. Em pouco tempo senti minha calça deslizando por minhas pernas. Por reflexo, cruzei as pernas, numa tentativa vã de me proteger do seu olhar curioso e deslumbrado.

Ele sorriu e me beijou na boca, movido por um desejo assustador. Só quando o beijo acabou e voltei a respirar foi que percebi que ele também só estava de boxer.

O encontro de nossa pele era inexplicavelmente agradável.

Edward saiu de cima de mim, e se deitou ao meu lado. Ficamos de lado, um de frente para o outro.

Com as pontas dos dedos, Edward começou a contornar os traços do meu rosto, acompanhando a testa, o perfil do nariz, o contorno da minha boca, a volta do queixo. Senti meu coração se acelerando a medida que seus dedos desciam.

Olhando no fundo dos meus olhos, ele começou a passá-los em volta dos meus seios, depois contornou a aréola e por fim o mamilo. Fiquei completamente arrepiada.

- Você é linda, Isabella. Sua pele é tão macia... Seus seios são adoráveis, os mais lindos que já vi.

Evitei seu olhar para não entregar minha timidez desnecessária.

Comecei a passar meus dedos por seu peito, imitando-o.

- Você também é lindo, Edward. Eu acho seu corpo maravilhoso.

- Eu não sabia disso... - Ele riu, surpreso.

- Tem outras coisas que eu acho de você, que também não sabe. - Senti meu rosto corar violentamente ao me lembrar de uma delas.

- Isabella, se não me contar por que está vermelha assim, vai se arrepender. - Edward me ameaçou, sugerindo que me faria cócegas.

- Suspeito que se eu contar, também vou - falei, rindo mais ainda.

Seus dedos pressionaram minhas costelas, me fazendo gargalhar. Estava ficando impossível de agüentar.

- Pa... Pa... Pára!!!

- Então fala!!

- Tá bom.

Edward parou e esperei minha respiração voltar ao normal para conseguir falar.

- Isso é coação, Edward. Não vale.

- Sou mais forte que você, então quem manda sou eu - falou, adorando o fato de eu ter me rendido.

- Vamos lá, Isabella, o que você acha de mim que a deixou vermelha daquele jeito? - Perguntou, posicionando suas mãos de forma ameaçadora.

- Eu acho que você tem o...

O sorriso malicioso que Edward trazia no rosto me deixava mais travada ainda.

- Eu acho que o seu... Bem, que o seu coisinha lá embaixo é muito, muito grande. Satisfeito agora?

Edward explodiu em gargalhadas.

- Não sei se está me caracterizando como uma aberração ou como bem-dotado, mas vou considerar isso um elogio. - Continuou dando risadas.

Devo tê-lo deixado bem feliz, pois o beijo que ganhei foi alucinante. Mas alucinante ainda foi suas mãos passeando por todo meu corpo, fazendo a pele se arrepiar, principalmente quando ele tocava a parte interna das minhas coxas. Era como se uma fogueira estivesse acesa entre minhas pernas. Podia sentir-me queimando. Era tão intenso que me assustava. Num gesto impensado, mas conscientemente desejado, segurei sua mão e a coloquei sobre meu sexo, mostrando que queria ser tocada ali. A simples pressão de seus dedos sobre minha calcinha já quase me fez gritar.

Edward procurou meu olhar, querendo acreditar que aquilo era real.

Meus olhos se fecharam lentamente e mordi os lábios, mostrando para ele que estava preparada para as emoções que viriam.

Edward não perdeu tempo. Com delicadeza e perícia, sua mão invadiu minha calcinha e mergulhei num êxtase inimaginável. Seus dedos, já molhados por minha excitação, faziam movimentos precisos. Se não fosse sua boca sobre a minha, meus gemidos despertariam todos os vizinhos.

Era incrível como eu sabia me mover, aumentando ainda mais o prazer daquele toque.

Algo que lembrava uma convulsão tomou meu corpo. Uma descarga elétrica indolor, mas não menos potente, me atingiu e gemi alto, sem controle, sem pudor.

Assim que acabou, enfiei o rosto no peito de Edward sem forças para dizer nada. Senti seus braços me envolvendo.

Edward também ficou em silêncio, apenas beijando meus cabelos e me apertando em seu corpo.

Adormeci, embalada por um “eu te amo” que não deixava a menor dúvida de que tinha feito a coisa certa.


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