Crisálida escrita por valentinaLB


Capítulo 13
Capítulo 13 - O QUE HÁ COM VOCÊ?




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CAPÍTULO 13 - O QUE HÁ COM VOCÊ?

Abri meu guarda-roupa e pela primeira vez não gostei do que vi.

Estávamos fazendo um mês de namoro e Edward tinha me convidado para jantar em seu apartamento, para comemorarmos.

Não sei bem por que, mas não queria aparecer lá como um garoto, de jeans e moletom. Então me lembrei de um presente que tinha ganhado no meu aniversário e que sequer tinha tirado da caixa. Depois de muita busca, encontrei-o esquecido em uma gaveta.

Dei uma olhada e achei que seria perfeito para a ocasião. Desde meus dez anos, seria a primeira vez que colocaria um vestido. Sentia-me estranha, mas com certeza surpreenderia Edward.

Deixei meus cabelos soltos, passei lápis nos olhos e complementei a roupa com meu all star preto. Ficou perfeito, apesar de estar me sentindo quase nua com as pernas de fora.

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Não demorou muito e Edward chegou para me buscar. Ele estava lindo, como sempre. Trazia nas mãos um buquê de rosas vermelhas. Assim que me viu seus olhos brilharam intensamente. Ele me olhou de cima a baixo, demorando mais tempo em minhas pernas e me lançou um sorriso desconcertante.

- Você está simplesmente maravilhosa, Isabella - disse, com sua voz envolvente. - As flores são pra você. - Entregou-me o buquê e me deu um longo beijo apaixonado.

- Obrigada, Edward, são lindas. Você está lindo também - disse, meio sem fôlego.

- Vamos então?

- Vamos.

Até chegarmos ao carro e também durante todo o percurso, Edward não parava de olhar para mim. Já estava ficando encabulada.

- Você devia se vestir assim mais vezes, Isabella. Não imagina como está sexy. E tem mais uma coisa... Suas pernas são estonteantes - falou, ciente que estava me deixando sem graça.

Senti meus rosto pegando fogo. Apenas sorri de volta.

Ao chegarmos deparei-me com a sala completamente decorada. Velas acesas estavam esparramadas por todo o cômodo, deixando um clima romântico e aconchegante.

A mesa estava posta de forma requintada. Um lindo arranjo de flores naturais decorava o centro.

- Nossa, Edward, está tudo tão lindo!! - Falei, maravilhada.

- Que bom que gostou, Isabella! Quero que nossa noite seja especial - sussurrou em meu ouvido.

 Senti um calafrio com aquelas palavras. Pode até ser que fosse impressão minha, mas parecia haver segundas intenções no olhar malicioso de Edward.

 Eu já tinha deixado claro pra ele que não estava preparada para intimidades. Não queria ter de repetir isso.

Desde o incidente do dia do nosso primeiro beijo, quando ele tentou tocar meus seios, Edward nunca mais tinha se atrevido a nada. Nos víamos quase todos os dias, mas ficávamos apenas nos beijos. Ela vinha se comportando exemplarmente.

O barulho da rolha do champagne me fez abandonar meus pensamentos. Edward encheu duas taças e me entregou uma.

- Ao nosso amor!! - Brindou

- Ao nosso amor!! - Brindei também, batendo delicadamente minha taça na dele.

Edward envolveu minha cintura com seus braços e me beijou novamente, agora com mais volúpia. Correspondi ao beijo, sentindo minhas pernas tremerem. Eu sempre ficava assim quando Edward me apertava em seu corpo, principalmente quando sentia sua excitação.

Nosso beijo foi interrompido por um leve pigarro. Levei o maior susto quando vi um homem vestido de branco, com roupas de Chefe de Cozinha, perguntando se já podia servir. Edward disse que sim e nos sentamos à mesa, esperando a comida, que por sinal estava maravilhosa.

Assim que Pierre, esse era o nome do Chefe, recolheu os pratos da deliciosa sobremesa, Edward o dispensou, agradecendo seus serviços.

Enfim estávamos a sós novamente.

Edward colocou uma música bem baixinho e se sentou no sofá, puxando-me para seu colo. Lembrei-me do dia da chuva e instantaneamente fiquei ruborizada.

- Acho melhor me sentar no sofá - falei, me sentindo um pouco constrangida ao perceber que sentia o mesmo volume daquele dia.

- Bella, não acha que já estamos juntos tempo suficiente para você começar a se sentir mais à vontade com detalhes como esse? - Edward perguntou, me segurando pela cintura para que não saísse de onde estava.

- Não é isso, Edward, é que é estranho.

- “Estranho?”... Já o chamaram de muitas coisas, mas assim, nunca - disse rindo. - Isso não é estranho, Isabella, é apenas a prova do quanto eu a desejo, do quanto você mexe comigo.

Edward segurou minha nuca e me beijou. Em um mês de namoro posso dizer seguramente que foi o beijo mais ousado que ele me deu. Meus braços envolveram seu pescoço e me entreguei de corpo e alma àquela sensação inebriante que tomava conta do meu corpo.

Estava tudo maravilhoso até perceber que a mão de Edward que se encontrava sobre meu joelho começou a subir lentamente rumo à minha coxa.

- Edward...

Ele tirou a mão e não disse nada.

Ficamos nos beijando mais algum tempo. Eu mal conseguia respirar. Aqueles beijos e a pressão que a ereção de Edward fazia sob meu colo estavam me deixando desorientada.

Senti meu corpo sendo abaixado e me toquei que Edward estava me deitando no sofá, já se posicionando sobre meu corpo.

- Edward...

Desta vez ele parou tudo o que estava fazendo e se sentou novamente, mostrando-se irritado.

- Meu Deus, Isabella, o que há com você? - Perguntou com a voz levemente alterada.

- Eu é que pergunto o que há com você, Edward? - Falei, me recompondo e sentando- me no sofá também. - Você prometeu que ia se comportar, que teria paciência...

- Tudo bem, Isabella, eu realmente falei que te esperaria, mas já faz um mês que estamos juntos e você ainda age como no primeiro dia.

- Edward eu simplesmente não me sinto pronta ainda - tentei explicar.

- Por que, Isabella? Que medo é esse que você tem de sexo? Se quiser, posso te indicar um colega lá do hospital que poderá te ajudar. Ele trabalha com este tipo de bloqueio.

- Ah, não!! Você agora vai tomar o lugar da minha mãe, Edward? - Sentia que faltava muito pouco para as lágrimas caírem.

- Eu só quero te entender, Isabella. O seu corpo diz uma coisa e sua cabeça fala outra. Pensa que não percebo o quanto você se excita com nossos beijos? Você também me deseja tanto quanto a desejo, mas mantém esta postura de não deixar que eu a toque. Poxa, eu sou homem, Isabella, tenho necessidades, não sei quanto tempo vou agüentar esse nosso namoro de pré-escola. Eu te amo, quero você pra mim. Quero te fazer carícias, sentir seu corpo sob minhas mãos. Que mal há nisso?

- Eu mereço ouvir isso, mereço sim! Quem mandou acreditar que você ia me esperar. Eu fui uma boba mesmo - disse, levantando-me do sofá para ir embora.

- Você não vai fugir desta vez, Isabella. Vai ouvir tudo o que eu tenho pra falar. - Edward estava um pouco alterado.

- Eu achei que com o tempo seu acanhamento iria passar, - continuou - que você perceberia o quanto eu te amo e que entenderia que não há nada de errado em nos tocarmos. - Ele agora estava de frente pra mim, com as mãos em meu rosto. - Do que tem tanto medo? Eu posso te dar tanto prazer, Isabella... E sei que você também me faria o homem mais realizado do mundo.

- É disso que eu tenho medo Edward, é esta sua experiência que me apavora. Você está acostumado a ir pra cama com mulheres espetaculares, que sabem fazer um monte de coisas. Eu não posso competir com elas - desabafei, expondo meu maior receio.

- Mas eu não quero elas, eu quero você. Eu quero seu rosto corado, quero suas mãos trêmulas, quero seu jeito de menina... É você que eu desejo, Isabella. Não fique preocupada com sua inexperiência. Confie em mim, eu te ensino tudo o que não souber - falou carinhosamente.

- Por que está fazendo isso comigo, Edward? Sabe que eu não consigo.

- Na verdade acho que você não quer, Isabella. E isso sim, é um problema. - Senti que a conversa estava indo numa direção assustadora.

- Claro que eu quero! Eu te amo, Edward. Só que não tenho coragem. - Era tão difícil entender isso?

- Me ama, mas não me deseja. E não sei se isso me basta, realmente não sei, Isabella. - Sua expressão era de tristeza.

- O que está querendo dizer com isso? - Perguntei, sentindo meu coração falhar.

- Estou dizendo que não sei se terei paciência de te esperar. - Edward me olhava intensamente enquanto falava.

Um silêncio gutural se apoderou da sala. Senti o chão sumir sob meus pés.

- Está ter... terminando comigo, Edward? - Minha voz falhou.

- Não, Isabella, estou colocando minhas regras pra esse namoro dar certo. Agora é minha vez de impor condições.

- E quais são suas condições? Me levar pra cama? Vai invocar a velha lei do “Prove que me ama”? - Falei ironicamente.

- Não Isabella, não sou homem disso. Só quero que tente, pelo menos tente, se deixar levar por seus impulsos, seus desejos. Não quero que faça nada que não queira, Isabella, mas quero que se permita fazer o que quer.

Mordi meus lábios e olhei pra baixo, não sabendo o que dizer.

- Faça como fez naquele dia que dançou, Isabella, feche os olhos e deixe a mulher ardente que existe em você aflorar.

Edward me puxou para si e me beijou. Suas mãos se comportaram.

- Vou te levar pra casa agora, mas pense em tudo que conversamos, Isabella.

Edward me soltou e pegou a chave do carro. Fiquei parada por um tempo, olhando para aquele homem perfeito na minha frente. Ele me queria, me queria como mulher, como “sua mulher”.

 Eu realmente tinha muito no que pensar.


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