Crisálida escrita por valentinaLB


Capítulo 10
Capítulo 10 - PERGUNTAS E DECISÕES


Notas iniciais do capítulo

OLHA O QUE UM FERIADO, UMA CAMA, UM NOTEBOOK E FALTA DE SERVIÇO FAZEM... TCHAM!... TCHAM!... TCHAM!... TCHAM!!!: UM CAPÍTULO NOVO, COMPLETAMENTE INESPERADO, MAS ESPERO QUE MUITO BEM VINDO. BJS

P.S.ESTE CAPÍTULO FOI TOTALMENTE INSPIRADO NA MÚSICA "LENHA" DE ZECA BALEIRO.



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CAPÍTULO 10 - PERGUNTAS E DECISÕES

http://www.4shared.com/audio/4_6TDfst/Simone_-Lenha.htm

“Eu não sei dizer

O que quer dizer

O que vou dizer

Eu amo você

Mas não sei o quê

Isso quer dizer...

Eu não sei por que

Eu teimo em dizer

Que amo você

Se eu não sei dizer

O que quer dizer

O que vou dizer

Se eu digo: Pare!

Você não repare

No que possa parecer

Se eu digo: Siga!

O que quer que eu diga

Você não vai entender

Mas se eu digo: Venha!

Você traz a lenha

Pro meu fogo acender”

Zeca Baleiro

PDV BELLA

Deixei a água cair pelos meus cabelos na esperança de que as lembranças de Edward me dizendo que eu precisava de um “homem” escorressem junto.

Desde aquele dia no carro não tive mais paz.

Já tinha chegado à assustadora conclusão que estava apaixonada por ele, mas não sabia o que isso queria dizer.

Eu podia simplesmente colocá-lo no lugar de Jacob e levar minha vida como antes, vivendo um amor platônico que me preenchia e me bastava.

Mas as coisas não funcionavam mais assim. Meu corpo já não se satisfazia mais com fantasias, ele queria mais... Queria o toque das mãos de Edward, queria ouvir sua voz... Queria tremer em seus braços...

Céus!! O que aquele bruxo tinha feito comigo? Algum tipo de lavagem cerebral? Eu já estava repetindo suas palavras como se fossem minhas.

Até o dia da chuva, quando me sentei seminua em seu colo (Como gostaria de esquecer isso!!!), nunca tinha estado muito consciente da minha sexualidade. Até então minhas fantasias se resumiam a alguns pensamentos imprecisos de mim e Jacob fazendo amor, mas após sentir a excitação de Edward sob meu corpo... Ah, meu Deus!! Aquilo tinha sido tão estranho. Uma parte desconhecida de mim tinha despertado e a maioria dos meus pensamentos com Edward passaram a ser censuráveis.

Deixei mais água escorrer por meu corpo. Fechei os olhos e tentei não pensar em nada, ou ia acabar pirando de vez. Agora sim, achava que estava precisando de um médico.

Eu não vi mais Edward depois daquele dia. Ele não ligou nem mandou mensagem, afinal tinha deixado bem claro que se eu o quisesse, saberia onde achá-lo, o que queria dizer que era eu quem teria de procurá-lo. Isso se eu quisesse... E eu queria, ou melhor, eu devia? O que eu tinha para oferecer pra ele? Nada!!! Esta era a única resposta que me vinha à mente. Eu não era interessante, não era sexy, não era boa de papo, não era boa de cama (urgh!!!)... O que um homem como Edward poderia querer comigo?

Mas e se ele fosse o homem da minha vida e eu o deixasse ir embora? Que outra chance eu teria de encontrar uma pessoa como ele?... Tão linda... Tão especial...

Me lembrei de uma frase que tinha lido na mesa de uma recepcionista de um dos milhões de médicos que visitei.

“Não falte muito que eu posso perceber que você não faz falta. (Seu Patrão)”

Na época achei engraçado, mas agora ela me amedrontava. E se Edward se cansasse de me esperar?

“Vai Bella, rompa a crisálida, alce vôo!!”

Com esse pensamento na cabeça, me vesti de menino, segundo palavras do Edward, e peguei minhas chaves. Era agora ou nunca!!

 Já passavam das dezenove horas quando o porteiro me perguntou quem eu era e onde eu ia.

- Sou a filha da Renée, que decorou o apartamento do Dr. Cullen.

- Ah, sim, lembro da D. Renée. Estou me lembrando de você também.

- Pois é, queria fazer uma surpresa para Edward. Posso subir sem ser anunciada? - Perguntei, meio sem graça.

- Se ele ficar bravo a senhorita diz que subiu escondida, está bem?

- Combinado.

Subi mais aliviada. Não queria correr o risco dele dizer que não queria me ver.

Toquei a campanhia e esperei. Meu coração estava na boca e minhas mãos suavam frio.

Edward abriu a porta com um misto de surpresa e alegria no rosto.

- Oi, Isabella, entre.

Sorri sem graça, mordendo os lábios. Estava super nervosa.

- Sente-se. Quer beber alguma coisa? - Ele aparentava calma, mas parecia meio inquieto.

Acenei com a cabeça que não queria beber nada. Edward serviu-se com um copo de whisky.

Um silêncio constrangedor tomou conta da sala.

- Acredito que veio aqui para me dizer algo, Isabella. Estou certo?

- Edward, eu te quero como homem! 

 Eu sempre fui ruim com as palavras, mas às vezes eu me superava. Olha o que eu tinha acabado de dizer, meu Deus!!!

Ouvi o barulho do copo se espatifando no chão.

- O que você disse, Isabella? - Alguém naquela sala estava mais branco que um fantasma.

- Só vou falar uma vez, Edward, então é bom que preste bem atenção. - Não era boa de retórica, então achei melhor copiá-lo. - Eu não tenho nada para te oferecer. Não sou nada parecida com as mulheres com quem já deve ter namorado. Não tenho atrativo nenhum e não estou preparada para nenhum tipo de intimidade com você, mas se quiser namorar comigo, eu aceito, desde que seja no meu ritmo, nas minhas regras. E já vou te avisando que se tivesse no seu lugar não aceitaria. Estará fazendo um péssimo negócio. - Só consegui respirar quando terminei.

Edward me encarou sério por um bom tempo, depois deu seu sorriso torto e finalmente falou:

- Aceito. - Pareceu conter uma risada.

- Tá bom, então já vou indo. - Desconfiava que não teria pernas para caminhar, de tanto que tremiam, mas assim mesmo fiquei de pé.

- Suas regras proíbem beijos de despedida, Isabella? - Edward foi se aproximando de mim, com um sorriso malicioso nos lábios que me deixava mais nervosa ainda.

Na verdade não tinha pensado quais seriam minhas regras, mas beijar Edward não parecia algo que merecesse ser censurado.

Ele estava praticamente colado em mim e me olhava com cara de quem estava esperando uma resposta.

- E então, Isabella?...

Seu hálito me fez arrepiar.

- Eu, eu não pensei nisso - falei, evitando seu olhar.

- Mas deveria, afinal você é a responsável pelas regras. - Ele estava claramente se divertindo às minhas custas.

- Eu sei, mas...

Edward colocou as mãos em volta da minha nuca, mas não me beijou.

- Mas o que, Isabella? - Aquilo beirava a crueldade. Eu estava a ponto de desmaiar.

- Eu não sei be... beijar - Minha respiração estava tão acelerada que quase não conseguia falar.

- Hum!! Isso vai ser um problema. - Edward continuava a sussurrar próximo a minha boca, numa atitude explícita de que estava me provocando.

- Edward, pelo amor de Deus, pára com isso e me beija logo ou vou acabar desmaiando. - Minha paciência e sanidade tinham limite.

Ele riu e carinhosamente deixou uma das mãos em minha nuca, levando a outra até minha cintura, puxando-me para junto de seu copo. Delicadamente pousou seus lábios nos meus, movendo-os quase em câmara lenta. Ficou assim por um tempo, até que se afastou um pouco, fazendo-me abrir os olhos, e lançou-me um largo sorriso.

- Seus lábios são tão doces, Isabella. Isso me faz imaginar o quão bom deve ser o gosto da sua boca.

Seus lábios voltaram aos meus e senti sua língua me invadir. Fiquei inicialmente sem saber o que fazer, mas aos poucos fui relaxando e timidamente comecei a mover a minha também. Nunca imaginei que beijar fosse tão bom. Edward me apertou mais ainda em seu braço e pela segunda vez pude sentir sua excitação. Eu realmente tinha encontrado um “homem” para mim... E parecia uma coisa muito boa de se ter.


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