Florescer escrita por Bruninhazinha


Capítulo 5
O universo em seu olhar


Notas iniciais do capítulo

Quero pedir desculpas - novamente - pela demora. Como já sabem, minha vida na faculdade vem sendo muito corrida, principalmente agora, em fim de semestre. E, como sempre, deixar meus agradecimentos a todos que me motivaram a continuar com essa história. Obrigada, de verdade ♥
As férias estão chegando, então as postagens serão mais frequentes!



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O universo em seu olhar

Perséfone, desesperada, arrastou o corpo para trás a medida que o cachorro apertava as patas na terra fresca. A boca de Cérbero espumava, tornando a expressão canina ainda mais diabólica. Os seis orbes lhe encaravam como se quisessem sugar o canto mais sombrio de sua alma e os dentes, pontiagudos, permaneciam para fora, prontos para dilacerar o que estivesse a frente.

Os olhos animalescos literalmente queimavam como fogo e ela, por dois segundos, vislumbrou a própria morte.

— Perséfone!

A voz de Hades ecoou pelo Submundo. Embora corresse, estava distante do socavão. Perséfone quis acreditar em uma esperança, quis acreditar que viveria. Então percebeu que era tarde demais. Cérbero queria devora-la, membro por membro, e a fisionomia ameaçadora só ressaltava esse fato. Com a respiração pesada, agarrou a primeira coisa que viu por perto – uma pedra mediana, que serviria para usar a seu favor ou ao menos tentar.    

Estava quase jogando no monstro, porém, mais uma vez, o deus dos mortos gritou, ofegando graças ao cansaço.  

— Não se mova! — ela arregalou os olhos e pensou que ele só podia estar maluco. — Não faça nada!

— Como assim “não faça nada”? — a criatura monstruosa rosnava, rumando em sua direção. — Hades, ele vai me matar!

— Vai ser pior se você se mexer!

O que seria pior que morrer devorada por um cachorro de três cabeças? Ela não conseguiu conter as lágrimas, pensando em tudo. Lembrou da mãe, da família, dos amigos e da infância feliz que teve no Olimpo. Demetra ficaria arrasada. Então era isso. Seria morta cruelmente por um monstro. E nem teve a chance de se despedir.

— Cérbero! — nessa altura, ainda correndo, Hades estava mais próximo; uma das cabeças virou na direção dele, soltando uma rajada de ar pelas narinas; o estomago da deusa revirou com o odor. Cheirava a enxofre. Era sufocante. — Saia de perto dela agora!

A ordem foi prontamente ignorada. Cérbero continuou a aproximar. A moça engoliu o grito e apertou os olhos, esperando pelo pior, quando os três focinhos alongados alcançaram seu corpo – um no braço, outro no ombro e o terceiro no rosto.

Hades prendeu a respiração e estagnou no lugar. As três cabeças de Cérbero farejavam a pele de Perséfone. Enxergou um fulgor assassino nos olhos animalescos. Em geral, o cão era gentil, mas ai daquele que tentasse ultrapassar os domínios ao qual foi encarregado de proteger. Ele só deixava que entrassem na caverna se Hades permitisse antecipadamente, o que não foi o caso. De qualquer forma, nem mesmo o deus ousava se aproximar daquele socavão.

Precisava pensar rápido.

— O que ele está fazendo? — a voz feminina ecoou frouxa e o cachorro repuxou os três lábios para trás, rosnando outra vez. O cheiro do cão era nauseante e a moça recusou-se a abrir os olhos.

— Farejando seu medo. — Ah, droga. — Ele... prefere ingerir as pessoas amedrontadas.  

— Não está ajudando! — o cão grunhiu e ela apertou os lábios em uma linha reta, chorando incontrolavelmente.  

— Não demonstre medo, Perséfone! Você precisa ficar tranquila! 

Como poderia acalmar-se estando literalmente entre a vida e a morte? Puxou o ar com força, engoliu o choro e sentiu os pulmões arderem. Enquanto isso, Hades agiu, aproveitando que o cachorro estava concentrado na moça para se aproximar.

— Cérbero. — Tentou ao máximo esconder qualquer vestígio emocional. Cérbero era um cão explosivo e não foi surpresa para ninguém o fato de Hades ser o único a conseguir sua confiança. Ele precisava de um mestre pouco emotivo e que não hesitasse em momento algum. Hades era o único a preencher todas as qualidades.

Uma das cabeças o encarou outra vez, as orelhas levantadas. O deus sustentou o olhar e Perséfone, ainda com os as pálpebras fechadas, estranhou a quietude que seguiu pelos minutos seguintes. O calor dimanado do corpo demoníaco de Cérbero foi substituído pelo ar úmido do Submundo. Ela não entendeu nada, notando a presença do tricéfalo distanciar, até abrir os olhos e deparar-se com uma cena curiosa. 

As três cabeças encaravam o deus com evidente fascínio. O corpo do animal continuava próximo a ela, todavia, a atenção estava completamente canalizada em Hades, como se os dois possuíssem algum tipo de elo.

O cachorro sacudiu uma das cabeças, tentando inutilmente resistir a força maior que o controlava, mas não conseguiu desviar os olhos de seu senhor. Hades suspirou baixinho, mantendo a conexão e fez um sinal para que Perséfone afastasse da besta sem fazer barulho ou movimentos bruscos, para não o assustar. Aquele até podia ser seus domínios, contudo, isso nunca significou que possuía controle sobre todos. Cérbero, por exemplo, sempre foi uma criatura imprevisível. Foram séculos até que conseguissem estabelecer um vínculo - e claro, éons para desenvolver as habilidades de hipnose divina, um dos poucos truques que Hipnos insistiu em lhe ensinar.  

O guardião do Tártaro deu um passo para trás, começando a desfazer a expressão feroz. As lagrimas no rosto da jovem deusa continuavam caindo pesadamente pelas bochechas e Hades desfez a conexão para socorrer a moça, sabendo que Cérbero continuaria em transe por algum tempo enquanto nada o assustasse.  

Tudo estava indo bem, até que o inesperado aconteceu.

Minutos antes, quando o rei dos mortos correu atrás da deusa, Caronte fez o mesmo. O problema é que o barqueiro era bem menos ágil que seu mestre. De estatura baixa e com um físico pouco atlético, correu desajeitadamente pela baía. O esforço o fez ficar com as bochechas coradas e o corpo ensopado pelo suor. Mesmo estando longe, enxergou, horrorizado, o enorme cachorro sair da caverna e todo o resto aconteceu em questão de segundos. Perséfone rolando pelo chão, Hades disparando para acudi-la, Cérbero farejando a jovem.

 Ele apertou os passos, tentando agilizar para ajuda-los, segurando a foice de maneira pouco graciosa. Começava a alcança-los, mas as coisas saíram de seu controle. Tropeçando na própria manta, ele caiu em um baque ensurdecedor; a foice foi parar longe, tombando entre alguns pedregulhos, tilintando.

O baque fez com que Cérbero urrasse, saindo do transe abruptamente. Perséfone arregalou os olhos quando o cachorro virou as cabeças simultaneamente em sua direção, o ar soprando pelas narinas e os olhos pegando fogo.   

A pata enorme atingiu o abdômen feminino com força, acabando com todo o folego da mulher. Ela não enxergou muito depois disso.

Contorcendo-se de dor, Perséfone viu borrões e ouviu sons perturbadores, embora parecessem distantes. Cérbero latindo, vozes, gritos desesperados chamando seu nome. Algo a sacudiu com força. Não conseguia sentir as pernas ou qualquer outro membro. Não conseguia ver mais nada. Antes do barulho cessar, sentiu dois braços rodearem sua cintura e tudo escureceu.  

+

Ela não soube por quanto tempo foi carregada. Quando a consciência retornou, ainda que a visão estivesse turva, percebeu que não estava mais na baía. Os braços que apertavam sua cintura, porém, ainda eram os mesmos.     

Olhando para cima, não se assombrou ao ver o rosto de Hades. Ele a guiava por um corredor largo, parcialmente iluminado por tochas, com cortinas grossas de veludo cobrindo as janelas. A iluminação precária tornou a expressão dele mais dura e, conquanto apertassem seu corpo com segurança por cima da toga, as mãos grandes tremiam descontroladamente.

Engoliu o seco ao enxergar o ferimento profundo que marcava a pele dele, começando no ombro e descendo até o peitoral. O icor molhava as vestes escuras, brilhando como ouro e refletindo o serpentear das chamas.   

— Você está sangrando. — falou sem pensar, a voz trépida, preenchendo o silencio. — Ele te machucou.

O olhar dele foi frio.

— Já passei por coisas piores.

Perséfone abaixou os olhos esverdeados para o chão, questionando-se se era o momento certo para dizer algo. O silencio a incomodava, embora bem menos que a frieza de Hades. Ele estava bravo. Não, não. Pior ainda. Estava furioso. Os lábios encontravam-se crispados, os olhos levemente semicerrados, a testa enrugada.

Qualquer um que visse sua fisionomia ficaria assustado.

Perséfone, entretanto, estava envergonhada, decepcionada consigo mesma. Agora, com a cabeça fria e refletindo melhor, suas atitudes nunca pareceram tão infantis! Como pode ter sido idiota ao ponto de sair correndo pelo Submundo sem conhecer absolutamente nada?

Quase entrou no Tártaro! Se Cérbero não protegesse a entrada, provavelmente estaria queimando junto com Cronos.

Sentiu-se culpada. Hades arriscou a própria vida para protege-la. Estava machucado e a culpa era inteiramente dela.

— Hades... — tentou dizer algo, mas a voz falhou, saindo mais rouca do que realmente gostaria. O sentimento da culpa rasgava suas entranhas e o olhar que o rapaz lhe lançou só serviu para aumentar o arrependimento.

— Com o que estava na cabeça ao sair correndo daquele jeito, Perséfone?

— Mas eu não –

— Você quase morreu! — o timbre soou irritado pelo corredor e ela emudeceu no instante seguinte, os globos verdes arregalados. Cabisbaixa e constrangida, evitou a todo custo fita-lo, martirizando-se internamente. — Se algo acontecesse a você eu... — ele puxou o ar profundamente — eu jamais me perdoaria. — Perséfone levantou a cabeça, pega desprevenida. Esperava uma bronca – uma bem merecida – não palavras regadas por desespero e a imagem de um homem completamente vulnerável. — Não conseguiria viver comigo mesmo.

Ela não soube o que responder e o moreno também não desejava que dissesse algo. Sequer raciocinava devidamente; vê-la machucada em seus braços fez com que seu emocional se reduzisse a farrapos. Com o mesmo silencio de outrora, a carregou pelo corredor com o andar apressado.

— O que aconteceu com Cérbero?

Não houve resposta. Ela não insistiu.

Atravessaram uma porta enorme e se viram dentro de um cômodo amplo, embora excêntrico. O candelabro que pendia do teto iluminava parcialmente as enormes prateleiras contendo livros grossos e frascos. Um caldeirão borbulhava em um canto qualquer da sala, o que era estranho, pensou Perséfone, já que não havia brasa para fazê-lo.

— Hades! — A voz chamou atenção da deusa da primavera, que admirou a estonteante mulher sentada em uma poltrona fechar o livro e colocar-se de pé. O cabelo negro escorria até o quadril, marcado pelo espartilho do vestido esverdeado. A boca parecia desenhada por pincéis e os cílios negros sombreavam os orbes ametistas.

Perséfone nunca tinha visto olhos daquela cor, mas ouviu falar do único individuo a possui-los. Hécate, deusa da magia, da luxúria e da destruição, famosa por seus feitiços. 

Ela correu até os dois, totalmente em choque com a deplorável situação do amigo. 

— Pelo Caos, olhe só o seu estado! O que aconteceu? — Hades abaixou o olhar para a mais nova e só então Hécate se deu conta da presença da garota. Arregalou os olhos e entreabriu os lábios, em uma fisionomia espantada, como se estivesse diante de uma assombração. — Hades... — a fala saiu estranhamente baixa, embora a deusa menor houvesse captado um disfarçado tom de desdém. — O que ela está fazendo aqui? Por acaso você ficou maluco?

Pelo visto as apresentações não seriam necessárias.  

— As explicações terão que ficar para depois, Hécate. Agora nos ajude.

A mais velha não fez objeções. Hades colocou a moça na poltrona e só sentada que ela conseguiu avaliar melhor o próprio estado. Não estava tão ruim, embora doesse. A toga rasgou acima do umbigo, onde levou a patada de Cérbero. O arranhão era avermelhado e pouco profundo. As mãos e os cotovelos, por outro lado, foram esfoliados com a queda.

— Preciso que cuide dela. Tem algo que possa aliviar a dor?

— Sabe que toda magia tem um preço, Hades.

— Só... faça alguma coisa. Por favor. — A mulher suspirou profundamente, observando a mais nova por cinco segundos. Reconheceria aqueles traços em qualquer lugar. Ela era uma versão ainda mais bonita de Demetra. No rosto, os traços grosseiros de Zeus mesclavam-se a toda vivacidade da deusa da agricultura, uma mistura fascinante. Apesar da modéstia no semblante e do recato da postura, a personalidade não ficava oculta. Os olhos esverdeados no rosto meigo eram voluntariosos, cheios de vida, em total desacordo com seu ar decoroso, mesmo que a moça parecesse ter saído de uma guerra. 

Hécate não gostou dela. Não por Perséfone ser Perséfone, mas por conhecer os motivos que levaram seu senhor a cometer a loucura de arrasta-la até ali. Ele infringiu um tratado com Zeus, quebrou regras estabelecidas há éons, fez loucuras apenas para vê-la. Também não gostava da forma com que ele a olhava. Era como se a vida dele dependesse do bem-estar daquela moça.

— Tudo bem. — respondeu, resignada. Nunca seria capaz de negar algo a ele. Nunca. — Farei o possível. Mas antes preciso tratar os seus ferimentos. — Ele quase protestou. — Você está pior que ela, Hades, e não ouse me dizer o contrário. Olha só que estrago! Nem adianta me encarar com essa cara de quem comeu e não gostou. Anda, sente-se aqui. — disse ao mesmo tempo em que arrastava o pobre homem pela saleta até o sofá situado em meio a algumas prateleiras. — Quem fez isso com você?

Enquanto Hades resmungava, emburrado como uma criança, e Hécate limpava os ferimentos soltando sermões, Perséfone observou toda a cena com as sobrancelhas arqueadas.  Nunca viu alguém tratar um dos três grandes com tanta... informalidade. Nem mesmo ela tratava o pai dessa forma. Só Hera tinha essa coragem, mas, bem, os dois estavam casados.

— Dê logo alguma poção à Perséfone.

Hécate levantou para vasculhar uma das prateleiras, tentando reprimir a indiferença. Ficou na ponta dos pés para pegar um dos frascos e apanhou um que continha um líquido amarelo. Perséfone pegou o vidro assim que foi estendido em sua direção. — Pode ficar tranquila. Os ingredientes foram todos retirados do mundo dos mortais.

— Isso importa?

— Sim. — Hades respondeu calmamente, apertando uma toalha contra o ombro para estancar o sangramento. — Se comer algo do Submundo não poderá sair daqui.

— Nunca?

— Nunca.

O pensamento causou arrepios na jovem deusa. Ela acenou com a cabeça, guardando a curiosidade. Hades parecia cansado demais para responder suas perguntas, por isso resolveu fazê-las depois, quando estivesse recuperado e, bem... com menos raiva dela. Bebeu o conteúdo do frasco em um gole único e o líquido desceu amargando a garganta. Foi horrível.  

— Você ficará com muito sono, mas a dor vai melhorar. — Não havia qualquer resquício de interesse ou preocupação no tom de Hécate, mas a outra não se importou.  

Algo queimou em seu estomago e um calor gostoso espalhou por todo o corpo. O efeito foi imediato e a dor desapareceu quase inteiramente. 

A feiticeira voltou-se a Hades segurando outro frasco e explicou que o tônico ajudaria na cicatrização dos ferimentos. Ele fez careta, mas acabou cedendo.

Olhando-os assim, depois de pensar em Zeus com Hera, percebeu que eles pareciam mesmo um casal.

Encostando a cabeça no corpo do sofá, continuou a analisar os dois com atenção. Perséfone, mesmo que possuísse mais que um século de vida, era tão experiente quanto uma adolescente de quinze anos. Ainda assim, seu senso feminino era capaz de reconhecer a paixão nos olhos de uma mulher.

Não foi difícil notar. Hécate, embora sustentasse uma expressão rigorosa e insistisse em soltar sermões para Hades, quase flutuava, como se ficar perto dele a deixasse nas nuvens. Havia, em seu rosto, a sombra de um sorriso e os olhos assemelhavam-se a duas estrelas, cintilando, um brilho direcionado apenas a ele.

Era perceptível que possuíam uma grande amizade e imaginou que talvez Hades também tivesse sentimentos pela feiticeira. Levantou o rosto para o moreno e se espantou ao presenciar os orbes de ébano vidrados em sua face, ao invés de contemplarem a deusa da magia.

A primeira reação de Perséfone foi desviar o olhar, mas soube que ele percebeu que o tinha visto. Então, o fitou uma segunda vez só para ele não achar que estava com medo. O deus não se intimidou, pelo contrário; continuou encarando-a de um jeito que arrepiou até as fronteiras de sua alma.

Os olhos escuros brilhavam e não carregavam apenas estrelas, como os da outra deusa. 

Carregavam um universo inteiro. 

Algo em seu interior gelou e ela encarou o teto, rindo consigo mesma, pesando seriamente na possibilidade de estar enlouquecendo – era a única explicação plausível. Ou quem sabe o cansaço estivesse atingindo seu cérebro.

Talvez fosse isso.

Bocejou longamente, sentindo o corpo amolecer e deu uma ultima espiadinha nele.

O rapaz conversava com Hécate, que continuava a aborrecê-lo com sermões. Estava entretido demais com o monólogo da feiticeira para notar seu olhar. 

Tranquilizando-se em pensamentos, Perséfone sentiu as pálpebras pesarem. Ela se remexeu no sofá em busca de uma posição mais confortável e fechou os olhos, mesmo não querendo dormir. De qualquer forma, os efeitos da poção eram mais fortes que ela.

Escutando a voz suave de Hades e o borbulhar do caldeirão, Perséfone rendeu-se a um sono tranquilo, encoberto pelos sonhos de Morfeu.


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