Deus Salve a Rainha escrita por Lady Led


Capítulo 5
Eu sei o que você esconde quando se deita no escuro.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762647/chapter/5

Amália não consegue dormir nas noites como aquela. Está gelado lá fora, mas quente demais no quarto que ela divide com Afonso. Os braços quentes do homem estão a sufocando entre o seu corpo e o colchão, fazendo um calor estranho deslizar pela pele de suas costas. Seus cabelos ruivos estão jogados entre o espaço micro entre eles, e ela tem certeza que alguns fios estão sendo esmagados pelo corpo pesado do marido enquanto ele dorme profundamente ao seu lado. Ela quer rolar na cama espaçosa apenas para fazer Afonso se afastar um pouco do seu corpo, o calor dele deixando-a com a sensação de sufoco está fazendo Amália perder a cabeça.

O seu seio nu da mulher ruiva está exposta por entre os lençóis de seda brancos que Afonso insiste em usar sempre. Ela não gosta daquela quantidade de luxo. Amália dormia em um pisador com uma coberta de fiapos na casa onde morava quando era camponesa, ela não precisa daquela cama expansiva com lençóis que tentam a engolir viva toda vez que ela se embola na quantidade delas posta na cama.

Mas ela é a futura Rainha agora, e ela precisa se acostumar com as sedas e os luxos de uma vida no palácio. Mesmo em um reino que beirava a falência o seu bem-estar ainda era prioridade, mesmo que custasse o conforto de algumas dezenas ou centenas de plebeus. Amália solta os seus braços do aperto do homem ao seu lado, e os estende na frente dela, deixando ambos os seios a mostra com o movimento de seu corpo. Afonso odeia que ela esteja completamente nua na cama, porque ele sabe que em qualquer momento alguém pode entrar informando algo para os futuros Rei e Rainha e pegar a mulher despida do jeito que veio a vida.

Ela tende a achar que algumas regras da realeza são chatas e a impedem de ser quem ela realmente é, já que Afonso e todas as outras pessoas gostam de a colocar em sapatos altos e vestidos apertados apenas para exibi-la como um item de decoração que saiu do campo e sabe se comportar a mesa com grandes pessoas.

Sua testa está molhada por causa do calor, e o som suave, mas alto, que saí da boca de Afonso faz seus nervos se aflorarem em seu corpo, causando um tipo de irritação beirando a raiva. Amália sente o seu corpo implorando por alguma liberdade, por algum tipo de ar fresco que toque o seu corpo para aliviar a raiva e toda a quentura que sua pele está sentindo.

Ela saí do aperto de Afonso rezando para que ele não acorde, e ela não tenha que lidar com ele naquele estado de irritação. Seu corpo nu sente-se relaxado assim que os pés descalços tocam o chão. Amália sente o seu corpo relaxar enquanto ela caminha pelo quarto em busca de um roupão de seda.

O penhor, no caso, é um manto negro que caí por suas costas como um tipo de alívio pelo tecido ser gelado. Ela fecha o penhor na frente, mas os lados de seus seios ficam expostos, mas Amália simplesmente não liga. É uma noite quente no castelo, e o ar zumbe ao seu redor como um inseto insistente que ela não quer matar afinal. Seus cabelos ruivos caem pelas costas e ela os amarra em um único coque no topo da cabeça, deixando a nuca livre para que o ar esfria-se aquela região da pele.

Afonso continua na cama, dormindo profundamente envolto dos luxos de ser Rei. Amália ama o homem na cama, não se engane, mas tem dias que ela deseja estar de volta no ar fresco do campo, com os calos na mão da sua barraca na feira sendo construídos dia após dia. Ela sente falta da liberdade de andar de noite pelas plantas e flores vestindo nada além da pele que lhe foi dada em seu nascimento.

A mulher pega um pequeno castiçal contendo duas velhas acessas e abre a porta de madeira do quarto. Os dedos descalços no chão de piso batido estão dormentes já pelo frio, mas ela não se importa, e continua torcendo os dedos em sinal de ansiedade. A porta de madeira faz um barulho oco dentro do quarto, e Amália olha para trás apenas para ver se Afonso continuava dormindo da maneira pesada que ela havia visto há instantes.

O ar que corta o quarto é abafado e traz consigo um carregado cheiro de pão e vinho, comidas que foram servidos acompanhado da carne no banquete para toda a realeza. O cheiro que vem no ar deixa Amália com mais saudades de casa que há momentos, quando ela estava na cama, lembrando da sensação da plantação de flores em seus dedos. Ela sente falta das massas de bolo de limão que mexia em noites que não conseguia dormir apenas porque cozinhar lhe dava algum tipo de prazer.

Você é Rainha agora, ou bem, quase isso. Ela pensa segurando o penhor mais perto dos seios enquanto caminha peara a cozinha com o intuito de tentar convencer todos os servos a deixá-la mexer uma massa de bolo naquela hora da madrugada. Seus passos são iluminados pelas velas, as que estão na parede e as do pequeno castiçal que ela carrega. A luz da lua cheia lá fora faz tudo ficar com um brilho quase fantasmagórico enquanto ela caminha por entre as portas e as escadas.

O cheiro continua a perseguindo quando ela cruza pelo castelo, e a antiga irritação de Amália quase se cessa quando ela pensa na possibilidade de mexer com farinhas, ovos e leite. Ou quando ela pensa nos limões maduros que poderá espremer e colher o suco sem que ninguém esteja na sua cola para lhe dizer que ela não deveria gastar suas noites de sono fazendo bolo apenas para acalmar uma saudade de casa.

Um barulho faz Amália parar assim que ela chega no topo da escada que leva para a cozinha. O ar quente agora está todo condensado naquele momento, e seu cabelo, que já havia caído do coque que ela fizera ainda no quarto, havia se transformado em uma confusão com de fogo molhada por toda a sua pele. Ela já esperava que algumas pessoas estivessem na cozinha, dependendo do horário ainda limpando a bagunça que o banquete fez, mas o barulho que ela escuta é diferente de um barulho de limpeza.

É um som de voz feminino, quase como um sussurrar pecaminoso na noite escura. Seu coração acelera quando ela desce o restante da escada, segurando o tecido perto de seus seios que se alegram com a voz feminina no ambiente. Ela não entende o que está acontecendo.

Amália se esconde perto da parede quando vê um corpo feminino deitado na mesa onde está alguns utensílios de cozinha. O cabelo longo e pesado da mulher está jogado junto com um saco de farinha aberto na mesa, se enchendo com o pó branco pelos fios enrolados. O corpo de Amália responde de uma forma estranha quando ela visualiza os seios redondos com mamilos arrebitados que estão livres da mulher.

As pernas da moça estão para baixo, e ela pode jurar que os dedos que seguram a carne se parecem muito com os dedos magros de Catarina.

Meu Deus. O coração de Amália salta pela boca quando ela percebe afinal quem está com o rosto enterrado no cume das coxas da mulher na mesa.

“Catarina?”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OLÁ LINDEZAS!! PRIMEIRO DE TUDO: PASSAMOS DE 1K DE VISUALIZAÇÕES NESSA HISTÓRIA, E EU QUERIA AGRADECER IMENSAMENTE PORQUE ESSA É A PRIMEIRA VEZ QUE UMA HISTÓRIA MINHA PASSA ESSA MARCA, E EU TÔ MUITO AGRADECIDA!

ENFIM, o que vocês acharam desse capítulo? E o que acham que vai acontecer no próximo? TÔ ANSIOSA PRA VER O QUE VOCÊS ACHARAM.

OUTRA COISA: VENHAM FALAR COMIGO, TÁ BOM? TWITTER, COMENTÁRIO, TUDO E TUDO. Ah, eu subi Deus Salve a Rainha no Wattpad, quem usar lá a plataforma dá um salve pra gente.

XOXO, Led.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deus Salve a Rainha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.