Encontros Proibidos escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 8
À espera da hora certa




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Ao chegar em casa naquele dia, aborrecida, eu subi direito para o meu quarto. Não estava com vontade de falar com ninguém e muito menos de jantar. Se eu tivesse fome mais tarde, eu pegaria algo na geladeira. Eu me deitei na cama cansada de tudo, do trabalho, dos meus pais, eu gostaria de ter mais força nesse momento, mas a verdade era que eu estava muito mal com a minha situação. Observei o teto do quarto enquanto chorava em silêncio, eu só me perguntava o porquê do meu pai ser assim. Eu queria ser “normal” com pais que me respeitassem, que conversassem comigo e fossem afetuosos. Será que era pedir demais? Eu acabei adormecendo depois de tanto olhar o teto e pensar na vida.

Quando eu acordei já eram nove horas da noite, eu despertei assustada. Levantei da cama e tentei me recordar do que eu estava sonhando, mas a única coisa que eu pude identificar foi uma tristeza. Caminhei até o banheiro sem vontade e tomei uma ducha rápida, depois desci até a cozinha e fiz um sanduíche. Meus pais já tinham se recolhido para o quarto deles, pois tudo estava escuro; a sala e a cozinha. Sem ânimo nenhum, assim que eu terminei de comer voltei para o meu aposento, com zero animação. Eu mal entrei no meu quarto e ouvi o sinal de notificação de mensagem do meu celular, peguei o mesmo no bidê e olhei quem era: Lú. Ela me perguntou se amanhã eu estaria disponível para ir nas lojas dos vestidos e eu respondi que sim. Logo em seguida eu percebi que havia uma mensagem da “Rosa”.

 Rosa: Oi Elisa, está tudo bem? Você não chegou a entrar na mercearia. O que houve?

A mensagem dele já estava aqui desde a hora que eu saí de lá, da mercearia e eu não havia visto. Logo após perceber a notificação respondi ele.

Elisa: Eu fiquei um pouco chateada e resolvi não entrar. Quem era aquele Marquinhos?

Para a minha surpresa, ele me enviou uma mensagem logo depois.   

Rosa: Eu percebi que você não estava bem. Foi pelas coisas que nós dissemos?

Ele estava digitando uma nova mensagem, então eu esperei pelo o quê ele iria dizer antes de respondê-lo.

Rosa: Eu conheci o Marquinhos na mercearia, um dia ele apareceu por aqui e nós começamos a conversar.  

Elisa: Hum, esse cara não tem nada a ver com você. Estranhei vocês serem amigos. E, eu posso até ter ficado um pouco encabulada pelo papo de vocês, mas o que me deixou triste foi outra coisa.

Rosa: Pois é, eu sei disso. Ele é bem diferente dos meus outros amigos. Já começa que ele tem muito dinheiro, os pais dele são empresários. Eles moram em uma cidade vizinha daqui e tem aquela casa só para passar fins de semana ou férias.

De novo, ele estava escrevendo mais coisa e eu esperei.

Rosa: O que foi que te deixou assim?

Eu deitei na cama com o celular e me aconcheguei no cobertor, para continuar respondendo ele.

Elisa: Ah, eu fiquei pensando que você pode sair para onde quiser e eu tô “trancada” aqui. Isso é tão errado.

Rosa: Sim, muito errado. Mas vamos focar que daqui a pouco isso será passado. Acho que em breve nós conseguiremos sair daqui.

Elisa: Isso é o que eu mais desejo.

Na minha conta bancária não tinha o suficiente ainda para a gente ir embora, mas juntando com a dele, nós podíamos sonhar em fugir e, daqui a alguns meses, Caldas da Imperatriz seria só uma lembrança das nossas vidas.

Rosa: E como está a sua mão?

Elisa: Está bem, às vezes eu sinto um desconforto, dói um pouquinho, mas depois passa. Daqui a pouco eu tiro os pontos.

Nós engatamos uma conversa atrás da outra e quando eu percebi já era uma da manhã. A hora de dormir tinha passado faz tempo, por isso nós nos despedimos e cada um foi descansar.

                                                                                                                                                                ---

Uns dias antes do meu aniversário eu passei na loja que aluguei o meu traje e do Téo para retirar as peças. Marquei de me encontrar com ele na hora do meu intervalo do almoço.

― Oi amor, estava morrendo de saudades. ― Eu o cumprimentei com um beijo.

― Eu também. Parecia um século que a gente não tinha se visto ― ele respondeu logo depois de me beijar.

― Verdade ―, balancei a cabeça em sinal de positivo. ― bem que a gente podia marcar para sair novamente. ― Eu me aproximei ainda mais dele e entrelacei meus braços no pescoço dele.

― Uma ideia muito boa essa. ― Ele retribuiu o carinho, colocando suas mãos na minha cintura e nossos corpos ficaram colados um no outro.

No instante seguinte nós nos beijamos lentamente, eu queria expressar nesse gesto todo o meu amor acumulado, eu também desejava decorar cada parte do corpo dele. Nesse momento, só me importava em estar aqui com ele e manifestar o quanto eu estava enfeitiçada por ele. Eu acreditava que o Téo sentia a mesma coisa, pois as mãos dele me seguravam pela cintura com intensidade. Apesar de eu estar totalmente entregue a ele, em seus braços, eu temia que fosse um sonho e que eu acordaria a qualquer hora. Nós tínhamos imaginado momentos assim tantas vezes que era difícil acreditar que essa cena pudesse estar acontecendo: eu e ele juntinhos. Quando nos separamos, eu encaixei a minha cabeça entre o pescoço dele e o ombro e ficamos em silêncio por alguns minutos.

― Eu preciso voltar para a prefeitura ― respondi sem me mexer, ainda apreciando o calor do corpo dele com o meu.

Eu me virei, ficando de frente para ele e a apenas alguns centímetros da sua boca. Estava difícil resistir a vontade de beijá-lo novamente.

― Mas já? A gente mal chegou ― ele disse triste.

― Pior que não é brincadeira. A culpa de eu ter chego tarde foi da Lú, vamos brigar com ela.

― Na próxima vez que nos encontrarmos com ela, vamos brigar sim ― ele falou em um tom divertido. ― E como está o seu corte? ― Ele pegou na minha mão e ficou fazendo carinho.

― Só ficou uma cicatriz depois que tirei os pontos. Agora não está mais doendo.    

Eu tinha que ir, mas o meu corpo desejava permanecer junto ao dele e poder ficar coladinha com ele. O Téo notou a minha falta de vontade e acariciou minhas bochechas suavemente, depois retirou uma mecha de cabelo que voou pelo meu rosto e então a colocou atrás da orelha. Em seguida depositou um beijo terno em meus lábios, foi um toque mais demorado, apenas as nossas bocas se juntaram.

― Bem, eu preciso ir agora ― eu falei após o beijo. ― Ah, eu aluguei esse terno para você ir na minha festa. ― Fiz uma careta.

― Tudo bem, então a gente se vê lá.

Eu acenei com a cabeça e nos despedimos com mais um beijo antes de eu ir para a prefeitura, só que dessa vez foi rápido, um selinho. À tarde na prefeitura, eu chequei alguns emails, recebi correspondências, analisei as urgentes e entreguei para o meu pai as que ele precisava responder logo, hoje ele não tinha muitos compromissos marcados e por isso eu estava bem tranquila. Por isso, eu fiquei praticamente no meu celular falando com a Lú e o Téo. A loira estava uma pilha de nervos, o noivado seria daqui a uma semana, tudo já tinha sido preparado, teria um jantar refinado na casa dela, com salgadinhos tradicionais de entrada, para a sobremesa havia a mesa dos doces e o bolo, só coisa boa. A decoração também já foi acertada, mas a Lú queria que tudo saísse perfeito e a cada dia ela ficava mais nervosa. Eu, por outro lado, desejava que nem tivesse o meu aniversário, seria o momento em que o meu pai apresentaria o noivo “ideal” para mim. A festa seria nesse final de semana e no fundo do meu coração eu tentava encontrar um jeito de burlar esse aniversário. Será que se não acontecesse a tal festa, meu pai desistiria? Eu havia chegado a uma conclusão para essa resposta, definitivamente era não. O meu pai daria algum jeito de me fazer encontrar com esse noivo, ou até mesmo promoveria uma nova festa só para isso. Então, só me restava pensar em outra maneira de fraudar esse momento dele. Cruzei os braços e encaixei a minha mão embaixo do meu queixo, a minha cabeça funcionava a todo vapor para encontrar uma solução para tapear o meu pai. Eu tive várias ideias, mas foi só uma que me agradou mais e eu esperaria a hora certa para “atacar”, pois eu já sabia como resolver esse dilema.  


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Notas finais do capítulo

Oii gente, espero que estejam gostando. O capítulo ficou um pouco curtinho, mas prometo compensar no próximo. E aí, o que será que a Elisa pensou?



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