Encontros Proibidos escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 4
Passando dos limites


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, dessa vez eu não demorei para postar :) espero que gostem do capítulo, beijos.



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― O que aconteceu pequena? ― Teodoro perguntou preocupado quando eu comecei a pegar a minha roupa pela sala.

― A minha mãe, como sempre, parece que ela está indo para a casa da Lú. ― Coloquei as peças íntimas, depois vesti a calça rapidamente e procurei pelo meu casaco.

― Acredito que esteja buscando por isso. ― Ele me mostrou o agasalho e eu sorri agradecida. ― Então, temos que correr para a casa da Lú antes que a sua mãe chegue.

― Sim ― respondi firme.

Quando terminamos de nos arrumar, colocar as roupas, fechar a casa e organizar a bagunça que fizemos, seguimos para a casa da Lú. O esquema foi o mesmo de antes, ele me deixaria na ponte e eu seguiria a pé até a casa da loira. Porém, eu já estava muito “atrasada” porque a minha mãe provavelmente já estaria na Lú a essa hora, então o Téo resolveu me deixar uma rua antes da casa da minha amiga. Eu me despedi dele muito rápido, apenas disse um até logo e a gente se vê, pois não tínhamos mais tempo para um adeus mais apropriado. Após sair do carro, eu caminhei tão rápido que eu não sentia a minha canela, os meus pés, eu só pensava em chegar antes da minha mãe. Pelo meio do caminho eu enviei uma mensagem para a Lú deixar a porta da casa aberta e eu esperava que o aplicativo Bud-on funcionasse, na verdade eu desejava que a internet aqui nessa cidade pudesse me ajudar nesse momento delicado da minha vida. Desacelerei o passo quando avistei o portão rosa e entrei toda esbaforida, abri a maçaneta da porta e tentei localizar a voz da minha mãe pela casa.

― Luísa, minha querida, cadê a Elisabeta?

Olhei pelo corredor e somente a Lú podia me ver, já que a minha mãe estava de costas. A loira fez um sinal com a cabeça para o lado, indicando o andar de cima e eu entendi que era para ir para lá.

― Ela está no banho tia Cassie ― Lú a chamou pelo apelido carinhoso.

― Para o bem dela eu espero que sim. ― Escutei o co mentário da minha mãe enquanto subia as escadas.

Eu fui direto para o cômodo, tirei as roupas, peguei uma toalha do balcão para enrolar no corpo, abri a porta do banheiro, fingi que não estava acontecendo nada e com a maior naturalidade possível encarei a minha mãe.

― Mãe!? O que você está fazendo aqui? ― eu disse com um tom incrédulo.

― Seu pai ficou todo nervoso quando nós dois estávamos na casa da sua tia e um vizinho disse que viu você passar lá na ponte e embarcar em um carro preto, logo ele me mandou aqui para conferir a verdade.

― Nossa, isso é muito errado. ― Eu balancei a cabeça negativamente e suspirei. ― Bem, agora que você já conferiu que eu estou aqui, já pode ir. ― sorrir forçadamente.

― Não sei se o seu pai aprovaria, Elisabeta ― ela falou séria.

― Então a senhora vai ligar para ele e perguntar se ele vai dar importância para todos os comentários que essa cidade faz.

― Ok Elisabeta, eu me resolvo com ele. Até amanhã, tchau meninas.

Nós nos despedimos da minha mãe e assim que ela passou pela porta desabamos em uma risada. Eu não sei se era de nervoso ou pela situação toda.

― Caramba Elisa, essa foi por pouco ― Lú comentou ainda rindo. ― Quando a sua mãe apareceu aqui e você não tinha chego, eu pensei que ia dar muito ruim. ― Ela deixou uma gargalhada escapar. ― E aí do nada você surge e aparece no banheiro com a toalha, foi demais. ― Ela colocou uma mão na barriga.  

― Eu também fiquei apavorada quando percebi que ela já estava aqui, mas ainda bem que você me ajudou. ― Sorri com uma imensa gratidão, mas logo em seguida meu sorriso murchou ao lembrar que a minha mãe deveria estar me vigiando, todos os meus passos. ― Aposto que a minha mãe perguntou aonde estava a sua, para saber se ela sabia de mim. ― Balancei a cabeça, pois foi um comentário que eu não queria resposta, só precisava desabafar e a Lú apenas confirmou mexendo a cabeça.

― Mas agora, vamos aproveitar que a minha mãe foi no mercadinho e você pode me contar tudo, onde foram, quero os detalhes ― ela disse toda animada.

― Ok, melhor mesmo a gente falar de um assunto mais agradável.

Eu olhei para a minha amiga e começamos a fofocar, contei desde a parte em que fingia vir para a casa dela - apesar dela já saber disso, ela quis saber como foi - até quando o Téo me levou para a tal casa do amigo dele, inclusive nós duas estávamos querendo saber quem eram esses amigos dele que emprestam carro e uma casa. É um pouco estranho, não é? Lú e eu achamos que sim, mas isso eu iria descobrir outra hora. Depois eu comentei da casa, como era muito bonita e os detalhes que só melhores amigas conversam.

Um tempo depois de a gente estar papeando sobre outros assuntos, como o noivado dela, a doida me contou como havia ficado noiva, nós duas estávamos tagarelando sem parar até a mãe dela chegar.

― Oi meninas, ― a mãe da Lú disse assim que chegou. ― nossa, vocês acreditam que o seu Batista estava quase fechando o mercadinho, eu quase não consegui comprar os ingredientes para o escondidinho. ― Ela levou as compras para a cozinha.

― Você pediu para ela fazer o escondidinho? ― perguntei para a Lú surpresa.

― Sim, eu sei que você adora esse prato da minha mãe ― ela respondeu toda carinhosa.

― Não acredito! ― Abracei a Lú muito alegre com o gesto dela. ― A comida da sua mãe é maravilhosa. ― Complementei.

― Eu sei, eu sei. Eu sou a melhor amiga de todas ― ela disse brincando.

― Bobinha, mas você é mesmo a melhor amiga de todas. Se não fosse por você, não teria eu e o Téo não iríamos conseguir nos encontrar.

― Faço o que eu posso para você ser feliz. ― Ela sorriu sincera e eu retribuí.

—--

Infelizmente a noite na casa da Lú passou muito rápido, o escondidinho estava delicioso, eu e a loira conversamos até de madrugada e isso era tão bom que me fazia esquecer dos meus problemas. O Téo chegou a me mandar uma mensagem perguntando se estava tudo bem porque tivemos que sair apressados da casa do amigo dele e eu respondi que foi tudo resolvido, mas eu contaria os detalhes depois. Com muita tristeza no outro dia eu tive que ir embora, voltei para o meu fingimento de sempre. Domingo eu estava tentando relaxar na sala, vendo algum filme que passava na televisão, porém a tensão na minha casa era estranha. Apesar do meu pai não ter trocado uma palavra comigo eu sentia o olhar de reprovação, por isso combinei com a Lú para a gente ir na praça mais tarde e fazer alguma coisa, nem que fosse tomar um sorvete. Quando eu decidi subir para o meu quarto, pois o filme realmente não estava me ajudando a relaxar, acabei escutando uma conversa entre os meus pais que eu não sabia o que pensar direito, eles me pegaram desprevenida.

― Ela já vai fazer vinte anos, já está mais do que na hora de casar ― o meu pai comentou.

― Eu sei disso Pedro, você não acha que ela tem o direito de escolher isso? ― O tom de voz da minha mãe era calmo e dava para perceber que ela estava tentando ser meticulosa.

― Não, ela precisa de alguém que cuide do bem-estar dela e que possa tomar conta das finanças da casa.  ― Ele suspirou. ― E eu já tenho o pretexto perfeito para arrumar o noivo ideal.

― Como assim, querido? O que você está pretendendo fazer? ― a minha mãe perguntou um pouco alarmada e eu me aproximei para escutar melhor.

― O aniversário dela está chegando, essa festa vai ser o momento perfeito ― ele disse convicto.

Arregalei os olhos assustada, eu estava em choque, muitas ideias e imagens passaram rapidamente pela minha cabeça, eu estava confusa com o que ele tinha acabado de dizer. Eu só tinha uma certeza: meu pai foi longe demais. Caminhei desolada para o meu quarto, sentei na cama com a cabeça baixa, totalmente abatida.

― Não! ― eu disse para mim mesma. ― Ele não tem esse direito.  Quer saber? Eu já sei o que vou fazer. ― Levantei a cabeça e peguei as minhas coisas para me encontrar com a Lú.


O meu pai não sabe o que lhe aguarda pela frente.


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Notas finais do capítulo

Ih gente, o que será que a Elisa vai aprontar?



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