P.O.V. Chloe.

Encontraram um garoto, um rapaz andando pelado na rua. Ele alegava que era filho do Lúcifer.

—Lúcifer. Porque você nunca me contou que tinha um filho?

—Porque eu não sabia que tinha! E se esse menino for mesmo meu filho eu quero saber exatamente o que ele pode fazer.

—Como assim?

As luzes começaram a piscar.

—Trixie? Trixie?

Eu cheguei e Jack e Trixie estavam sentados em frente á maquina de comida comendo doce.

—Eu acho que o Jack nunca comeu doce antes.

—Eu gosto de doce.

—O que aconteceu com as luzes?

—O Jack é mágico!

—Mágico?

—Mágico de verdade. Mostra pra ela.

Ele levantou e tocou na máquina de doces, fazendo ela funcionar e as luzes piscarem.

—Não é demais mamãe?

—Jack, como você fez isso?

—Eu não sei.

Então o menino começou a apertar a cabeça. E ele me atirou longe.

—Me ajude. Me ajude pai.

Eu acertei ele com um Taser.

—O que é... isso?

A resposta veio de Maze.

—Isso é um Nefilim. Parece que você conseguiu uma prole Lúcifer.

Eu coloquei o garoto numa cela e esperei até ele acordar.

Quando ele acordou, seus olhos eram brilhantes.

—Ok. Calma, calma. Está tudo bem, não vou machucar você.

—Você já me machucou.

—Sim, eu machuquei e eu sinto muito. Eu só estava tentando te acalmar. Você... você estava... Você está bem?

—Eu não... eu não sei. Eu estava com medo e quando eu fico com medo as coisas acontecem. Eu não... consigo pará-las.

—E por que você estava com medo?

—Por causa das vozes. Elas eram tão... altas, tão...raivosas.

—Lúcifer!

—Eu sei do que ele está falando. É o elo.

—Você está ouvindo elas agora?

—Não.

—Ótimo. Ótimo.

—Eu sinto muito.

—O que?

—Diz a eles que eu sinto muito?

Eu não fazia ideia do que ele estava falando, mas resolvi concordar.

—Digo. Eu digo.

Resolvemos chamar a Doutora Linda.

—Quantos anos você tem?

—Menos de um dia.

—Jack, como estamos conversando aqui, agora? Você tem menos de vinte e quatro horas de idade. Como você fala inglês?

—Minha mãe. Kelly Kline, ela me ensinou.

—Então você falava com ela?

—Eu era ela. Eu sabia tudo o que ela sabia, sentia tudo o que ela sentia. 

—Ok e os seus... poderes? Ela te ensinou isso também ou...

—Não, eu... eu não sei porque essas coisas acontecem é como se fosse eu, mas... não... eu.

—E porque saiu nu no meio da rua?

—Eu não sabia que precisava de roupas.

—E você estava procurando alguma coisa. O que era?

—O meu pai. Ele vai me proteger.

—Sua mãe te disse isso?

—Disse. Minha mãe disse que... Lúcifer, me manteria seguro. Disse que eu seria a nova chance dele, que ele seria melhor pra mim do que o pai dele foi pra ele. Mas, ela também disse que... o mundo era um lugar perigoso, por isso eu não podia ser um bebê ou uma criança. Por isso que eu cresci tão rápido. Por isso que eu decidi dar uma chance pra ele, por isso eu escolhi ele pra ser o meu pai.

—E onde está a sua mãe agora?

—Ela se foi.

—Se foi?

—Ela... morreu.

—Meu Deus! Eu sinto muito.

Eu tinha que sair da sala.

—Como? Como isso é possível?

—Bom, eu tenho te dito isso já algum tempo Detetive.

—Você é o diabo. Literalmente o diabo.

—Exatamente.

—Mas, eu vi você sangrar quando atirei em você.

—Isso foi culpa sua. Bebê abençoado. Quando estou perto de você eu sou mortal, mas o mesmo não vale para o meu filho.

Lúcifer entrou na sala da doutora Martin. E ela não parecia nem um pouco assustada ou chocada.

—Porque não está tendo um ataque agora?

—Eu tive. Eu tive quando descobri que as metáforas não eram metáforas, quando vi a cara de demônio dele, quando descobri que a Maze é um demônio e que a Charlotte Richards é a mãe dele. Tipo uma Deusa.

—O que?!

—É.

—Nefilim. Nefilins são meio humanos, meio anjo. Mas, você é...

—Eu sou um arcanjo. Antes de eu cair eu era A Estrela da Manhã. O favorito do meu Pai! Sua luz mais brilhante! Eu sou um Arcanjo!

—As cicatrizes. Você tinha asas mesmo.

—É. Eu tinha. Ai. Ai.

—Oh, é melhor se afastar.

—Porque Maze?

—Eu sei o que acontece agora.

Nós todos nos afastamos e então... bang! Ele tinha asas. As asas abriram rasgando as roupas dele.

—Você me deve uma parede nova.

Disse Linda.

—Meu Deus! Que coisa... maravilhosa. Elas brilham.

Eu sabia que eu estava chorando.

—Porque você estão chorando?

—Porque é assim que os humanos reagem quando têm prova de divindade.

—Eu... eu posso tocar nelas?

—Pode.

Eu passei os meus dedos nas penas e não era como nada que eu já tivesse sentido antes. Elas eram macias como se fossem feitas de seda e ainda assim, eram fortes como se fossem de aço. Eram delicadas e ainda assim fortes.

—Minha nossa senhora.

Então ele as colocou para dentro outra vez.

—É mais difícil do que eu me lembro.

—O que?

—Controlar. Quando elas entram e saem.

—Dói?

—Nas primeiras vezes, dói. Mas, depois é... libertador.

—Eu vou ter asas?

—Eu não sei. Eu nunca me imaginei tendo um filho, mas está certo, eu não vou te tratar como o meu pai me tratou.

Ele abraçou o garoto. Jack.

—Eu te amo filho.

—Eu te amo pai.

Eles se abraçaram.

Eu não estava em condições psicológicas de trabalhar.

—Vamos pra casa e ai, você vai me contar em detalhes toda essa confusão.

Chagamos na minha casa e a primeira coisa que eu perguntei foi sobre...

—Você falou sobre um elo. O que é esse elo?

—É um triângulo, um elo mental. Todas as mentes de todos os anjos estão conectadas, nós não falamos como os humanos, não verbalmente e nem em inglês ou qualquer outra língua que você conheça.

O menino abriu a boca e falou uma língua que eu não conhecia. Mas, Lúcifer conhecia. Então ele respondeu em inglês:

—Sim. Enoquiano. A língua dos anjos, criada antes da humanidade.

—Se foi criada antes da humanidade, como eu sei falar?

—Você é parte anjo, filho. Tem conhecimento atemporal e ilimitado. Você fala todas as línguas conhecidas pela humanidade.

—Porque eu matei a minha mãe?

—Porque você é um nefilim. Nenhuma humana sobrevive ao parto. E você é o Nefilim mais poderoso que já existiu. Todos os Nefilins são mais poderosos do que o anjo que os gerou e modéstia á parte, eu sou A Estrela da Manhã.

—Você dorme?

—Sim. Eu durmo, mas só se eu quiser.

—Eu durmo, eu preciso, mas eu não durmo tanto quanto uma pessoa normal. Só umas duas horas por noite é suficiente.

—E você tem onde ficar filho?

—Não. Eles estão atrás de mim.

—Eles quem?

—Os anjos. Anjos maus. Eles me enfiaram uma faca. Uma faca especial, mas eu não morri.

—Lâminas celestiais. Ninguém vai ameaçar o meu filho! Ninguém. Meus pais não lutaram por mim, mas eu não vou cometer o mesmo erro com você Jack.