Temporariamente escrita por Fluconheira


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Música do dia: Sparks Fly da Taylor Swift!

Boa leitura :)



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Sexta-feira, 12 de fevereiro – Hogwarts High School

— Quando a neve cai, e os ventos brancos sopram, o lobo solitário morre — entoou Marlene, na saída da aula de álgebra. — mas a matilha sobrevive.

A loira e as suas duas melhores amigas, Lily e Alice, alcançaram seus respectivos armários e trocaram os livros. Alice rolou os olhos.

— Tem alguma coisa que ela fale que não seja Game of Thrones? — perguntou Alice para Lily, enquanto guardava seu livro.

Kit Harington. — respondeu Lily simplesmente.

— Quem é esse?

— Um dos protagonistas de Game of Thrones.

Alice rolou os olhos pelo o que pareceu a milésima vez naquele dia. Marlene não ligou, Alice era profissional na hora de revirar os olhos (Frank Longbottom que o diga, vale ressaltar!), afinal, estava interessada em outra coisa.

Sirius Black se aproximava sendo acompanhado por James Potter e Remus Lupin. Os dois últimos riam, mas Sirius parecia carrancudo, seja lá o que fosse, não havia gostado da piada. Quando o grupo de meninos passaram pelas garotas, o olhar de Sirius encontrou o de Marlene e eles o seguraram por pouquíssimos segundos. Porém, para Marlene, foi um longo tempo em câmera lenta, como em um filme de romance para dar destaque ao protagonista na cena com o fundo desfocado, e claro, havia a grande e estúpida bocó que ficava babando, mas ela não aparecia na cena em questão, já que a câmera vinha do seu ponto de vista. Ao lembrar-se que era a bocó, Marlene acordou de seu sonho vívido e corou, com os olhos arregalados, sentindo seu rosto esquentar. Sirius Black não estava mais carrancudo quando desviou o olhar, havia um sorriso no canto de seus lábios, deixando para trás um forte perfume masculino muito gostoso. Igual ao dono.

Sirius olhou para trás, para Marlene, que ainda encarava suas costas, com leve interesse em suas feições. A loira respirou fundo e lhe deu as costas, com o coração palpitando. Encontrou suas amigas a olhando com sorrisos maliciosos. Lily levou o dedo indicador até a boca e deu uma batidinha. Marlene levou a mão a própria boca para checar o que havia de errado e então lembrou que era uma brincadeira. Fechou a cara e suas melhores amigas explodiram em gargalhadas.

— Leney! — disse Lily ainda risonha. — Você é muito medrosa. Porque não fala com ele? Chama ele pra sair!

Marlene umedeceu os lábios e buscou seu livro de biologia em seu armário.

— Jon Snow. — falou Marlene, abruptamente.

— O que? — Lily piscou, sem entender.

— Jon Snow é um dos protagonistas de GOT, não o Kit Harington, esse é o ator. — explicou Marlene pacientemente. — E se você rolar esses olhos de novo, Alice, vou me certificar de levar eles comigo para o caixão quando morrer.

Alice soltou um longo suspiro, reprimiu os lábios e mais uma vez, rolou os olhos, mas desta vez seus olhos ficaram totalmente brancos.

— Você é uma geek terrivelmente chata, sabia? — disse Lily.

Alice concordou com ligeiros acenos de cabeça.

— Tá na cara que o Black tá afim de você! E se você não tiver iniciativa, ele vai ter.

— Personagens literários são bem melhores que os caras da vida real. — disse Marlene com convicção.

— Um ótimo ponto, porém personagens literários não fazem você ter um orgasmo. — retrucou Lily com um sorriso no canto dos lábios. — A não ser que você tenha um vibrador e uma imaginação aguçada. Você tem um vibrador? Tem? Não? Sim, eu já sabia. Eu conheço você, Lene. Saberia se tivesse um vibrador em casa.

— Não é preciso de um vibrador pra ter um orgasmo. — interviu Alice.

— Você tá passando muito tempo com James Potter, Lilyane. — falou Lene, dando as costas as suas amigas, um pouco constrangida.

— Hey! Não me chame de Lilyane, Marilene. — respondeu a ruiva, sorrindo com a troca de apelidos inventadas por elas mesmas, e acompanhou a amiga.

— Admita que você está com medo porque é BVL. — concluiu Alice.

Marlene não respondeu, apenas entrou na sala de aula. A única aula que dividia com Sirius Black.

— Não tenha medo! — gritou Lily. — Só siga o embalo.

A voz de Lily desapareceu quando Marlene fechou a porta. Infelizmente (ou felizmente), não tinha suas amigas ali para fazer-lhe companhia (ou passar um mico daqueles). Procurou uma carteira vazia e encontrou uma, ao lado de um ser de cabelos longos e sedosos. Parece que teria que fazer dupla com Sirius Black dessa vez.

O garoto notou a presença de Marlene e espreguiçou-se, colocando um dos braços em volta da cadeira vazia ao seu lado, sorrindo levemente para ela. Séria e nervosa demais para fazer algo mais além de sentar ao seu lado com a postura ereta e tensa, suas mãos logo começaram a suar e torceu para que Sirius não ouvisse seu coração bater tão rapidamente. Ugh! Só conseguia pensar no quanto parecia ridícula ao ver que Black estava tão relaxado. Claro! Não era ele quem estava apaixonado para esconder o leve tremor das mãos. Marlene logo pensou na sua aparência e se auto avaliou. Olhou para baixo e viu seu par de all star surrados, um jeans e sua camiseta favorita, de seu super herói favorito. Seus cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo simples e não usava maquiagem. Olhou para o lado e viu a fantástica Dorcas Meadowes, com seus cabelos negros ondulados em perfeitos cachos e sua maquiagem bem feita, e claro, suas roupas de marcas caras. Marlene desejou ter passado pelo menos um gloss pra dar uma valorizada, ou uma make legal, mas desistia quando lembrava que o tempo custava suas sagradas horas de sono, e ir “toda basiquinha” às aulas não parecia tão ruim assim. Pra falar a verdade, estava tudo ótimo. Não tinha nada de errado! E por qual motivos ela estava se sentindo tão frustrada? Pelos sete infernos!

Já tinha se esquecido que o deus grego Sirius Black estava ao seu lado quando deu um alto gemido de frustração e bateu a cabeça com força na mesa, fazendo um barulho oco soar em resposta.

— Ai! — gemeu novamente, erguendo a cabeça e esfregando a testa. Ouviu Sirius rir pelo nariz.

— Você tá legal? — perguntou ele, ainda risonho.

Marlene olhou para ele e levou a pergunta a sério, pensou antes de responder um automático: estou bem.

— Acabei de deixar minha cabeça bater na mesa. Se tem uma coisa que eu não estou, essa coisa é legal. Podia ter perdido a memória!

— Não ia perder muita coisa com o barulho que fez. — disse Sirius rindo e fazendo nós nos dedos, bateu levemente no topo da cabeça de Marlene. “Tuc-Tuc” foi o som que saiu. Isso fez ele rir ainda mais, e um sorriso sincero sair dos lábios dela.

— E isso não diminui a dor. — retrucou ela, voltando a esfregar a testa.

O professor de Biologia entrou na sala pedindo desculpas pelo atraso, e mandando todos abrirem os cadernos. Marlene abriu o zíper da mochila e Sirius falou:

— Tá afim de ir cozinha pegar gelo?

— Não, está tudo bem.

— E afim de namorar comigo, você tá?

Marlene parou de revirar suas coisas e olhou para o garoto ao seu lado.

— O que?

A loira encarou os olhos de Sirius Black com desconfiança, esperando que ele vacilasse, e rindo, dissesse que era uma brincadeira. Ou que sua mãe a acordasse e ela estivesse babando em seu travesseiro com seu sonho impossível de se tornar realidade. Porém, nada disso aconteceu. Sirius Black estava bem sério, e segurou o olhar penetrante de Marlene até que ela piscou.

— É só por um dia. ­­­­— explicou o moreno. — Dia dos namorados... Você sabe... Temporariamente.

— Ah. — murmurou Marlene. Talvez ele tivesse visto a decepção pelos olhos da garota, pois se apressou a explicar, mas ela não deixou. Fechou os punhos com raiva e o interrompeu. — Eu não estou a venda, caso seja esse seu interesse. Se acha que vai usar minha imagem pra esfregar na cara de alguma ex-namorada sua que não vai passar o dia dos namorados com um lado da sua cama frio, achou a garota errada. — e virou-se para frente ainda espumando de raiva.

Homens. Hunf! Por isso preferia Jon Snow. Quando suas amigas iriam entender?!

Sirius a olhava chocado, com sua boca entreaberta.

— Não! — exclamou exasperado. — Não foi isso que eu quis dizer... você entendeu tudo errado. Eu também me expressei mal. Desculpe se isso a ofendeu, não era minha intenção. — Sirius voltou-se para frente, parecendo envergonhado.

Marlene controlou sua respiração e abriu seu caderno. Um silêncio constrangedor pairou sobre eles. Marlene tossiu levemente e voltou a puxar o assunto.

— Então... seja lá qual é sua intenção, porque achou que eu seria uma boa namorada temporária?

— Bem, você é bonita e... — começou Sirius, mas foi interrompido.

— E porque uma garota bonita estaria solteira logo no dia dos namorados?

— Eu não disse que eu era inteligente. — respondeu ele, sorrindo. — Então você tem namorado?

— Não. — respondeu Marlene rindo pelo nariz.

— E está interessada na minha proposta? — perguntou Sirius, com seu sorriso presunçoso aumentando a cada segundo.

— E o que eu ganho sendo sua namorada temporária? — insistiu Marlene, agora sorrindo e escrevendo as anotações do quadro negro em sua folha. Ela parou e olhou para o garoto.

Sirius olhou para si mesmo, como se dissesse tudo. Marlene reprimiu um sorriso e mostrou-se não se dando por convencida, apesar de estar na dele desde os quinze anos de idade. Não que ele precisasse saber disso.

— Minha companhia incrível e bem humorada. — disse ele, mais arrogante do que nunca.

Marlene soltou um muxoxo, mas não conseguiu segurar o sorriso.

— Você é ridículo. — disse ela por fim.

— E então, aceita ou não? — perguntou Sirius, novamente sério.

Marlene pensou em seus três irmãos mais velhos, que sempre zoavam a caçula pelos mais insignificantes motivos, e depois de crescida, era frequentemente questionada pelos namorados inexistentes. E agora, sua primeira paixão do colegial estava lhe fazendo uma proposta. Mesmo que só durasse um dia, ela teria uma história para contar para os seus futuros netos também inexistentes. A loira virou seu corpo para o lado.

— Aceito.

Sirius sorriu. Aqueles dentes perfeitos a mostra, parecia um sonho. Ele jogou os cabelos para o lado com um aceno de cabeça e estendeu a mão.

— Esqueci de me apresentar. Sou Sirius Black.

— Eu sei quem você é. — respondeu Lene. Todo mundo sabia.

— E também não sei quem você é.

Marlene apertou sua mão.

— McKinnon. Marlene McKinnon. Sua futura namorada.

Sirius sorriu ainda mais, se fosse possível.

— Essas apresentações são as melhores. — disse ele fingindo prestar atenção no professor a sua frente.

— Lembrando que geralmente perguntamos o nome, conhecemos a pessoa e depois pedimos em namoro. — falou Marlene voltando a escrever suas anotações. — Você é estranho, Black.

— Não fui eu que joguei minha cabeça contra a mesa de madeira da escola, McKinnon. — retrucou ele com um sorriso de lado.

Foi a vez de Marlene rolar os olhos como Alice.

— E o que vamos fazer?

— Gosto de surpreender. — falou Sirius fazendo pouco caso.

Marlene sorriu. Quando o dia dos namorados acabasse, talvez ela não tivesse Sirius Black só como um ex-namorado. Um amigo que a fizesse rir seria bastante bem-vindo.

 

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Sábado, 13 de fevereiro – Residência dos McKinnon

Os gritos de Lily Evans e Alice Fortescue quase fizeram os tímpanos de Marlene derreterem. A loira teve que afastar o celular do rosto para não correr o risco de ficar surda. Não teve coragem de contar cara à cara, então naquele sábado de manhã, resolveu falar as novidades para as amigas.

— VOCÊ TÁ NAMORANDO COM SIRIUS BLACK!!! — urrou Alice eufórica.

— Se você anunciar na rádio mais próxima, vai ser mais prático do que ficar berrando aos quatros ventos! — disse Marlene. — E não estamos namorando ainda. É só por um dia.

— MARLENE! — berrou Lily. — VOCÊ VAI BEIJAR TANTO ELE, QUE SUA BOCA VAI SAIR DE FÉRIAS PARA O HAWAI DE TÃO CANSADA QUE ELA VAI FICAR!

Marlene não conseguiu ficar séria. Lily Evans tinha um humor fora do comum. Olhou-se no espelho e encarou seu reflexo de cabelos arrepiados e seu pijama velho e infantil de a “Branca de Neve”.

— Galera, eu preciso da ajuda de vocês. — disse Marlene.

— É claro que precisa! — gritou Lily. — Estamos indo ai hoje à tarde.

— EU NÃO ACREDITO! — berrou Alice. — O nosso momento de filme cliché adolescente chegou e somos as amigas que levam a Lene para o shopping e torram dinheiro com roupas, sapat...

— E diferente dos filmes clichês adolescentes, eu não tenho pais milionários que me bancam. — lembrou Marlene, interrompendo a amiga. — Eu não sou Cher Horowitz, Alice. Eu só quero uma roupa emprestada.

Alice pareceu decepcionada, mas essa era a realidade e sua mãe não lhe daria dinheiro extra naquele mês para gastar com roupas desnecessárias. Poderia pedir emprestado aos irmãos? Sim. Mas como pagaria de volta? Teria que trabalhar cortando a grama do vizinho ou levando cachorros para passear. Ou venderia um de seus livros, e isso estava fora de cogitação. Um encontro com Sirius Black valia todo esse esforço mesmo? Marlene suspirou.

— Encontro na casa da Lily.

E desligou o celular.

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Domingo, 14 de fevereiro – Residência dos McKinnon

Eram 9h da manhã quando Marlene despertou. Ao lembrar-se que dia era, um frio na barriga da garota fez ela morder o lábio ansiosamente. Ela ergueu seu corpo e levantou-se da cama e falou para si mesmo, defronte ao espelho:

— Você é a namorada de Sirius Black.

Isso era estranho, e mais anormal ainda foi o modo em que ela desceu as escadas, em direção ao hall: saltitante com um sorrisinho no rosto.

Lalalalalalalala estou namorando Sirius Black lalalalalalala, pensou ela enquanto andava pelo corredor em direção a cozinha. Não se importava se não tinha escovados os dentes ou se seu cabelo estava mais espantado que vassoura de gari, seus parentes já estavam acostumados. Entrou na cozinha.

— Bom diAAAA! — o tom de voz bem humorado de Marlene foi substituído por um berro ao ver Sirius Black sentado em uma cadeira defronte ao balcão enquanto sua mãe fritava ovos. — Que diabos...?

Sirius sorriu ao vê-la. Seus olhos pararam em sua camisola.

— Pijama legal.

Marlene olhou para sua camisola rosa dos ursinhos carinhosos e viu que estava sem sutiã, o que fez ela cobrir os seios desconfortavelmente e suas bochechas ruborizaram. Sirius sorriu ainda mais. No entanto, desviou o olhar.

— São 9h da manhã! — exclamou Marlene olhando para o relógio da cozinha. — O que está fazendo aqui essa hora?! — levou suas mãos aos cabelos bagunçados e fez um coque desajeitado na tentativa de baixa-los.

Sua mãe, Lorain, olhou Marlene pelo canto dos olhos e sorriu.

— Eu disse que gostava de surpreender.

— Surpreender é diferente de provocar sustos, Black.

— Seu cabelo que o diga, McKinnon.

— Vocês são tão amorosos. — intrometeu-se Lorain. — Marlene, porque não contou sobre seu namorado? Ele é um cavalheiro, trouxe até flores pra mim! — ela riu e pôs os ovos e o bacon em um prato sobre o balcão.

Marlene notou um vaso de flores vermelhas sobre a mesa e virou-se para Sirius.

— Podemos conversar um momento? — perguntou Lene para o garoto em sua frente.

Sirius levantou-se e acompanhou Lene até a escada.

— Você poderia ter me avisado antes de aparecer tão... — Marlene buscou uma palavra, mas não encontrou nenhuma.

— Maravilhosamente lindo? Eu sei que parece chocante, mas você se acostuma com o tempo... — completou Sirius.

— Será que dá pra você parar de se vangloriar?! — falou Marlene exasperada. Ele estava muito lindo, era verdade, mas não ia ficar dando corda para Sirius Black. — E você sabe que garotas costumam demorar para se trocarem, não é?

— Vou esperar pacientemente, milady — disse Sirius, piscando e se afastando, voltando para a cozinha.

Marlene semicerrou os olhos. Milady. Balançando a cabeça, Marlene foi para o seu quarto, tentando memorizar todos os conselhos que Lily e Alice havia lhe dado na tarde passada.

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Marlene desceu as escadas usando um vestido rosinha de Alice e sua própria jaqueta jeans, e claro, seu tênis não ia abandoná-la dessa forma. O cabelo preso em um rabo de cavalo e depois de semanas sem usar um batom, ela usou um pouco de maquiagem da mãe, seguindo os conselhos de Lily pela webcam. Marlene estava se sentindo muito bonita, desde o casamento da prima, quando ela fora convidada para ser uma das “noivinhas”.

 

Sirius estava no hall, mexendo em seu celular. Ao perceber a presença de Marlene, ele a olhou descendo as escadas.

 

— Uau.

 

— Só “uau”? — perguntou Lene. — Eu esperava “está magnífica, senhorita”.

 

— Fiquei tão admirado que não consegui formular uma frase. — disse Sirius, buscando a mão de Marlene e dando um beijo em suas costas.

 

Marlene logo começou a pensar que era uma brincadeira de mal gosto, que algo ruim aconteceria com ela em breve. Mas nada disso aconteceu, para a sorte dela.

 

Sirius veio com sua moto, ele dizia que era sua esposa e se alguém a machucasse, iria sofrer sérias consequências. Claro, normal ter uma paixão platônica com sua moto. Marlene tinha com suas camisetas personalizadas, porque com motos seria diferente? Marlene subiu na garupa e abraçou Sirius por trás, de forma que ela pôde sentir seu abdômen. Jesus Cristo.

 

— Onde vamos?

 

— Você vai ver. — Sirius deu partida na moto e arrancou, fazendo Marlene abraça-lo com mais força.

 

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Ele tinha feito de propósito, pensou Marlene ao entrarem no cinema e verem a placa escrito:

 

MEIA-ENTRADA PARA O CASAL QUE SE BEIJAREM NA FRENTE DA RECEPCIONISTA

 

— Parece que já começamos o dia bem, não acha? — perguntou Sirius, com um sorriso cafajeste.

 

Marlene teve vontade de enterrar seu rosto num buraco. Como ia dizer para Sirius Black que nunca havia beijado uma boca na sua vida inteira? Não diria, seria uma opção melhor.

 

— Acho que seria melhor pagar inteira. — disse Marlene olhando para sua unhas.

 

— Eu não sou uma planta carnívora, Leney. Não vou arrancar sua boca. — brincou Sirius se aproximando da recepção.

 

Marlene seguiu ele, e uma súbita vontade de roer as unhas tomou conta dela, mas acabou se controlando.

 

Escolheram assistir o último filme do Thor, eles chegaram a esse consenso bem rápido, para surpresa de ambos. Hora do beijo. Marlene nem tinha se preparado psicologicamente quando Sirius a segurou pela cintura e juntou seus lábios.

 

Tudo o que Marlene havia imaginado para seu primeiro beijo foi superado pelo gosto do beijo de Sirius Black.

 

Quando eles se separaram, Marlene estava extasiada. Tinha medo, não sabia exatamente do quê, mas quaisquer vestígios de medo foram embora. E ela queria mais.

 

Quando o filme chegou ao fim, eles saíram comentando animados, principalmente sobre o quanto estavam ansiosos para a continuação. Marlene achou que o passeio havia chegado ao fim, mas estava enganada. A próxima parada era um parque de diversões que havia do outro lado da cidade de Hogsmeade. Sirius abraçou um ombro de Marlene enquanto ela abraçava sua cintura. Caminhavam observando inúmeros casais de namorados, se beijando e rindo felizes. Quando o silêncio pairou sobre eles, Marlene apontou para uma barraca de tiro ao alvo.

 

— Vem. — segurou na mão dele e o puxou. Tirou dois dólares da bolsa e pegou uma espingarda.

 

— Já atirou? — perguntou Sirius.

 

— Uma vez, mas faz tempo.

 

Sirius segurou a espingarda, abraçando Marlene por trás. Marlene inspirou profundamente antes que tivesse um treco.

 

— Você segura ela assim — mostrou ele, segurando em suas mãos e mostrando como deveria usá-la.

 

Com a ajuda de Sirius, eles acertaram oito patinhos, e assim ganhando um ursinho de pelúcia pequeno. Eles foram para a roda gigante, onde Marlene achou uma boa hora para interrogatórios. Com a boca cheia de algodão doce, que tinham acabado de comprar, Marlene sentiu ele derreter.

 

— E aí, quantas meninas já trouxe pra cá?

 

Sirius riu.

 

— É um parque de diversões, não é como se fosse meu lugar-favorito-privado-menos-para-conquistar-garotas.

 

— E por que me trouxe pra cá?

 

Sirius buscou um pouco de algodão doce e colocou na boca.

 

— Nunca tive uma namorada no dia dos namorados, então nunca tive experiências no qual podia usar como base. E foi aí que eu tive a brilhante ideia de te convidar, e te levar para os lugares mais visitados por casais… achei que seria uma boa ideia.

 

— Por isso entregou as flores pra minha mãe? — perguntou Marlene sorrindo, olhando para a incrível cidade que era Hogsmeade. A vista lá de cima era simplesmente fantástica!

 

— Esperava que você abrisse a porta. — respondeu Sirius.

 

Marlene encarou aqueles olhos cinzentos e intensos, e eles estavam cada vez mais próximos. Tão próximos que sua próxima ação foi fechar os olhos e sentir os lábios de Sirius Black contra os seus. O beijo foi tão intenso quanto seu olhar e tão doce quanto o algodão que agora estava esquecido, caído sob seus pés. O vento o levou, e Marlene afagou sua mão entre os cabelos de Sirius, que abraçou pela cintura, a trazendo para mais perto de si.

 

Quando se separaram, estavam levemente ofegantes. Sirius acariciou carinhosamente a bochecha corada de Marlene.

 

— Feliz dia dos namorados. — disse com um sorriso de lado.

 

Marlene não respondeu, segurou na jaqueta de couro preta de Sirius e o puxou novamente para mais um beijo. Primeiros de muitos.

 

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Segunda-feira, 15 de fevereiro - Residência dos McKinnon

 

Ao abrir os olhos, as lembranças do dia e da noite passada vieram à tona. A garota sorriu, mas logo o sentimento foi substituído por uma tristeza, onde seu coração ficou vazio. Não sabia o que aconteceria a partir de agora.

 

Sirius havia a levado para um restaurante à noite. Foi um dos dias mais divertidos que ela tivera. Agora só tinha lhe restado um ursinho de pelúcia e algumas fotos que foram tiradas em uma cabine no parque de diversões, que ainda estavam guardadas no bolso da sua jaqueta. Tomando coragem, Marlene levantou-se da cama, preparando-se para mais um dia na escola.

 

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Segunda-feira, 15 de fevereiro - Hogwarts High School

 

— Meu Deus! Fala TUDO. — falou Alice a beira de um surto. — Vocês se beijaram?

 

— É claro! — respondeu Lily. — Olha como ela sorri.

 

Marlene confirmou com ligeiros acenos de cabeça.

 

— Foi incrível. — confirmou a loira.

 

— Queremos detalhes, Marlene. Detalhes. — disse Lily.

 

As três sentaram em sua costumeira mesa no refeitório.

 

— E vocês vão continuar juntos? — perguntou Lice, curiosa.

 

Marlene deu de ombros.

 

— Saindo, você quis dizer. — disse a loira. — E acho que não. Foi temporário, e já acabou. — no fundo, ela queria que fosse mentira. Que estivesse enganando a si mesma.

 

— Ah, Lene, conhecendo o Sirius, ele não te convidou aleatoriamente. — começou Lily. — Se foi tão fantástico como você disse, ele não vai deixar esse lance de lado.

 

Falando no diabo, ele aparece. Sirius vinha atrás de James Potter, como sempre, indo comprar o lanche. Deuses! Eles nunca se separavam?  

 

— E como vai com o Potter? — quis saber Marlene.

 

— Fodasticamente falando? — Lily riu. — Estamos avançando… — a ruiva cobriu o rosto com as mãos, foi muito fofo. — Acho que vamos namorar.

 

Alice e Lene sorriram.

 

— Se vocês se casarem, quero ser a madrinha. — disse Alice.

 

— E se não nos casarmos?

 

— Escrevo uma fanfic em que vocês se casam e eu sou a madrinha. — Alice piscou enquanto bebia seu refrigerante.

 

Elas terminaram de comer e saiam do refeitório, quando na frente de Marlene apareceu Sirius Black, andando em sua direção. Lily e Alice se entreolharam e se afastaram de fininho. Marlene abriu a boca para cumprimentar Sirius, mas nada saiu, pois ele tinha outros planos. Segurando o rosto de Marlene, ele a beijou.

 

Foi como se todos à sua volta desaparecessem. E eram só eles dois.


Um beijo pode conter vários significados, ou você pode beijar alguém apenas por beijar, sem sentir aquela coisa. Ou você pode beijar tão apaixonadamente que nada mais importa, a não ser você e a pessoa em questão. Um beijo não dura pra sempre, ele é temporário. E Marlene teve certeza que a partir daquele momento, nada mais seria temporariamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? gostaram?? Se sim, comenta o que achou para ESTA ficwriter paranoica! Favorita tbm e é isso!!! FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!

Menos pra mim, que sou uma Lene da vida sem um Sirius Black!


Betagem (essa palavra existe?): Lia Munhoz VULGO AMOR DA MINHA VIDA, OBRIGADA!


bjs ♥



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