Say you won't let go escrita por Adwords


Capítulo 2
Don't You Worry Child


Notas iniciais do capítulo

Hey!❤ Então, obrigada mesmo para todos os comentários❤
Espero que gostem desse capítulo, ele não tem muita coisa, apenas deixa bem claro como é a relação da Bella com a mãe.❤
Tem um personagem muito especial chegando...



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Havia um tempo em que
Eu costumava olhar nos olhos do meu pai
Em um lar feliz
Eu era um rei, eu tinha um trono dourado
Aqueles dias se foram
Agora as memórias estão na parede
Eu ouço os sons
Dos lugares onde eu nasci - Swedish House Mafia (Don't You Worry Child)

 

 

Eu não sei quanto tempo precisou para que o tédio me atingisse como um belo tapa na cara, acho que uns quarenta minutos até eu querer me jogar do avião por não ter nada para fazer. Eu não tinha tantas músicas assim, já que a maioria das músicas clássicas que Edward me recomendou eu tratei de excluir, e como não tinha tanto tempo assim para procurar músicas que eu gostasse, eu fiquei apenas com as que eu escutava quando ainda morava com minha mãe.

Essas eu já estava completamente enjoada de ouvir.

Eu poderia ler um livro, certo? Errado!

Eu não tinha nenhum livro ali comigo, até pensei em ler "O morro dos ventos uivantes" de novo, mas esse livro acabou me levando diretamente a ele, então novamente minha mente me traiu. Fiz uma nota mental de doar o livro quando voltasse para Forks.

Dormir estava fora de cogitação, já que quando eu durmo… Bem, pesadelos.

Então, eu dividi meu tempo em olhar o casal de idosos ao meu lado. E eu poderia até parecer uma psicopata, mas ambos estavam dormindo. A senhora tinha sua cabeça no ombro de seu marido, e ele tinha seu braço passado pelas costas dela, a deixando próximo a ele. Ambos estavam usando máscaras para dormir, e eu quase gargalhei quando me virei para o lado e reparei que as máscaras continham frases que se completavam.

Fiquei inquieta, mexendo os pés sem fazer barulho, como uma criança esperando pelo castigo. Me deitei no banco de tudo em quanto é jeito e fiquei olhando para a janela. Quase me ajoelhei e agradeci quando o avião pousou, tirei minha jaqueta e o amarrei na cintura quando pude finalmente sentir o calor da Flórida.

O sol brilhava do lado de fora, e eu tive vontade de sair correndo e sentir em minha pele pálida. Fiquei satisfeita ao ver que não iria ter que esperar mala, e  com apenas a mochila nos ombros, eu passei a procurar a minha mãe.

— Bells, meu amor. — Sorri instantaneamente ao ouvir sua voz doce. Mamãe estava me esmagando em seus braços, suas mãos eram passadas em meu cabelo e eu sentia suas lágrimas molhando minha bochecha - onde seu queixo descansava -.  

— Oi mãe.  — Eu iria mentir se dissesse que não chorei. Eu estava ali, sob os braços da minha mãe, minha protetora, aquela que morreria por mim. A sensação de conforto me deixou instantaneamente feliz por estar em seus braços.

— Minha garotinha linda, o que aconteceu?

— Podemos falar sobre isso depois, eu quero muito ver o Phil. — Desconversei, a soltando. Ela se afastou um pouco,  e agarrou meu maxilar, obrigando-me a olhar para ela.

— Bella, você está horrível.

— Valeu mesmo pelo elogio, mãe. — Revirei meus olhos, mesmo sabendo que ela estava certa. — Vamos embora?

— Vem meu amor, vamos para casa dar um jeito em você. — Ela me puxou, sorrindo ao sair do aeroporto.  — O carro está perto, ah… Na verdade eu acho que é por ali.

— Mãe? — Segurei a risada, a nostalgia estava martelando em meu peito. — O que eu disse sobre estacionar perto da entrada?

— Nem pense em fazer isso, mocinha. Eu sou a adulta da nossa relação. — Gargalhei com seu tom, gargalhei como a muito tempo eu não fazia.

É bom estar de volta...

                                        …

— Mãe, meu Deus! Eu já disse que ainda sou virgem! — Praticamente gritei, sentindo o tecido de algodão da camiseta em mim. Me surpreendi por não estar com as bochechas coradas, porque diferente de Forks, era só eu aqui, falando com minha mãe completamente louca. A minha mãe louca.

— Então, seu namorado era gay ou era daqueles que espera até o casamento? Porque, meu amor, quem em sã consciência não teria vontade de dormir com você? Você é linda, e eu não digo isso só porque saiu de mim.  

Sorri, colocando o cabelo molhado atrás da orelha. Me ergui e sentei no balcão, enquanto observava minha mãe fazer o almoço, ou seja, esquentar a pizza que pediu ontem. Tínhamos chegado na casa há no máximo, duas horas. Com o tempo que eu tive eu tomei um banho e lavei o cabelo com um shampoo de Renée, como demorei no banho, eu liguei rápido para Charlie e disse que estava bem e que já estava em minha casa.

Casa.

É, eu acho que posso me acostumar com isso, certo?

Minha mãe não me deixou usar as roupas que eu tinha trazido, e foi um desastre tentar achar algo que ficasse confortável em mim, já que segundo ela, eu tinha ganhado mais corpo desde a última vez que nos vemos e meus shorts ficariam apertados. Aceitei de bom grado a camiseta de algodão e um short que com certeza não era jeans.

Minha olheiras tinha suavizado depois do banho, mas ainda estavam ali, em uma grande escala. Meus lábios não estavam mais tão rachados, na verdade eles estavam em bem pouca quantidade graças a um hidratante labial que Renée me obrigou a usar durante o caminho de volta. Acho que não estavam tão ruins assim, afinal.

Quando soltei o cabelo depois do banho eu reparei que ele estava maior, muito maior. Antes ele batia logo após o ombro, e agora bate pouco antes dos cotovelos. O tamanho não me incomoda, eu até gosto, mas o que me incomoda é o estado um pouco áspero que ele está, uma consequência da minha falta de cuidado.

— Valeu, mãe. — Roubei uma uva do cacho ao meu lado e levei a boca. — Com certeza a segunda opção.

— Tudo bem, cada um com seus conceitos. — Ela dá de ombros e saltita até a geladeira, pegando uma garrafa fechada de refrigerante. — Phil disse que vão chegar amanhã à noite, e está ansioso para te ver.

Eu sentia falta do Phil.

Diferente do meu pai ele era mais aberto - não que eu não gosto do jeito do meu pai, ele é bem parecido comigo -, e contava boas piadas. Fora que me olhava com amor e ternura, como se eu realmente fosse sua filha. E sei que ele guarda esse título para mim, já que Phil não pode ter filhos, então esse papel é meu.

—… O que nos dá tempo o suficiente para irmos ao shopping. — E sua última fala me chama a atenção.

— O que?

— Não me olhe assim, você está horrível amor, não tem roupas, seu corpo se desenvolveu muito e agora as roupas que usava para o calor não vão ser mais usadas. — Ela cruzou os braços de maneira infantil. — Fora que, eu quero muito ir no shopping, tenho que comprar o presente do Phil de uma vez.

— Obrigada pelo elogio, mãe. — Resmunguei. Desci do balcão e passei por ela, indo pegar meu pedaço de pizza já quente.

— Aliás, porque você não dorme um pouco depois de comer?  

— Eu estou bem.

— Não seja parecida com seu pai, você é orgulhosa demais. Exatamente igual ao Charlie.

— Eu não estou com sono. — Menti.

— É claro que está, e eu não digo isso pela forma que você está quase caindo na minha cozinha. — Ela foi irônica.

— Eu quero conhecer a Flórida e não dormir. — Bati o pé como uma criança mimada. Foda-se, é sério eu não vou conseguir dormir.  

— São os pesadelos, não são? — A fitei chocada. É claro que Charlie tinha contado. — Não se preocupe meu amor, eu cuidei bem para que a sua cabecinha descanse bem hoje.

Ergui minha sobrancelha enquanto mordia um pedaço generoso de pizza. Não acho que ela poderia me ajudar nisso, não quando ela não sabe o que assombra meus sonhos.

— No seu quarto eu coloquei um filtro dos sonhos, serve para repelir sonhos ruins. — Antes que eu pudesse a interromper ela continuou. — E eu tenho certeza que dá certo, então eu quero que você coma, escove os dentes, vá ver seu quarto novo e caia na cama maravilhosa que compramos para você.

E lá estava a Renée protetora.

Eu sabia que ela poderia ficar o dia inteiro discutindo comigo, então para poupar tempo eu acabei cedendo e com ela fui conhecer o meu quarto logo após terminar de comer a pizza e escovar os dentes. O quarto era lindo, detalhes em cinza e branco e eu sorri quando percebi que minha mãe tinha colocado minhas cores preferidas, sorri ainda mais quando percebi a parede cinza.

Percebi o filtro dos sonhos na borda da cama, um lindo detalhe. Tinha uma mesa abaixo da janela, com a cama de casal estando do outro lado do quarto, tendo vista da janela. O lugar era arejado e eu olhei confusa para Renée quando reparei em algumas caixas que estavam ao lado da cama.

— O que são? — Olhei ao redor, vendo o quarto muito grande, bem maior do que o meu de Forks, e também não era por menos, Phill era jogador de Baseball e meu pai xerife de cidade pequena… Os salários são relativamente diferentes. Observei duas  portas dentro do quarto e franzi as sobrancelhas para aquilo. O que seriam?

— Ah, o Phil disse para você fazer o que quiser com aquilo. São algumas bandas antigas que ele gosta, e também algumas novas. — Deu de ombros. — Coisa dele, que ele passou para você.

— Certo… Mãe, o que são aquelas portas?

— Um banheiro e o Closet, Bells. — Espera, o que? Um banheiro no quarto? Qual a utilidade sendo que tem um no corredor de cima? E no andar de baixo?

— Tem mesmo a necessidade disso, mãe?

— Eu não vou nem responder a sua pergunta. — Seu tom foi de sério para brincalhão assim que seus olhos pousaram no filtro dos sonhos. — E eu não quero que tire ele daí, okay? É um presente, e se eu me lembro bem, você adora presentes.

— Ei, não é minha culpa se o papai Noel sempre me dava presentes incríveis. — Disse brincalhona.

— É claro, você sempre escrevia e colocava seu pedido na nossa cama antes de amanhecer, como o papai Noel não iria saber?

Lhe dei um beijo no rosto, sabendo que ela estava sorrindo por relembrar os momentos da minha infância. A saudade estava pulsando em meu peito, apertando meu coração e praticamente eu poderia sentir ela me dando um tapa na cara e antes que eu pudesse me controlar eu estava dizendo a frase que eu não deveria dizer:

— Mãe, me coloca para dormir. Como quando eu tinha seis anos?


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Notas finais do capítulo

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