Sim escrita por Tris Pond


Capítulo 3
Parte Três - Unbreakable


Notas iniciais do capítulo

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SIM - PARTE TRÊS

Quando você perder o seu caminho e a luta estiver acabada. Seu coração começa a quebrar e você precisa de alguém por perto agora. Apenas feche seus olhos, enquanto eu coloco meus braços sob você e faço você ser inquebrável.

(Jamie Scott - Unbreakable)

 Adrien não queria acordar. Seu corpo inteiro estava dormente pela sua falta de sono, mas pior que isso era as memórias. Ele queria mais que tudo esquecer sua conversa com Ladybug, porém ele não podia. Ela tinha o rejeitado.

Ele sempre soube que havia uma possibilidade que ela não gostasse dele, mas eles eram tão próximos que ele sentia que valia a pena tentar. O garoto confiava a sua vida a ela. Ele pensou que a heroína pelo menos sentisse algo por si. Aparentemente, estava errado.

Pela primeira vez, ele iria faltar a escola se pudesse. Se tivesse escolha, ele deitaria na cama o dia todo, protegido pelo seu cobertor. Parecia que lá era o único lugar que ele poderia ficar um pouco seguro.

“Garoto, você precisa ir para a escola” Plagg disse. Ele estava mais calado essa manhã, como se soubesse o tipo de humor que Adrien estava. Mas ele sabia que o menino precisava de alguém para dizê-lo que ainda haviam coisas que ele precisava fazer, não importa o quão triste ele estivesse.

“Você está certo” Adrien disse. Ele ainda ficou deitado na cama por alguns minutos. O resto do mundo parecia tão insignificante.

***

Marinette deveria estar empolgada. Hoje era segunda-feira, o que significava que ela veria Adrien na escola, pela primeira vez desde que ela fora ver um filme com ele. Em qualquer outra situação, ela estaria pulando de felicidade nesse ponto, provavelmente esperando Adrien chegar na escola enquanto falava com Alya. A cabeça dela seria uma confusão de pensamentos sobre ele e o que ela deveria fazer.

Havia apenas um pequeno problema: ela sentia-se terrível. Ainda não podia acreditar que havia rejeitado Chat. Ele tinha parecido tão machucado, como se ela tivesse destruído todos os seus sonhos. Ela nunca o tinha visto tão triste e isso a fazia querer chorar. O pior de tudo era saber que era a culpada disso tudo.

Ainda tinha muito que ela queria dizer para ele, mas sabia que não podia. Ela queria dizer que se não fosse por Adrien, talvez o amasse. Nunca tinha pensado em Chat de um jeito romântico antes, contudo desde que ele confessou, ela começou a criar todas essas imagens deles na cabeça. E ela tinha que admitir, eram imagens fofas. Ela sabia que poderia ser feliz ao seu lado. Para ser sincera, Chat já a fazia feliz. Ela se divertia mais com ele do que qualquer outra pessoa, incluindo Adrien. Ele era lindo, ela conseguia dizer – sim, sabia que era fisicamente atraída por ele, mas sempre tinha pensado que isso era porque em alguns aspectos ele parecia com Adrien, só agora ela estava considerando que talvez pudesse ser algo mais. E ele a respeitava como ninguém, ela era o seu igual.

Ainda assim, ela não podia ignorar Adrien. Mesmo não o conhecendo tão bem quanto o outro, ela tinha sentimentos tão fortes por ele. Ele era gentil, lindo e inteligente. Ela gostava dele pelo jeito que ele nunca esperava nada de volta de ninguém, simplesmente fazendo coisas porque achava que era certo. Ele era tão... puro. Ela era verdadeiramente fascinada por ele. Apenas um sorriso dele fazia o dia dela.

Então, era óbvio para a heroína que ela não poderia ter nada com Chat Noir enquanto ainda pensasse em Adrien desse jeito, especialmente quando eles estavam ficando mais próximos. Mas ela estava com tanto medo que ao escolher Adrien, ela perderia Chat. Ela não conseguia se imaginar sem ele – e se ele passasse o trabalho dele como Chat para alguma outra pessoa? Ela não aceitaria isso.

Marinette colocou a cabeça na mesa, sentindo-se cansada. Por que Chat tinha que dizer a ela a verdade? Ela queria voltar ao jeito que as coisas eram antes. Tudo estava bem, não estava?

Ela sentiu alguém a tocando, mas não se moveu. Ela não tinha a força para isso.

“Hey, Marinette, por que parece tão mal?” Alya perguntou. “Eu tentei te dar algum espaço, mas já deu. Eu estou preocupada com você”.

Ela levantou da mesa e encontrando os olhos castanhos de Alya, ela sentiu-se mal. Ótimo, ela era uma péssima amiga também.

“Eu sinto muito, Alya... não é nada” ela falou. A última coisa que ela queria fazer era mentir para a melhor amiga, mas ela estava ficando sem opções. Não era como ela pudesse só dizer que Chat Noir havia confessado o seu amor. “Eu vou ficar bem”.

Alya pensou por um momento se ela devia insistir ou deixar Marinette manter o seu segredo. Doía um pouco o fato que a sua amiga claramente não confiava nela com algo, mas a blogueira confiava nela o suficiente para saber que devia ter uma razão. Marinette não era o tipo de pessoa que simplesmente machucava os outros.

Ela foi distraída dos pensamentos dela quando viu Adrien. Em todo aquele tempo que Alya o conhecia, ela nunca o tinha visto tão triste. Pela primeira vez, havia círculos escuros embaixo dos olhos dele e ele não andava como o menino confiante que ele era, mas como se estivesse perdido. Ele até tinha uma expressão levemente irritada.

“Hey, Marinette, não olhe agora, mas Adrien está parecendo tão depressivo quanto você” Alya sussurrou para a amiga, e como tinha previsto, Marinette levantou a cabeça para olhar o menino.

Alya está certa, ele está péssimo, Marinette pensou. Ela tinha imaginado que nunca o veria desse jeito e isso a preocupava. Devia ter acontecido algo horrível para ele, mas o que poderia ser? Ele estava bem quando eles se encontraram pela última vez. Ela queria o ajudar, entretanto, não sabiam como. Então só agiu normalmente.

Adrien ouviu Marinette o dando bom dia. Ele sorriu fracamente para ela, de repente lembrando o não-encontro deles do final de semana. Ele tinha esquecido completamente sobre isso depois de toda a conversa com Ladybug, mas ele sentia-se melhor agora. Ele sentia-se mais leve.

Não era o suficiente para deixá-lo feliz, mas o ajudou mais que qualquer coisa até agora. Ele não sabia por que, mas as memórias com ela eram adoráveis demais para que ele ficasse no terrível humor que estava desde que sua lady tinha o rejeitado.

Ele sabia que ele teria que continuar trabalhando com Ladybug e planejava fazê-lo. Continuaria um amigo para ela. Mas ele também sabia que não seria a mesma coisa, pois não estaria sob a ilusão que ela poderia o amar de volta. Ele não teria esperanças.

Perdidos em pensamentos novamente, Adrien não viu Marinette olhando para ele durante todas as aulas. Ele tentou focar na escola, falhando miseravelmente e imaginando se o coração dele seria o mesmo algum dia ou se a dor estaria sempre lá. Era idiota, mas ele sentia que tinha perdido parte da sua vida.

“Cara, você está bem?” Nino perguntou preocupado quando Adrien nem se moveu quando o professor deixou a classe ir para o intervalo. Seu amigo estava esquisito o dia inteiro e ele não tinha ideia de por que ele parecia tão triste. Ele queria ajudar, porém sabia que Adrien provavelmente não o diria o que estava errado – ele nunca dizia.

Adrien sorriu forçadamente, tentando não preocupar Nino e apenas conseguindo piorar a situação.

“Eu, hum, acho que não dormi bem. Estou cansado. Só isso” o loiro disse. “Aliás, eu acho que vou dormir um pouco agora. Você pode ficar com as garotas hoje?” Adrien perguntou, implorando para ele aceitar.

Nino o olhou incerto. Ele não tinha um problema de ficar com as garotas, mas não gostava da ideia de deixar o seu melhor amigo sozinho quando ele parecia tão mal, mesmo que o amigo estivesse indiretamente pedindo espaço. Adrien não era o tipo de pessoa que dormia na sala de aula entre aulas – não, ele sempre agia e parecia tão completamente descansado que a ideia dele precisando dormir parecia bizarra.

“Certo. Mas se você acordar, venha me encontrar, ok?” Nino pediu e relaxou quando Adrien assentiu.

Sozinho novamente, ele realmente colocou sua cabeça na mesa como se fosse dormir, mas sua mente estava longe daquele estado. Por que ele lembrava tão claramente o rosto de Ladybug? E a risada dela? E como diabos ele tinha até decorado o jeito que ela andava?

***

Nino foi para onde Marinette e Alya estavam e contou o que aconteceu. Claro que isso fez Marinette sentir-se ainda mais ansiosa, ao ponto que ela decidiu se levantar e procurar por Adrien.

Ela o achou, ouvindo música com o capuz na cabeça. Naquele momento, ele se parecia com um adolescente depressivo normal, não um modelo.

Marinette hesitantemente tocou em Adrien. O capuz dele caiu quando ele se moveu e o seu cabelo estava um pouco bagunçado, diferente do usual estilo perfeito. Ele a olhou.

“Chat...” ela murmurou para si mesma, sem pensar, chocada em como eles se pareciam.

Aqueles olhos. Por que eles pareciam exatamente como os de Chat estavam na noite passada?

Não. Ela estava ficando louca. Eles não eram nada parecidos. Era apenas porque ambos olhos eram verdes e pareciam tristes.

“Você falou algo?” Adrien perguntou, tirando os fones de ouvido.

“Ah, nada!” Marinette falou, dando um passo para trás. Ela estava tão grata que Adrien não tinha escutado. “Aqui, eu pensei que você talvez quisesse comer” ela estendeu a sacola que ela tinha trazido só para ele.

Adrien sorriu um pouco quando viu a barra de chocolate. Era a comida preferida dele que tinha na escola. Normalmente, ele não poderia comer isso, porém Natalie não precisava saber, certo? Deus sabia que ele queria fazer algo para si mesmo agora que não fosse sentir pena.

“Você estava certa, señorita. Obrigada” ele falou e sem cerimônias abriu a barra.

Marinette sorriu vendo que ele estava um pouco mais feliz agora. Ela estava triste em saber que duas pessoas importantes para ela estavam sofrendo, ainda que não soubesse por que Adrien estava. Ela não podia ajudar Chat agora, mesmo que quisesse. Então, ela escolheu ajudar Adrien no pouco que ela podia.

“Desculpe, fique com o resto” ele disse, oferecendo o resto da barra de volta para ela.

“Não, estou bem. Já comi. Essa é sua” ela o disse gentilmente.

“Mas eu não te dei nenhum dinheiro” o menino falou, confuso.

“Não precisa”.

“Entendi. Esse é o seu jeito de se vingar por eu te pagado os ingressos, hum?” Adrien falou. “Tão cruel, Marinette” ele brincou, surpreendendo a si mesmo. Ele não achava que pudesse se divertir quando ele estava sentindo-se tão mal minutos antes. Ainda assim, havia algo na aura de Marinette que não o deixava ficar desse jeito quando ela estava perto. Estranho.

Ela corou, ficando adorável.

“Não, claro que não… Só que... bem, você parecia triste, Adrien” ela falou quietamente.

“Eu estou” ele respondeu no mesmo tom. “Algo que eu não estava esperando aconteceu. Eu quero dizer, sabia que podia acontecer, mas não estava pronto para isso. Você sabe o que quero dizer?” ele perguntou.

“Sim… quer me contar o que exatamente aconteceu?” ela perguntou, incerta se estava ultrapassando algum limite.

“Eu passei quase um ano tentando dizer algo que era muito importante para mim, mas nunca tive coragem. Quando eu contei, tudo saiu errado. E agora eu queria que nunca tivesse contado” Adrien explicou.

“Mas é um tempo grande para guardar algo. Não está feliz que fez sua parte?” era confuso tentar resolver um problema sem saber todos os detalhes. Mesmo assim, Marinette estava fazendo o melhor para ajudá-lo.

“Ainda não”.

“Não se preocupe, acredito que as coisas vão se resolver” ela disse para ele. Ela estava tentando passar energia positiva para si mesma também, mas estava falhando. Ela não podia evitar pensar que nunca mais seria tão próxima de Chat Noir quanto era. Droga, por que os olhos dela estavam tão molhados? Ela não podia chorar.

“Hey, Mari, está bem. Estou aqui, bem ao seu lado” Adrien não sabia o que ele tinha dito que fez a garota infeliz, contudo, ele nunca tinha entendido Marinette de qualquer jeito.

“Des-desculpa… eu tive uma briga com um amigo recentemente. Estou me sentindo muito culpada” ela o contou, passando a mão no olho, em uma tentativa ruim de parar de chorar.

Pela primeira vez desde que Ladybug o rejeitou, Adrien não pensou nela. Tudo que ele podia processar era como Marinette parecia frágil. Ele queria protegê-la. A única coisa que ele podia pensar para ajudá-la, no entanto, era puxá-la para si. O Agreste a abraçou, tentando dizer que ela não estava sozinha; ela podia contar com ele para qualquer coisa. Ele começou a traçar pequenos círculos nas costas dela.

“Ei, você não irá perdê-lo por causa de uma briga” ele falou, tentando a animar.

“Você nem sabe quem ele é” ela apontou.

“Sim, mas, Mari, eu te conheço. Se ele é seu amigo e tão importante para você, ele deve ser um cara legal. Ele não deixará algo destruir a amizade que vocês dois têm” Adrien falou, acreditando firmemente nas suas palavras. Quem podia deixar Marinette? Não era possível.

“Obrigado, Adrien” Marinette sorriu. Ela foi lá para confortar Adrien. Quem sabia que seria ele que a ajudaria no final?

“Qualquer hora, Princesa” Adrien falou, dando um sorriso.

Ali estava. Novamente. Aquele apelido.

“Você conhece Chat Noir por acaso, Adrien?” Marinette perguntou impulsivamente.


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Notas finais do capítulo

Adorei escrever esse capítulo porque tivemos um Adrien deprimido e uma Marinette conseguindo animá-lo um pouco, só para depois a situação se inverter. E amo uma Adrinette (meu casal preferido depois de Marichat). Estou curiosa para saber o que acharam.