Sim escrita por Tris Pond


Capítulo 11
Parte Onze - War of Hearts


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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SIM – PARTE ONZE

Venha até mim nas primeiras horas da noite. Eu vou esperar por você, não consigo dormir. Porque meus pensamentos devoram, e consomem os pensamentos que tenho de você. Não posso deixar de amar você, mesmo que eu não tente. Não posso deixar de te querer. Eu sei que eu morreria sem você. Fique comigo um pouco mais, eu vou esperar por você.

(War of Hearts – Ruelle)

Certo. Será que sair com Luka podia ser considerado uma decisão apressada? Honestamente, Marinette tinha planejado seguir as coisas com calma, porém o menino acabou a encontrando quando fora buscar Juleka no colégio e a chamara para sair. Quando viu o jeito que ele sorria, acabou dizendo sim, afinal não podia ser tão ruim passar um tempo com Luka, certo?

Ainda assim, ela não podia evitar um pouco da culpa que sentia ao se arrumar. Ela sabia que não tinha nada além de uma relação demasiadamente complexa com Adrien, mas parecia errado sair com outra pessoa sabendo que ele gostava dela.

***

Adrien estava morrendo de fome. Nas últimas horas, tinha estado preso em um ensaio fotográfico, que não tinha sido nem um pouco divertido. Ele tivera que trabalhar com pessoas já conhecia e não suportava; todas elas pareciam achar que ele tinha tudo fácil só porque era filho de Gabriel Agreste e não tinha precisado dar o seu sangue para entrar na indústria.

“Estou cansado, Plagg” disse para o amigo. Era seguro conversar com o kwami porque eles estavam sentados na parte de trás da limusine e só tinha o Gorila que podia o observar e mesmo se ele fizesse isso, pareceria que o garoto estava conversando com o telefone.

“Também, parecia que aquilo nunca ia acabar” reclamou Plagg. De todos os Chat Noir que tinha acompanhado, Adrien era um dos que tinha um emprego mais chato. Que profissão extremamente irritante.

Adrien ficou envergonhado quando seu estômago fez um barulho alto, demostrando que a fome realmente chegara. Ele observou a janela e seu sorriso se formou lentamente ao perceber em que área estava.

“Vamos fazer uma parada” disse com um sorriso travesso e ignorou as reclamações de Plagg enquanto informava ao motorista a mudança de destino.

***

Marinette desceu para a padaria, precisando matar tempo. Já estava pronta para o seu encontro com Luka, entretanto, era cedo demais para sair de casa. Não pegaria trânsito porque ia a pé.

Ela sorriu para os pais e perguntou se eles precisavam de ajuda. Eles pediram só para ela carregar alguns produtos que tinham acabado de chegar da dispensa até a parte de restaurante.

Era isso que ela estava fazendo quando viu pelo vidro Adrien descendo da limusine e indo em direção da padaria. Devido ao susto, ela largou a caixa que segurava que tinha leites para colocar no frigobar.

Ela se abaixou para pegar e estava terminando de colocar o leite quando viu uma mão delicada a ajudando com aquela tarefa. Ela não precisava olhar para saber quem era; já tinha passado muito tempo encarando Adrien para não saber. Ela estremeceu de leve imaginando em como seria a sensação daquelas mãos a tocando de verdade.

“Obrigada” ela agradeceu, quando terminaram de colocar e finalmente teve coragem para encará-lo.

Ele sorria divertido, parecendo estar num humor mais Chat Noir do que Adrien.

“Sempre fico feliz de ajudar uma lady” ele disse dando uma piscadinha.

Marinette fingiu não estar se divertindo com isso.

“Aposto que diz isso para todas as meninas” falou.

“Talvez” falou, fingindo estar pensativo. “Mas tenho que admitir que prefiro uma princesa em especial. Talvez isso me faça interesseiro, não sei”.

“Acho que isso faz de você um gato esperto” ela retrucou e ficou divertida ao ver o olhar surpreso se espalhando pelo seu rosto. Logo depois ele começou a rir e ela se juntou a ele.

“Por mais que eu adore sua companhia, eu vim aqui comer” disse Adrien. “Estou morrendo de fome” ele disse e lançou um olhar ao redor do ambiente como se estivesse escolhendo o que comer.

“Você confia em mim, Adrien?” ela perguntou repentinamente.

“Claro que sim” ele respondeu, sem nem precisar parar para pensar. Ele confiava sua vida a ela há tanto tempo que não achava que ainda houvesse alguma coisa que o fizesse desconfiar dela.

Ela sorriu satisfeita com a resposta.

“Vou trazer seu jantar” ela disse e saiu rapidamente, o deixando a observando como um idiota.

Essa mulher ainda vai me matar um dia, pensou Adrien nem um pouco preocupado. Ela era imprevisível de um jeito de bom, ele estava sempre empolgado com as novas ações dela.

Marinette voltou trazendo dois pratos de comida diferentes, equilibrando um em cada mão e somente se afastou quando Adrien tentou ajudá-la. Ela era muito teimosa.

“Tartare de boeuf e croissant” anunciou orgulhosa e sob o olhar questionador dele, acrescentou: ”Eu sei que não é uma combinação comum, mas juro que vai ficar bom” ela falou confiante.

“E se eu tiver alergia?” ele perguntou, divertido.

“Você não tem” ela falou, segura. Tinha lido bastante sobre o crush dela; sabia as alergias que tinha.

Ele a olhou, mas achou melhor não perguntar como ela sabia a resposta. Em vez disso, somente pegou um pedaço do tartare e fez a expressão mais impassível que conseguia. Ele sentiu o peso da sua altitude quando a menina bateu de leve no seu braço.

“Pare de ser tão insuportável, eu sei que você gostou” ela disse.

“Tá, certo. Você ganhou. Eu gostei” ele falou dramaticamente fazendo ela revirar os olhos e depois sorrir.

Adrien pensou se um dia o sorriso de Marinette conseguiria parar de fazê-lo sorrir como um idiota, contudo imaginava que não. Ele estava apaixonado demais para isso.

O celular de Marinette resolveu aquele momento para avisar que tinha chegado uma mensagem. Ela o abriu distraída, mas fez uma expressão culpada ao ler o que que fosse que estivesse escrito lá.

“Tudo bem?” perguntou Adrien hesitante.

“Eu... eu tenho que ir” ela falou abaixando a cabeça.

Ele puxou delicadamente o cabelo que agora estava cobrindo o rosto dela.

“Ei, o quer que seja, está tudo bem” prometeu, tentando passar o máximo de confiança que conseguia para ela.

Olhando para os olhos verdes de Adrien tão preocupados e carinhosos com ela, Marinette quis beijá-lo. Ela quis mais do que qualquer outra coisa na vida e até mesmo pensou em se inclinar para ele e deixar as consequências para lá. Porém, não podia fazer isso. Não quando Luka estava a esperando para um encontro.

“Desculpe, Adrien...” ela disse e se afastou bruscamente, saindo praticamente correndo da padaria. Ele a observou preocupado.

***

Marinette estava linda, pensou Luka. Ela não estava tão arrumada quanto na festa, mas não precisava disso para se destacar. Ela sempre parecia fofa para ele, com o seu jeito delicado.

Uma pena que ela não parecesse querer estar ali. Não era como se ela não respondesse a ele ou mesmo puxasse assunto, mas parecia que sua mente estava em outro lugar e ás vezes ele a pegava olhando para o nada com uma expressão triste.

Ele tentara animá-la, tentara fazer com que ela se abrisse para ele sobre qual era o problema. Mas nada parecia estar funcionando e cada vez mais ele chegava a uma conclusão que não gostava: talvez ela não quisesse estar com ele.

Passou alguns minutos formando uma decisão do que fazer, apesar de saber que somente tinha um caminho que ele realmente poderia seguir e do que perderia com isso. Ele respirou fundo, resignado.

“Mari, quando eu te conheci seu coração soava assim...” ele disse e tocou a melodia que sempre o fazia lembrar da corajosa e radiante Marinette. “Mas hoje parece que está assim...” disse e tocou a melodia triste que estava sentindo emanando da garota.

Ela envolveu-se pela música, sentindo cada nota dela e acabou pensando nos últimos dias. Foi ficando tão emotiva que não teve como se controlar quando começou a chorar.

Luka parou de repente, surpreso com a reação da menina. Ele parou de tocar e ficou inseguro como a consolar. Mas não precisou fazer nada porque poucos minutos depois ela já estava limpando as lágrimas.

“O que você quer dizer com essa música?” ela perguntou e ele suspirou, sabendo que agora era uma hora decisiva, mas precisava fazê-lo.

“Mari, eu te acho uma pessoa incrível. Mas... eu entendo se você não quiser ser nada mais que minha amiga” ele falou sincero. “Eu sinto... eu sinto que você já está conectada a alguém” admitiu.

“Obrigada” sussurrou Marinette. O coração de Luka parecia não saber como lidar com essa reação da garota. Queria estar triste ou até mesmo ter raiva, mas como podia estar alguma dessas coisas quando a garota parecia tão grata?

“De nada, Marinette” ele respondeu. “Estou feliz que tenha achado alguém especial” falou sincero. Ele gostava dela, porém sabia que iria se recuperar do que sentia por ela e se a garota já gostava de outra pessoa, paciência.

“Você acha que eu seria muito cruel se eu fosse para outro lugar agora?” ela perguntou ansiosa, temendo magoar ainda mais os sentimentos dele.

Ele sorriu. Então estivera certo em imaginar que ela queria estar em outro lugar.

“Eu ficaria magoado se você não fosse para onde precisa estar” ele falou. Ela o abraçou rapidamente e saiu correndo. Era a hora de encontrar Adrien; não importava mais as besteiras que pensara sobre não tomar decisões imprudentes.

***

Adrien estava no meio de uma parte emocionante de Café Negro de Agatha Christie quando ouviu um barulho no seu quarto. Ele baixou o livro, estranhando o som. Ninguém que conhecia entraria assim, mas o barulho parecia vir de dentro do cômodo.

“Ladybug? O que você está fazendo aqui?” ele perguntou, franzindo o cenho ao encontrá-la encharcada parada no meio da sua sala.

“Desculpe, Adrien. É que eu sou só sabia como entrar desse jeito” falou apressada. “É claro, eu podia ter mandado uma mensagem..., mas eu queria ter ver logo e eu estava com medo que você não respondesse. Eu não queria invadir seu espaço pessoal, eu só.... Luka disse algo... e era algo inteligente, uma piada bem elaborada... mas era não era um trocadilho e ainda era boa... então, sabe, algo estava errado, e ai começou a chover...” ela disse toda atrapalhada.

“Marinette, respire” ordenou Adrien se movendo rapidamente para o banheiro. Ele voltou com as toalhas bem na hora que ela tremia com uma corrente de vento frio.

Marinette sentiu as mãos de Adrien colocarem a toalha em volta de si como se fosse uma manta. O gesto era tão atencioso que ela não conseguiu se controlar mais, todo o autocontrole que tentara criar se foi nesse momento. Ela o puxou pela camisa e o beijou.

Adrien ficou surpreso ao sentir os lábios de Marinette sobre si, mas não demorou a corresponder, nem um pouco preocupado em como ela estava toda molhada. Ele a puxou para si o máximo que pode, não querendo nem tentar entender o que estava acontecendo, só aproveitar o momento.

Mas quando eles pararam para respirar, ele a encarou confuso, esperando algum tipo de explicação. Ela sorria tão docemente que seu pobre coração quase não aguentou.

“Marinette, o que houve?” ele perguntou baixinho, incapaz de usar um tom normal, como se isso fosse estragar o momento mágico que tinha acabado de acontecer.

“Desculpe por fazer isso assim” ela falou e, antes que ele pudesse brigar com ela pelo fato de estar se desculpando de algo tão perfeito, ela continuou: “Eu estive tentando lutar contra esse sentimento, mas, por Deus, eu não consigo, Adrien. Eu até saí com Luka hoje, mas apesar de ele ter sido perfeitamente legal tudo que eu conseguia pensar era você. Como seria se fosse você. As piadas que teria feito, todos os comentários. Eu pensei em como me diverti mais com você na padaria que no encontro” ela falou e quando ele não achou que pudesse mais se conter de felicidade, acrescentou: “Eu não consigo gostar de Luka como devia, porque já gosto de você, Adrien Agreste. De como você é, de todas as formas, até as piadas sem graça de Chat Noir. Você é o meu melhor amigo, parceiro, e eu não consigo imaginar passar mais um dia negando o que eu sinto por você” ela disse e esperou a reação dele nervosa, mesmo sabendo racionalmente que ele não a recusaria. Tinha acabado de beijá-la e já tinha se confessado para ela duas vezes. Ainda assim, uma parte de si, temia que ele fosse rejeitá-la.

“Você demorou, my lady. Mas antes tarde do que nunca” ele disse e a puxou para mais um beijo. Ela não se opôs nem um pouco.


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Notas finais do capítulo

Aposto que estão dando gritinhos de felicidades, nosso casal finalmente ficou junto (sorry Luka).