Nunca é tarde... escrita por Tah Madeira


Capítulo 8
Senhor Aurélio




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O jantar é anunciado, avisa uma empregada, a campainha toca, Julieta se vira ao mesmo tempo que Ema entra acompanhada pelo pai, Aurélio está ali é só o que consegue pensar,  por pouco a bebida que está em suas mãos vai ao chão ao ter aqueles olhos azuis em cima de si, mas não tem muito tempo para pensar pois logo tem os braços de Ema em volta de si, que foi abraçá-la antes de fazer a qualquer um daquela sala.

 

— Dona Julieta, como é bom ver a senhora aqui– a moça fala com um entusiasmo que a comove– Que saudades eu estava da senhora.

— Obrigada minha querida, também senti saudades– ela fala, mas olhando para Aurélio– Saudades de  você, de vocês.

— A senhora recebeu minhas cartas?– diz a moça assim que a solta.

— Algumas, tenho ficado  pouco em um lugar só, e tenho muita correspondência atrasada aqui e ali.

— Eu que sei, mamãe tem viajado tanto que nem eu mesmo estava conseguindo me corresponder com ela.– fala um Camilo empolgado por demais, Julieta podia parar e  observar o filho mais, mas não é ele quem que estava dominando os seus pensamentos e sim o homem que não conseguiu tirar da cabeça nas últimas semanas, Aurélio.

— E eu não ganho um abraços desse minha noiva linda– Ernesto diz puxando a menina para seus braços.

—Olá Senhora Julieta.– Aurélio se aproxima aos pouco dela que lhe estende a mão para tocar a dele ao que prontamente pega, e aquele toque carregado de sentimentos parece durar mais tempo que o normal, e nem fica envergonhada por isso.

—Senhor Aurélio, como vai?– Julieta sorri ao poder pronunciar o nome dele em voz alta, em nenhum momento desde que ele entrou na sala ela deixou de notar que ele estava ali, seu coração não deixa, será possivel ele estar mais bonito?Aquele azul do seu olhar ficar mais forte?Ou era apenas a saudades.

— Vou bem, vejo que a senhora também.– ele desfaz o contato, e eles não conversam mais pois Camilo delicadamente a puxa.

— Vamos jantar, por favor.– todos seguem ele e se sentam, Julieta perde a dimensão do tempo, pois Aurélio senta-se bem na sua  frente, e ela seguidamente se pega olhando para ele, não mais de uma vez ao falarem com ela precisam repetir a pergunta pois não está prestando a mínima atenção.

 

Aurélio, não acreditou quando ao entrar na casa seus olhos batem com os dela, parecia magnetismo pois ao vê-la deixou de perceber os outros na sala, Ema não disse que ela estaria lá, será se a filha tinha armado isso, não duvidava ao ver o olhar travesso da menina para ele, desde uma noite em que bebeu demais e confessou os sentimentos que tinha para com Julieta, sentimentos esse que Ema disse já desconfiar fazia tempos, a menina não o deixava em paz o mandado ir atrás da Rainha, não sossegou nem quando ele  contou que a tinha pedido em casamento e ela rejeitou, claro que não tinha falado a parte de Osório, tinha sido pior dizer do pedido de casamento, pois aí que Ema não parava de falar em Julieta e planos de juntar os dois se ele desse corta ela seria bem capaz de usar sua imaginação e romantismo e planejar o noivado dos dois, a filha dizia que Julieta iria voltar atrás, que ele tinha que vê-la como uma rosa que desabrocha pouco a pouco, ele ria desse sentimentalismo puro da filha, mas tentava não criar muitas esperanças, tinha sido um longo mês, ao mesmo tempo que feliz por enfim estar se reerguendo e pela primeira estar sendo útil e ganhando o próprio dinheiro, já tinha um lugar onde ele e filha viviam, tinha sido um mês triste pois involuntariamente deseja ter notícias de Julieta, coisa que não aconteceu, e agora estava ali frente a frente com ela, seus olhos pousavam sobre os delas mais do que gostaria, tentava querer soar indiferente a presença dela, mas não conseguia, ainda a amava, pensava que menos, mas não, era igual ou maior o seu amor do que quando a viu no Vale, mas apesar de tudo ele iria esperar por uma atitude ela, ver como ela iria reagir, tinha dito na carta que deixou que quando ela quisesse iriam conversar, iria seguir dessa forma.

 

—Bom eu e Jane temos um anúncio para fazer –Camilo diz assim que voltam a sala após o jantar, todos tem a atenção voltada para o jovem casal, o rapaz tem um sorriso grandioso no rosto – Já não somos mais dois – ele põe delicadamente as mãos sobre o ventre ainda liso da esposa, o que foi suficiente para os gritos de felicitações invadir a sala.

—Meu filho parabéns, Jane querida –ela abraça um para depois outro, delicadamente passa os dedos sobre o rosto da nora que chora, ela sabe que aquelas lágrimas são diferentes da suas ao saber que esperava o seu filho, a alegria é contagiante e resolve nem pensar em momentos triste como aquele. – Parabéns a vocês.

 

Logo depois o casal é “roubado” para receber o carinho dos outros, ela se afasta um pouco para dar espaço a eles, sua felicidade não pode ser maior, sua pequena família estava crescendo, sua nora tinha sobre a barriga algumas mãos, e não pode deixar de se contagiar pelo lindo sorriso que ela trás no rosto, em como aquele momento era diferente do seu, ao começar que seu neto foi gerado através do amor, enquanto Camilo por mais que ela tenha dado todo a amor que conseguiu, ela não podia apagar o fato que ela tinha sido violentada, mas também pensar em sua própria gestação, quando carregava Camilo em seu ventre, era um  dos pouco momento em que desfrutou de uma pequena felicidade, mesmo naquela situação, lágrimas vem sem querer e resolve se afastar um pouco mais saindo, não querendo que ninguém notasse e se contaminasse com sua dor, sai de fininho para o jardim, não sem antes pegar mais uma taça de vinho, já nem sabe quantas tomou, estava sendo uma noite repleta de sensações, muito mais que podia imaginar, e ela ainda não sabia trabalhar bem o seu lado emotivo.

 

— Ernesto, nós já...– ele para de falar ao ver quem está ali solitária naquele banco.– Julieta, desculpas, Ema disse...– então percebe ter caído em mais um golpe da filha.

— Tudo bem, tudo bem– ela faz que vai se levantar, mas desiste ao se sentir tonta, volta a sentar.

— Eu nem dei os parabéns por conta do netinho que está por vir– ele se aproxima e estende a mão, ela em um impulso levanta e a pega, como se fosse um salva-vidas.

— Obrigada. – ela segura a mão dele com as suas duas, em um impulso  leva ao seu rosto, fechando os olhos – Senti falta disso – beija a palma com carinho, ele se deixa ficar, também sentia um desejo enorme de a tocar  desde a hora que chegou naquela casa e a viu, uns segundos passam e ele começa a recolher a mão, mas ela não permite– Não fica assim, só mais um pouquinho. – ele podia sentir que ela estava diferente.

— Julieta, eu esperei por você, todos esses dias , ainda hoje esperei por você– ele tira a mão e ela abre olhos, a hora de fugir tinha acabado, não podia mais retardar aquele momento.

—Eu sinto muito – ela não sabia o que dizer, como começar, mesmo depois daqueles dias todos, ainda não sabia como agir, então senta novamente, não deveria ter tomado todo aquele vinho, pensa.– Eu fui atrás de você na casa de Brandão e recebi sua carta.

— Eu tinha esperanças de que você não tinha entrado em contato por não ter recebido a carta.– ele se afasta um pouco– Pelo visto escrever ou não aquilo deu na mesma, você não deu um passo.

— Você não vai mesmo facilitar– ela fala, mas sabendo que aquela forma de ele se direcionar-se era culpa da mágoa que ela própria provocou nele.– O que você quer que eu faça, que caia de joelhos e peça  desculpas?– ele se aproxima rápido, segurando-a pelos braços.

— Sabe muito bem que não é isso que eu quero, que eu preciso.– ele fala olhando nos olhos dela, então ela o surpreende e o beija, o puxando pela nuca para o ter mais perto, ele refeito do susto, segura na cintura dela, e corresponde ao beijo, Julieta se desmancha naquela boca que tanto sentiu falta, nunca esqueceria os gosto que ele tem, mas não lembra de que nenhum dos beijos trocados foi daquela forma, urgente, ele toma conta dela e dos movimentos, e ela ousa um pouco mais e morde levemente o lábio inferior dele, que não reclama apenas a aperta mais, e a beija mais, a deixando sem ar, por fim  de rostos colados ainda entre beijos ela sussurra.

— Era isso que você precisava?– falou ao terminar o beijo e antes de perder os sentidos.

 

Ela acorda e a primeira coisa que nota é que encontra-se em seu quarto, a cabeça pesando uma tonelada não conseguindo nem pensar, com dificuldade consegue sentar na cama, e seus olhos se ajustam a penumbra do ambiente. Constata que já não se encontra mais com a  roupas do jantar, o que tinha acontecido° Pergunta-se mais de uma vez, passo a passo levanta, e vai até a janela, abriu um pouco a cortina e se depara com o dia claro e o sol alto, vê suas roupas em cima de da poltrona, então as pega e sente um cheiro diferente, automaticamente pensa em Aurélio, e as lembranças da noite anterior vem com tudo a fazendo sentar na hora.


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