Deus Salve a Rainha. escrita por Anabella Salvatore


Capítulo 7
Jantar principesco.




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Eles passariam aquela noite no palácio, um servo cuidou em avisar os monarcas que permaneceram em Montemos cumprindo com a agenda de compromissos feita por Afonso. Este permaneceu no palácio com Amália. A mesa estava preparada, um grande banquete. Mas, eles não comeram, encheram as taças de vinho e algo estava exposto.

—Esse é o momento triste que homenageamos nossos grandes reis e rainhas, aqueles que já se foram.- Ela levantou a taça.- Sei que falo pouco dela, mas, minha mãe foi uma grande rainha de Artena, mas não só de Artena, mas para todos que a conheceram. Ela nos uniu. E ajudou a unir a Cália. Um brinde a rainha de Artena, Cassandra. -Assim que ela disse tais palavras os empregados desceram o tecido que cobria um dos quadros, um retrato da rainha. Todos se levantaram e levantaram suas taças. -Mamãe, espero ser uma rainha tão boa quanto a senhora. -Disse emocionada.

Afonso não queria, mas admirou profundamente a atitude da princesa, todos estavam muito pesarosos. Eles brindaram e voltaram a se sentar. Rodolfo se levantou.

—Após a morte dos meus pais eu e meu irmão fomos criados pelos nossos avos. Acredito que nunca tenha sentido tal dor como a que senti naquele dia. Um pedaço de mim e um pedaço de Montemor foi-se junto a minha amada avó. Um pedaço de nós. Ela nos ajudou a fazer desse lugar nosso porto e o nosso lugar, nos mostrou que não há poder maior que a união. E aqui estamos. Viva a, para sempre, rainha de Montemor. Seu reinado para sempre viverá. VIVA A CRISELIA DE MONFERATO.

—VIVA A CRISELIA DE MONFERATO. -Falaram, até Afonso.

Enquanto jantavam os quadros eram pendurados no corredor.

Cassandra e Crisélia, lado a lado, bem perto de outros monarcas que foram verdadeiramente amados.

—Como anda sua estadia em Artena, Rodolfo? -Perguntou Felipe.

Rodolfo sorriu.

—Devo confessar que estou com saudades do povo. Eles são ótimos, com a ajuda certa Artena só prosperara.

—Ela tem a nossa ajuda. -Disse Catarina.

—Sim, saudades das meninas e de seus cabelos.

Catarina riu.

—Suas bonecas.

—Do que falam?

—Um afazer real. -Disse como se não fosse nada sério, não era, mas ela não queria compartilhar.

Após algumas horas todos se retiraram e foram deitar-se, Rodolfo e Lucrécia estavam muito animados após algumas garrafas de vinha. Beatriz foi acompanhada por Felipe até seus aposentos.

—Boa Noite, minha princesa.

—Não só sua, Felipe.

—Será.

—Eu não...

Ela não pode continuar, pois ele a beijou.

—Você...

—Eu...

—Você me beijou.

Eles estavam bem próximos.

—Posso fazer de novo.

—Eu...

Ela, envergonhada e com seu coração a mil, entrou no quarto.

Ele ficou rindo.

ˠ

Catarina não conseguia dormir, não, toda vez que fechava os olhos imaginava coisas ruins, memorias da morte da sua mãe a tomavam. O desespero do seu pai. Decidida, ela se levantou, saiu do quarto silenciosamente e foi até o jardim, lá, sem se importar, deitou-se na grama e ficou olhando o céu.

Ouviu passos.

—Quem é?

Ninguém disse nada, ela se sentou e viu Afonso.

—O que faz aqui?

—Perdi o sono, o que a princesa faz aqui, a essa hora, acordada?

—Também perdi o sono.

Ele suspirou e ela voltou a deitar-se na grama.

—O que lhe aflige?

—Não acho que você é a melhor pessoa para eu desabafar.

—Ao menos não sou a pior.

Ele teve que concordar.

Sentou-se um pouco distante dela, mas sentou-se.

—Problemas em Montemor, parece que tudo só piora. Tento fazer algo, mas não funciona. Hoje foi um fiasco.

—Não foi um fiasco. -Ela negou, ainda olhando para o céu.

—Não?

—Não, eu me diverti muito. Fazia algum tempo que não fazíamos isso.

—O que eu devo fazer? -Ele se perguntou, mas Catarina o respondeu.

—Deve parar de tentar e conseguir. -Ele a olhou curioso. -Lembre-se quem você realmente é. Não somo inimigos, só não concordamos com as mesmas coisas. Isso não é errado, é normal.

—O que quer dizer?

—Quero dizer que o povo não precisa de um plebeu como rei, ele precisa de um rei nobre, que carregue em suas veias o sangue Monferrato. -Ela suspirou. -Eles estão tão cansados, o povo, ouvi comentários de alguns servos, eles dizem que tem gente passando fome. Pessoas estão morrendo em seu reino, Afonso. E você se sabe se culpar, se sabe se maldizer, só sabe defender sua namorada, enquanto o seu povo está indefeso.

—Não fale de Amália. -O tom da sua voz mudou.

—Por que? Ela é muito importante e deve ser discutida. Saia da defensiva. Eu não a ofendi, jamais, apenas disse verdade que você não quer ouvir. Quer tê-la contigo? Ela deve está preparada, ela deve querer.

—Ela me ama.

—Não duvido disso, mas será que ela quer ser a rainha de Montemor? Será que ela ama Montemor, ou apenas te ama?

Ele suspirou, pensativo. Ambos ouviram os risos de Rodolfo e Lucrécia.

—Eles são bonitos juntos. -Disse Catarina, sorrindo.

—Parecem se amar.

—Não duvido disso. Algum dia, espero achar um amor e vive-lo assim como o deles. Assim, como foi o dos meus pais. -Disse suspirando.

—Sinto muito pela sua mãe.

—Também sinto muito pelos seus pais e pela sua avó, ela era muito importante para mim.

—Você também era para ela. Lembro-me, de um dia que fiquei horas a esperando e quando ela chegou apenas me disse que estava ocupada com algo muito importante. Estávamos em Cordona...

—Me recordo, tinha 12 anos... Fiquei tão triste, estava brincando quando eu e Ciro caímos, a rainha Safira correu para socorre-lo e lhe deu um beijo no machucado, prometeu que tudo ficaria bem. Senti falta da minha mãe. E então a rainha Crisélia apareceu e me socorreu. Me disse que tudo iria ficar bem e que minha mãe me olhava, estava no céu como uma...

—Estrela que nunca vai embora e sempre brilha, mesmo quando não vemos. -Ele completou.

Ela o olhou sorrindo.

Ela se levantou e limpou o vestido.

—Vou me recolher, boa noite, Afonso.

—Tenha bons sonhos, Catarina.

Ela entrou e ele ficou, pensou no reino, em seus pais e avós, em Amália, no baile... E pensou em Catarina.

 

 

 


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