Deus Salve a Rainha. escrita por Anabella Salvatore


Capítulo 14
Novos soldados, novos sentimentos.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761947/chapter/14

Seus braços sentiam o vazio. Catarina não estava mais ali. A princesa saiu apressadamente do local, não o deixou falar nada... Mas, o que Afonso poderia dizer? Lhe falaria que não conseguia pensar em outra coisa se não na princesa? Ou na imensa culpa que sentia por não desejar mais Amália? 

Poderia lhe contar o quanto ela me atrai. Pensou irônico, mas logo foi tirado dos seus pensamentos com a chegada de Augusto.

—Está tudo preparado, só será necessário alguns dias para a regularização de alguns papeis que foram enviados para o conselho. 

Afonso assentiu, atordoado. O rei de Artena carregada um sorriso, como se escondesse algo. 

—Onde está minha filha?

—A princesa saiu, acredito que tenha ido comer algo. 

—Sim, sim, sim, talvez ela tenha ido mesmo. Foram grandes dias para Artena e para Catarina. 

Afonso se interessou. 

—A princesa esteve muito ocupada?

Augusto sorriu e começou a andar pela sala, até parar na porta. 

—Podemos falar sobre isso no jardim? Assumo que me sinto um pouco "sem ar" aqui. 

Afonso assentiu. 

—Catarina é muito destemida. -Disse, enquanto caminhava por um corredor. -Acredito que boa parte dessa coragem seja oriunda da sua criação, a outra metade é fruto do seu ser. 

—A princesa parece ser muito... Habilidosa. -Afonso procurou as palavras certas. 

—De fato, ela é. Aprendeu a prezar a guerra e lutar por seu lar, desde muito nova Catarina mostrou aptidão para lutas e estratégias. -Augusto sorriu. -Odiava ser contrariada... 

—Sim, lembro-me de quando éramos crianças... 

Eles riram. 

—Mas, os anos passaram e você e Catarina cresceram e trilharam os seus caminhos, fizeram suas escolhas... Admito que eu e Crisélia sempre pensamos que iriam ser amigos, mas fico feliz em ver que não são inimigos. 

—Jamais! -Disse rapidamente. A ideia de ter Catarina como inimiga, de ter Catarina longe de si o assustava. 

Augusto sorriu. 

—Me alegra que pense assim. 

—Majestade, acredito, não é do meu agrado que existe nenhuma inimizade entre nos. Sua filha só tão um gênio muito forte... 

E isso é o que mais o encanta

—Sim, eu não consigo parar de pensar nis... -Afonso parou rapidamente, se dando conta do que estava falando. 

Sem perceber ele tinha assumido que se sentia atraído pela princesa, que a admirava. 

Augusto gargalhou e Afonso abaixou a cabeça. Antes que pudessem dizer algo, Demétrio apareceu.

—Majestades. -Fez uma reverência. 

—Demétrio, o que o trás até aqui? -Questionou Augusto. 

—Está tendo uma pequena confusão no pátio do exercito. 

—Confusão?

—Sim, os novos homens não entenderam certas coisas e irritaram alguns dos antigos. 

—Espere, novos homens? 

—Sim, majestade, a princesa Catarina não o contou? 

Augusto o olhou sério. 

—Ainda não pude falar com minha filha sobre isso. -Disse com frieza. -Pode me dizer o que Catarina aprontou? 

Demétrio tratou de contar tudo que sabia, Augusto e Afonso ouviam, surpresos com a atitude da princesa. Eles rapidamente foram até o local, podiam ouvir alguns gritos e sons de taças e pratos caindo. 

—O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? -Gritou Catarina, surgindo em cima de uma mesa.

Todos se calaram.

—NÃO FUI CLARA O BASTANTE QUANDO DISSE QUE NÃO QUERIA BRIGAS? 

—Alteza, eles começaram. -Disse um dos novos homens. -Estávamos tentando nos informar a respeito das tradições e ajudar as cozinheiras quando, sem querer, ao ajudarmos um dos homens se irritou e acusou um de nos de está flertando com a mulher. 

—Quem começou com essa confusão? -Questionou. 

Logo o "culpado" apareceu. Catarina o olhou, nem um pouco surpresa. 

—Deveria adivinhar que estava no meio da confusão, Luandres?

O homem abaixou a cabeça, em respeito, mas logo levantou e a encarou, como se fossem iguais. 

—Alteza, esses homens não deveriam está aqui, deveriam está...

Catarina soltou uma gargalhada. 

—Duvida das minhas escolhas? As questiona? Creio que algum tempo distante do exercito e, obviamente, do castelo o acalme... -Ela deu uma pausa e andou ao redor dele. -Creio que algum tempo sozinho o faça repensar suas opiniões e atitudes, o faça aprender a controlar seu orgulho. 

—Mas, alteza, eu sou um dos generais... 

—Não me importa em qual escalão está, sua patente só demonstra que você é bom em batalhas, mas, adivinha. Eu também sou e você sabe disso, Luandres. -Ela sorriu, uma ideia surgiu em sua mente. -Já sei o que farei, não irei afasta-lo.

Ele sorriu satisfeito e olhou para os novos soldados com superioridade. 

—A partir de hoje, você como um bom soldado que é, irá acompanhar Lady Lucrécia. -O sorriso dele murchou. -Para o que ela precisar, irá ser util. 

Alguns homens riram, os novos não entendiam a quem a princesa se referia. 

—Alteza eu...

—Está questionando minha decisão novamente? -Perguntou ácida. 

O homem abaixou a cabeça, em respeito, todos os demais se calaram. 

—Não senhora, será uma honra servir Lady Lucrécia. 

Catarina sorriu, maldosa. 

—Imagino que sim. -Ela se virou e deu as costas ao homem, subindo em cima da mesa novamente com a ajuda de soldados. -ESCUTEM, TODOS. ISSO NÃO É UMA BRINCADEIRA, OS NOVOS HOMENS DEVEM SER RESPEITADOS, ELES SÃO UM DE VOCÊS E CONQUISTARÃO OS MESMO DIREITOS QUE VOCÊS TEM. QUALQUER FALHA OU BRINCADEIRA, DESACATO, SERÁ PUNIDO... O lorde Rodolfo também precisa de soldados. -Acrescentou. 

Ela desceu da mesa e observou, por alguns minutos, os homens voltaram as suas tarefas e prepararem o local para o desjejum. 

Augusto, Demétrio e Afonso observavam toda a cena. 

—Acredito que a princesa nunca precisou de  ajuda. -Comentou Afonso, surpreso e tenso. 

—Majestade, e os novos homens? O que o senhor fará a respeito? 

Augusto se virou para Demétrio.

—Não ouviu Catarina? Dúvida das suas escolhas? -Repetiu as palavras dita pela filha. 

—Não, majestade. -Disse a contra gosto.

Demétrio não gostava de se arriscar, não que ele não gostasse da princesa, longe disso, mas não lhe agradava arriscar-se. A princesa amava tal ato. 

Ele pediu licença e saiu dali, Augusto se preparou para sair do local, quando foi questionado por Afonso:

—Não falará com Catarina? 

Augusto sorriu. 

—Vamos esperar até o jantar e ver. 

—Até o jantar?

—Sim, Catarina tende a não assumir suas conquistas, não explicar seus planos até que eles tenham se concluído, com sucesso, é claro. 

—E se não der certo?

—Ela dá seu jeito. 

Augusto e Afonso caminharam e, de longe, Afonso viu o cavalo de Amália se aproximar. 

—Peço licença, Amália se aproxima. 

—Amália. -Disse um pouco desapontado. -Sim, sim. Vá recepciona-lá. 

°

Catarina caminhava pelos jardins, pensativa. Tentava direcionar seus pensamentos para a os problemas do reino, mas toda vez que pensava em "reino" lembrava de "rei" que lembrava Afonso. Toda vez que pensava em Afonso sentia seu coração acelerara e uma falta de ar... Revivia as memorias, do embate no corredor, como eles estavam próximos. 

—Catarina. -Chamou Augusto. 

A princesa se virou, rapidamente. 

—Meu pai, olá. 

—Minha filha, pode me contar o que ouve na floresta?

—Claro.- Eles voltaram a caminhar. -Não foi difícil desarmar o pequeno exercito que Otavio enviou, infelizmente ele não estava lá. -Disse com pesar. -Alguns homens de Lastrilha foram mortos, contudo, o tempo que passei lá me fez ver que alguns homens não estavam lá por querer, mas sim forçados. -Augusto ouvia-a calado. -Lastrilha enfrenta tempos sombrios. Otavio está se mostrando um monarca irresponsável e desrespeitoso com seu povo. Falta comida, assistência medica... Descobri certas coisas... Coisas monstruosas. 

—Do que está falando. 

—Lembra-se do trafico de homens que o senhor me falou em Montemor?

Augusto se interessou ainda mais. 

—Sim.

—Tudo parte de Lastrilha. 

Augusto se alarmou. 

—Minha filha, isso é muito serio. Não podemos fazer acusações sem provas. 

—Há provas! Tenho uma quantidade razoável de homens que estão dispostos a lutar por Artena e por nos. Não sei se o senhor apoia minha escolha, entretanto, alguns homens que participavam do exercito de Lastrilha vieram a Artena servir a nossa terra. Quando mais soldados melhor, mas, mais que isso, quanto mais soldados melhor. Suas famílias serão tragas e abrigadas na Vila Jihiam, lá há novas moradias e não a moradores. Já foi enviado uma tropa para trazer as famílias a Artena. 

—Vejo que está com tudo pensado e planejado. 

Catarina sorriu. 

—Não tomaria uma decisão como essa de forma impensada. 

Eles caminharam pela labirinto. 

—Sobre Afonso, o que acha do pedido de empréstimo? -Questionou a princesa.

Augusto sorriu, ao ouvir a filha tocar no nome do rei.

—Montemor precisa dessa ajuda para se reestruturar. 

—Sei que sim, contudo, não acredito muito nas promessas Afonso. Ele já descumpriu uma vez a sua palavra. 

—Fala de Amália?

—Sim, a plebeia. -Disse com um certo nojo ao pronunciar o nome. -As escolhas dele não devem ser esquecidas. 

Augusto assentiu e observou Catarina se afastar. Mas não foi apenas isso que ele observou. O rei percebia, com as atitudes e palavras, que sua filha e Afonso começavam a nutrir sentimentos um pelo outro. Era irônico, contudo ele não julgava, a sua história com a falecida rainha, e amor da sua vida, tinha sido tão complicada quanto o que poderia vir a ser a da sua filha. 

Eu faria muito gosto..







°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

Olá, notas da autora. Estou escrevendo outra história que tem a Queen Cat como principal, está se passa no tempo da novela, contudo, com inúmeras alterações. Espero que gostem! 

"Nada parecia ser o suficiente... Mas, por que continuar? Catarina de Lurton estava decidida a conseguir fortalecer Artena, depois decidiu ter Afonso, teria que acabar com Amália, decidiu ter o filho fruto do feitiço... Sempre em busca da felicidade ao lado de Afonso, uma felicidade que não iria acontecer, sonhos incansáveis e sem forças... Até que ela caiu. "

Os capítulos são maiores, por que ela vai ser curtinha, mas vocês vão ter o baby Afonsarina e a nossa rainha ganhará uma nova chance! Espero que gostem e... Bem-vindos a Canoth

P.S: Obrigada por todos os comentários! Vocês são incríveis! 



 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deus Salve a Rainha." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.