My best friend, my love! escrita por EvilV


Capítulo 46
Indiferente


Notas iniciais do capítulo

Acredito que esse será o penúltimo cap.
Boa leitura...



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Chegando ao hospital, Zelena e Cora procuraram pelo médico que informou o estado de Henry.

— Ele está consciente, mais as lesões que sofreu são muito graves. Decidimos por não sedá-lo por enquanto pois acreditamos que ele não irá se recuperar e assim ele poderá ver a família pela última vez. Ele está sentindo muitas dores e não parou de perguntar por vocês. – Disse o médico que não sabia da relação de Henry com a família. – Ele está no quarto 205, podem ir até lá.

— Obrigada doutor. – Cora disse seguindo com a filha pelo corredor.

Assim que chegaram em frente o quarto, Cora parou o observando pelo vidro.

— Você vai entrar mãe? – Zelena perguntou.

— Sim, eu entro com você. – Disse tranquilamente.

As mulheres entraram no quarto, Henry estava acordado e ligado a vários aparelhos e muito machucado. Assim que viu a filha e a ex-mulher ele disse:

— Vocês vieram! – Falou com dificuldade. – Pensei que nem se... dariam ao trabalho.

Zelena se aproximou da cama enquanto a mãe ficou perto da porta com os braços cruzados sem dar nenhuma palavra.

— Como está se sentindo pai? – Perguntou tentando demonstrar preocupação mesmo já sabendo a resposta que receberia.

— Péssimo! O que os médicos disseram filha? – Zelena não quis dizer a verdade.

— Eles fizeram uma cirurgia mais não foi como o esperado, provavelmente você irá passar por mais procedimentos...

— Quero sair logo daqui... me livrar de todos esses... fios... – olhou para a filha percebendo o desânimo no olhar dela - ... eu vou morrer... não vou?

— Um dia todos nós vamos pai...

— Os médicos... te disseram isso... não foi? – Perguntou quase sem voz.

— Os médicos não falam sobre isso. – A mulher segurou uma das mãos dele.

— Quero ver .... a Regina. Preciso... vê-la.

— Não sei se seria bom que ela viesse Henry. – Cora se aproximou. – E também ela não tem nenhum motivo para querer te ver!

 

[...]

 

— Coração, eu seria um monstro se não fosse ver meu pai? – Regina disse um pouco confusa.

— Você tem todos os motivos do mundo meu amor para não ir vê-lo, não se sinta obrigada à isso. Sei que apesar de tudo o que ele te fez, ele não deixa de ser seu pai e digamos que por um tempo ele foi bom para gente, sempre cuidou da Elsa e de mim assim como meus pais sempre cuidaram de você e de seus irmãos. Nós éramos uma família feliz até ele descobrir sobre a gente e se tornar esse ogro que conhecemos agora.

— E se ele morrer Emma? Os médicos disseram que ele não tem chances de se recuperar...

— Se isso acontecer Regina, iremos seguir com a nossa vida da mesma forma porém mais tranquilas. – Emma respondeu olhando nos olhos da jovem. – Parece egoísmo da minha parte mais... eu não consigo sentir pena dele.

— Eu estou indiferente ao que está acontecendo, não sei o que sentir. Não consigo ter raiva mais ao mesmo tempo torço para que ele não saia dessa. – Disse chorando de aflição. – Estou me tornando uma pessoa ruim.

— Você não está se tornando uma pessoa ruim amor! As pessoas que passam pelo que você passou sentem muito ódio e isso é completamente normal. Eu no seu lugar não me preocuparia... não quero te influenciar com minhas opiniões, se quiser ir até o hospital nós podemos ir e lá você decide se quer entrar no quarto ou não. – Emma disse enquanto Regina apoiava a cabeça no ombro dela.

— Eu preciso ir Emma, vou me sentir melhor fazendo isso. – Regina olhou para a esposa.

— Certo... então vamos nos trocar. – Disse se levantando para trocar de roupa.

Foram o caminho todo em silêncio. Regina estava refletindo sobre os momentos que passou ao lado do pai. Lembrava de quando era criança, o homem sempre estava presente em todos os momentos, iam passear pela cidade, faziam grandes viagens em família, ganhava muitos presentes, mais por outro lado, quando a adolescência chegou viu que ele podia ser uma pessoa totalmente diferente do que se mostrava, começando pela briga que teve com Zelena. Apesar da pouca idade, Regina lembrava como a irmã tinha sofrido. Depois com Robin, o forçando a estudar e seguir seus passos, mais com ele não obteve o que queria, pois o rapaz decidiu seguir a carreira da mãe e em seguida relembrou o próprio passado, do dia que o pai tinha descoberto sobre seu relacionamento, das surras que levou, e como sua saúde havia se deteriorado pelo pânico que sentia. Voltou à realidade quando Emma a chamou.

— Regina, vamos? – A jovem concordou saindo do carro.

As duas caminhavam de mãos dadas pelos corredores do hospital, avistaram Cora, Zelena e Anna sentadas em um banco em frente ao quarto. Quando a criança viu as tias se aproximarem, ela correu pulando nos braços de Regina.

— Oi tia! – Falou sorrindo. – O vovô pediu por por você... ele está doente.

— Oi meu amor! – Regina beijou o rosto da menina. – Fiquei sabendo que ele não está bem por isso vim aqui. – Sorriu.

Ficaram conversando um pouco do lado de fora do quarto, Robin estava lá dentro com o pai. O rapaz não disse nenhuma palavra para o homem, apenas o observou pensando em como um homem que admirou por tantos anos pudesse se transformar naquilo que ele estava vendo.

— Eu preciso entrar... – Regina disse desanimada.

— Você não precisa fazer isso Regina. – Zelena respondeu.

— Sim Zelena, eu preciso... por mim, não por ele. Vocês entram comigo? – Perguntou olhando para a esposa, a mãe e a irmã.

— Claro que sim amor... vamos. – Emma segurou em um de seus braços para lhe transmitir segurança.

Robin ficou do lado de fora junto com a sobrinha, Zelena foi a primeira a entrar. Assim que entrou, o homem viu a filha mais nova.

— Regina... – falou sentindo muito cansaço. – Você veio assistir... meu fim! Parabéns!... vo...cês venceram!

A jovem mulher se aproximou da cama encarando o homem.

— Isso nunca foi uma competição pai... você que transformou em uma guerra! – Falou em um tom de voz frio.

— Não tem mais... importância. Estou... morrendo... – Regina o olhava sem expressar nenhuma emoção, estava praticamente irreconhecível diante dos olhos de sua família. - ... mais mesmo... assim eu nunca... vou aceitar isso, eu... só preciso que vocês saibam... que eu as amei muito... eu ainda amo toda minha... família e sei que... errei muito, principalmente com vocês duas... – Tentou apontar para a filha mais nova e para Emma. Henry encarou Regina por alguns segundos. – Você se tornou uma... linda mulher... quero que me perdoe filha... – Regina o olhou nos olhos e com a mesma frieza com que tinha dito as palavras anteriores respondeu:

— Eu também te amei muito, mais você destruiu tudo o que eu sentia, agora eu não consigo nem sentir pena de você... e não é para mim que deve desculpas, você precisa perdoar a si mesmo para ficar em paz, porque nesse momento eu estou me libertando. – Regina colocou uma de suas mãos sobre a dele. - Se era isso o que precisava ouvir para ir em paz sinta-se livre, para mim você é indiferente. Tchau pai. – Virou as costas para o homem saindo do quarto sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

bjoss



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