My best friend, my love! escrita por EvilV


Capítulo 22
Recaída


Notas iniciais do capítulo

:'(



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Passaram-se alguns meses. Os dias pareciam intermináveis. Mesmo com os medicamentos Regina não estava se sentindo bem.

Naquele manhã não conseguiu se levantar da cama para ir à faculdade, estava se sentindo exausta, um aperto no peito a sufocava. Na noite anterior recebera uma ligação de Henry, que disse que lhe faria uma visita para se certificar de que tudo estava bem. Na verdade o homem queria ter certeza de que Regina estava se mantendo afastada de Emma.

Ao lembrar das palavras do pai, que falou em tom de ameaça, pensamentos aleatórios e confusos passaram pela cabeça da garota. Sentia um pavor imenso, não queria ficar sozinha com ele nem por um segundo. Por um instante pensou em sua mãe, em Robin e em Emma, e mesmo com as lembranças das pessoas que amava, não conseguia se recuperar.

O medo se apoderou de seu corpo e mente. Não sabendo mais o que fazer, sem ter coragem de ligar para alguém que pudesse lhe acalmar, Regina meio zonza, se levantou e foi direto para o banheiro, precisava se livrar desse sentimento. Seu único pensamento era tirar o peso que sentia no peito e sabia bem como faze-lo; não conseguiu pensar se haveria consequências com seu ato. Abriu uma das gavetas do armário retirando de lá uma tesoura. Se encarou no espelho por alguns segundos, olhando seu reflexo abatido.

Não pode mais se conter. Desesperada e chorando, fincou a tesoura em uma de suas pernas, o sangue escorria mais não conseguia sentir dor alguma. Ainda não satisfeita, abriu a tesoura e com a parte cortante, passou várias vezes em seu braço esquerdo, o que causou alguns cortes, não profundos, mais que sangraram e provavelmente deixariam cicatrizes.

Depois de olhar seus ferimentos, era como se uma onda de calmaria a atingisse. Se sentiu sonolenta, o aperto que sentira antes tinha desaparecido, seus pensamentos finalmente estavam se clareando. Ainda chorando, Regina entrou debaixo do chuveiro, a água quente lhe trazia paz e levava todo o sangue embora, ficou imersa nessa realidade por alguns minutos.

Colocou um pijama leve e sem ânimo para fazer qualquer coisa se atirou novamente na cama, caindo em um sono profundo.

Acordou horas depois com seu celular tocando. Não viu quem estava ligando, apenas atendeu.

— Alô. – Disse com voz de sono.

— Regina, o que aconteceu? – Perguntou Killian aflito – Perdeu a hora?

— Não estava me sentindo bem... que horas são? – Perguntou ainda com os olhos fechados.

— São 2 p.m.! Sua mãe e Emma já me ligaram várias vezes, elas estão preocupadas porque você não atende seu celular... estou chegando na sua casa e vou subir direto ok? – Killian dizia já chegando no prédio de Regina.

A garota se sentou rapidamente, não podia deixar que o amigo a visse toda machucada, os lençóis da cama estavam um pouco manchados de sangue. Sabendo que Cora tinha dado ao garoto uma chave de seu apartamento para eventuais necessidades, Regina se apavorou.

— Não precisa vir Kill, eu já estou bem. Vou falar com elas, não se preocupe. – Mal acabou de dizer ouviu o barulho da porta seguido pela voz do rapaz.

— Regina cheguei... estou subindo! – Killian gritou ao entrar. A garota não ia conseguir evitar que ele visse o que ela tinha feito. Assim, correu para o banheiro e fechou a porta.

Killian subiu para o quarto encontrando a porta aberta, deu dois toques antes de entrar.

— Estou entrando Love.

— Um momento, estou no banheiro – Gritou Regina tentando pensar em um jeito de fazer com que ele fosse embora, mais o mesmo disse que estava a esperando.

O rapaz foi para a sacada e se sentou em uma poltrona que havia por ali, como a menina estava demorando muito ele voltou para o quarto e sem querer viu que o chão e os lençóis estavam com algumas manchas vermelhas. Se dando conta do que se tratava ele bateu na porta.

— Regina, abra a porta por favor! O que você fez? – Ouviu a garota chorar abafado – Eu vou entrar nem que eu tenha que quebrar essa porta ta me ouvindo? – Assim que terminou de falar ouviu a fechadura sendo destrancada e empurrou a porta.

 Ao entrar, encontrou a amiga sentada no chão. Ele viu os cortes que ela  possuía pelo corpo; se abaixou perto dela, não disse nada apenas a abraçou forte. Quando percebeu que ela já estava mais calma ele quebrou o silêncio.

— Venha, vou te ajudar. – Se pôs de pé pegando a garota no colo a levando até a cama. – Vou fazer algo para comermos, tenho certeza que está com fome. – Falou olhando para ela, que negou com a cabeça. – Não importa, vamos comer do mesmo jeito e depois tem que tomar seus remédios. Quer descer comigo ou prefere ficar aqui?

— Vou com você, não quero ficar sozinha. – Disse sem encara-lo.

Killian ajudou Regina a descer, ela sentia dores devido aos ferimentos.

— Ligue para sua mãe e para Emma enquanto eu preparo tudo aqui.  - Disse deixando a menina na sala e seguindo pra a cozinha.

Regina deitou no sofá, ligou a TV e discou o número de Emma. Falou com a namorada por poucos minutos, disse que tinha perdido a hora e esqueceu seu celular em casa. Encerrando a ligação, ela ligou para Cora.

— Regina, até que enfim! Estava morta de preocupação! - Cora falou.

— Desculpa mãe, saí atrasada de casa e acabei esquecendo o celular - Não teve coragem para contar a verdade.

— Porque se atrasou? Sinto pela sua voz que algo aconteceu, o que foi?

— Não é nada, estava com dor de cabeça só isso, mais já estou bem. - Respondeu a menina.

Conversou com a mãe por mais alguns minutos e encerrou a ligação.

Killian chegou na sala trazendo sanduíches e suco de pêssego, que sabia que a amiga gostava, junto com um medicamento.

— Falou com as meninas? - Perguntou

— Sim. - Respondeu enquanto bebia o suco e tomando o comprimido.

— Vou te levar ao médico Love, você não está bem.

— Já passou Kill, não se preocupe... eu não disse nada à elas, por favor não conte. - pediu ao amigo.

— Tem noção de quanto elas vão ficar preocupadas com você? Eu também fiquei apavorado Regina... não podemos esconder isso delas você não concorda?! - Killian dizia em um tom calmo, tentando não deixá-la mais aflita.

— Elas vão brigar comigo, minha mãe vai querer me levar pra casa... Kill eu não quero voltar, tenho medo. - Confessou chorando.

— Ei, calma! Também não é assim né! Ninguém vai brigar com você e nem te levar de volta... eu não vou deixar, você é minha agora. - Disse fazendo a amiga rir. - Quer me contar o motivo que levou a fazer isso? Vai se sentir melhor...

Killian sabia como ser persuasivo e a garota acabou contando sobre a ligação que o pai fizera. O rapaz disse ficaria ali até que ela se sentisse melhor.

Já estava anoitecendo, Regina se sentia acabada, sabendo que o amigo ficaria por ali, resolveu ir para o quarto, precisava dormir.

 

[...]

 

Depois da ligação que recebera da filha, Cora se sentiu inquieta, mesmo a menina dizendo que estava tudo bem, ela sabia que algo de errado estava acontecendo. Um pouco antes de se deitar, ligou para Killian, precisava se certificar que Regina estava bem.

— Olá mamãe! . - Killian atendeu Cora com bom humor.

— Oi Killian, meu filho. - a mulher riu - Queria falar com você a respeito da Regina, estou te atrapalhando?

— Claro que não Cora, na verdade ia te ligar agora, estou no apartamento com ela, preciso te contar o que aconteceu...

Cora sentiu suas pernas fraquejarem. O rapaz contou tudo o que tinha acontecido com Regina, inclusive sobre a ligação de Henry, o que para ele tinha sido o motivo pelo qual a garota tinha se desesperado.

— Obrigada por cuidar dela Killian, estou indo no primeiro voo disponível. Beijo, fiquem bem. - Cora disse encerrando a ligação abalada com a notícia.

Quando Cora estava subindo as escadas, ouviu a porta principal abrir. Henry entrou cheirando à álcool.

— Seu inútil! - Falou voltando os degraus - Porque foi ligar para ameaçar a Regina? - Encarou o homem furiosa, Henry riu.

— Vai com calma meu amor! Eu só quero checar se está tudo bem com nossa princ... - Cora não deixou com que ele terminasse a fala, acertou sua mão direita no rosto dele, fazendo com que o mesmo perdesse o equilíbrio.

— Sua maldita! - Gritou segurando o braço da mulher - Você pensa que está falando com quem?

Robin que estava na cozinha, ao ouvir a discussão, correu para sala.

— Solta ela pai. - Falou empurrando o mais velho fazendo com que ele se sentasse no sofá. - Se encostar mais dedo nela eu ligo para a polícia. - Gritou Robin enquanto segurava o homem.

Alguns funcionários da casa ouviram a briga e foram ajudá-los.

Cora chorando ligou para David, que levou Henry para passar a noite em um hotel. Depois de acalmar os ânimos Cora contou para Robin e Mary o que tinha acontecido com a filha.

— Vou pegar o primeiro voo para Los Angeles. Você consegue cuidar das coisas por enquanto Mary? – Perguntou Cora.

— Claro que sim Cora, não se preocupe. Vamos arrumar sua mala, te levo ao aeroporto. – Disse enquanto guiava a mulher para o quarto. - Robin, arrume suas coisas também para acompanhar sua mãe, ela precisa de você.

 


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Notas finais do capítulo

bjos



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