As famílias Swan e Mills são donas da maior rede de hotéis do mundo, que ambos, conseguiram construir juntos. Possuem uma amizade de longos anos que faz com que eles tornem praticamente uma única família.

Henry, Cora, Mary e David se conheceram ainda na infância, tornaram-se amigos. Embora fossem de famílias de classe alta, ainda adolescentes tinham um projeto de trabalharem juntos. Logo após concluírem a faculdade resolveram abrir o próprio negócio, claro que com a ajuda dos pais, e assim fundaram a SM Hotels.

Alguns anos mais tarde Henry e Cora se casaram e logo após David e Mary também. 

Henry e Cora Mills tiveram trës filhos, Zelena, Robin e Regina. David e Mary Swan tiveram duas filhas, Elsa e Emma.

As crianças tinha idades próximas, cresceram juntas e estudavam na mesma escola. Emma era somente alguns meses mais velha que Regina e isso as tornou ainda mais apegadas uma a outra, compartilhavam tudo.

As famílias sempre se reuniam no almoço de domingo, assim, cresceram como uma família unida pelo amor e pelos negócios.

Há alguns anos, Emma percebeu que o amor que sentia por Regina ia além de amizade, apesar não tentar esconder e dizer sempre que a amava, a garota não tinha coragem para se declarar com todas as palavras possíveis. Embora Regina nutrisse os mesmos sentimentos pela amiga, não tinha coragem de demonstrar como a outra fazia e costumava pensar que seria impossível que as duas ficassem juntas um dia, na verdade, acreditava que isso passaria e elas seguiriam sendo amigas como sempre foram.

— Emma, preciso te contar uma coisa - Regina disse

— Hm, fala logo não faz suspense!!!- Emma respondeu curiosa.

— O Arthur me chamou para ir ao baile da primavera.

— E.. - Emma respondeu meio angustiada.

— E o que você acha se eu disser que SIM?

— Como assim o que eu acho Regina? Eu não acho nada, você tem que decidir! - Falou meio que indiferente.

— Nossa Emma, que chata! Nós estamos no segundo ano e você sabe que nunca fui convidada para ir em um baile antes, queria sua opinião! - Regina disse chateada.

— Só te lembrando meu amor, eu também nunca fui convidada para ir a um baile, então não posso te dar uma opinião. Na verdade, nós sempre fomos juntas aos bailes, pensei que íamos juntas nesse também. - Disse Emma um pouco vermelha por ter confessado que gostaria de ir com Regina.

— Entendi então, você está com ciumes! - Sorriu -  Emma, é claro que vamos juntas independente de quem for comigo ou com você. Somos melhores amigas, então se você for ficar brava comigo eu digo que não vou e ficamos em casa assistindo um filme. - Respondeu Regina irritada.

— Claro que não vou pedir para você ficar em casa e nem quero segurar vela, então diz que você vai, eu não vou morrer por passar um sábado sem sua presença chata ao meu lado.

— O que aconteceu Emma? Porque ficou tão irritada assim? - Regina temia a resposta que ia receber, mais mesmo assim resolveu perguntar.

— Você sabe o que aconteceu Regina, nunca te escondi nada - disse Emma com medo da reação da amiga.

— Emma, temos que esquecer isso. Não vai dar certo, somos adolescentes esse sentimento pode ser passageiro. 

— Não tente negar Regina, não é passageiro e eu realmente te amo!

[...]

Regina ficou alguns segundos sem saber o que responder. Na verdade ela sabia perfeitamente o que seu coração queria, mais sua consciencia dizia o contrário. Foi desperta pelo sinal do intervalo que tinha terminado e disse rapidamente:

— Emma, eu também te amo, mais não podemos! Vou dizer ao Arthur que aceito, espero que você me entenda, nos falamos depois da aula.

Emma sentiu os olhos arderem, saiu depressa em direção ao banheiro, precisava ficar sozinha para pensar em como iria encarar esse encontro de sua melhor amiga. Quando estava chegando próximo a porta ouviu Robin, o irmão de Regina , a chamando:

— Emma! Emma! Espera! – correu em direção a garota.

— Oi Robin, tudo bem? – Disse a garota olhando para o chão, não queria encará-lo.

— Comigo tudo bem, mais você não me parece muito bem! O que aconteceu? Porque está chorando?  - Robin perguntou preocupado.

— Não foi nada demais eu só... – ela não queria falar sobre o assunto, mais o garoto sempre desconfiou dos sentimentos que existiam entre ela e a irmã mais nova e logo pensou que poderia ser isso - ... eu preciso ficar sozinha, você não entenderia.

— Sério? Nós nos conhecemos muito bem, somos praticamente irmãos, é claro que vou entender, você não confia mais em mim?

— Claro que confio, mais é complicado, nem eu mesma consigo entender.

— Tem a ver com minha irmã? – Robin perguntou praticamente sabendo que a resposta seria sim.

A garota meio envergonhada acenou com a cabeça em sinal positivo e se sentou em um banco que estava perto deles.

Robin caminhou até ela e disse compreensivo:                  

— Isso tem a ver com o baile da primavera não tem? – Emma acenou novamente com a cabeça - Então já imagino o que seja, eu posso te ajudar se quiser!

— Me ajudar? Eu nem te contei a história toda, como você acha que pode me ajudar?  Emma disse achando engraçada a atitude do amigo, ela nunca havia dito nada a ele sobre o que sentia por Regina.

— Como? Sou irmão da garota que você ama, quem mais além de mim pode te ajudar? A Regina me disse sobre o Arthur, não o acho um cara legal.

A menina não sabia o que responder, abriu e fechou a boca várias vezes. Se perguntava “como ele pode saber sobre o que sinto por ela? Eu nunca disse nada! Ele deve estar me testando”.  Como estava demorando muito para que Emma dissesse alguma coisa, o garoto continuou como se lesse os pensamento dela:

— Sim, eu sei embora você nunca tenha me confessado isso. Não sou cego né, eu vejo como vocês se olham e além do mais, você não sabe disfarçar nada bem, nisso a Regina é melhor que você! – Falou sorrindo da cara de assustada que a garota ficou.

— Ah... ok, eu não preciso mais falar nada porque pelo visto voce já sabe a história toda, eu aceito sua ajuda, só não sei como pretende fazer isso, mais por favor, não quero que ninguém saiba, você sabe o quanto é complicado e eu tenho muito medo.

— Fica tranquila Emma, não vou dizer nada à ninguém, esse assunto só interessa a vocês duas e eu pretendo “fazer isso”, te convidando pra ir ao baile comigo e atrapalhando esse “encontro”.  – Robin se ajoelhou em sua frente estendendo sua mão direita - Você aceita me acompanhar nesse baile loirinha?

— Sim eu aceito – respondeu rindo segurando a mão do amigo.

— Então melhora esse rosto e vamos voltar pra aula, se é que vão nos deixar entrar na sala atrasados como estamos – disse se levantando e levando a garota consigo.

[...]

Nas semanas que se passaram Emma e Regina agiram normalmente apesar de terem ficado em silencio na maior parte do tempo que passavam juntas, não tocavam no assunto da festa. Regina não queria magoar a amiga falando sobre o encontro, fingia que estava tudo bem, tentava pensar em Arthur, assim, teria menos tempo para pensar em Emma e acreditava que esqueceria aos poucos o que sentia por ela. Emma por sua vez, estava ansiosa para o dia do baile, não havia contado que iria com Robin e decidiu fazer isso naquele momento, enquanto as duas estavam passeando pelo parque da cidade.

— Regina, eu ainda não te contei, mas o Robin me chamou para ir ao baile com ele – Emma contou encarando a amiga.

— Robin? Meu irmão? – Emma concordou com a cabeça – Porque você vai ao baile com meu irmão e não me contou nada? O Robin também não me disse nada! Ahh... vocês... ãh... vocês estão juntos?  Eu não sabia que ele gostava de você desse jeito, pensei que ele te visse como uma irmã, vocês deveriam ter me contado antes, eu me sinto excl... – foi interrompida por Emma que percebeu como ela estava com ciumes.

— Eiii, calma!!! Não precisa ficar com ciúmes meu amor! Nós não estamos juntos, você sabe que eu gosto de outra pessoa. Só vamos fazer companhia um ao outro, já que você tem alguém com quem compartilhar o baile – Emma ria, o rosto de Regina estava vermelho de raiva.

— Eu não estou com ciumes Emma, pelo contrário, penso que vocês ficariam muito bem juntos – Regina disse rápido tentando não pensar no que tinha acabado de dizer, não podia ficar com Emma, mais já que teria que desistir por medo, não queria vê-la com o irmão.

— Não concordo com você, eu amo seu irmão como se fosse meu, mais não quero ver o rosto dele toda manhã quando eu acordar, eu prefiro acordar com você ao meu lado.

— De novo isso Emma? Já disse que não vai acontecer, não podemos!

— Claro que podemos, eu sei que você me ama tanto quanto eu te amo, você só tem medo de admitir isso! Tem vergonha de mim?

— Lógico que não tenho vergonha de voce!

— E tem tanto medo de que então? – Perguntou Emma já sabendo a resposta, ela sempre ouvia a mesma coisa.

— Emma, você conhece meu pai tão bem quanto eu e sabe como ele é intolerante para aceitar a diversidade, já presenciamos inúmeras vezes ele maltratar as pessoas por terem opiniões, religiões, cor diferente da nossa. Ele me mata! E nossas famílias são amigas à anos, é claro que isso vai afetar o relacionamento de todos, os negócios. Eu não quero isso, então prefiro te ter por perto como minha amiga – Regina confessou com os olhos cheios de lágrimas.

— E se ninguém nunca souber? Nós não precisamos contar! – Regina nada respondeu, estava se sentindo perdida – Os meus pais, sua mãe, seu irmão nos aceitariam eu tenho certeza.

— Voce contou pra alguém que gosta de mim?

— Não, nunca contei pra ninguém, mais seu irmão sabe, ele me disse que percebeu a muito tempo.

Ficaram em silencio por alguns minutos olhando os cisnes que nadavam no lago. Elas se sentiam confortáveis só de estarem em companhia uma da outra. Regina sentiu um aperto no peito pensando em como seria se ela dissesse sim para sua amiga e então um medo se apoderou de sua mente e resolveu quebrar o silencio.

— Bom Emma, já está ficando tarde, eu preciso ir pra casa, ainda tenho um trabalho de inglês para terminar, nos vemos amanha?

— Sim – Emma respondeu cabisbaixa, queria poder conversar mais a respeito dos seus sentimentos, mais a amiga sempre fugia do assunto – até amanhã então – deu um beijo no rosto de Regina e embora as duas morassem perto, Emma caminhou em direção oposta, queria um tempo sozinha para poder se conformar.