Marinette’s POV

“Todos somos livres para fazer nossas próprias escolhas. Mas até que ponto nosso livre arbítrio nos dá essa liberdade? E se por ironia do destino tivéssemos a oportunidade de escolher um outro caminho a ser seguido? Será que todos já vivemos um destino já selado? ”

(...) Quando cheguei até o meu destino, percebi logo que havia algo de muito errado na casa do mestre. O jardim que antes era bem cuidado, parecia abandonado. A casa que antes transmitia conforto, acolhimento, estava um completo caos, uma desordem.

Bati na porta e abri uma pequena fresta para espiar se tinha alguém.

— Mestre? – Chamei por ele. – O senhor está aí?

— Ladybug? – Ouvi uma voz baixa e um som de tosse no final. – É você?

Novas aventuras, velhas histórias:

Master Fu’s home

Domingo / 5 horas da tarde

— Mestre sou eu sim! – Respondi já entrando na residência; “faz tempo que não me chamam assim, se referindo a verdadeira Ladybug; “ pensei com um peso de saudade, me recordando dos bons momentos, porém logo voltei a realidade quando Wayzz me levou diretamente ao quarto do mestre, ele estava deitado, sua aparência não era das melhores. – Mestre! O que aconteceu com o senhor? – Perguntei imediatamente quando o vi.

— Marinette! – Disse ele me chamando com a voz fraca. – Já se passou tanto tempo! Acho que finalmente a idade está começando a pesar! Cof cof...! – Brincou tentando disfarçar a fraqueza. – Então! Como tem passado os dias? E o Chat Noir, como está?

— Muito bem Mestre! – Respondi animada. – Terminei a minha faculdade e agora estou tentando conseguir um emprego em uma companhia de moda. E é sobre isso que eu vim até aqui. – Fiz uma pequena pausa. – Eu tenho uma entrevista com um designer de moda amanhã pela manhã e eu preciso do meu caderno de esboços, eu deixei o meu caderno com o Chat Noir acidentalmente.

— É só pedir para ele! – Respondeu Fu.

— Então Mestre... – Fui pensando como explicar para ele o que estava se passando. – É que eu não sei quem é o Chat Noir!

— Como assim? Você não sabe quem é o Chat Noite? – Ele perguntou assustado, foi logo se sentando na cama com o olhar surpreso. – Ai ai! Minha coluna! – Disse assim que foi se sentando.

— Mestre, o senhor não deveria fazer tanto esforço! – Disse Wayzz ajeitando o travesseiro para o mais velho.

— Obrigado Wayzz! Mas não tem como não ficar surpreso com uma história dessas. – Disse ele coçando o queixo. – Humm! Acho que isso explica muita coisa.

— Como assim mestre? – Perguntei intrigada com o que ele tinha para me dizer e eu ainda tinha tantas coisas para perguntar. – Explicar o que?

— Marinette, isso é um pouco complicado de explicar, mas existem situações que precisam acontecer para que haja um equilíbrio no universo, entende? – Começou me explicando, mas sem dar muitos detalhes, eu estava achando aquela história muito misteriosa, parecia até que o mestre Fu estava me escondendo algo. – Como dizem por aí, “o que tiver que ser, será! ”, quer dizer que mesmo que tentamos controlar tudo em nossas vidas, tem coisas que precisam acontecer, de uma forma ou de outra, sendo assim, o universo se encarrega de fazer acontecer.

— Mestre, eu não estou entendendo o senhor! – Perguntei um pouco aflita.

— Eu não sei onde o Chat Noir esta. – Respondeu ele um pouco frustrado. – Vocês saíram praticamente juntos da cidade.

— Mas eu tenho certeza que era ele na noite passada! – Respondi confiante de minha afirmação. – E mestre, o que está acontecendo por aqui? – Perguntei não conseguindo mais me conter. – Noite passada deu aquele tremor estranho e agora, vendo o senhor, alguma coisa está acontecendo. Não está?

— Sim Marinette! – Disse ele em um tom pesado um pouco pensativo. – Como eu estava explicando, as vezes deixamos algum assunto inacabado no passado e como o universo precisa de seu equilíbrio, ele nos obriga a refazer nossa trajetória.

— Mas mestre, o que todos esses acontecimentos têm a ver comigo? – Questionei. Eu estava realmente muito confusa.

— Já faz algum tempo que situações estranhas vêm acontecendo. – Começou explicando. – Eu tentei localizar você e o Chat Noir, porém descobri que vocês estavam fora da cidade, os únicos aqui presentes eram Rena Rouge e o Carapace, mas mesmo assim, eles estavam viajando muito seguida e eu não podia simplesmente convoca-los, até porque eles não me conhecem. – Fez uma pequena pausa. – Marinette o fato é que eu temo que alguém esteja tentando roubar os miraculous novamente. Comecei a perceber que alguém estava me perseguindo, até que tentaram invadir minha casa, então fiquei um tempo morando em outro lugar, até que retornei e encontrei minha casa assim, toda destruída. Preferi mantê-la assim, para não levantar suspeitas de que eu retornei. Inclusive, quando sair daqui, cuide para ver se não tem ninguém te seguindo.

— Então tem alguém querendo os miraculous? – Perguntei, mas na verdade eu estava espantada com a notícia.

— Sim Marinette! – Respondeu ele com um pesar na voz. – Alguém está querendo usar a magia dos miraculous para benefícios próprios e não podemos deixar cair nas mãos erradas, apesar que eu já temo que quem está por trás disso tudo, já esteja fazendo uso de alguma magia. Eu posso sentir. – Foi se levantando de vagar, era possível notar o esforço que estava fazendo para se locomover. – Marinette, vou deixar o miraculous da Ladybug com você, acredito que tem alguém que queira colocar os assuntos em dia com você.

— Obrigada mestre! – Agradeci a ele e não consegui me conter de felicidade em saber que teria a Tikki de novo comigo. – O senhor acha que terá algum super vilão para enfrentar?

— Eu não sei! Precisamos estar preparados para tudo! – Foi guardando a caixa dos miraculous e separando uma pequena caixinha. – Wayzz, vou confiar em você. Eu não tenho mais idade para ficar me aventurando, por favor, entregue ao Chat Noir. – Então o kwami pegou a caixinha e saiu do local. – Agora Marinette, preciso que você vá, já está ficando muito tarde e perigoso.

— Mas mestre! E o senhor? Corre perigo! – Falei preocupada. Mestre Fu sempre fora muito especial, não podia deixa-lo sozinho num momento como esse. Tentei argumentar com ele, mas foi em vão. Então eu me despedi e corri em direção a minha casa.

Durante o caminho, tive a sensação de estar sendo seguida. Sabe aquela impressão que tem alguém atrás de você? Era isso que eu sentia, chegava a me dar calafrios. Olhava para trás, porém não via ninguém.

“Será que alguém me seguiu até a casa do Mestre Fu ou alguém está o observando? ”; pensei enquanto procurava uma forma de despistar seja quem for, temi também pela vida do mestre. Por um breve momento cheguei a pensar que estava ficando paranóica, mas resolvi me prevenir, então localizei uma cafeteria aberta e resolvi entrar, para ganhar tempo e quem sabe, despistar essa possível perseguição.

Sentei em um canto próximo a janela, assim poderia ver a movimentação no lado de fora. Fiz o meu pedido, um croissant e um café. Enquanto aguardava, peguei meu celular e tinha diversas mensagens e chamadas perdidas do meu noivo e da...ALYA! Foi então que me recordei, Mestre Fu não me disse onde podia encontrar o Chat, primeiro ele disse que não sabia e depois mandou o Wayzz atrás. “Mestre, você está me escondendo algo e eu vou descobrir. ” Pensei.

Enquanto aproveitava meu café, respondi as mensagens do Luka e falei com a Alya. Foi então que me lembrei que não tinha recuperado o meu caderno. Todo aquela história do Mestre Fu me deixou muito abalada, mas agora tinha que pensar em uma saída para a minha entrevista com o Mourice no dia seguinte.

Mensagens minhas com a Alya:

Eu:

" Mas Alya, eu não tenho nada pronto para levar para o Mourice!"

Alya:

" Amiga, já te disse, pega seus esboços que usou na faculdade e os outros que você tem pronto, mude algumas coisas e leva esses. Suas criações são incríveis e eu tenho certeza que ele vai gostar. Mas agora, se você estão tão afim de encontrar o seu gatinho misterioso, vai em frente!"

Eu:

"ALYAAAAAA! Eu não tenho nada com o Chat Noir ! Eu só preciso recuperar o meu caderno!

Porém você me deu uma ideia. Eu tenho uns projetos salvos na minha nuvem, são umas criações especiais, se eu te enviar, você encaderna pra mim?"

Alya:

" Vou acreditar em você amiga! Mas o que eu vi na noite passada no seu pescoço, eu diria que se não fosse por mim, você teria ouvido o gato ronronar a noite inteira.

Mas pode deixar, me envia que resolvo para você!

O Nino chegou, depois nos falamos. Beijos"

" Alya, você não tem jeito mesmo! "; Pensei suspirando, mas devo admitir, estava sorrindo por dentro.

Paguei minha conta e sai da cafeteria. A escuridão da noite já se fazia presente pelas ruas de Paris, as luzes estavam começando a acender e por incrível que pareça, nessa noite as ruas estavam mais tranquilas, não tinha muitas pessoas caminhando, havia poucos carros, acredito que o frio da noite colaborou para isso.

Continuei caminhando, olhando para os lados, vi muitos becos escuros e o silêncio que pairava sobre o lugar, contribuíram para eu sentir novamente aqueles calafrios. Meu coração começou a bater mais forte, o que fez com que eu corresse. Seria tudo mais fácil usando o meu miraculous, mas se tinha alguém me observando e me seguindo, não seria bom levantar mais suspeitas para o meu lado.

De longe já conseguia ver minha casa, quando olhei para trás, vi alguém vindo atrás de mim, apressei mais ainda meus passos, foi então que bati em alguém. " Me ferrei! "; Pensei levantando lentamente a minha cabeça para ver quem era.

— Luka ! - Fiquei surpresa ao ver meu noivo. - Vamos logo tem... - Parei de falar quando olhei para trás e vi que não tinha mais ninguém. Achei estranho, mas me senti mais tranquila.

— Marinette! - Disse ele me observando. - Aconteceu algo?