Todas as vezes em que ouvi a voz dele escrita por Maga Clari


Capítulo 2
A primeira vez que clamei pelo milagre de sair com o Senhor Marionete


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! Como estão? Espero que gostem do capítulo!
Mais uma vez, os diálogos de Alex são traduções de músicas dele. A música desse capítulo é Miracle Aligner, do seu projeto Last Shadow Puppets.
Beijos



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A primeira vez que saí com ele me trouxe certo aconchego.

Não porque Alex tenha me abraçado, porque, na realidade, eu nunca o vi pessoalmente. Mas porque esse encontro aconteceu quando eu mais precisava de companhia.

A primeira vez que saímos juntos foi no Valentine’s day. Todas as minhas amigas e todos os meus amigos tinham companhia; eu não podia culpá-los. O problema é que nesta mesma data costumo comemorar o dia do meu nascimento. Triste, eu sei. Nascer no Valentine’s não é grande coisa na infância, mas depois dos quinze anos, faz toda a diferença.

Passei todos os meus aniversários sozinha. Os quinze, dezesseis, dezessete, e agora os dezoito. Dessa vez, entretanto, uma ideia me surgiu. Como um sussurro, bem baixinho, no ouvido. Como se Alex Turner soubesse que eu precisava dele.

Todas as nossas conversas são sob a luz de velas — ele começou. Sua voz flutuando do espaço ao meu headphone — Acabei de perceber.

—  E por que acha que estamos aqui, Alex?

—  Cubra seus olhos…

—  O quê?!

Estávamos, nós dois, sentados no parque. Escolhi um lugarzinho mais discreto, debaixo de uma cerejeira. Quando Alex disse-me para fechar os olhos, tentei recriar aquele cenário em minha tela mental; a toalha de piquenique, as velas, o jantar para dois. Imaginei-me com meu walkman, os fones na cabeça. E até mesmo o cupcake com a velinha em cima.

—  Diga a ele o que quer, minha querida…

—  A ele quem? — questionei, assim, na lata.

Ora, Vamos… Santo Milagroso...

—  Não sei se é uma boa ideia, Alex…

—  Vá com tudo!

—  Talvez o meu desejo seja impossível.

—  Qual é o seu desejo? Ele vai tornar realidade...

— Tem certeza, Alex?

—  Ele dará o primeiro passo.

Com isso, reabri os olhos e assoprei as velinhas. Não por obrigação, não por uma ordem ou convencimento de que mudaria qualquer coisa. Eu assoprei as velinhas porque Alex me pediu, de todo coração, que confiasse em seu santo milagroso. E havia um pedacinho de mim que acreditava que, talvez, quem sabe, na mais remota das possibilidades, o seu querido santo me levasse até ele.


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