Raissa, a garota boba e negativa do grupo, hiper pessimista e havia tomado duas ou três bombas já. Perseguida por ser extremamente mais velha que sua turma e ainda assim a mais imatura.

As pessoas falavam que ela gostava do Lesmu, e ela ficava tão confusa com os boatos que nem sequer sabia o que ela realmente sentia. Já o Lesmu gostava de atenção, então ele arrumava mais assunto ainda para os alunos cochicharem e bagunçarem a cabeça da Raíssa.

Um belo de um dia, durante o intervalo, todos os alunos decidiram que o Lesmu teria que beijar a Raíssa. Vi a bagunça chegar até na frente da minha sala e Lígia veio me buscar e buscar a Raíssa para lancharmos juntas. Me levantei e fomos chamar a Raíssa no meio da bagunça como se nada estivesse acontecendo.

Raíssa estava fazendo c* doce. Não sabia se beijava, se vinha com suas amigas... Até que Lígia desistiu dela. A Lígia desistir de uma amiga é porque a pessoa é chata mesmo! E Lígia já tinha dedicado vários dias dela conversando com a Raíssa para entender seus sentimentos e tomar uma decisão mais madura possível sobre esse menino e sobre como se defender do bullying que ela sofria. Mas parecia que Raíssa não se importava de sofrer.

Fiquei a vista da Raíssa para ela me pedir socorro quando quisesse, pois a situação estava saindo de uma brincadeira e partindo para um abuso. Percebi um pouco mais tarde do que a Lígia tinha notado, Raíssa nem sequer gritou por ajuda, ou seja ela queria mesmo sair daquela situação? Decidi sair daquele lugar, detesto ficar um grupinhos para prejudicar alguém. Mesmo assim fiz com que minha saída fosse a última chance dessa garota de se livrar daquela situação, sem ter seu orgulho pisoteado por toda escola.

Fui embora passando pelo lado dela. O garoto segurava o pulso da menina a forçando para si. Raissa viu a chance de segurar meu braço e pedir por ajuda cochichando em meu ouvido.

“Alice me ajuda, por favor” - sua voz demonstrava claramente seu desespero.

Silenciosamente, andei até o garoto, segurei seu pulso e falei:

“Solta ela”

Quando segurei o pulso dele já imaginei cada golpe que eu daria nele (sou faixa preta e a galera nem sabia). Meus olhos pegaram fogo, minha intenção era além de afastá-lo, era bater nele de forma que ele nunca mais quisesse repetir tal ato (me lembrei do Ender de Ender’s Game agora). E também, imaginei que alguém poderia nos separar ou tentar ajudá-lo a me bater, por isso já planejei com combater qualquer um que viesse para cima de mim. Não sei se esse garoto lê mentes, mas ele sentiu minha agressividade na firmeza de minha mão segurando seu pulso, e ele simplesmente soltou a Raíssa e deixou ela ir. Fiquei completamente decepcionada com o que aconteceu. Quando eu entro em uma briga, em entro em uma briga! E principalmente para vencer! Mas fazer o que, né? Melhor deixar meus pais em paz de uma reunião na escola. Puxei a Raíssa para sairmos de lá. Todos da escola me xingaram por ter posto um fim no estupro divertido deles.

Detalhe isso tudo ocorreu em frente a sala dos professores. Quem são essas pessoas que “cuidam” de nós?