Antes De Ser Mulher Eu Era Uma Menina escrita por Alice Shalom


Capítulo 14
Recuperação No Terceiro Ano




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Ambas matérias, geografia e matemática eu fiquei de recuperação por um ponto, no terceiro ano, em risco de levar bomba. Se professores são anjos, só se for em sonhos! Eu gostava de ter amizade com professores, ainda gosto, mas é sempre bom ficar atentos com seu relacionamento com eles. Por eu estar sempre mantendo as boas aparências com alguns professores eu conseguia passar com pontos extras quando pedia, mas esses dois ai geografia e matemática, eles pareciam gente boa, mas no final parecia que não. Menos na faculdade, na faculdade professor que enche o saco de aluno, eu os chamo de professores carentes.

Se bem que o professor de matemática foi gentil o bastante para nos deixar pagar uma pessoa para fazer nosso trabalho. Acho que nos colocaram em recuperação para ganhar dinheiro… Já a professora de geografia, fez eu passar três dias, manhã, tarde e noite fazendo seu trabalho, enquanto que minha irmã estava tendo um curso de mergulho no Rio de Janeiro. E se não fosse essa recuperação eu poderia ter ido viajar com minha mana. Mó sacanagem!! Assim que terminei o trabalho, minha irmã chegou da viagem. (chorando)

Pelo menos me diverti com meu irmão, constantemente cantando a música “então é natal!! é o que você vez??”  de modo bem esculhambado enquanto eu fazia o trabalho.



Formei, tchau cinthia (E 4 anos depois)

Assim que eu formei, fui na escola pegar meu histórico com meus pais. Quando estava para ultrapassar a porta da saída e cantar liberdade a professora de geografia me chamou para me dar tchau. Eu hesitei um passo para abraçá-la, ela hesitou um passo para me abraçar, eu hesitei novamente:

“Alice venha me abraçar.” - Ela abriu os braços e eu a abracei sorrindo.“Tchau Alice.” - Falou a Cinthia sorrindo.

Olhei para ela, ela hesitou um passo para me abraçar.

“Tchau.” - virei as costas e fui embora.

Acho isso engraçado até hoje.

 

Mas…

Quero dizer-lhes que essa semana mesmo, quatro anos depois, tive que voltar nessa escola para o meu irmão ver se iria querer estudar lá. Ele estava preocupado com a Cinthia, mas eu tive que falar com ele que uma vez ela falou com a turma que ela estava cansada de conviver com mulheres e que ela não gostava de mulheres. Acho que isso é uma boa justificativa dela ter me perseguido tanto. Meu grupinho era só meninos nerds, e o Pedro nunca fazia dever de casa, mas ela brigava somente comigo. Talvez, porque eu sou mulher.

Por ironia do Universo, a Cinthia foi a primeira pessoa que eu vi na escola, depois de 4 anos. Eu toquei no ombro dela, ela parecia concentrada em outro assunto, eu tive a iniciativa de abraçá-la.

“Oi.” - falei bem baixo.

Meu coração batia forte, mas era como se eu estivesse feliz em vê-la. Admito que eu sou muito grata por ela ter despertado a minha força interior (através da revolta). Amadureci muito por causa dessa pessoa.

 

Mais para frente eu encontraria a Débora fazendo psicologia na mesma faculdade que eu. Ela estava, gentilmente falando, acabada. A cumprimentei normalmente. Gente, o mundo gira, a vida é justa, e pela vida ser justa é que eu gosto de ter cuidado com tudo que faço e penso. Se tem reclamações minhas nessa fic, deixei claro pra Vida: é só desabafo. Quero deixar esse passado para trás logo!

 

Formamos sem formatura, sem cerimônia e sem viagem. Minha sala ia viajar, sem mim claro, e eles fizeram a Cinthia dar 500 reais de entrada para uma agência de turismo, fizeram ela jogar dinheiro fora para depois falar que não iam fazer nada. O que eu posso dizer? Ela pagou seu preço…? Me senti mal por ela, nem mesmo a Cinthia era tão “ruim” quanto meus colegas. Ela fez o que fez, porque acho que ela tem probleminha mesmo, mas meus colegas eram realmente ruins. Eles faziam tudo aquilo só para ver as pessoas sofrerem. E não brinco, agora que estou cursando psicologia e estudei o bullying, aqueles que praticam bullying são pessoas que realmente querem fazer mal às outras.

Porém eu posso lhes dizer, eles podem ter me perseguido, me machucado, colocado a escola toda contra mim, acabado com minha “amizade” de infância com meus primos que cresceram no quintal comigo, mas eu nunca recuei. Chorei de raiva, mas nunca recuei.Lígia me ajudou, mas nunca gostei de me pendurar nela, ela também era perseguida na escola.  

 

Mas hoje lhes digo, que venci. Amo ter formado naquela escola. Assim como a Tsukushi de Hana Yori Dango, nem com toda escola e todos os professores me perseguindo (claro que tem as excessões) eu recuei. Fui até o fim.

Venci as autoridades.

Venci o Bullying.

Venci a mim mesma e elevei minha voz em minha defesa.

Em defeza dos meus direitos.

Em defesa da minha liberdade de expressão e me defender de quem se colocava como maior que eu, só por causa de títulos de faculdade ou de quantidade de colegas ao seu lado.

Venci todas essas pessoas.

 

Uma garota ingênua. Uma heroína do sistema.


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Notas finais do capítulo

Gente, acabou. Muito obrigada pessoas por terem lido até o final.
Fiquem ligados pois eu ainda tenho muitas ideias para lançar.
Beijos!!



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