Vingança Marítima escrita por UmaEscritoraAí


Capítulo 1
Capítulo único (Oneshot)


Notas iniciais do capítulo

Lembrei do lançamento do Pyke nessa madrugada e decidi dar um pouquinho de atenção pra ele ♥ a Lore ainda não saiu, e eu quis postar pq se a lore for muito parecida, não queria que falassem que foi "plágio" ou algo assim. Enfim, espero que gostem!



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Houve, outrora, uma tripulação imbatível que dominava todos os sete mares. Saqueavam vilas e destruíam embarcações sem clemência, sem demonstrar um pingo de remorso. Não havia ser vivo que não temia aquela bandeira, e quando avistada, a única coisa que aguardava os espectadores era a morte.

Naquela tripulação, em uma noite gelada devido à brisa marítima, um marujo esfregava o chão enquanto fazia seu turno protegendo o navio de possíveis invasões. Devotado e habilidoso em guerra, Pyke estava sempre pronto para entregar sua vida em batalha, e por sempre admirar seu capitão, jurou protegê-lo como seu braço direito.

—Como estamos aqui, marujo? –Uma voz chamou-lhe a atenção.

—Capitão, ainda acordado?

—Um capitão só descansa quando seu navio estiver no fundo do mar. –Ele sorriu, apoiando-se na amurada de seu navio, retirando um cantil com rum de seu bolso para beber um gole. –A brisa da noite é uma das melhores partes de se viver num navio. –Completou, passando a garrafa para Pyke.

—Apesar de gostar da vida de marujo, não existe homem que não aprecie um momento de tranquilidade, não é mesmo? –Retrucou com um sorriso, descendo um gole da bebida.

—Eu não aprecio. –O capitão puxa a garrafa para si, novamente. –Sabe o que dizem, não? A calmaria antecede a tempestade.

—E que pirata teme uma tempestade? –Sorriu, lançando um olhar desafiador para seu capitão.

—Eu gosto de homens como você, Pyke. É por isso que você é o meu braço direito, não é?

Antes mesmo que o marujo pudesse retrucar, um barulho insuportavelmente alto chamou-lhe a atenção. Um canhão havia sido disparado, e por alguns centímetros, não atingiu o seu navio, embora o tenha feito cambalear.

—Acho que a nossa conversa fica para depois, capitão. –Ele sorriu, jogando o esfregão para o lado e puxando sua adaga de seu cinto.

—Acordem, tripulação! Temos trabalho à fazer. –O capitão ria enquanto recebia uma declaração de guerra vinda de outro navio pirata.

Alguns marujos apreciavam atirar em canhões e destruir embarcações inteiras, outros divertiam-se ao disparar armas de fogo, mas Pyke não. Ele possuía uma habilidade sem igual com suas adagas, e sua maior diversão era invadir sorrateiramente o navio inimigo, cortando a garganta de cada tripulante que ousasse ameaçar sua bandeira.

Ao perceber o navio inimigo frente à frente com o seu, Pyke lançou as cordas para invadi-lo, infiltrando-se sem problemas. Nesse meio tempo, alguns dos oponentes fizeram o mesmo, invadindo o navio de sua tripulação, tornando tudo ainda mais fácil para o marujo. Com o navio desprotegido, Pyke conseguiu aniquilar os que permaneceram para guardar o local, um à um, retirando suas cabeças e atravessando seus estômagos, até chegar naqueles que manejavam os canhões.

—Hoje não é o seu dia de sorte, atirador. –Sorriu, cortando a garganta do homem à sua frente logo após.

—N-não se aproxime! –O companheiro daquele homem apontava uma arma para Pyke, enquanto sua voz falhava e suas pernas cambaleavam ao encará-lo.

Pyke sorriu de canto e colocou as mãos para cima fingindo render-se, visando permitir aproximação de seu adversário. Ele conhecia muito bem o procedimento. Aquele homem o renderia e se aproximaria para utilizá-lo de refém, e para Pyke, a situação se mostrava realmente proveitosa e divertida.

—Você não tem espírito o suficiente para encarar o mar, marujo. –Puxou rapidamente sua adaga, fincando-a bem no coração daquele homem que já estava bem próximo. –No coração, pois é o que lhe falta para tornar-se um homem dos mares. –Terminou, limpando o sangue de sua lâmina em sua própria camisa.

Subiu novamente as escadas do navio para averiguar a situação de sua tripulação, caminhando entre a pilha de cadáveres que havia acumulado na embarcação inimiga. Ao voltar para o nau, deparou-se com seu capitão emboscado por dois inimigos, então entrou na frente do tiro que seu capitão estava prestes à tomar, recebendo-o diretamente em seu abdômen no lugar do homem que admirava e jurou proteger. Puxou rapidamente sua adaga de seu cinto e executou os inimigos à sua frente com maestria, empurrando-os ao mar.

—Bom trabalho, marujo.

Focado em seu ferimento e em seu capitão, Pyke fora surpreendido por um dos invasores, tornando-se um refém.

—Se você chegar mais perto, eu corto a garganta desse homem. –O invasor alertou ao capitão, enquanto mantinha uma lâmina afiada próxima ao pescoço de Pyke.

Pyke estava certo de que seu capitão retribuiria o favor, portanto permaneceu aguardando o resgate.

—Pode cortar. –O capitão sorriu.

Em seu pensamento, seu comandante estava armando uma emboscada para o inimigo, embora não fosse realmente isso. Alguns segundos depois, o homem aproximou-se, sem se importar com a vida de Pyke, jogando-o ao mar juntamente com seu inimigo.

O marujo se recusava a acreditar naquilo. Era tudo um sonho, não poderia ser real. Infelizmente, era real. Submergido nas águas marítimas, encontrou-se na pior situação possível. Estava ferido, debilitado, e consumido pelo sentimento de traição. Enquanto sua mente divagava, decidiu fechar os olhos enquanto afundava ainda mais em direção às profundezas, já conformado com sua morte inevitável.

“Vingança... Vingança...”

Uma voz ecoava daquelas profundezas. Era a sua própria voz... A sua voz interior, que clamava por vingança. Quando seu corpo é consumido pelo mar e a sua alma destruída pela traição, o seu único combustível para a vida é a sede de vingança. Pyke abriu os seus olhos, deparando-se com uma criatura horrenda, prestes à devorá-lo. Seus dentes eram como montanhas pontiagudas e o fundo de sua garganta como um buraco negro prestes à consumi-lo.

Eu não vou morrer aqui.”—Pensou, retirando sua adaga de seu cinto e adentrando o interior do monstro à sua frente.

Cortando-o de dentro para fora, Pyke consumiu aquela criatura para tornar-se em apenas um com ela. Utilizou das forças adquiridas para emergir das profundezas e adentrar novamente o covil de traidores: O navio de sua antiga tripulação.

Caminhou arrastando sua longa adaga pelo chão, em direção ao quarto de seu capitão, que estava sentado em sua escrivaninha, com um pergaminho à sua frente. O tinir da lâmina ao aproximar-se do homem chamou-lhe a atenção, fazendo-o virar-se para averiguar.

—Olá, capitão. –Murmurou ao ficar frente à frente com o traidor.

—P-Pyke? É você? –Retrucou, com a voz trêmula enquanto afastava-se até finalmente chegar em sua escrivaninha, não possuindo mais espaço para recuar.

—Pensou que havia se livrado de mim? –Sorriu, apreciando sua lâmina enquanto passava seu dedo por todo o entorno.

—Ora, marujo, entenda bem, não foi nada pessoal, certo? –Suas pernas tremiam enquanto Pyke aproximava-se de seu ouvido.

O marujo fincou sua lâmina no pescoço de seu antigo capitão e sussurrou:

—Certo, nada pessoal. –Retirou a lâmina, sem importar-se em limpar o sangue derramado como sempre fazia.

Pyke deparou-se com o pergaminho e uma pena ao lado. Sentou-se na escrivaninha para escrever o nome de seu capitão e fincou sua adaga no papel, atravessando até mesmo a madeira do objeto. Prosseguiu escrevendo nomes até o amanhecer, e ao terminar, retirou o punhal do cedro, colocando-o em seu cinto novamente. Riscou um dos nomes que havia anotado em sua lista e a observou por um momento, memorizando todos os nomes nela contidos.

“Um já foi. Faltam... Muitos.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥ obrigada por ler~



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