Shiver escrita por Artemis Stark


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Song fic baseada na música Shiver, COldplay



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Draco bagunçou seus cabelos ao chegar em seu escritório. Retirou a capa e a pendurou em um gancho que havia na parede. Ela havia apenas passado por si, obviamente o ignorando, só que o perfume delicado dela o perseguiu pelas ruas do Beco Diagonal. Não sabia como se aproximar dela. Não sabia como ficar longe dela.

Provavelmente tudo começou antes mesmo que ele pudesse entender ou aceitar. Provavelmente tudo começou quando ela era seu constante e persistente oposto. Grifinória. Nascida trouxa. Corajosa. Humilde. Perfeita. Enquanto ele era um retalho de vários pedaços de si mesmo. Apoiou a cabeça nas mãos e o cotovelo sobre a mesa. Soltou o ar. Não estava acostumado a ser ignorado. Tampouco estava acostumado a estar apaixonado. Tampouco ele se reconhecia como um Malfoy.

E assim, entre pergaminhos, preparo de poções, contabilidade, irritações com funcionários, Draco fechou a loja que havia aberto quatro anos atrás com seu melhor amigo Blaise Zabini. Era um pequeno comércio que vendia poções de cura para enfermidades leves. Ou ele ia para casa em que morava sozinho ou ia para algum lugar beber. Escolheu a segunda a opção. Sentou-se em um ponto estratégico e pediu uísque de fogo. Sabia que ela estaria lá. Uma taça de vinho na mão. A unha pintada de um vermelho escuro. Unhas mais longas que ele esperava que uma sabe-tudo de Hogwarts usaria. Aquela grifinória sempre o surpreendia. Ela não o notou. Nem quando passou por ele para ir ao banheiro. Era como se visse através de Draco Malfoy. Virou o uísque e sentiu o fogo queimar sua garganta.

—--

Era comum se cruzarem pelas ruas do mundo bruxo, especialmente no Beco Diagonal em que ambos trabalhavam, porém Hermione nunca dirigia um olhar ao loiro. Draco sabia que merecia esse tratamento, como poderia ser diferente? Só que ele queria que fosse diferente, mas como mudar aquela situação?

— Me deixa tirar esse pergaminho da sua mesa, Draco.

— Do que está falando, Blaise? – O loiro indagou, ao ser puxado dos seus pensamentos.

— Que você está molhando o pergaminho de baba... Aposto que está pensando na Granger, não é? – O outro homem perguntou, levantando uma sobrancelha sem esconder o tom debochado.

— Deixa de ser babaca! – Exclamou, mas passou a mão no pergaminho, de forma inconsciente. Levantou-se e foi até a janela, observando o movimento da rua.

— Draco “Galante” Malfoy sem saber como seduzir uma mulher deveria ser um conto de “Beedle, o bardo”... – Blaise tornou a falar, continuando com a provocação. Então seu amigo virou-se para si, um brilho estranho nos olhos.

— O que disse?- Repete, Blás...

— Sobre ter um conto de “Beedle, o bardo” contando sua incapacidade de conquistar a... Ei! – Zabini exclamou ao ver que Draco saíra correndo, puxando a capa que estava pendurada ao lado da porta como era seu costume e o deixara falando sozinho – Aonde está indo?

— Cuide de tudo! – O loiro gritou. Passou pelas estantes, cumprimentou rapidamente alguns clientes e foi para fora da loja. Quase escorregou na neve que estava se acumulando, porém equilibrou-se e diminuiu o passo.

Entrou na livraria, andando pelos corredores. Fingia ler os títulos, mas seus olhos procuravam por Hermione. Encontrou-a sentada em grande pufe, lendo para uma criança. Involuntariamente sorriu. Balançou a cabeça e foi até um atendente.

Hermione terminou de ler a história e entregou o livro para a criança, que pedia para a mãe ler novamente. Viu uma figura alta e loira passar ao longe. Sabia quem era. Respirou fundo. Seu plano de fingir que ele não existia estava indo muito bem. Passar ao lado dele era como passar ao lado de alguém que estava usando a capa da invisibilidade. Era como se não o enxergasse. Começou arrumar alguns livros espalhados para ocupar a cabeça.

— Senhorita Granger? – Virou-se e deparou-se com a figura risonha do seu funcionário. – O senhor Malfoy está procurando um livro que não consigo encontrar. – Hermione não queria, mas acabou desviando seus olhos para os olhos de Draco. Não conseguia compreendê-lo e nem ler qualquer expressão no rosto do ex-sonserino. No entanto, um leve traço de sorriso parecia surgir em seus lábios.

— Então não temos o livro – Ela falou, de modo rápido. Queria encerrar aquela conversa. Tentou se afastar, mas sentiu uma leve pressão em seu braço. Olhou os dedos longos e finos. Tão alvos quanto a neve. Depois seus olhos encararam o cinza dos olhos dele.

— Você não quer saber qual livro? – Hermione ficou sem resposta por alguns segundos. Puxou seu braço rompendo o contato – É um livro raro de poções para cura. Você estaria ajudando muitas bruxas e bruxos. – O olhar dele mudou de foco e Hermione o acompanhou. Ele olhava a criança que ainda se divertia com o livro que Hermione lera anteriormente. – E crianças...

— Qual o livro? – Hermione perguntou. O funcionário afastou-se indo atender uma cliente que chegara.

— “Poções muy desconhecidas”, de Archie Flint. – Draco segurou o sorriso ao ver a expressão de descrédito dela. Hermione cruzou os braços e inclinou levemente a cabeça.

— Flint? Isso é alguma brincadeira, Malfoy? – ela perguntou, levemente irritada.

— Sabe que são seus amigos Weasley que têm uma loja de logros... A minha é de poções. – Draco sorriu de lado. – E o Flint que conhecemos em Hogwarts é um aborto... -Hermione balançou a cabeça e murmurou um: “siga-me”. Ela abriu uma porta que tinha uma placa: “acesso restrito”.

— Sente-se. – Ele obedeceu e Hermione sentou-se do lado oposto. Draco a viu abrindo algo e perguntou:

— O que é isso?

— Um notebook. Um equipamento trouxa. Estou catalogando todos os livros bruxos aqui... Espere um instante... Eu não localizo. – Encarou o loiro – Farei outras pesquisas e entro em contato com você quando encontrar. – Levantou-se e viu que Draco fez o mesmo.  

— Até mais, Granger.

—--

Blaise riu tanto que lágrimas saíam de seus olhos. Bebeu um gole de seu uísque e ignorou o xingamento do seu amigo e sócio.

— Essa ideia sua... Acha mesmo que a Granger vai acreditar?

— Ela já está acreditando...

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— Malfoy! – Hermione exclamou, realmente surpreendida – O que faz aqui?

— Seu funcionário me deixou entrar. – Respondeu, ajeitou a gravata de forma desnecessária. Ele estava impecável como sempre.

— O que faz aqui? – Ela repetiu a pergunta. Segurava um pergaminho que parecia não ter fim.

— Vim saber sobre meu livro. Já faz duas semanas e você não deu notícias.

— Falei que daria que notícias quando encontrasse o livro... Se eu não entrei em contato... – Hermione falou de forma reticente. – Estou ocupada. Procurando o que pediu. Vá embora, Malfoy.

— Até mais, Granger. – Draco esboçou um pequeno sorriso e saiu, fechando a porta atrás de si.

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— Claro que ele está aprontando alguma coisa! – Ron falou irritado, colocando o copo com mais força sobre a mesa. Sua irmã apenas virou os olhos e falou:

— Ele mudou de lado. Sem a ajuda dele e da mãe seria muito mais difícil vencermos essa guerra.

— Malfoy apenas procura um livro. Um livro que parece impossível de ser encontrado... – Hermione explicou, bebendo um gole do seu vinho. Notou a troca de olhares entre Harry e Ron. – Não façam nada!

— Do que está falando, Mione? – Harry perguntou.

— Conheço vocês há muito tempo... Não vão investigar o Malfoy. – Depois emendou um palavrão em voz baixa. Viu Draco chegando com seu amigo, Blaise Zabini. Basta continuar fazendo o que sempre fez, disse para si mesma. Ignorá-lo.

— Era o que faltava... – Ron disse, sem disfarçar seu desprezo.

— Sério que nossa noite de hoje será sobre o Malfoy? – Hermione indagou, querendo mudar o rumo daquela conversa.

— O que estão falando sobre...

—... a doninha platinada? – Os gêmeos chegaram, já puxando duas cadeiras e sentando-se um de cada lado de Hermione. Ela riu por antecipação, Harry e Gina acompanharam. Apenas Ron continuou emburrado, pois sabia a nova brincadeira dos gêmeos.

— Sério que vão continuar com isso? – Perguntou, olhando de um para o outro que apenas deram de ombro e voltaram sua atenção para Hermione. Ela nem se mexeu e viu Jorge pegando a garrafa de vinho, enquanto Fred pegava a taça. Depois de cheia, entregam para ela.

— Obrigada.

— Mione... Por que não aceita nossa proposta...

— ... E vamos começar um relacionamento nós três!

— Você é tão inteligente...

— ... E linda.

— Só você para dar um jeito na gente! – Disseram juntos.

— Se nem Molly deu um jeito em vocês... – Hermione disse, sorrindo.

— Ahhh! Mas nosso sonho é com você...

— Usando o uniforme de Hogwarts...

— E o broche de monitora! – Fred piscou marotamente. Hermione não pôde evitar um rubor. Gina e Harry riam e Rony já tinha se levantado.

— Vocês ainda matam seu irmão do coração. – Hermione falou. Os gêmeos novamente deram de ombros. Depois cada um deu um rápido beijo na bochecha dela e se afastaram, para encontrar com Lino que estava esperando por ambos no balcão.

— Você já pensou em aceitar? – Gina perguntou, de repente. Harry engasgou-se com a cerveja e agradeceu pelo amigo ainda não ter voltado.

— Que pergunta é essa, Gina? – Harry falou, depois que se recuperou.

— Gina, é apenas uma brincadeira deles. Mais um logro. Obviamente não sentimos nada além de amizade e jamais me envolveria com dois homens ao mesmo tempo. – Deu um outro gole do seu vinho, esquecendo-se totalmente que Malfoy estava no mesmo bar.

—--

— Que tipo de brincadeira esses dois idiotas estão fazendo? – Draco perguntou, observando a cena que se desenrolava diante de si. Um gêmeo de cada lado, mexendo no cabelo dela, enchendo a taça...

— Acho que alguma proposta bem interessante para ambos... – Blaise ironizou, rindo do ciúme do amigo. Draco segurava seu copo de uísque com força. Viu quando os gêmeos se afastaram, beijando-a no rosto. Ele não conseguia parar de olhá-la e ela não lhe dirigia um único olhar. Soltou o ar com força.

—--

Notou a coruja chegar com um carimbo da Floreios e Borrões. Enviou a coruja de volta, sem abrir o pergaminho. Sorriu de lado.

Foi preciso recusar mais três corujas até que Hermione aparecesse em seu escritório. Levantou-se quando ela entrou e a porta foi fechada pelo seu secretário.

— Bom dia, Granger. – Falou, aproximando-se e indo até atrás dela.

— O que está fazendo, Malfoy? – Perguntou, estranhando o comportamento dele e sentindo as mãos dele próximas de si.

— Apenas retirando seu casaco. – Hermione sentiu a proximidade dele. O perfume forte e cítrico fez com que ela fechasse seus olhos. Abriu-os rapidamente. Felizmente ele não notou – Sente-se.

— Por que não respondeu minhas corujas? – Perguntou ao sentar-se. Observou Draco do outro lado da mesa. O olhar firme, enigmático.

— Gosto de tratar pessoalmente sobre assuntos profissionais. – Aquilo a irritou visivelmente.

— Não era mais fácil ter marcado uma reunião na primeira coruja que enviei? – Sim, claro que era. Só que Draco quis que ela fosse até lá. Ela esperou por qualquer resposta, que não veio. – Peguei a lista de todos os livros que há em Hogwarts, inclusive da seção restrita. O livro que procura não é publicado há 235 anos.

— E não há nenhuma cópia em lugar nenhum?

— Em Hogwarts, é claro. – Ela falou. Draco cruzou as mãos sobre a mesa, esperando que ela continuasse – O único descendente de Archie Flint é Argo. Conversei com ele e-

— Você fez o quê? – O loiro perguntou, aturdido.

— Não gosto de ser interrompida, Malfoy.

— Desculpe. – Aquela palavra deixou Hermione surpresa, seus olhos se arregalaram levemente e ele não pôde deixar de sorrir. – Desculpe, eu apenas não esperava que você fosse tão longe nessa pesquisa. – Olhou fixamente para ela e acrescentou – Pode me chamar de Draco.

Hermione inclinou levemente a cabeça e inclinou seu corpo levemente para frente. Quase perguntou aonde ele estava querendo chegar. Depois, recostou-se novamente e optou por ignorar a última frase dele.

— Eu sempre vou longe nas minhas pesquisas. Demorei mais do que deveria, mas consegui autorização para republicação do livro. Snape concordou em fazer a revisão... – Draco queria beijá-la naquele momento. Qualquer pessoa teria desistido ao saber que o livro já havia parado de ser publicado há mais de dois séculos. Claro que ela não era qualquer pessoal.

— Está me ouvindo, Malfoy?

— Não... Desculpe... Eu... – Ele queria falar que estava admirado, porém não teve coragem – Eu me distraí. Desculpe, o que estava dizendo?

— Vai demorar até ter um novo lançamento, então eu – Viu ela puxar um bloco grosso de uma pequena bolsa de contas – Eu fiz uma cópia do que havia em Hogwarts. – Hermione colocou o livro sobre a mesa, empurrando na direção dele e Draco fez questão que seus dedos roçassem levemente nos dela ao pegar o livro para si. Castanhos no cinza.

— McGonagall permitiu? – ao ouvir essa indagação Hermione corou. Draco soltou uma sonora risada que surpreendeu, mais uma vez, a mulher.

— Então há uma mente sonserina em você, Granger? – Diante disso, ela não conseguiu segurar um pequeno sorriso. Balançou a cabeça e levantou-se.

— Preciso ir, Malfoy. – Ele permaneceu sentado. Abriu a gaveta e puxou um saco com moedas.

— Preciso pagar pelo seu tempo e trabalho.

— Quando o livro for publicado, você compra na minha loja. – ela disse, afastando-se da mesa. Porém ele permanecia sentado.

— Quero pedir que procure outro livro para mim, então, Granger. – Ele escreveu o nome em um pergaminho, levantou-se e andou até ela, entregando-o. Hermione leu e uma expressão de curiosidade passou pelos olhos dela.

— Rúnico?

— Sim… Sabe ler rúnico? – Que pergunta estúpida. Ela era uma das únicas que fazia o estudo rúnico junto com ele e mais um estudante da Lufa-Lufa em Hogwarts.

— Mando coruja quando encontrar. – Ela falou indo até a porta para pegar seu casaco, mas o loiro foi mais rápido.

— Eu te ajudo.

— Eu me visto sozinha, Malfoy. – Draco pensou em argumentar, mas apenas entregou a vestimenta para ela. – E, por favor, não ignore minha coruja da próxima vez. – Ela já tinha passado pela porta, bem ao lado dele. O loiro falou em voz baixa:

— Não sou eu que te ignoro, Granger.

Draco não sabia se ela tinha ouvido, mas não conseguiu evitar que as palavras saíssem. Não podia quando por tantas vezes ela esteve sempre tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe. Quando ele notava diversos detalhes e nunca havia um olhar de retorno. A porta se fechou. Bateu a testa levemente contra a porta algumas vezes. Murmurando para si mesmo que deveria falar logo o que sentia.

Hermione ouviu as palavras dele. Ouviu e saiu de lá aturdida. O que ele queria dizer com aquilo? Ao invés de ir para Floreios e Borrões tomou o rumo da casa do amigo.

—--

— O que faz aqui, Mione? – Ron perguntou, realmente surpreso.

— Preciso falar com você e peço que tenha toda a calma do mundo. – Ele deu passagem para ela entrar. – Podemos beber alguma coisa? – O ruivo serviu cerveja para ambos e esperou que Hermione começasse a falar. Só que ela apenas olhava nervosa para as mãos.

— O que houve? Malfoy fez alguma coisa? Você tinha uma reunião com ele hoje, não é?

— Sim, mas não é isso… Quando eu estava indo embora Malfoy falou algo. – Ela contou a conversa entre eles e depois o que ouviu quando estava saindo. – O que ele quis dizer isso? Eu o ignoro?  - Será que tão focada a ignorá-lo, ela não notou os olhares de Draco sobre si?

— Mione, - Ron passou a mão pelos cabelos – Quando eu e Harry pensamos em investigar Malfoy por causa desse pedido por um livro e tal é porque notamos os olhares dele...

— Olhares? Que olhares, Rony?

— Sei lá, Mione... Nunca fui bom com essas coisas de sentimento... Ele te olha, é isso.

— Por que nunca me contaram? – Perguntou, bebendo um grande gole de sua cerveja.

— E dizer para você olha-lo te olhando? A melhor coisa é ficarem afastados. Ele é um Malfoy.

— Ron, para com isso... Nunca esquecerei tudo que ele me fez passar em Hogwarts, mas foram as informações dele e da mãe que nos ajudaram a capturar diversos comensais foragidos. – Ron levantou-se e foi até a lareira. Observando fotos de sua família. Após a morte de Voldemort a paz não veio imediatamente. Diversos comensais continuaram torturando e matando bruxos nascidos trouxas. Percy e seu pai haviam morrido nas mãos de Lucio Malfoy e Hermione não teve o mesmo destino por causa de Draco.

— Eu já o agradeci. Harry e você também. Isso foi há cinco anos. Combinamos que não teríamos mais contato com ele depois disso.

— É apenas profissional. – Hermione disse. Ron virou e se olharam. O ruivo bebeu um longo gole da cerveja e aproximou-se da amiga, puxando-a para um abraço fraternal.

— Mione, - ele afastou-se um pouco – cuidado. – Ron deu um beijo na testa dela. – Vou pegar mais cerveja para gente. – Afastou-se, imerso em pensamento.

 

                             


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Notas finais do capítulo

N.B.: Ahhhhhh que delicadeza para nossa querida Tonks! Parabéns, querida! Maria

N.A.: Tonks (Stef) fez aniversário... Resolvi presenteá-la com essa fic. Ela me sugeriu três músicas do Coldplay e acabei escolhendo “Shiver”. Espero de coração que goste e que essa seja a primeira de muitas fics que receba! Bjs, Ártemis