As galáxias em seus olhos escrita por magiciadams


Capítulo 2
Se der, ame




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Segunda Parte | se der ame



As galáxias em meus olhos

brilham unicamente para você



Changkyun sempre esteve acostumado a ter pouco: pouco dinheiro, pouca esperança, pouca vontade, pouco amor recebido. Sua vida se resumia em pequeno fragmentos odiosos de coisas que outros tinham aos montes.

Mas Changkyun já teve tudo, só foi idiota o suficiente para não notar. Quando Im parava para analisar aquela totalidade que um dia esteve consigo seu corpo inteiro respondia, mil e uma borboletas voavam em seu interior oco, mil e uma supernovas nas galáxias de seus olhos, mil e uma flores crescendo entre suas costelas e mil e dois maremotos no oceano de sua calma.

Ele se xingava sempre por permitir que seu corpo o sentisse, por deixar que aquele conjunto de sentimentos o derrubassem, quando sua própria vontade o esfaqueava pelas costas.

Quando Kihyun permitia que seus olhos se encontrassem tudo se tornava azul-marinho. E, de repente, Changkyun já não era um ser dotado de muitos poucos; ele tinha galáxias em seu nome.

Possibilidade. Totalidade. Autonomia. Responsabilidade.

E medo.

Changkyun tinha medo de que, como tudo em sua vida, aquelas galáxias entrassem em uma era de escuridão.

Que todas as suas estrelas morressem.

E tudo fosse engolido e sugado por um buraco negro. Mas Changkyun sequer notou, pobre garoto.

Ele era seu próprio buraco negro.

 

Foi na primavera.

Primavera combinava com Kihyun, combinava também com as flores interiores que cresciam dentro de Changkyun, todos os seus sentimentos adormecidos, presos em sua boca, sufocando-o lentamente.

Ele estava lindo como sempre, seus olhos brilhantes que denunciavam as emoções escondidas dentro de uma careta. Changkyun sabia que sua presença lá era como tirar uma flecha de um coração ensanguentado. Era dolorosa para Kihyun e amedrontadora para Changkyun.

Os olhos de Im já não tinham mais suas galáxias, eles refletiam um oceano infinito de azul, calma e tristeza; dor e perda. Kihyun notou, ele era especialista quando se tratava das metáforas dos sentimentos daquele garoto.

E a expressão em seu rosto foi tão amável, como se de repente ele perdoasse Changkyun por uma pergunta sem resposta num dia de verão, como se ele fosse esquecer de tudo aquilo para se juntar novamente aquele que amava.

(e ele iria, de fato)

E Changkyun se perguntou o porquê dele ter tanto medo do fim de suas galáxias quando elas só existiam para alegrar o rosto daquele que lhe mirava.

Então tudo se acendeu, Im entendeu tudo com tanta clareza, como se tudo fosse obscuro e então houvesse luz. E, repentinamente, lá estavam elas de volta.

Bilhões e bilhões de estrelas, planetas, asteróides refletidos em duas íris cor de amêndoa.

Sentimentos sem fim, sem arrependimentos, sem medo algum.

Só amor e os lábios de Kihyun nos dele.

 


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