Olhos Negros escrita por Meury


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Como shippo demais o Todoroki com a Momo, resolvi escrever um pouquinho sobre eles! É uma oneshot e tá curtinha, pende pro lado mais fofinho e platônico da coisa - talvez - mas espero que gostem, escrevi com muito carinho e foi uma delícia!
Boa leitura!



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 Capítulo Único

..

 

Shouto... — a voz doce e suave falou, os lábios rosados e muito beijáveis pronunciando cada sílaba com deleite — Volte aqui, me dê outro beijo.

 Todoroki despertou subitamente, aqueles belos olhos negros ainda marcados em sua memória. Manteve-se imóvel na cama, olhando para um canto qualquer do quarto enquanto processava aquele sonho estranho. O que diabos estava acontecendo com ele, afinal de contas? Era a terceira vez que aquele sonho se manifestava na mesma semana, e Todoroki relutava a admitir que não era coincidência alguma.

Afinal, toda noite pegava no sono pensando nos belos olhos negros de sua colega.

Momo. O simples nome parecia gracioso demais para ele, que se sentia estranho diante a menor das menções à garota de cabelos cor de ébano. Piscando confuso, ele se sentou na cama, o tronco cheio de músculos nu e muito suado.

— Que loucura... — murmurou para si mesmo, mas ele sabia que não era. Pois até mesmo Todoroki, calmo e centrado como sempre era, começava a se remoer com uma dúvida insistente. E que ninguém da turma 1-A descobrisse, mas naquele momento, ele considerou que talvez, apenas talvez, estivesse possivelmente apaixonado por Yaoyorozu Momo.

 Muito provavelmente estava.

..

Naquela cotidiana manhã de aula, todos da U.A pareciam estar em seu normal – ou no que bizarramente representava o normal de alguns – mas Todoroki, especialmente, não se sentia nada normal. Na verdade, mais do que nos dias anteriores, se sentia estupidamente estranho, e tinha absoluta certeza que tamanha sensação incomum se devia à garota que tomava seus sonhos todas as noites; e a constatação crua, naquela manhã, de que sentia algo muito especial por ela.

Ele ponderou sobre a possibilidade de conversar com sua mãe sobre isso em sua próxima visita, talvez ela pudesse lhe dar bons conselhos, como sempre era dada a fazer. E enquanto o professor Aizawa divagava sobre todas as normas que regiam os heróis, Shouto, pela primeira vez, não prestava nenhuma atenção às suas palavras.

Batucando o lápis entre os dedos, ele tinha seus olhos – um cinza e o outro verde água – presos na garota de cabelos cor de ébano que estava sentada na carteira ao seu lado. A dona dos inconfundíveis olhos negros que insistiam em fazer seu coração bater mais forte, a fazê-lo se sentir estranho.

Então Todoroki sorriu minimamente diante toda a dedicação que Momo transbordava ao fazer anotações de tudo o que saia da boca do herói profissional, uma expressão profundamente concentrada adornando cada linha de seu rosto feminino, os olhos transbordando seriedade e comprometimento.

Shouto admirava isso nela, percebeu. E pegou-se imaginando quais outras expressões a heroína poderia mostrar apenas a ele, em situações que envolvessem ações partidas dele. E como, ou o que, transbordaria de seus olhos negros neste momento.

Subitamente, Todoroki estava terrivelmente curioso.

Momo, que até o momento mantinha-se distraída, olhou de esguelha para a carteira do colega e, surpresa, percebeu que este a observava fixamente. Acanhada, ela sentiu um rubor quente lhe subir pela face, desviando os olhos muito rapidamente para a figura do professor, fingindo que continuava a prestar atenção na aula; no entanto, a imagem daqueles profundos olhos cinza e verde água já estavam marcados em sua mente, lhe trazendo uma sensação inconstante ao estômago.

Ela sentiu-se nervosa e estupidamente tímida diante a atenção que recebia do garoto.

E Todoroki, certamente, percebeu tamanha reação exasperada; com o rosto descansando em sua mão, ele viu-se satisfeito ao continuar a admirando, a certeza que também mexia com a garota retumbando em seu peito. Ali estava uma das belas expressões que poderia despertar no rosto da Yaoyorozu.

E talvez, por serem os últimos da fila, sentados ao fundo da sala de aula, apenas Aizawa – com tão bons olhos e uma vista privilegiada do local – percebeu a inusitada interação entre os jovens estudantes. Como Momo ficou subitamente inquieta e vermelha, e principalmente, no garoto aspirante a herói número um que desde o momento em que entrou naquela sala, não tirava os olhos da jovem.

Momo, em algum momento, sentiu o peso daquele olhar divergente tão profundamente, que começou a alisar o próprio rabo de cavalo com muito nervosismo, evitando olhar para ele, pois sabia que Shouto continuava a admirar. As anotações que há algum tempo a tomavam por completo, agora estavam totalmente esquecidas, o que não impediu que, em sua afobação, derrubasse a caneta que tinha usado.

O objeto rolou pelo chão até os pés de Shouto, e Momo sentiu cada membro seu travar. Ela viu, pela sua visão periférica, a sombra do corpo masculino abaixando-se para buscar a caneta, e quando uma mão se estendeu até ela, viu-se incapaz de ignorar o gesto tão atencioso, e vencendo sua própria vergonha, a Yaoyorozu olhou para o garoto diretamente, as bochechas rubras e os olhos brilhantes, como se estrelas vivessem em meio àquela profunda escuridão.

Presos naquela firme conexão, pareciam subitamente cientes do que o outro sentia, e era algo que os dois viram-se incapazes de quebrar. As ondas do que quer que fosse aquilo pareciam palpáveis no ar que os rodeava, e quando os dedos de Momo tocaram a caneta e, consequentemente, a pele de seu colega, algo elétrico percorreu a pele de ambos.

Então um não tão discreto limpar de garganta ecoou pela sala, e o casal percebeu, horrorizado, que toda a classe os observava com olhos curiosos, visto que o próprio Aizawa não fizera questão de disfarçar o que tomava sua atenção de forma tão arrebatadora.

— Sei que vocês provavelmente não conseguem se segurar — Iida começou a falar, ajeitando os óculos e quebrando o silêncio que dominava toda a classe — Mas esperem para ter certas interações melosas fora da aula, aqui devem prestar atenção aos ensinamentos que o professor quer nos passar.

Enquanto Momo virava um verdadeiro tomate, olhando para o próprio colo enquanto a vergonha a corroía, Todoroki virou o rosto com um leve rubor adornando suas bochechas, sustentando uma cara emburrada que, se Momo tivesse visto, acharia adorável.

E tudo em que Shouto conseguia pensar – enquanto ainda segurava a caneta dela – era que naquela noite, definitivamente dormiria pensando em olhos negros, e em como eles eram brilhantes e calorosos, e na inusitada peculiaridade que tinham para fazer seu coração quase chegar até a boca. Talvez sonhasse com inúmeras outras expressões que Momo poderia lhe dar, mas aquelas bochechas coradas e aqueles olhos cintilantes ficaram marcados de uma maneira deliciosa, e um pouco vergonhosa, em sua memória.

Quebrando seus pensamentos, Aizawa pronunciou-se:

— Escutem o presidente de vocês.

Bastou isso para a sala explodir em berros e comentários maliciosos.

Todoroki chegou à conclusão de que jamais esqueceria aqueles olhos negros, mas, principalmente, jamais permitiriam que ele esquecesse. E ponderou que, já que a classe 1-A – aquela que ele esperava não descobrir seu segredo – o tinha pego de maneira escandalosa, talvez fosse melhor tornar os seus sonhos logo em realidade.

E tomar Momo para si de uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

Ansiosa pelo momento em que o Todoroki vai lascar um beijo na Momo, SERIA O MEU SONHO? Huahushua, sei que não saiu o beijo, mas a ideia era essa mesmo, o Todoroki quer e é isto!
Espero que tenham gostado, e espero que eu tenha conseguido deixar isto fofo; é minha primeira fic nesse fandom, e eu totalmente amei escrever sobre o Todoroki, nhooooooooooo, meu bbzinho!
Beijos e até uma próxima ♥



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