Heartbeat escrita por Ana


Capítulo 10
I promise doing my best


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá a mais um capítulo.
Perdoem os erros que passam despercebidos e boa leitura ❤



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Naquela manhã, depois de ter saído para andar de bicicleta e de ter tomado os seus imunossupressores, ao contrário do que sempre fazia, Emma não levou Alice para a universidade, mas sim para a revista. A mais nova dos Swans tinha um trabalho para fazer, um desenho paisagista feito à mão livre, então Emma a trouxe consigo para que Alice desse uma volta no bairro pelos parques e praças das redondezas, para que pudesse se inspirar e desenhar alguma paisagem que lhe chamasse a atenção.

— Mais tarde você vai vi para almoçar comigo? — Emma perguntou ao parar o carro do outro lado da rua, um pouco mais à frente da revista, desceram do veículo.

— Eu não sei, depende do que eu encontrar, então se eu não aparecer, você já sabe.

— Sim, eu sei, você vai estar fascinada e completamente imersa nas cores, curvas e formas do seu desenho.

— Isso mesmo!

— Tem dinheiro para almoço e lanche?

— Tenho sim, Emma, e também não tenho mais quatorze anos, lembra?

— É verdade, parece ter menos. Toma cuidado tá, aqui é tranquilo, mas... mas você não tem mais quatorze, não é?!

Se despediu de Alice dando um beijo na testa dela, para depois atravessar a rua e começar mais um dia de trabalho na revista.

 

Do outro lado da rua, em frente ao prédio da revista, Regina chegava caminhando pela calçada com Henry segurando em sua mão, enquanto o mais novo, com a mão livre, puxava a sua mochila de rodinha dos Avengers. Desde que tinha feito amizade com Violet e as outras crianças da creche, Henry vinha todos os dias para aula saltitante, e foi justamente ele quem notou a sua amiga.

— Mamãe, olha lá a Emma. — soltou da mão da mãe e apontou para o outro lado da rua.

Regina virou o rosto tão rápido na direção para a qual o seu filho apontava, que não teve tempo de disfarçar a sua surpresa quando viu a fotógrafa dando a volta no carro e se aproximando para dar um beijo na testa de uma garota que também tinha saído dele.

— Eu quero falar com ela, mamãe. — pediu.

— Eu acho melhor não, filho, ela parece estar bastante ocupada.

— Mas eu conheço ela, mãe. — o garoto bateu o pé.

— Eu sei que sim, mas nós precisamos entrar agora, ou você quer chegar atrasado na aula? A Violet já deve ter chegado e deve estar esperando por você lá dentro. — falou a contragosto, mas sabia que aquilo convenceria o filho.

Sem olhar para trás, entraram no prédio. Mas o que Regina não sabia era que quando Henry disse que conhecia ela, não era de Emma que ele falava, na verdade ele estava se referindo a Alice, a garota que estava na foto de nome “A Pintora”, que Emma tinha mostrado a ele, na noite em que ela lhe ensinou a tirar fotos.

Regina deixou Henry na creche e subiu para a redação, onde um buquê de rosas em um jarro sobre a mesa de Belle logo entregou a presença de Gold ali.

— Bom dia, Regina. — a atendente disse estendendo um exemplar finalizado da revista que estava nas bancas naquela manhã.

— Bom dia, e obrigada. — agradeceu pegando a revista.

— Ah, o senhor Gold está... — mas Belle não conseguiu terminar o que tinha para dizer, pois nesse momento o dono da revista surgiu na redação.

— Regina, venha até a minha sala, por favor.

Ajeitando a bolsa no ombro e olhando desconfortavelmente para os lados, Regina o seguiu.

A sala que pertencia a Gold estava praticamente deserta, as prateleiras estavam vazias e sobre a mesa não havia mais nada, Regina queria perguntar o porquê de ele querer esvaziar a sala por completo, mas por a expressão que ele trazia no rosto, dizia que não era sobre aquilo que ele queria falar.

— Senta Regina. — ele indicou a cadeira de frente a sua mesa, e sentou na que costumava ser sua.

— Aconteceu alguma coisa, Gold?

— Bom, aconteceu sim, não foi? Mesmo depois do que eu te disse ontem, você ainda fez o adicional na edição, a parte que falava sobre as nossas funcionárias.

— Sim, eu ainda fiz e autorizei a impressão, mas como você viu, reduzi os gastos pela metade.

— Mas ainda sim houve mais gastos do que o normal.

— Então você não gostou. — concluiu.

— Nós já havíamos conversado sobre isso, Regina.

— Sim, e por o que eu me lembro, você me deu a sua opinião, mas não disse que eu não poderia fazê-la. Você me contratou como editora chefe por que no mínimo deveria confiar no meu trabalho — se pós de pé —, e eu acredito que a edição que eu criei e que a campanha que nós estamos fazendo vai fazer com que as vendas cubram o valor com do gasto, e se isso não acontecer, você pode me demitir, garanto que vai ter uma fila de pessoas querendo esse cargo, talvez não sejam tão boas, mas nem tudo é perfeito.

— Você também não precisa ser tão extrema, Regina, é a sua primeira edição, é normal cometer alguns erros.

— Isso você deixa para me dizer no final do dia, quando saírem os primeiros números de vendas da revista.

— Regina...

— Isso é sério, Gold!

Comparado com como Regina estava quando Gold foi visita-la para fazer o convite para que ela trabalhasse fazendo a edição da revista, a mulher que estava parada na sua frente, plenamente confiante do trabalho que tinha feito, era outra. Depois de conversar com Henry no ano passado, onde ele lhe contou do estado em que a sua filha mais nova se encontrava depois de ter perdido a esposa, decidiu que oferecia o trabalho a ela pensando que poderia ajuda-la, e Henry concordou com isso.

Sem dúvidas contaria ao Henry que como Regina havia progredido.

— Se você não tiver mais nada para falar comigo, eu vou para a minha sala.

Depois de um aceno de Gold em afirmativo com a cabeça, saiu da sala dele.

Mesmo sendo a editora chefe, Gold era o dono da revista, e era a ele quem ela devia a prestação de contas, mas estava irritada, irritada por algo que não queria estar, e nem acreditava que estava.

Nós não decidimos que seriamos exclusivamente uma da outra, dizia a si mesma, então você não pode e nem deve cobrar nada dela. Talvez garotas mais novas sejam o forte dela, e a garota até parecia ser mais bonita.

Mas quanto mais desculpas Regina dava para si tentando minimizar o que estava sentindo, mais ciúmes ela sentia, e por mais que não quisesse usar essa palavra, era exatamente o que ela estava sentindo, ciúmes.

 

Quando Emma entrou no andar, foi recebida por o típico sorriso amigável de Belle, que sempre os recebia assim todas as manhãs, lhes dando bom dia e a esperança de que de fato poderiam tê-lo.

— Bom dia, Belle.

— Bom dia, Emma.

— Alguma coisa para mim?

— Chegaram alguns equipamentos novos que o Will foi buscar na nossa caixa portal, ele preferiu deixar tudo no estúdio. O Gold... o Sr. Gold pediu que você fizesse um inventário dos materiais novos e um levantamento do que está quebrado e o que você acha que ainda tem conserto.

— Está bem, vou fazer isso daqui a pouco. É... a Regina já chegou?

— Já sim, e o senhor Gold estão conversando na sala dele.

— Ah, eu vou pegar algumas coisas na minha sala e desço já para o estúdio. — mas o que Emma queria era matar o tempo ali na redação para pode ver Regina antes de descer, e talvez até receber um beijo de bom dia.

Ficou um pouco em sua sala acompanhando a campanha online com hashtag que a Regina tinha criado, e aproveitou para também postar a sua, junto com uma foto de si trabalhando, e quando achou ter se passado tempo suficiente e que a reunião entre Regina e Gold tinha acabado, foi até a sala da editora chefe.

— Regina? — falou já abrindo a porta.

Regina estava com a cadeira virada para a grande janela de vidro da sua sala enquanto mexia no celular.

— Está acompanhando as postagens com a hashtag? — Emma perguntou.

— Uhum. — respondeu se virando de volta para a mesa, bloqueando o celular e o colocando sobre o móvel.

— Também estava vendo, tem muita gente usando ela.

— Eu vi.

— Você já viu a edição impressa? — Emma apontou para a revista sobre a mesa.

— Não, mas também não precisa, fui quem fez.

— É... está tudo bem, Regina? — se aproximou da mesa. — A Belle me disse que você e o Gold estavam tendo uma reunião.

— Estávamos, ele queria falar sobre o livreto em homenagem as funcionárias.

— Ah, a meninas adoraram, disseram que enganamos elas direitinho com a história de que as fotos eram para a atualização de cadastro.

— É, mas ele não gostou.

— O que ele disse?

— Falou sobre gastos de novo.

— Mas o gasto caiu pela metade, e nós temos a certeza de que as vendas vão pagar o que excedeu.

— Eu sei. — respondeu sem entusiasmo algum, diferentemente de como estava no dia anterior.

— Tem mais alguma coisa que está te incomodando?

— Não. — ajeitou o óculos de leitura no rosto.

— Tem certeza? — perguntou preocupada.

— Absolta — começou a mexe em alguns papeis que estavam sobre a mesa. —, e agora se você me der licença, eu vou continuar acompanhando a campanha e tudo mais.

— Tudo bem então, se precisar de alguma coisa eu vou estar no estúdio.

— Ok. — respondeu sem demonstrar muita atenção.

— Depois dá uma olhada na edição, apesar de tudo, ficou ótima.

— Uhum.

Doeu falar com Emma daquela maneira, especialmente depois do dia anterior, depois de Emma tê-la apoiado e acreditado em suas ideias, depois da noite divertia que tinham tido no pub que acabou em beijos que Regina tanto apreciava, mas o que tinha visto naquela manhã havia lhe aborrecido.

Emma sorriu como pôde antes de sair da sala, se sentia um pouco culpada por ter incentivado Regina a prosseguir com a ideia, e ainda sim, de alguma forma, sentia que não tinha sido apenas a conversa com Gold que tinha deixando Regina daquele jeito.

Ela desceu para o estúdio onde encontrou várias caixas esperando para serem abertas, colocou os fones de ouvido e começou a fazer o que Gold tinha pedido. Olhando na nota fiscal de cada caixa, ia digitando o nome dos produtos que tinham chegado em uma planilha no celular, e o que dava para ela mesma montar, ia montando, que era o que não precisava de ferramentas mais elaboradas, como alguns refletores e soft boxes.

Mesmo que algo estivesse chateado ela, ela não precisava ter sido tão indiferente comigo, não depois de ter me dito que queria tentar... Chega Emma, nada de idealizar o que é incerto.

No horário do almoço as duas permaneceram fazendo os seus trabalhos, Emma no estúdio e Regina na sua sala, elas pediram que Belle fizesse os seus pedidos para o almoço e sozinhas comeram onde estavam, esperando ansiosamente o resultado do número de vendas da revista.

Distraída, Regina mexia no celular olhando as fotos que Henry tinha tirado quando esteve com Emma, estava justamente na foto que ele tinha tirado da fotógrafa quando Belle bateu em sua porta. Achando que fosse Emma, institivamente a editora chefe se ajeitou na cadeira.

— Atrapalho?

— Não, não atrapalha não. — suspirou decepcionada. — Algum problema?

— É que tem duas mulheres na lá na recepção do saguão, e uma delas está dizendo que é a sua irmã. O recepcionista de lá me pediu para que eu confirmasse com você, para ele poder deixar elas subirem.

— Ai não... — com o que tinha visto mais cedo e com a conversa que tinha tido com o Gold, Regina acabou esquecendo completamente da mensagem que Zelena tinha lhe mandado naquela manhã, onde dizia que estavam vindo a Boston com a Robin para que ela conhecesse o campus da Cambridge College, e que depois iriam visitar o MIT.

— Pode deixar elas subirem, são a minha sobrinha e a minha irmã.

 

— Regina. — Zelena disse assim que saiu do elevador e topou com a irmã mais nova parada na frente das portas.

— Fizeram uma boa viajem? — perguntou abraçando apertado a irmã, estava com saudades.

— Muito animada, por sinal. — aparentemente entediada, foi Robin quem respondeu.

— E você, heim? MIT e Cambridge?! — puxou a sobrinha para um abraço depois que soltou Zelena — Parabéns, meu pequeno Einstein.

— Você não me chama mais assim faz muito tempo tia, e obrigada. — sorriu com as bochechas coradas.

Agora com 17 anos, Robin era uma típica adolescente e quase jovem adulta, para quem várias horas de carro com a mãe eram sufocantes, exceto é claro, por as aprovações em duas das faculdades mais conhecidas do país. A mais jovem das Mills tinha sido a primeira experiencia de Regina com crianças, muito antes do nascimento de Henry, e ela amava a sobrinha como se fosse a sua própria filha, não que não amasse o Roland, o seu sobrinho mais novo, mas fora com ajudando a cuidar de Robin que ela descobriu que também queria ser mãe.

— A sua mãe me disse que eu não deveria interferir, mas é que a MIT...

— Regina! — Zelena a repreendeu.

— É tão boa quanto a Cambridge, era isso que eu queria dizer.

Robin riu, estava com saudade da tia. Mesmo com Regina tendo que lidar com os seus próprios problemas, as duas nunca deixaram de conversar, a futura universitária se sentia à vontade para falar com a tia assuntos sobre os quais tinha vergonha de conversar com a mãe.

— Você esqueceu que vínhamos, não esqueceu? — Zelena perguntou.

— Não, mas é claro que não.

— Aham, tia.

— Mas olha só quem nós temos aqui. — Gold falou alto do meio da redação ao ver Zelena conversando com Regina. — Não sabia que estaria em Boston.

— Gold. — Zelena o abraçou. — Viemos pra a Robin conhecer algumas universidades.

— Mas já? O tempo tem passado muito rápido. Então, quais são as suas escolhas?

— MIT e Cambridge. — respondeu um pouco envergonhada.

— Nossa, uma grande escolha.

— É, eu sei bem. — ela respondeu mecanicamente, já podia esperar que ele começasse a defender qual delas era a melhor, como todos faziam.

— Vamos a minha sala, temos muito o que conversar, e como está o meu amigo Henry?

Se não estivesse na redação ou se Gold não fosse o seu chefe, Regina rolaria os olhos, ele já esqueceu o conversamos hoje cedo?

Robin ficou vendo os três saírem na frente, e sem muita vontade de acompanha-los, se sentou em uma das poltronas da recepção, não estava interessada em nenhum dos assuntos que eles fossem conversar.

 

Com passe livre na revista por já conhecerem ela no prédio, Alice subiu direto para a redação depois de ter terminado a sua pintura.

— Oi, Belle. — animada cumprimentou a recepcionista.

— Olá Alice, o que faz aqui hoje?

— Vou voltar daqui com a Emma para casa, você viu ela?

— Ela está no estúdio.

— Pode ligar para lá e dizer que eu estou esperando por ela aqui?

— Posso sim, vou fazer isso agora,  bom?

Alice se virou para se sentar enquanto esperava a irmã, na recepção tinham três poltronas, a da direita estava ocupada por uma menina loira de óculos de grau, então Alice colocou a bola e o caderno de desenho na do meio e se sentou na da esquerda. Tirou o celular do bolso e ficou mexendo nele até que sentiu algo tocar o seu braço.

— É, desculpa te incomodar, mas você tem a senha do wi-fi? — Robin falou baixo, estava com venha de pedir a recepcionista.

— Eu tenho sim, você quer que eu coloque?

— Por favor. — ela estendeu o celular e Alice o pegou e digitou a senha. — Obrigada.

— De nada. — sorriu.

— Você desenha? — pergunto olhando para o caderno na cadeira entre elas.

— Sim, eu faço artes no MIT.

Robin definitivamente ainda não sabia que faculdade escolher, e aquela viagem só a deixava ainda mais confusa, com todas aquelas pessoas falando qual ela deveria escolher e porquê.

— Você pode me mostrar eles?

Alice ponderou um pouco, tinha receio até de deixar que Emma os visse, costumava achar que eles não eram bons o suficiente, que as cores não eram vivas e nem que os seus traçados eram perfeitos, mas deixou que ela os vissem.

 

Ainda faltavam algumas coisas para Emma adicionar a planilha quando Belle ligou dizendo que Alice estava na redação, e sabendo bem das regras de segurança do prédio de não deixar nenhum visitante andando sozinho por aí, subiu para pegar a irmã e levá-la para o estúdio enquanto terminava o seu trabalho.

Emma ficou ouvindo a música ambiente do elevador enquanto subia de um andar para o outro, e quando as portas se abriram na recepção da redação, deu de cara com Gold, uma ruiva que ela não fazia a mínima ideia de quem fosse, e Regina, que vinham em direção a recepção.

Saiu do elevador olhando para Regina, que desviou do olhar do seu ao puxar assunto com a ruiva.

Zelena e Gold parecia ter assunto para mais de dias, e para evitar que falassem dela sem que estivesse presente, Regina se manteve por perto, e mesmo depois de terem saído da sala dele, continuaram conversando na recepção, onde depois de fugir do olhar de Emma, Regina deu de cara com ela, a garota que tinha visto mais cedo.

Mas que diabos ela está fazendo aqui?

— Vamos Allie, eu estou trabalhando no estúdio, e ainda falta um pouco para eu terminar. — disse assim eu se aproximou da irmã.

— Você está fotografando?

— Não, vamos? — estava tão focada em Alice se forçando a não olhar para Regina, que mal deu atenção a pessoa que estava do lado dela.

— Ah, essa aqui é a minha irmã, ela é a fotografa daqui, não é Emma? — Alice falou de Emma para Robin.

A voz da garota junto com a afirmação chegou aos ouvidos de Regina tão rápida e precisa como uma flecha.

O que foi que eu fiz?

— A minha tia também trabalha aqui — a menina que estava sentada do lado de Alice falou. —, ela é a editora chefe.

— Você é sobrinha de Regina Mills? — Emma perguntou curiosa, agora achando a garota de óculos muito interessante, nem sequer sabia que Regina tinha irmãos.

— Eu sou sim, eu sou Robin. — educada, estendeu a mão.

— E eu sou a Emma. — Emma a apertou, fisicamente a garota não se parecia em nada com a tia, exceto pelo um brilho no olhar, que reconheceu ter visto quando Regina estava animada com a criação da edição do dia das mulheres.

— Vejo que você já conheceu minha sobrinha, Emma. — Regina falou atrás dela.

— Oh sim, parece que beleza é de família. — brincou, mas se arrependeu no mesmo instante ao lembrar o humor da morena naquela manhã.

— A Robin recebeu os melhores genes. — riu um pouco, talvez até de si mesma, estava tão envergonhada, se sentia uma completa idiota por todas as coisas absurdas que tinha imaginado.

— Ah, essa é a Alice, Regina, a minha irmã mais nova.

Sentada, Alice acenou e Regina sorriu. Agora de perto, conseguia ver as semelhanças entre elas duas.

— Vamos Alice? Preciso terminar o que eu estava fazendo.

— Você tem um tempo, Emma? — Regina tocou no braço dela, fazendo com que a loira lhe olhasse, para depois soltar rápido ao notar o olhar da sua sobrinha.

— Eu tenho trabalho para terminar, pode ficar para amanhã?

— Pode, claro que pode.

Emma desceu para o estúdio com Alice, e quando o elevador voltou, Regina Robin e Zelena o pegaram, faltavam pouco minutos para o final do expediente e para as crianças da creche serem liberadas, pegariam o Henry e iriam para o apartamento.

Zelena e Robin folheavam um exemplar da revista e o anexo do dia das mulheres com as funcionárias, enquanto Regina encarava as portas do elevador.

— Tia, essa foto está incrível, foi a Emma quem tirou?

— Quem é Emma? — Zelena perguntou.

— Que foto? — Regina se virou para ela.

— Ela é a fotógrafa, mãe, e a foto é essa aqui, tia.

Robin virou a revista e mostrou a Regina a foto a qual se referia, ela era a última do livreto. Na foto em questão Regina estava no meio das modelos que tinham participado da campanha do editorial de moda.

Rapidamente tomou a revista das mãos da sobrinha, para ler o que tinha sido escrito sobre ela, o texto era uma pequena biografia, com as suas formações, locais de atuação, indicação e ganho de uma premiação, e o seu atual emprego, e no rodapé estava: Texto e foto de Emma Swan.

— Eu não acredito. — falou baixo e para si mesma.

— Parece até que você ainda não tinha visto, o Gold comentou que foi você quem criou e escreveu. — Zelena comentou.

— Eu... é... — as portas do elevador de abriram, estavam no térreo. — Eu preciso voltar lá em cima, diz que você é a minha irmã e as professoras liberarão o Henry tá?

Regina praticamente as expulsou do elevador e apertou o número referente ao andar do estúdio.

Emma empurrava a última caixa com a ajuda de Alice, quando ouviu a porta abrir e fechar.

— Emma?

— Regina? — enrugou a testa.

— Como você fez isso? — mostrou a revista.

— Alice, você pode... — começou a pedir.

— Eu vou esperar você lá em baixo,  bom? — pegou a mochila e o caderno e acenou em despedida para Regina, que sorriu fraco e também acenou.

— Fiz quando você me mandou o arquivo para que eu mudasse a escala. — pôs as mãos no bolsos de trás da calça.

— Era isso que você estava fazendo quando eu cheguei, por isso que baixou o notebook? Por isso que me pediu para ver a revista hoje mais cedo. — constatou.

— É, era por isso sim. — seus ombros caíram.

Emma pensou que estaria mais animada quando Regina aparecesse depois de ter visto a edição finalizada da revista, mas mesmo que não quisesse, estava um pouco sentida pela forma como tinha sido tratada pela manhã.

— É... eu sei que fui um pouco grossa com você hoje, Emma, mas ...

— Indiferente, você indiferente comigo. — olhou para o chão achando a sua bota muito interessante.

— A minha conversa com o Gold não tinha sido das melhores — se aproximou dela. —, eu coloquei o meu cargo na reta.

— Na reta? Como assim na reta? — rapidamente levantou o olhar.

— Eu disse que se essa edição não vendesse o suficiente para pagar o excedente, eu me demitiria, deixando a edição chefe livre para quem quisesse.

— Você o que? Você enlouqueceu Regina?

— Mas não foi você mesma quem disse que acreditava que as vendas seriam boas?

— E eu acredito, mas as pessoas não costumam colocar os empregos à prova dessa maneira.

— Assim como não costumam perguntar se a outra pessoa quer fingir que um certo beijo não aconteceu.

Emma suspirou.

— Já saiu o número de vendas?

— Ainda não, a contabilidade atrasou um pouco, mas vão me mandar um e-mail assim que tiverem o relatório.

— Ah tá. — olhou ao redor para as caixas no estúdio.

— Obrigada Emma, obrigada e desculpa por ter estado tão mal-humorada hoje.

— Bom, eu tentei fazer algo legal, a sua proposta era tão incrível que não dava para você ficar de fora dela, mas eu não sei se deu muito certo.

— É claro que deu. — Regina se aproximou ainda mais eliminando o espaço entre elas. — Não acho que alguém já tenha feito algo assim por mim. Me deixa te agradecer?

— Agradecer? — estavam próximas que respiravam o mesmo ar.

Com os olhos Emma esquadrinhava o rosto de Regina, achava que todo traço que fazia parte da obra completa era perfeitos, se deteve sobre um sorriso cheio de significados que ela trazia nos lábios.

— É, como se deve.

Regina passou os braços em volta do pescoço de Emma e tomou os lábios dela com os seus, a sua língua pediu passagem que foi cedida prontamente, elas travavam uma briga deliciosa pela dominância. Esbarraram em algumas caixas até encontrarem uma parede, onde inverteram as posições e Emma prendeu a contra a parede, posicionou uma de suas pernas entre as dela e Regina começou rebolar lentamente sobre ela.

— Você sabe mesmo como agradecer. — Emma disse roçando o nariz no pescoço Regina, depois o enchendo de beijos.

Regina suspirava alto deixando o pescoço a amostra, sem se preocupar com a menor possibilidade de alguma marca ser deixada, à medida que a excitação ia tomando conta de todo o seu corpo, seus sentidos se desligando.

Emma passou a língua nos próprios lábios e o mordeu quando alcançou o colo da editora chefe, e o primeiro botão da camisa aberto e deu uma boa deixa do que estava por debaixo.

Com a boca entreaberta Regina parecia tão sexy que Emma quase perdia o ar, e como que se agisse por si própria, a sua mãe desceu até cós da calça dela. Desabotoou o botão da calça e devagar sua mão a entrou, estava tudo tão quente, húmido e acolhedor, por cima da calcinha passou pelo monte de vênus até o clitóris, Regina estava tão molhada que entre os beijo que trocavam, Emma mordeu o lábio inferior dela com força, porque ela tinha a absoluta certeza de que também estava no mesmo estado, se não até mais.

Quando a mão de Emma começou a traçar a fatídica reta, por alguns instantes Regina se exasperou, ninguém nunca mais havia a tocado, porém estava tão excitada que chegava a doer, seu sexo implorava por aquele carinho, por aquela atenção, mas e se ainda não fosse a hora?

Emma começou a circundar o prepúcio do clitóris inchado enquanto Regina tentava gemer quase que inaudivelmente, jogando a cabeça para trás e arqueando as costas, quase podia sentir o gosto dela em sua boca.

Ambas ardiam de desejo, se queriam, mas algo ainda era incerto, se atraiam, mas um mas existia e elas não sabiam explicar.

Emma olhou nos olhos de Regina, aqueles olhos castanhos escuro que pareciam ainda mais profundos, e então pode ver que neles haviam algo que não condizia com o que o restante do corpo Regina dizia, e ela entendia bem, tão bem que não houve arrependimento no que disse em seguida.

— Nós não precisamos, não agora, nem aqui e nem de jeito. — e devagar tirou a mão de dentro da calça de Regina.

— Você não vai... vai?

— Vou o que? Ficar com raiva? Chateada? É óbvio que não. — uniu a sua testa com a dela enquanto recobravam o ar juntas — Gosto de você, mais do que eu gostaria de admitir — confessou —, quero que aconteça quando estivermos prontas, quero que seja bom para nós duas, e não em um estúdio fotográfico cheio de caixas.

— Você existe mesmo?

— Ah, eu existo sim. — selou os seus lábios com os dela em um selinho demorado — Só me faz um favor? — acariciou o rosto de Regina com o dorso da mão.

— Qual? — Regina mordeu o canto esquerdo do seu lábio inferior.

— Não me afasta quando as coisas ficarem difíceis, eu quero ajudar, quero estar com você, porque eu não vou recuar e nem vou pedir espaço, e eu espero não estar te assustando.

Regina suspirou, Emma acreditava que o seu mal humor tinha se dado exclusivamente pela a conversa que tinha tido com o Gold.

— Foi só autoproteção, não queria te afastar. Eu te quero perto Emma, mais do que eu poderia imaginar que fosse querer.

— Então você está totalmente entregue? Seu coração, sua mente, sua alma, seu corpo?

— Estou inteiramente entregue aos seus cuidados. Promete cuidar bem?

— Eu prometo fazer o meu melhor.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o capítulo de hoje, espero que tenham gostado.
Não deixem de me contar o que estão achando, está bem?
beeijo



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