SuperGrimm – Uma Caçada Wesen escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 13
Caseza




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Depois de ouvir com atenção o que Sam Winchester revelou ao telefone, Nick resgata em sua memória o interrogatório da família de Jacob Johnson. De uma coisa, ele tem certeza: em nenhum momento, Margareth ou os filhos fizeram woge. O que deveria ter acontecido involuntariamente dado o estado emocional abalado dos três naquele dia.

Nick se prende a outro detalhe importante: Castiel. Como anjo, ele foi capaz de captar três almas Wesen no carro, muito bem, porém não pôde definir de qual tipo se tratavam. Isso só um verdadeiro Grimm, como ele, poderia enxergar.

Sendo assim, embora não subestime a nova informação e entenda que pode ser uma pista importante para enfim desanuviar o mistério, Nick prefere ir com calma e ter certeza de todos os fatos antes de tomar qualquer atitude a respeito.

O mesmo não se pode dizer de Dean nesse momento, pois segue no encalço da família Johnson com uma expressão furiosa.

— Parem de segui-los — Nick ordena do outro lado da linha, para surpresa de Sam.

— O quê?

— Diga ao Dean para dar meia volta — orienta. — Agora.

Inquieto, o caçador coloca no viva-voz para que o irmão, ao volante, e Castiel, no banco traseiro do Impala, possam participar da conversa também.

— Se desistirmos agora, podemos perdê-los de vista pra sempre.

— Isso não vai acontecer, Sam. Eu sou da polícia, lembra? Margareth Johnson não vai sair de Portland com as crianças, não se preocupem. Hank e Wu podem acompanhar o tráfego, câmeras de vigilância, a movimentação de cartões de crédito, mandar alguém ficar à paisana. Enquanto isso, me encontrem em outro lugar, eu vou passar o endereço por mensagem.

Com o olhar vidrado na Land Roger em movimento pela rua, apenas alguns metros adiante do Impala, Dean discorda do plano demostrando um princípio de irritação:

— Você ouviu o que o meu irmão disse? O Cass encontrou o Abath!

Calmamente, o Grimm corrige:

— Não, ele encontrou três Wesens que podem ou não ser o Abath que estamos procurando. É diferente.

— É uma pista valiosa, admita — Dean insiste.

— Que vamos investigar com calma assim que vocês derem meia volta e me...

— Droga, Burkhardt! — Dean o corta, numa explosão. — Qual o seu problema?

— O meu problema? Qual o seu problema, Winchester? — ele retruca firme, ao mesmo tempo em que mantém um tom cordial para acalmá-lo. — O que planeja fazer quando alcançá-los? Abordar os três de qualquer jeito, fazer o possível culpado confessar na marra e matar o Abath à luz do dia? Genial, Dean, parabéns. Você só está esquecendo de um pequeno detalhe, para todos os efeitos, Margareth só está levando os filhos para a escola. É uma família normal.

— Uma família Wesen.

— E normal e inocente até que se prove o contrário — Nick insiste, pacientemente. — Pense bem, no fundo você sabe que está se precipitando, correndo às cegas atrás de uma possível pista e esquecendo que há duas crianças envolvidas na equação.

Fazendo um esforço, Dean deixa a adrenalina de lado e reduz a velocidade. Poucos segundos depois, estaciona o Impala rente ao meio-fio, sob uma árvore. Esticando o pescoço, ele consegue vislumbrar a fachada de uma escola adiante e percebe que o carro de Margareth segue naquela direção.

Isso o deixa um pouco mais tranquilo, embora ainda um tanto frustrado por ter a perseguição interrompida.

— Tudo bem, paramos. Baby no ponto morto. Feliz?

— Quase. Sam, vou enviar o endereço. Me encontrem lá em quinze minutos e então eu ficarei feliz em recebê-los.

Sem dar tempo de qualquer protesto ou comentário, o Grimm encerra a ligação. Ainda assim, o Winchester mais velho expira com força e pragueja:

— Odeio esse cara.

— Odeia mesmo ou odeia perceber que ele está coberto de razão?

— Você não está ajudando, Sammy — resmunga, mesmo sabendo que a questão é pertinente. Ele faz uma pausa para remoer os últimos acontecimentos e recomeça: — Qual é, cara? Aquela mulher pode ser um monstro que matou o marido na frente dos filhos! E continua ao lado das crianças como se nada tivesse acontecido! Eles estão em perigo!

Vendo por esse lado, a verdade é que Sam também fica preocupado. Entretanto, ponderando o cenário por alguns instantes e os argumentos do Grimm, ele decide que é melhor não pirar e seguir com a investigação guiado pelo lado racional, manter a calma e confiar no trabalho da polícia de Portland também.

Pesando tudo isso, ele volta a se manifestar:

— Nick disse que vai ficar de olho. Ele está habituado a fazer isso por aqui, Dean. Temos que dar um voto de confiança.

Se Dean ainda não estava totalmente tranquilo com o modo de operação adotado, isso muda um pouco quando ele torna a espiar a escola ao longe e avista Margareth se despedindo dos filhos. Os dois correm para o interior do prédio, seguidos por outras crianças de várias idades, enquanto a mãe entra no carro mais uma vez e faz o retorno. Não demora muito, e a Land Rover passa pelo Impala. A motorista não presta atenção ao trio dentro do veículo negro.

— Viu? Ela deixou os dois na escola. Se fosse fugir, com certeza não iria sem eles — Sam argumenta, tentando fazer o irmão pensar racionalmente. — Os meninos ficarão bem. Como você mesmo disse, Margareth pode ser o monstro da história, como pode não ser.

Percebendo que Dean está quase convencido, Castiel toma a palavra segundos depois:

— Sam está certo. Em nenhum momento eu disse que ela é o Abath, Dean. Não poderia afirmar, pois não consigo enxergar a diferença entre os tipos de Wesen. Sinto muito.

— Não sinta, Cass — Dean tranquiliza o amigo celestial. — Você fez o melhor que pôde, obrigado.

Observando o semblante mais resignado do irmão, Sam emenda:

— Se ela for o Abath, nós precisamos ter certeza. Antes de dar o próximo passo, entendeu?

Dean respira fundo, dando-se por vencido, enxergando tudo com mais clareza.

— Perfeitamente — resmunga, antes de admitir: — Eu me precipitei um pouco, fiz besteira, tudo bem. Para onde vamos agora?

Sam checa a última mensagem recebida e passa o endereço ao irmão. Enquanto seguem para lá, ele reflete sobre o comportamento de Dean desde que se envolveram nesse caso. Pondera também o que sentiu ao se deparar com duas crianças, e irmãos, passando por uma situação tão traumática.

Então, ponderando cada palavra, ele rompe o silêncio que tinha se instalado no veículo:

— Esse caso também está mexendo comigo, Dean, acredite. Um dos pais assassinado por uma criatura maligna, família desestruturada, dois meninos enfrentando o luto nessa idade, vendo toda a vida mudar por causa de uma tragédia. É difícil, eu sei, nós sabemos. Mas temos que manter os pés no chão e certo distanciamento para que dê certo.

Dean não diz nada em resposta. Porém não precisa. Pela expressão mais suavizada, Sam tem certeza que ele entendeu o ponto. Ele precisa manter a cabeça fria e foco no que realmente importa.

Como é doloroso reviver o trauma da infância que ditou a vida dos dois para sempre, Dean prefere se refugiar no rock por ora, aumentando o volume do toca-fitas no mesmo instante em que os acordes de Back to Black começam a soar.

Minutos depois, chegam ao destino.

[...]

Quase ao mesmo tempo, Sam e Dean saem do Impala, batendo as portas logo depois, e dão uma boa olhada na fachada do que parece ser uma fábrica antiga. Numa placa desgastada pelo sol e pela chuva, lê-se Imperial Tintas.

Os irmãos trocam um olhar que traduz dúvida e o mais velho acha prudente confirmar:

— Nós estamos no lugar certo?

Enquanto o ruído característico de asas batendo indica que Castiel também saiu do carro, Sam relê a mensagem de Nick.

— Sim, é aqui — afirma, guardando o celular no bolso da jaqueta.

Meio cismado, Dean olha tudo em volta e constata que a fábrica, aparentemente desativada há muito tempo, fica numa área pouco povoada da cidade e, por isso, muito silenciosa. Tentando não se impressionar tanto, dá de ombros e brinca com a escolha do lugar:

— Espero não acordar numa banheira de gelo com um rim a menos.

O caçador mais velho caminha rumo ao que parece ser a entrada do local, e o irmão e Castiel vão em seu encalço, os três olhando para todos os lados.

Um ruído metálico logo rompe o denso silêncio que paira no ar. À frente, eles veem um portão de aço subindo devagar e revelando o vasto interior do lugar, onde um carro — do próprio Nick — se encontra estacionado.

Um novo exame de tudo ao redor e Dean encontra câmeras espalhadas em pontos estratégicos.

— Sorriam, estamos no Big Brother.

No final da garagem, a luz de algumas lâmpadas reflete nas grades escuras de um elevador. Depois de trocarem um breve olhar, os três seguem para lá e se acomodam no espaço razoável.

Antes que Dean escolha que botão apertar, a cabine se fecha e começa a subir automaticamente, acionada por alguém longe do alcance dos visitantes.

— Bizarro — murmura baixinho.

Sam dá de ombros, e Castiel permanece com uma expressão impassível. O anjo continua inabalável mesmo quando um breve tranco sacode um pouco o elevador, causando um leve sobressalto nos caçadores.

O elevador estanca e a porta é aberta manualmente, de baixo para cima, por um rosto familiar que logo se revela na abertura. O trio deixa o elevador assim que Nick recua um pouco, abrindo os braços e sorrindo amigavelmente ao dizer a eles:

— Bem-vindos.

De um jeito nada discreto, Dean percorre o ambiente em volta com o olhar. E mesmo que os móveis e eletrodomésticos deem a dica, ele molha os lábios e pergunta mesmo assim:

— Bem-vindos a...?

— À minha casa, é claro. Ou, como Adalind gosta de dizer, à nossa caseza. Uma mistura de casa com fortaleza.

Mais educado que o irmão, Sam demonstra que ficou impressionado de um jeito positivo ao se manifestar:

— Você mora aqui?

— Moramos — Nick confirma, enquanto Sam toma a liberdade de explorar o enorme sótão. Em seguida, lança um sorriso enviesado ao irmão dele ao acrescentar: — Eu e a minha família Wesen. Algum problema com isso, Dean?

O caçador revira os olhos e ergue as mãos em rendição:

— Nenhum, eu já entendi a questão, Burkhardt. Não precisa bancar o sonso. Ter certeza primeiro, agir depois. É o que eu sempre faço... geralmente. Só me deixei levar pelas circunstâncias por um momento.

Aliviado por ver que Dean realmente voltou a si, Nick cumprimenta Castiel com um aceno de cabeça e indaga:

— E você, o que achou do lugar?

Com a sinceridade que lhe é tão intrínseca, o anjo opina sem nem pestanejar:

— Apertado. Não mais que o elevador.

— Muito gentil. São seus olhos — o Grimm responde, não conseguindo conter um sorriso de diversão pelo comentário carregado não de maldade, mas de pura inocência.

Sem que Nick tenha tempo de convidar, Dean se aproxima de uma mesa no centro do ambiente e se ajeita num dos bancos que contornam o móvel. Então, cheio de orgulho, confidencia para provocá-lo:

— Eu e o Sammy também moramos em uma fortaleza, sabe? Um bunker, na verdade. Enorme. E cheio de conhecimento sobrenatural nas incontáveis prateleiras, armários, gavetas... São tantos livros que nem que eu viva cem anos vou conseguir ler todos.

Sem querer ficar por baixo, Nick entra no jogo:

— Eu tenho um trailer.

Eu mencionei cheio de conhecimento sobrenatural, certo?

— Sim. Mas aposto que conhecimento Grimm, como o livro que eu mostrei e armas capazes de neutralizar criaturas que até ontem você nem sabia que existiam, não está incluso no tal acervo. Está?

Diante do silêncio e do olhar um tanto humilhado e muito desgostoso do caçador, Nick sorri com satisfação e decide responder a própria pergunta:

— Como eu pensei.

Dean fecha a cara. Porém a boca... não se mantém selada por muito tempo:

— Eu tenho um Impala!

— E eu, um trailer.

Embora curioso para descobrir até onde a conversa infantil iria, Sam acha melhor trazê-los de volta à realidade e toma a palavra de súbito:

— Isso é sério? Qual o sentido dessa conversa além de não levar a lugar nenhum? — Olhando para o irmão especificamente, assume um ar superior e não hesita em delatá-lo: — E desde quando você lê, Dean? Eu faço essa parte chata, lembra? Porque sou o nerd da família. Mesmo que você viva cem anos, os livros continuarão exatamente onde estão nas suas prioridades: ignorados.

Sem argumento e com o orgulho ferido, o mais velho limita-se a revirar os olhos e desvia a atenção dos dois. Com isso, acaba notando que Castiel se afastou um pouco do grupo, caminhou para a outra extremidade do sótão-fortaleza-casa sem que notassem.

Há um berço e uma cama de solteiro lá, no que parece ser um quarto infantil só que sem paredes separando o ambiente. O anjo está em pé entre os dois móveis e observa o berço com curiosidade, com direito à cabeça inclinada de leve e olhar semicerrado.

Dean está prestes a perguntar o motivo de tanta atenção, uma vez que o berço encontra-se vazio, quando o anjo se antecipa:

— Uma criança muito especial dorme aqui. — Relanceando a cama com o mesmo olhar clínico, acrescenta: — E outra bem ali.

Imaginando que, por ser um anjo, Castiel sinta algum tipo de vibração no ambiente, Nick esclarece com orgulho paternal:

— Meu filho, Kelly, e a minha enteada, Diana. Ela está na escola, e Kelly acompanhando a mãe no trabalho.

Sam olha para o lado oposto, onde uma pesada porta de correr isola uma parte da atípica residência, e deduz que o quarto do casal fica atrás dela. Há também um balcão americano e uma pequena cozinha atrás dele. Janelas de ferro minimamente abertas permitem que um pouco da luz solar invada o lugar, quebrando o ar um tanto frio dos poucos móveis e paredes revestidas por madeira.

— Enteada? — ele pergunta, voltando a atenção a Nick.

— Sim. Diana é fruto de outro relacionamento da Adalind, com um Zauberbiest. É uma boa menina e, antes que perguntem, sim, muito poderosa. Kelly... — Ele ri um pouco. — Bom, é o nosso filho, uma combinação improvável que eu ainda não sei onde pode levá-lo, mas sem dúvida é especial apenas por existir. Ele foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Há calor nas palavras finais de Nick e um brilho enternecedor ao falar do filho. Algo que atinge Sam e Dean ao mesmo tempo e fazem os dois avaliarem as diferenças entre suas vidas e a de Nick.

O sujeito é um Grimm, um caçador por natureza, mas tem uma família, ainda que com algumas peculiaridades, e um emprego fixo no qual parece ser muito bom. De algum jeito, consegue separar as coisas e ter uma vida razoavelmente normal.

Cientes de que nunca terão tal chance, os irmãos trocam um olhar de compreensão mútua, de cumplicidade. A vida deles é um caos sem fim, mas está tudo bem porque ao menos sabem que têm um ao outro. E Castiel a tiracolo, é claro.

Colocando as animosidades de lado, o Winchester mais velho limpa a garganta e, lembrando do motivo que trouxe ele, Sam e Castiel até ali, põe as cartas na mesa:

— Você disse para deixar Margareth em paz e vir pra cá. Por quê?

Também voltando a atenção ao caso, o detetive pega o pesado livro Grimm no balcão da cozinha e caminha até a mesa, colocando-o sobre ela e abrindo na página com a ilustração do Abath. Castiel e Sam se aproximam, dando-lhe o aval para começar a explicação:

— Eu descobri uma coisa interessante depois que o Monroe traduziu aquele trecho em alemão. Aparentemente, o Abath só ataca e se alimenta durante a lua nova. Biologicamente falando, é o período do mês em que ele sente mais fome e não consegue controlar os instintos.

— Que fofo, um lobisomen ao contrário. — Dean fala num tom irônico, sorrindo forçado. —  O mundo está mesmo perdido.

— Continue — Sam pede, querendo entender qual o x da questão.

Nick abre a boca, porém Castiel se antecipa deduzindo:

— Essa noite será a última lua nova do ciclo.

— Exato — Nick confirma, erguendo o indicador em anuência. — Como não conseguiu se alimentar do marido, minha aposta é que Margareth, se ela for mesmo o Wesen que procuramos, vai tentar hoje de novo. Por ora, as crianças estão a salvo, por isso não era necessário persegui-la. À noite, nós ficamos à espreita e agimos antes que ela tenha chance de ferir os filhos. Castiel, eu conto com a sua ajuda para proteger as crianças acima de qualquer coisa.

O anjo assente em concordância, chegando a esboçar um sorriso, satisfeito por se sentir útil para o plano.

Introspectivo, Sam questiona segundos depois:

— Tem uma coisa que não faz sentido nessa história. Se Margareth é um Abath, como nunca atacou a família antes? Por que matar o marido justo agora e nessas circunstâncias?

Nick dá de ombros, colocando as mãos no bolso.

— Eu não sei. Ela demonstrou muito autocontrole durante o interrogatório, isso é fato. Em nenhum momento, fez woge ou eu teria visto. Talvez tenha encontrado uma maneira de manter o lado Wesen sob controle. A natureza do Abath só amadurece e se manifesta no começo da puberdade, ela teria tido tempo de aprender. Se conseguiu e vivia como uma pessoa normal até então, algo deve ter acontecido naquela noite para quebrar o padrão e desencadear a tragédia. Claro que isso tudo é só uma grande hipótese, ainda existe a possibilidade dela não ser o Abath. Nesse caso, podemos perder o rastro do verdadeiro assassino até a próxima lua nova.

Depois de ouvir tudo com atenção e assimilar as explicações e pontas soltas, Dean volta a se pronunciar:

— Supondo que seja mesmo Margareth, como vamos matá-la?

Tal pergunta, formulada de maneira tão direta e até um tanto fria, causa estranheza em Nick.

— Quem falou em matá-la?

Desta vez, quem não entende é Dean. Sam e Castiel também demonstram certa confusão ao ouvirem a sentença dele.

— Você é um Grimm. Não é isso que pessoas como você fazem?

— Nem todos. Eu, quase nunca, na verdade — Nick responde sem pestanejar.

Entretanto, percebendo pelas expressões que recebe de volta que os três anseiam por mais argumentos, ele resume sua rotina em Portland:

— Se tenho escolha, apenas rendo o Wesen e o mando direto para o sistema carcerário. Só ultrapasso o limite quando o risco à vida de alguém é iminente ou em legítima defesa. Eu sou um Grimm, mas também um policial, não posso me esquecer disso. Então procuro conciliar as duas coisas e não me tornar um assassino. Além disso, como pai, eu não posso deixar duas crianças órfãs. Mesmo que William e Ted possam se tornar perigosos no futuro, no momento são apenas isso: crianças inocentes. É por tudo isso que vou protegê-los e fazer de tudo para poupar Margareth.

Um momento de silêncio se instala enquanto os três refletem sobre as palavras do Grimm, a incerteza dando lugar à compreensão.

— Você é um bom homem, Nick Burkhardt — diz o anjo, com um discreto esticar de lábios.

— Eu concordo — Sam emenda, num tom amigável. — E inteligente por usar o sistema ao seu favor e não esquecer dos seus princípios.

Dean fica em silêncio por mais algum tempo, ponderando antes de dar a sua opinião também:

— É ótimo que isso funcione no seu mundo porque no meu... — Ele olha para o irmão e o anjo, rindo fraco. — No nosso, não temos muita escolha, sabe? É matar ou morrer. Não há muita glória nessa equação, apenas caos e sacrifícios.

— Sinto muito — Nick diz, com sinceridade e empatia. — Tenho certeza que vocês fazem o melhor que podem e salvam muitas vidas com isso. É o que importa.

Confortado pelas palavras dele, Dean enxerga logo uma oportunidade de se gabar:

— Ah, isso é verdade, é o que faz toda a merda valer a pena ou já teríamos pirado. Nós salvamos muitas pessoas pelo caminho, muitas mesmo, é o negócio da família há décadas. E você? Há quanto tempo está nessa? Em quantas caçadas se envolveu? Quantas resolveu com sucesso?

Nick sorri um tanto surpreso com o novo desafio, coloca as mãos na cintura e está prestes a responder quando Sam intervém:

— Chega de comparações inúteis por hoje. A única coisa que eu quero saber é o que faremos se Margareth Johnson for a Abath. Qual o plano para detê-la, Nick?

Avaliando os três olhares curiosos em sua direção, o Grimm sorri com certo mistério e deixa a questão meio em aberto ao dizer apenas isso:

— Por ora, o plano é pegar algumas coisas no trailer. Querem vir comigo e conhecê-lo?

Sam fica imediatamente animado com a ideia, já imaginando a vasta enciclopédia que poderá encontrar. É o primeiro a se movimentar quando Nick indica o elevador.

Dean dá de ombros, como quem diz “Tudo bem, não tenho nada de mais interessante para fazer agora" e segue para lá também.

E Castiel... Bom, Castiel apenas vai aonde Dean Winchester for.


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Notas finais do capítulo

Estamos tão pertinho do final e eu com bloqueio criativo AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH

Ok, não priemos cânico, hei de vencer isso e terminar a fanfic em breve.

Pode esperar Sam deslumbrado com o trailer kkkkkkkkkk e caçadores/anjo conhecendo a família do Nick.

Pelas minhas contas, teremos mais três capítulos.

Beijos e obrigada por lerem ♥



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