O Frio que Precede A Morte escrita por A car a man a macara

Esta história será descrita
No formato de um poema
Sobre uma crônica que foi escrita
Abordando um certo dilema
Caso esteja lendo isto, dê uma chance
Talvez essa história seja um bom romance


Classificação: 13+
Categorias: Histórias originais
Personagens: Personagem Original
Gêneros: Drama
Avisos: Nenhum

Capítulos: 1 (1.135 palavras) | Terminada: Sim
Publicada: 24/05/2018 às 01:44 | Atualizada: 24/05/2018 às 01:44


Notas da História:

- Falta Muito?
-É a quinta vez que você pergunta isso. - Respondeu uma firme voz no banco do motorista
O Rapaz que havia perguntado se ajeitou preguiçosamente no banco detrás, ignorando completamente a resposta proferida por seu empregado. As feições cadavéricas e rígidas do rapaz derreteram em um sorriso simplista, passando a fitar o breu de fora.
Embora fosse de madrugada o exterior estava sendo pintado pela neve que caía copiosamente, cobrindo toda a estrada com uma grossa camada de neve. Chantili na opinião do rapazote, que fez questão de deixar sua visão açucarada do mundo em público ( o que gerou um simples suspiro vindo do motorista).
- 5 minutos para chegarmos - Disse o motorista, numa trégua, - Por que você sempre faz questão de perguntar isso? Já deveria ser rotina para você?
Embora o interior do carro estivesse um negrume o motorista viu pelo retrovisor o brilho frio dos olhos do Rapaz. Um azul de um lago, cuja profundidade seria suficiente para morrer afogado, tentado descobrir os mistérios que aqueles olhos guardavam. o sorriso que brevemente havia sumiu;
- Sou compromissado, faço questão de entregar meu serviço na hora, e é preferível te irritar que apelar a um relógio, aquela engenhoca que eles fazem questão de admirar. "Vinte anos de vida, Três meses para isso ou aquilo" - Disse o Rapaz em uma voz aguda cheia de escárnio, ao invés de continuar a imitação ele estourou em uma risada seca, sem ar saindo de seus pulmões. - Tamo quase lá, eu sinto isso, terminou o rapaz
- Senhor.. - Começou o Motorista, cautelosamente,- Mas.. Com essa roupa, não preferiria algo mais reconhecível? Uma capa longa e uma fo...
- Pare aqui mesmo. - Ignorou o rapazote, Embora estivesse com simples casaco de couro ele abriu a porta do carro e saiu lentamente, o frio que invadiu o carro fez o motorista contorcer de dor, embora o rapaz achasse graça disso;
- Coloque o ar condicionado no quente da próxima vez; respondeu o Rapaz em um tom irônico. Enquanto preparava-se para andar (deixando a porta aberta, sabia que isso irritaria ainda mais o pobre servo) ele girou o calcanhar, assemelhando-se a um soldado, dando um giro de 180 graus parado; -ah, não sei, capas são para heróis, eu sou.. - Disse o Rapaz em um tom pensativo, fitando os céus, -... uma força da natureza. Não preciso de disfarces, máscaras ou qualquer coisa,-arregaçando as mangas de sua jaqueta em plena nevasca, os pálidos braços pareciam ser feitos do mesmo gesso que o inexpressivo rosto.
Ele partiu indefinidamente seguindo o rumo da calçada (mantendo a porta do passageiro aberta) quando uma buzina impaciente o relembrou da existência de seu funcionário;

- Pode ir, eu cuido por aqui, tire o resto da semana de férias; acompanhado de um impaciente "chega para lá" com as mãos. Apenas a linguagem corporal foi suficiente para fazer o motorista seguir o rumo sem seu chefe, os faróis iluminavam os flocos de neve que caiam pesadamente na rua já coberta de neve.
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O rapaz admirou a paisagem por um breve momento, a luz dos postes iluminando os flocos de neve, da mesma maneira que o farol iluminou, mas agora era a branca luz dos postes iluminando os igualmente claros flocos de neve. O frio presente seria mortal para um ser humano, mas ele era uma força da natureza, e caminhava em direção a ação. E quando é dito "ação" é no sentido do que vem antes da reação, também pode significar uma atitude, o motivo ficam a critério do nosso personagem, o rapaz; agora caminhando vagarosamente, embora apenas os postes iluminassem o carpete branco que aquela cidade se tornou ele viu uma figura de quatro na calçada, sendo iluminado por um poste vermelho , deitada no chão, porém indiscutivelmente viva
. Deleitava-se o momento, o frio gritante, o barulho que a neve fazia com seus passos e a fina camada gélida que se formou nos seus ombros. Fora uma eternidade até alcançar a figura recurvada, agora as curvas eram mais destacadas, era uma figura feminina.
- Boa noite; Disse o Rapaz. - O que faz aqui neste frio?; Embora sempre soubesse o desfecho ele gostava de dar uma chance as pessoas saberem o que estava acontecendo. Morrer sem saber qual foi o seu fim era pior do que a morte em si.
-Que...Quem é Você? - Disse a moça assustada, com todo o corpo tremendo, pelos eriçados e vestindo curtas roupas.
Era uma bela moça, notou o rapaz, embora aparentasse ser de origem humilde se vestia com elegância, o batom escarlate dava vida ao rosto belo da mulher.
-Eu sou a Morte- Disse o Rapaz, se ajoelhando em direção a moça; Esta se contorcia de frio, em posição recurvada segurando uma garrafa com os braços, esta pressionada contra seu tórax,
A moça encarou os olhos vazios da Morte, poderia ter se afogado neles, dado a vida para saber o que se encontrava do outro lado daquelas pupilas azuis, porém retrocedeu, desviando o olhar
- Eu... Não esto.. estou pronta - Disse a moça chorando, as lágrimas congelavam no instante que saiam dos seus olhos piedosos, pedindo por uma intervenção.
- Nunca estamos prontos, disse o rapaz, agora sentado perto do corpo trêmulo da moça; - Porém temo dizer que é hora de aceitar..Isso que te faz humana, imprevisibilidade, sou uma força da natureza. Agora, me olhe,por favor.
A Moça encarou de novo a Morte, face a face, a última se aproximou lentamente do rosto da moça, inexpressivo, a Moça estava sendo forte, encarando a mesma, aceitando seu destino; após um momento, e o que quer que seja considerado um momento para uma pessoa que encontrou a morte em pessoa, ela chegou do outro lado dos olhos da Morte, o lado que continha a luz, atravessou o enfumaçado de mistério que circuncidavam o destino final de todo ser vivo, ela tinha encontrado a salvação.
A face dela desbotou em um trêmulo sorriso, a morte colocou o indicador nos carminados lábios dela, e beijou suavemente ela; O beijo da morte. Os lábios assumiram um tom roxeado, e o cadáver caiu na neve, em sua cama gélida e impessoal, em um calçada qualquer em uma rua qualquer na saída de um bar qualquer. O que levou a esse trágico destino não dizia a respeito a nenhum ser vivo, apenas a moça e a morte, agora encarando o cadáver que jazia no chão. A morte levantou, encarou o poste que iluminava a cena, agora ela estava em outro plano, onde ele não teria como atuar, e partiu para onde quer que fosse necessário, deixando um rastro de neve por trás do cadáver.


Capítulos

1. Capítulo Único
1.135 palavras