~ Isabella

Se você tem um casal de amigos extremamente melosos e apaixonados, sabe como eu me sinto.

O problema é que já faz um ano que Vicente e Olen começaram a namorar e eles ainda são como um casal recente, tão melosos que tenho vontade de afogar os dois. Mas, claro, eu amo muito eles. E caso você esteja se perguntando, eu superei há eras o meu crush em Olen. Ficou tudo meio estranho nos primeiros meses, mas depois ele se tornou meu segundo melhor amigo e ficou tudo bem. E quando a esquisitice passou, Vi começou a tirar com minha cara dizendo que meu problema era puro recalque.

Então aqui estou eu, a eterna seguradora de velas, acompanhando o casal maravilha num passeio no shopping. Olen precisava comprar uma camiseta, então Vicente o obrigou a experimentar algumas. Ficamos esperando, perto do trocador.

— Às vezes eu fico pensando… – Vicente começou a falar. – Caramba, como eu fui acabar destinado a alguém tão fodidamente lindo? Sério, eu sinto ciúmes, muito mais do que faz sentido, só porque ele é bonito demais. O que eu faço com isso, Isa? – Ele deu uma risada meio desesperada.

Me segurei para não suspirar. Veja bem, Olen é um dos caras mais legais que já conheci e foi por isso que gostei dele, não por ele ser bonito. Até porque ele não é boniiiiito assim. Ele é bem padrão, tem aquele olhos maravilhosos, mas o resto é comum até. Mas Vi insistia, falava e falava e falava, todo santo dia de sua vida, que Olen era a pessoa mais bonita que já tinha colocado os pés no nosso planeta todo.

Céus, o que o amor não faz, né?

— Droga, estou te aborrecendo com isso de novo. – Vicente coçou a cabeça e olhou em outra direção.

Respirei fundo. Talvez eu estivesse mesmo com um pouco de inveja. Talvez eu estivesse transparecendo isso. Não era legal da minha parte.

— Não está, não. – Eu dei uma cotovelada nele, de leve. – Quero dizer, você tem razão em ficar nervoso. Só não fique tão inseguro, okay? Você também é lindo.

Vicente esfregou as mãos.

— Eu sou, né? Sim, realmente. – Ele disse baixinho, talvez para convencer a si mesmo. Então olhou de volta para mim. – Mas ele é mais. – Declarou, com orgulho. – Olen é o cara mais bonito que eu já vi.

Segurei o riso.

— Sim, sim, ele é. – Respondi.