Égon: A Origem escrita por GJ Histórias


Capítulo 6
Capítulo 5 - A Tribo




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  O sol ilumina a bela floresta amazônica. O barulho dos animais, somado às lindas vegetações, as quais esbanjam um verde intenso, moldam um excelente cenário e, no meio dele, encontram-se dois indivíduos correndo alegremente. As pessoas em questão eram Luíza Castro e seu filho, Antônio, que sorriam enquanto brincavam de pegar um ao outro.

— Eu vou te alcançar! – Gritou Luíza.

— Então tente se esforçar mais! – Exclamou Antônio, ao passo que dá gargalhadas.

  Ela, acelerando os passos, encosta o dedo indicador nas costas do garoto, dizendo:

— Te peguei! Agora está com você bobão!

— Não podemos fazer uma pausa? – Perguntou o menino, ofegante.

— Já cansou? Pensei que os jovens eram mais energéticos, então, pelo visto, ainda estou em ótima forma!

  Antônio esboça um sorriso no rosto.

— Descanse depois! – Falou Luíza- Temos que ser rápidos, ou então seremos descobertos!

— Mas aonde você está tentando me levar?

— Guarde essa sua pergunta por mais alguns instantes, logo ela será respondida! Agora me siga!

  Ambos caminham em direção ao desconhecido, mas Antônio sabe que sua mãe está levando-o a algum lugar que, provavelmente, trará problemas aos dois. Decorridos alguns segundos, eles aproximam-se de uma linda caverna, cuja entrada é banhada por uma cachoeira espetacular.

— Aqui não é a Caverna do Maroaga? – Perguntou o garoto, surpreso com a vista.

— É lindo não é?

  Ele acena, positivamente, com a cabeça.

— Venha, vamos entrar! – Exclamou a mãe do garoto.

— M-Mas esse lugar não é restrito? Nós não deveríamos marcar uma entrada?

— Calma menino, os seres humanos criam tantas regras, que acabam nos afastando das belezas que a natureza proporciona. Se não as violarmos, nem que seja por um curto instante, iremos perder excelentes momentos que a vida é capaz de nos oferecer!

— O papai vai nos matar!

— Ele vai sim! – Disse Luíza, sorridente- No entanto, não ligue para isso! Agora coloque seus pés na água, veja o quanto é gostoso!

  Antônio fica com medo. A fim de encorajar o menino, ela salta para dentro da cachoeira e empurra a água na direção do garoto, provocando-o.

— É assim que você quer? – Perguntou o menino- Tudo bem, agora vai se ver comigo!

  Ele entra na água e, em um ato de brincadeira, joga, constantemente, o fluido na mãe, ambos se divertem. A diversão dos dois não para por aí, eles adentram o interior da caverna, percorrendo lindas galerias, enquanto riem e perseguem um ao outro.

  Transcorrido uma hora, Luíza e Antônio encontram-se cansados e sentados em uma rocha. Enquanto observam o teto rochoso da gruta, ela diz:

— Quando eu era uma criança, sua avó me trazia inúmeras vezes aqui! Nós nos divertíamos tanto! Eu também ficava com medo de isso me trazer encrencas, mas ela sempre me dizia: “Temos muitas maravilhas na palma de nossas mãos, no entanto, tudo é efêmero, passageiro. Se não aproveitarmos a pior das oportunidades, muito tempo terá sido perdido e, no fim da vida, só nos restará o arrependimento”. Pensei em fazer o mesmo com você! Pensei em nos divertirmos no mesmo lugar onde passei minha infância, relembrar bons momentos e esquecer um pouco as consequências! O que achou?

— Eu gostei! – Exclamou Antônio- Obrigado mãe!

— De nada. E quanto ao seu pai? Você acha que ele ficará estressado?

  Dando gargalhadas, o menino responde:

— Vai sim! Vai rolar o maior angu quando voltarmos!

— Pois é... Então vamos voltar logo! Quanto mais tempo ficarmos aqui, pior será o estresse dele. Além disso, já é final de tarde, não queremos pegar uma trilha mal alumiada de volta para casa né?

— Não mesmo!

— E eu fiquei sabendo que você ganhou alguns trocados da tia Benta, não é mesmo?

— Sim, ajudei na mudança e ela me deu 25 reais!

— Então vamos apofiar uma corrida até a Praça Principal, quem chegar primeiro paga um crepe para os dois!

  Sem hesitar, Antônio corre rumo à Campo Celeste, admitindo tal ação como sendo a resposta à pergunta da mãe.

— Vai ser assim então? – Perguntou Luíza, sorridente- Essa sua atitude não irá garantir a vitória.

  Ela segue o garoto, ambos percorrem a longa trilha, dotada de aclives e declives, que há entre a caverna e o povoado. Durante o tempo em que corre e desvia de alguns obstáculos, Antônio tropeça na raiz exposta de uma árvore e cai, rolando por entre a terra e folhas presentes no terreno inclinado. Ao estacionar, o garoto, machucado, depara-se com uma temerosa onça pintada, o olhar concentrado do animal, o qual observa atentamente o menino, marca, intensamente, a mente de Antônio, causando-lhe um medo fora do comum.

  Assustado, ele corre desesperadamente, sem se importar com as direções as quais ele está circulando. O felino é muitíssimo rápido e quase alcança o garoto, contudo, em um ligeiro instante, surge uma figura, portando um bastão de madeira, que acerta a cabeça da onça, utilizando o equipamento. O rapaz em questão é João, pai de Antônio, o qual estava procurando pela sua família. O felino tenta atacá-lo, usando os seus dentes, mas João bloqueia a investida, prendendo o bastão na boca do animal. O rapaz acerta, constantemente, os olhos da onça, com o intuito de afastá-la. O felino, atordoado, abandona os garotos e recua para o interior da mata.

  João pega seu filho no colo, o qual chora incessantemente. Luíza, espantada e aflita, aproxima-se do seu marido, dizendo:

— Meu filho! Como ele está?

— Salvo! – Respondeu João- O que vocês tinham na cabeça? Por que entraram aqui sem permissão?  

— Guarde isso para depois João! – Exclamou Luíza- Ele está com medo, sofreu um ataque!

  O garoto, atormentado, diz:

— Eu pensei que fosse morrer! Eu pensei que fosse morrer!

  Acariciando a cabeça dele, Luíza fala:

— Calma meu pequeno, vai ficar tudo bem!

  “Vai ficar tudo bem”. Essa frase ecoa na mente Antônio, simples palavras, mas que trazem reconforto e esperança em momentos sombrios. Em um rápido susto, ele acorda de seu sonho, permeado de lembranças, e defronta-se com seu novo corpo azul, ainda altamente machucado em função da luta recente.

  A dor é intensa e sua vista está turva. Ele observa, parcialmente, dois homens e uma garota efetuando curativos em uma abertura no seu peito. A garota, com uma voz aconchegante, diz, repetidas vezes, a frase “Vai ficar tudo bem”. Antônio revira-se no chão, exclamando:

— Saiam de perto de mim!

  Os indivíduos resistem e seguram o corpo do menino, o qual encontra-se cansado e aturdido. Graças a esse estado, a garota consegue, facilmente, derrubá-lo com apenas um acerto em seu queixo.

  Decorridos alguns dias, Antônio levanta-se de um colchão manchado de sangue. Bem recuperado, ele observa os arredores, o menino parece estar dentro de uma cabana, seu tórax está cheio de ataduras e as calças sujas de lama. Segundos após esse instante, uma mulher, de pele morena e de lisos e lindos cabelos pretos, vestindo uma camiseta vermelha e jaqueta e calças jeans, entra no cômodo carregando um copo, o qual contém um ardente chá em seu interior.

— Vejo que você acordou! Está se sentindo melhor? – Perguntou a garota- Pegue este chá, irá ajudar na sua recuperação.

— Quem é você? – Questionou Antônio- Onde eu estou?

— Fico surpresa com o fato de estar falando a nossa Língua! Meu nome é Liana, Liana Guaruna. – Disse a mulher, enquanto estende os braços, como se estivesse convidando a criatura a cumprimentá-la.

  Antônio aperta as mãos de Liana e aceita o chá. Continuando a resposta, ela diz:

— Eu e meus irmãos encontramos você na semana passada, próximo ao Pico da Neblina. Sua situação era péssima, estava todo machucado, com uma abertura no peito, como se tivesse sido apunhalado. Você encontrava-se deitado em uma enorme cratera feita na terra. Nós ficamos surpreendidos com o fato de ainda estar vivo, então o trouxemos para esta locação temporária e fizemos esses curativos.

— Vocês me resgataram? Não ficaram com medo e saíram correndo? Geralmente é assim que as pessoas agem!

— Tem razão, mas nós, eu especialmente, já vimos muitas mudanças no mundo, homens correndo rápido e esbanjando raios por onde passam, outros transferindo suas mentes para corpos metálicos... Tudo isso já mudou nossas cabeças, nossas visões, e passamos a aceitar o extraordinário. Uma criatura azul, ferida e largada nessa floresta misteriosa, não nos assusta. Pensamos em descobrir mais sobre você.

— De qualquer forma, obrigado!

— Tudo bem, só tivemos um problema na hora de contê-lo! – Disse Liana, enquanto ri para o garoto – E quanto a você? De onde veio? Como sabe falar a nossa língua?

— Eu sou de Campo Celeste, um pequeno povoado próximo à Caverna do Maroaga. Me chamo Antônio, tenho apenas 14 anos. Nem sempre apresentei esse corpo, ganhei ele faz duas semanas, considerando o tempo em que fiquei adormecido. Foi tudo tão rápido para mim, me lembro de, durante uma noite de domingo, eu estar afastado da vila, observando o céu, quando, de repente, surgiu uma criatura portando o corpo que eu estou usando agora. Fiquei com muito medo, ela me perseguiu e encostou uma pedra em minha mão, eu apaguei nesse instante. Depois de um tempo, acordei com esse corpo. Tentei convencer o meu povo de que eu não era um monstro, mas fui rejeitado.

— Sinto muito, deve ter sido muito difícil para você! – Disse Liana, enquanto senta próximo a Antônio

— Foi...

— E como você ficou todo machucado daquele jeito?

— Fui perseguido por um cara parecido comigo, ele se referia a mim através do nome “Égon”. Talvez esse “Égon” seja o verdadeiro dono desse corpo, ele fez algo ruim o suficiente para estressar o seu próprio povo. Mas, eles pensam que esse sujeito ainda está aqui dentro!

— E como você agiu?

— Eu lutei, pois não consegui convencer o caçador, mas isso é que me surpreendeu! Nunca lutei antes. Creio que ainda há traços da memória de Égon nessa mente, mas não consigo acessá-las sempre! Suas técnicas e lembranças estão aqui, em algum lugar, e talvez elas possam me ajudar a compreender tudo o que está acontecendo.

— Você acha que eles podem ser de outro planeta?

— Não faço ideia...

  Empática, Liana segura a mão direita de Antônio dizendo:

— Espero que você consiga entender a situação, e que isto o ajude a resolver os seus problemas e a voltar para sua família!

  Antônio sorri para a garota. Nesse instante, um homem, de pele parda e cabelos escuros, portando uma camiseta azul e calça preta, entra na barraca e depara-se com Liana e a criatura.

— Afaste-se desse animal, Liana! – Exclamou o sujeito.

— Calma, ele é como nós, um ser humano! – Disse Liana- Ele apenas passou por terríveis circunstâncias.

  Dirigindo-se para Antônio, ela diz:

— Este é meu irmão, Turor Guaruna! Ele é médico e ajudou no seu tratamento.

— Prazer em conhecê-lo! – Falou Antônio.

— Você se recuperou muito rapidamente! – Exclamou Turor- Suponho que tenha despencado da montanha quando o encontramos. Um ser normal nunca resistiria à queda, ainda mais com um buraco profundo no peito, excelente regeneração!

— Obrigado! Esse corpo é resistente e forte, já vi muitas coisas que ele é capaz de fazer. - Disse o menino.

— E como conseguiu ele? – Perguntou Turor.

— É uma longa história!

— Certo... Vim aqui convidar Liana para jantar, se quiser, poderá vir conosco.

  Ambos levantam e saem da barraca. Antônio depara-se com um conjunto pequeno de cabanas, iluminadas por tochas espalhadas pela floresta. Há cerca de dez pessoas, sentadas em forma de círculo ao redor de uma fogueira, elas apreciam um caldo de ervas, acompanhado de peixe assado. Tais indivíduos cumprimentam o menino, mas ele está confuso e curioso quanto a quantidade de pessoas presentes. Uma senhora aproxima-se dele e oferece um pouco de comida.

— Coma meu rapaz, deve estar faminto após esses dias em que passou dormindo. – Disse a senhora.

  Antônio aceita e senta-se próximo a fogueira, enquanto responde as perguntas feitas pelas pessoas, acerca de sua origem e suas capacidades. Após algumas horas, ele retorna para a cabana, acompanhado por Liana.

— Deite-se aí, novamente- Falou a garota- Descanse mais um pouco, amanhã você poderá sair e fazer o que quiser.

— Por que há tão pouco de vocês? – Questionou Antônio, enquanto vira-se na direção dela.

  Os olhos dela começam a lacrimejar. Olhando para o rosto do garoto, ela exclama:

— Acho melhor não falarmos disso!

— Qual é? Já falei muito sobre mim, mas você não me contou a sua história.

  Liana senta-se no chão, enxugando as lágrimas ela diz:

— Minha tribo já foi bem maior, nós nos chamávamos de tribo Jirati. Habitávamos um lindo local, localizado a vinte quilômetros daqui, era uma vila pacífica com boas pessoas, não fazíamos mal à natureza. Vivemos lá por mais de um século. Meu pai, Sutor Guaruna, era o atual líder da tribo, ele queria que seus filhos fossem ótimos líderes e guerreiros no futuro, então nos levou para longe, para recebermos uma excelente formação. Meus irmãos foram para o estado de São Paulo, Turor formou-se em medicina e Heitor em engenharia florestal. Eu, no entanto, recebi um tratamento especial, fiz direito em Oxford, aprendi línguas como inglês e francês, meu pai queria que eu fosse uma espécie de diplomata dos Jirati. Contudo, nunca perdi o gosto pelas artes marciais, lá eu frequentei muitas academias e aprendi muitos estilos de luta, sem abandonar o tradicional “Girati”, um combate típico da nossa tribo, o qual utiliza o arco e flecha.

  Até fui apelidada de “Harpia”, uma feroz ave de rapina que habita minha região. Porém, nada disso serviu quando os Jirati foram atacados por Oliver Lamertine, na semana passada.

— Quem é ele? – Perguntou Antônio.

— Um monstro disfarçado de ser humano! – Respondeu Liana- Já ouvi falar dele no exterior, é chamado de “Cabeça de Leão”. Não conheço muito bem a origem do codinome, mas sei que esse francês é um criminoso em potencial. O sujeito tem um grande exército sob seu domínio, ele extrai, de forma clandestina, muitas riquezas, desde minérios até animais e plantas exóticas, e vende no mercado negro, especialmente para empresas do ramo bélico. Com todo esse dinheiro em mãos, ele compra muitas figuras importantes, especialmente políticos, os quais ocultam as suas ações, fazendo com que ele apareça para o mundo como um magnata do ramo da mineração.

  Nossa vila, por mais que era assegurada nacionalmente, apresenta ouro em seu subsolo, além de muitas espécies de animais, o que atraiu a atenção de Oliver, trazendo-o ao Brasil. Ele invadiu nossa instalação e matou quase todo o nosso povo, esse pequeno grupo foi o que eu e meus irmãos conseguimos resgatar. Ainda deve haver mais pessoas lá, contudo, elas devem estar sendo feitas de escravas. Nós estamos ocupando essa localização temporária, até bolarmos um plano de resgate.

  Antônio apenas abaixa a cabeça, ele está sem palavras diante o que foi exposto. Liana, com os olhos vermelhos, observa atentamente o garoto. Suspirando fortemente, ela diz:

— Você é extremamente forte!  Resistente e poderoso, como havia dito. Passou por situações altamente perigosas e ainda está vivo!

— O que está insinuando?

— A-Antônio, por favor, ajude-nos a salvar nossa tribo, ajude-nos a recuperar a nossa terra!

  Ele olha assustado para Liana. Balançando a cabeça, como se estivesse rejeitando o pedido, Antônio exclama:

— Sem chances Liana, eu não consigo!

— Por favor! Eles são altamente armados, não teremos muitas chances!

— É exatamente por isso! Armas! Eu não posso, já apontaram muitas para mim desde o momento que assumi essa droga de corpo! Já perdi tudo que eu amava e ainda quase fui morto! Aquele caçador não sai da minha cabeça, o momento em que ele cravou a espada em meu peito está me importunando. O medo da morte ficou mais vivo do que nunca e não quero sofrer isso de novo! E o pior de tudo, caso ele descubra que estou vivo, ele me perseguirá novamente!

  Liana assente com a cabeça. Com uma triste voz, ela exclama:

— Tudo bem, você é quem sabe!

— Desculpa por eu não ser o herói que você esperava!

— Não se preocupe, amanhã poderá ir embora!

  Ela retira-se da cabana, abandonado Antônio naquela noite. No dia seguinte, Liana e Turor dirigem-se até o cômodo, o menino já não se encontra mais lá. Antônio, com sua lamacenta calça preta e o peito cheio de ataduras, caminha por entre a floresta, a chuva está intensa e o garoto pensa, incansavelmente, em tudo pelo que passou nos últimos dias, principalmente no pedido de Liana.  

  Em função do temporal, ela encontra-se por debaixo de uma das tendas, trabalhando em seu arco. Uma intensa vibração surge, seguida de um alto barulho, como se alguém tivesse caído de uma grande altitude. Ao elevar os panos, a fim observar o que havia acontecido, ela encontra Antônio, o qual se aproxima dela.

— O que faz aqui? – Perguntou Liana- Já está curado.

— Não é por isso que eu vim! Achei que estava pronto para abandoná-los, no entanto, vocês foram os únicos que se aproximaram de mim sem se assustarem, além disso, trataram meus ferimentos. Tenho uma dívida com esse povo, com você!

  Liana sorri para o garoto, o qual pergunta:

— Quando será o ataque?


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