Icha Icha Paradaisu? escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Afinal, o que é um Icha Icha?


Notas iniciais do capítulo

É um conto curtinho e de comédia :D
Tô cansada de fic de gente morta, então essa é pra unir meu time Minato ♥ HUUHUAHUHAUHAUHA

Boa leitura



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Naquela manhã, Kakashi e Rin aguardavam o restante do time para iniciar uma missão no País dos Rios. Levaria um dia e meio para chegar lá, por isso precisavam partir o mais rápido possível para fazer o trajeto pela manhã e encontrar um lugar adequado para acamparem a noite, e seguirem a viagem antes do sol nascer.

Contudo, sabendo dos atrasos de Obito, os planos deles iam por água a baixo. Só que o mais estranho era que o sensei também estava atrasado. Preocupada, Rin queria se dividir com Kakashi para encontrar os dois, mas o Hatake se recusou em sair do local de encontro. Afinal e contas, para estar tão atrasado, Minato deveria ter tido algum contratempo bastante grave, já que ele era conhecido pela sua velocidade incrível e poderia chegar até eles em segundos.

No apartamento do jounin, alguns quilômetros de onde as crianças se encontravam, Minato espirrou, pegando um lenço de papel. Na sua frente estava o sensei, Jiraya, curioso para saber quem era a sortuda que deveria estar falando nele naquele momento, afinal, era esse o significado de um espirro casual.

Minato riu de maneira nervosa, com uma das mãos atrás da nuca, desconversando sobre aquele assunto e voltando a falar sobre o que trouxe seu sensei ali em Konoha. Afinal, fazia alguns meses que ele não aparecia.

E foi aí que Jiraya tirou do bolso o seu maior tesouro, entregando para Minato.

— Eu finalizei o meu novo romance, e trouxe um exemplar para você ler.

— Oh! Sensei, sério? — Minato pegou o livro em mãos, como se estivesse de fato segurando um tesouro valioso. — Obrigado, eu vou ler agora mesmo e... não, eu tenho uma missão. — A voz do jounin foi de excitação para um triste desânimo.

— Não tem problema, você lê na volta.

— Quem sabe eu consigo ler um pouco enquanto paramos para descansar no caminho do país do Rio. — Ele voltou a sorrir, agradecendo novamente ao sensei pelo presente.

De fato, Minato precisou de alguns segundos para chegar até o ponto de encontro onde pelo menos dois membros do time aguardava. E enquanto eles esperavam por Uchiha Obito, a única coisa que Minato pensava era sobre o conteúdo do livro. Ele poderia lê-lo em rápida velocidade? Sim, poderia, mas que graça teria em fazer dessa forma, se poderia saborear as palavras gradualmente?

O jounin tirou o livro de dentro da bolsa de utensílios que estava presa na sua cintura, escorando as costas no muro que dividia o parque Kiiro do distrito Murasaki, próximos do portão de entrada e saída da vila.

A capa laranja do romance era inconfundível, assim como a imagem, onde um casal apaixonado pareciam dividir um momento especial. O cheiro de livro novo era agradável e Minato gostava de aproveitar cada momento da experiência.

— O que é isso, sensei? — Rin aproximou-se de Minato, com as mãos para trás do corpo, olhando o livro em suas mãos. — Posso ver?

— Hmm na verdade, não pode. — Ele mexeu nos cabelos loiros, levemente constrangido em recusar algo para a aluna, não era o tipo de pessoa que falava não. — Sinto muito, Rin-chan, esse livro é somente para maiores de idade.

— O que tem de tão grave nesse livro que só maiores podem ler? — Rin levou a mão ao queixo, refletindo enquanto o sensei corava ridiculamente.

— É um livro de romance adulto. — Kakashi respondeu, estava até o momento em silêncio, sem nem ter questionado o atraso do sensei, mas incomodado com a demora de Obito.

— Isso, é um romance escrito para adultos. — Minato concordou, guardando o livro, ainda pensando sobre o enredo da história. Estava ansioso para saber quais seriam as aventuras narradas daquela vez por Jiraya. — Talvez as descrições sejam inadequadas para os menores.

— Eu venho lendo alguns livros voltados para a medicina, e diria que eles possuem bastante detalhes. — Rin falou, com os braços cruzados na frente do corpo.

A discussão findou quando Obito chegou, narrando mais uma de suas desculpas sobre o atraso, em que teve que ajudar uma velhinha no meio do caminho. Antes que uma nova briga entre os dois meninos iniciasse, Minato os direcionou para o portão de saída da Vila.

Eles caminharam em um ritmo moderado pelo país do Fogo, até que a noite chegou e fizeram um acampamento entre as árvores. Obito acendeu uma fogueira, enquanto Rin preparava o peixe que Kakashi havia pescado.

Após jantarem, Minato ficou de fazer a guarda junto com Kakashi, enquanto os outros dois dormiam. Trocaram as posições após duas hora de descanso e foi aí que Minato viu uma ótima oportunidade para ler pelo menos a introdução do livro.

Ele sentou aos pés de uma árvore, diante da fogueira, pegando o livro e avaliando a obra com uma dedicação ao qual Kakashi não conseguia pensar porque seu sensei dava tanto valor aquele tipo de literatura.

— Sensei, não vai dormir? — O Hatake perguntou, deitado no chão, com a cabeça sobre a bolsa de equipamentos.

— Daqui a pouco. — Minato disse, com um sorriso amistoso. — Só estou curioso...

 E ele não terminou a frase, o que fez Kakashi estreitar os olhos, enquanto Minato encarava o livro nas mãos.

Antes do sol nascer, o time Minato estava pronto para retomar a caminhada, o sensei passou informações importante sobre a missão e delegou funções simples para cada um, ainda estavam aprendendo a trabalhar em equipe, e o jounin gostava de que os três tivessem suas próprias obrigações dentro de um missão, mas que também se ajudassem mutualmente.

— Então, sensei, do que exatamente se trata esse livro? — Rin voltou a conversa de um dia atrás.

— Ainda não tenho certeza, eu só li a introdução. — Minato respondeu. — Mas os romances de Jiraya-sama são sobre pessoas que nunca se deixam abater diante de um problema.

— Está explicado. — Kakashi estava um pouco distante do grupo. — Jiraya-sama tem uma certa reputação, então se ele é o escritor desses livros, faz sentido que tenham uma classificação tão alta.

— Do que vocês estão falando? — Obito perguntou, confuso, olhando para os rostos pálidos de cada um, até que Rin resumiu toda a história para ele. O Uchiha suspirou, parecendo não compreender o que a colega dizia, mesmo assim ele comentou algo que chamou a atenção de todos. — Engraçado, é um pouco hipócrita. Se for pensar que nós somos treinados desde pequenos para sermos ninjas, matar e concluir missões perigosas. — O Uchiha ia desenvolvendo um raciocínio que fez o time calar-se ao escutar suas palavras. — A vida de um ninja é geralmente curta, o que faz a gente amadurecer mais rápido e até casamos mais cedo. Meu primo, Uchiha Satoshi, por exemplo, se casou mês passado com uma garota, e eles só tem dezessete anos. Então nós podemos matar, ir para guerra e casar antes dos dezoito, mas não podemos beber saquê e ler um livro? É estranho.

— Oh! Pensando por esse lado... — Minato possuía um olhar de meditação, diante do que o aluno dizia, levando a mão ao queixo.

— É como eu falei, meu livro de medicina possui informações detalhadas sobre diversos assuntos. — Rin balançou a cabeça. — Inclusive reprodução humana.

Kakashi não pensava que ia concordar com Obito, mas era um momento que ele não poderia negar que o garoto Uchiha havia dito algo útil, decidindo agregar mais ao assunto.

— E na academia nós temos aulas sobre controle de natalidade e disciplina, ética e comportamento durante a missão e, também, como respeitar seus colegas do sexo oposto dentro e fora do campo da missão. Além de conhecer o corpo humano com detalhes. — Kakashi avaliou a expressão admirada do sensei para com eles.

— Você realmente tem essas matérias na academia? — Minato perguntou, forçando um riso. — É, parece que as coisas mudaram desde que eu me formei. — Ele era observado pelos três alunos, que pareciam aguardar uma conclusão do assunto. — Na verdade, vocês têm razão, nós, os adultos, os colocamos em perigo constante e acabamos sendo hipócritas.

— Então eu posso ler o livro? — Rin perguntou, animada, fazendo o sensei tombar a cabeça sem argumentos sólidos para negar o pedido após aquela discussão.

— Vamos fazer o seguinte, por vocês terem conseguido manter um diálogo conjunto, em equipe, eu concedo aos três a chance de ler o livro quando retornamos a Konoha, com certeza Jiraya-sama deve ter mais alguns exemplares.

Os três concluíram que aquela era definitivamente uma vitória para a equipe e para mostrar que eram capazes de serem tratados em igualdade. A missão talvez foi a mais fácil de todas, não pelo ato em si, mas pela postura que o time exercia naquele momento.

Ao retornarem para Konoha, como prometido, Minato conseguiu com o sensei volumes extras do livro. Jiraya não era o tipo de adulto chato que os jovens estavam acostumados a lidar, cheios de regras e limites para todos os lados. Na verdade, Jiraya estava interessado em saber qual a reação das crianças, afinal, naquela idade ele já não era exatamente um tipo de exemplo a ser seguido na academia, e se eles tivessem alguma dúvida, quem melhor do que o sennin para responde-las.

Rin, Kakashi e Obito estavam sentados cada um em sua almofada concentrados na leitura. Minato havia reservado uma sala em uma das termas que costumavam ir sempre que uma missão era bem-sucedida, gostava de relaxar e mostrar aos alunos que havia momentos que o time precisava criar laços.

Ao lado de Minato, Jiraya bebia saquê direto de uma garrafinha de porcelana, a mesa estava farta com comida e doces, o sensei sabia que Obito e Rin eram fãs, e não negava que gostava de agradar os alunos de vez em quando. Kakashi sempre era mais reservado, e Minato precisou se esforçar um pouco mais para descobrir o que ele gostava de comer, surpreendendo-se ao saber que sopa de missô com berinjela estava no topo da lista. Um gosto bastante peculiar para um jovem.

Enquanto dividia a bebida com o sensei, Minato estava atento aos olhares e expressões no rosto dos três, conforme liam o livro. Ele mesmo estava muito ansioso, por isso havia lido naquela manhã, após entregar o relatório da missão para o Sandaime. E teceu diversos comentários para o sensei, antes de irem às termas.

Em um dado momento, Rin apertou os olhos, abaixando o livro sobre seu colo, corando violentamente, fazendo Jiraya rir. Já Obito, bocejava diante da leitura, foleando o livro com uma expressão tediosa. Por outro lado, Kakashi parecia neutro, embora a máscara que ele usava não permitia saber como ele reagia.

Contudo, o olhar do menor era bastante compenetrado e Jiraya viu uma certa semelhança entre ele e Minato, pois ambos possuíam o mesmo olhar de interesse em sua obra.

O sennin balançou a cabeça, orgulhoso de ter capturado a atenção de pelo menos um.

— E então, o que acharam? — Minato perguntou, assim que eles finalizaram a leitura.

— Chato. — Obito resmungou, dizendo que faltava mais ação e aventura na leitura.

— Desconcertante. — Rin apertou os olhinhos, corada. Em seguida, fez uma reverência ao sennin que estava sentado a sua frente. — Sinto muito, Jiraya-sama, mas eu acredito que a personagem principal poderia ser menos dependente do parceiro.

— Hmm pode ser. — Jiraya coçou o queixo. — Eu gosto de mulheres decididas.

— Err... ok.

— E quanto a você, Kakashi, o que achou? — Minato perguntou.

Kakashi adquiriu uma posição mais austera, o olhar caído sobre o livro que estava em cima da mesa.

— O conceito de amor me parece um tanto deturpado, pois quando o protagonista decide se declarar, há uma falha na comunicação e eles se afastam. Os dois se amam e não dialogam sobre o ocorrido, não seria mais sensato falar seus sentimentos? Ser sincero?

— De fato, seria. — Minato concordou com um movimento de sua cabeça. — Contudo, estamos falando de sentimentos e humanos. Talvez precise pensar menos como um ninja, e mais como um homem.

Jiraya virava a garrafa de saquê, enquanto ouvia Minato falar sobre os percursos e dificuldades que um sentimento poderia causar, o que seu ouvido na verdade traduzia, era que o aluno estava apaixonado e usava sua própria experiência como exemplo. Mas todo aquele romance poderia por em jogo sua carreira, então decidiu mudar o rumo da explicação.

— Kakashi, Rin e Obito, prestem atenção. — O sennin falou com uma voz séria, capturando o olhar dos três. — Chegará um dia em que vocês irão entender mais sobre sentimentos. Entretanto, a ficção retratada nos meus livros é para sonhar, uma diversão que mexe com sua mente. — Ele tocou o dedo na direção da cabeça. — Às vezes nós precisamos disso, uma fuga da nossa realidade, mesmo que seja uma história fictícia que poderia ser resolvida com cinco minutos de conversa. A graça da ficção está nas milhares de possibilidades que um enredo pode ter até a conclusão, e o mais importante, como ela vai mexer com suas fantasias. — Jiraya ergueu o queixo, orgulhoso. — Quando forem adultos desiludidos vão entender melhor o que eu digo.

Os três encaravam o sennin, como se bebessem de suas palavras, enquanto Minato possuía uma carranca estupefata, diante da imagem do seu time concordando com o sensei.

Yare, vamos tentar um livro menos denso da próxima vez, ok? — Minato ofereceu.

— Na estante do meu pai, possuía alguns livros sobre assassinos, acho que os deixei dentro de uma caixa. — Kakashi comentou.

— Assassinos? Que legal. — Obito demonstrou uma excitação sobre o tema.

— Mas que tipo de assassinatos? — Rin perguntou.

— Todos os tipos. — Kakashi respondeu.

Foi a vez de Minato estreitar os olhos para o trio a sua frente.

— Hey, pessoal, isso definitivamente não é menos denso.


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Notas finais do capítulo

Olá, se você chegou até aqui, o mínimo que pode fazer é comentar o que achou, né? Não decepcione o Minato ♥

Beijos, até uma próxima.