Rebirth | NamJin escrita por Pauline


Capítulo 13
You're Not There


Notas iniciais do capítulo

Olá pra pessoa mais desaparecida do mundo haha
Peço perdão pela falta de capítulos na semana passada, mas era o aniversário da minha avó (Feliz 70 anos abuela ♥ ) e eu queria aproveitar ela haha
Preparem os lencinhos!

Música do capítulo: You're Not There - Lukas Graham
Com amor, Pauline ♥



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Namjoon quis bater a cabeça na mesa pela terceira vez no dia, e ainda eram apenas dez e meia da manhã, o que era um novo recorde, visto que normalmente trabalhava até às quatro da tarde sem nenhum problema. Tinha travado em uma parte da música que produzia e nada que fizesse parecia certo, nem mesmo os milhares de fotos de Chae e Jin que Jimin enviava. Nem o sorriso da filha e do namorado conseguia inspirar o moreno, o que o deixava extremamente irritado.

Ele só queria ir pra casa, e casa para ele era onde Chae estava. Andava tão cansado psicologicamente que parecia não saber fazer mais nada, nem ao menos montar uma base simples como aquela. O problema era que não podia controlar a causa daquela nuvem negra que parecia ter se instalado na sua vida.

O primeiro aniversário de Chae estava chegando, o que era ótimo, mas junto com ele chegava outra data, da qual Namjoon queria esquecer.

Faria um ano que Jun-Ho faleceu.

Em todos os “mesversários” de Chae-Won, Namjoon tinha essa data em mente. Mal podia sentir a felicidade de ver a menina crescer forte e saudável antes que a dor da perda o tomasse. Nos primeiros meses, foi pior, muito pior, porém o moreno tinha aprendido a bloquear as emoções, ou ao menos disfarçá-las muito bem.

Mas o marco de um ano não permitia isso. Ele sentia, mais do que todas às vezes, o coração apertado, o choro preso na garganta, o luto se instalando devagar por todo seu corpo. Parecia como uma maldita bomba-relógio, prestes a explodir a qualquer segundo.

Estava tão frustrado consigo mesmo que nem ouviu as batidas na porta de seu estúdio, muito menos o som que a porta fez ao abrir. Só percebeu que tinha companhia quando Yoongi lhe deu um tapinha nas costas antes de puxar uma cadeira para que pudesse sentar perto da mesa.

—Dia difícil?

—Muito – o maior suspirou, olhando para seu hyung – está chegando.

—Eu sei – Min sorriu levemente, sentindo seu coração apertar também – Como você está?

—Já estiver pior – uma risada fraca foi compartilhada – vou ficar bem hyung.

—Eu sei disso – Yoongi se aproximou um pouco mais, ficando cara a cara como moreno – Namjoon-ssi, você é a pessoa mais forte que eu conheço. Eu sei que você vai ficar bem, meu medo é o que está passando na sua cabeça enquanto você não está tão bem assim.

—Não vou fazer nada, Yoongi hyung. Aquela fase passou – Namjoon olhou para suas mãos – Vocês a fizeram passar.

—Algo assim não se vai totalmente, saeng – o mais velho sussurrou – Yah, Namjoon – exclamou, fazendo o moreno o encarar assustado – Eu sou seu hyung, então me escute bem: você sempre, independente de qualquer coisa, me terá como o seu melhor amigo, entendeu? Você não vai se livrar de mim, e como seu hyung, eu estou mandando você me procurar sempre que estiver mal, certo?

—Certo – Namjoon sorriu, fazendo suas covinhas aparecerem. Sem demorar muito, os dois estavam abraçados, e por tudo o que é mais sagrado, o moreno tinha sentido falta daquele abraço. Yoongi nunca fora muito fã do contato físico, mas fazia uma exceção para Namjoon.

—Agora – o esverdeado disse quando se separaram – você vai desligar esse computador, pegar as suas coisas e ir para casa, porque eu tenho certeza de que Jin hyung e Jiminie estão enlouquecendo à esse ponto.

—Sair às dez da manhã? Não acha que meu chefe vai ficar bravo?

—Eu sou seu chefe, garoto, então me obedeça.

Com isso, Yoongi saiu do estúdio e Namjoon não demorou muito para acatar a sua ordem, não apenas porque foi praticamente despejado do lugar, mas também pela adorável foto que recebeu: Chae vestida com a roupa de seu aniversário, uma camiseta com a palavra one impressa em dourado e um tutu rosa.

Sua garotinha estava crescendo e ele não queria perder mais nenhum minuto disso.

Respirou fundo quando estacionou, tentado acalmar seu coração. Pegou o buquê antes de sair do carro e trancar o veículo, se encaminhando rapidamente para o portão. Andou em silêncio por entre as lápides, não tendo quase nenhuma companhia, até chegar à que buscava.

Kim Jun-Ho

Amado filho, irmão, marido e pai.

—Oi amor – sussurrou, sentando-se na frente do túmulo e encarando as letras cursivas gravadas na pedra – Sinto sua falta.

Ficou em silêncio por alguns instantes, sentindo as lágrimas subirem aos seus olhos. Fungou não querendo deixar nenhuma cair, mas logo sentiu as bochechas ficarem úmidas.

—Trouxe isso pra você – depositou as flores no pequeno jarro que ali se encontrava – São tulipas vermelhas, afinal você odeia rosas e... Jin hyung me disse que elas significam um amor duradouro. Acho que isso se encaixa bem em nós.

Esticou o braço e limpou a inscrição da data de nascimento. Vinte e cinco de outubro.

—Queria que você estivesse aqui – falou com a voz cortada – a Chae está tão grande, amor, tão grande. Ela já consegue dar uns passos sem a minha ajuda e já me chama de appa... – limpou as lágrimas rapidamente antes de completar – ela apontou para uma foto nossa e te chamou de appa também. Nós temos uma filha tão esperta...

Fechou os olhos e se permitiu chorar mais um pouco, tremendo tanto pelos soluços quanto pelo vento frio que passou pelo local. Não sabia dizer quanto tempo ficou ali, mas apenas levantou o olhar quando seus olhos estavam vermelhos e as bochechas quase secas.

—Sinto sua falta – murmurou de novo, encarando a lápide – todos os dias nesse ano, eu senti sua falta. Toda vez que eu acordo, toda vez que olho pra Chae, sinto sua falta. E... E as vezes eu me pergunto o que teria acontecido se eu tivesse ido te buscar? Eu poderia ter impedido tudo isso, toda a dor que você sentiu.

Novas lágrimas surgiram nos olhos de Namjoon, que encarou o chão sem mais conseguir olhar para o nome do marido.

—Por que você tinha que ser tão teimoso? – pediu em um sussurro dolorido, olhando por uma última vez as tulipas que levara – Sinto sua falta.

Quando chegou em casa, os olhos de Namjoon ainda estavam vermelhos e ele conseguira uma boa dor de cabeça pra acompanhar o dia ruim, mas mesmo assim não se incomodou com as exclamações que preenchiam a sua cozinha. Silenciosamente, se pôs a observar o caos que tinha se instaurado no cômodo, já que Jimin tinha como ajudantes seu marido, Taehyung e Jungkook, enquanto Jin se ocupava com algo no fogão e Hoseok estava de babá, balançando Chae e recebendo em troca as gargalhadas da menina. Os seis estavam bem ocupados na arrumação, e Jin foi o primeiro a notar a chegada do moreno. Sorriu levemente, seus olhos passeando pelo rosto inchado de choro e as roupas sujas de terra, antes de desligar o fogão e se aproximar do namorado, segurando o rosto do mais alto com as mãos.

—Você é tão corajoso – disse – Eu te amo.

Namjoon sorriu. Não era a primeira vez que Jin tinha lhe dito tal coisa, afinal já estavam juntos há cinco meses, mas todas as vezes que aquelas palavras escapavam dos lábios do mais velho, Namjoon sentia-se flutuar. Deixava seu coração quentinho, e aquilo era a melhor parte.

—Te amo – sussurrou, roubando um selinho do namorado antes que Chae o visse a avisasse a todos de sua presença com um “appa” muito bem gritado.

Realmente, ela tinha puxado os pulmões de ferro que Namjoon parecia ter. Ele só ainda não tinha descoberto se isso era bom ou ruim.


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Notas finais do capítulo

Mais da festinha de um ano da Chae no próximo capítulo (que taaalvez saia amanhã pra não atrasar meu planejamento, mas é só um talvez)
Com amor, Pauline ♥



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