À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 79
Positivo ou Negativo?


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas!

Desculpe pela falta de capítulo na quarta, a primeira semana da faculdade foi corrida. Como eu entrei atrasada, tinha (ainda tenho) muitas coisa para fazer/copiar, então não deu pra postar. Tenham paciência comigo nesse primeiro mês porque não sei se vou conseguir postar duas vezes na semana, mas dou certeza de que pelo menos o capítulo de sábado vai ter, ok?

Agora, ansiosos para saber o que rolou?

Boa leitura!



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Gustave e eu nos viramos em nossas banquetas em direção a entrada da cozinha, vendo Íris, Castiel e Eric entrando.

— Oi, Helô. — Eric me cumprimentou com um sorriso contente.

— Oi, Eric. — Dei um pequeno sorriso, antes que ele se sentasse na banqueta disponível ao lado de Gustave. Castiel e Íris deram a volta na ilha, ficando próximos ao balcão da pia. — Podemos começar?

— Claro — respondeu Castiel, se debruçando sobre o mármore, apoiado nos cotovelos. — Quem começa? Passado ou presente?

— Acho que faz mais sentido se a Helô começar — disse Gustave, ainda concentrado em sua peça. Íris concordou com um aceno de cabeça, e Castiel me deu a palavra.

— Senta que lá vem história...

Comecei a contar minha trajetória desde que cheguei em mil novecentos e doze. Desde o primeiro encontro com Nathaniel, a como ele me ajudou, como conheci Adeline, Armand, que me enganou durante todo o tempo, Armin, Melody e todos os outros... Enfim, falei tanto que tomei dois copos d’água durante a história. Obviamente pulei as partes... sentimentais, digamos assim. Eles não precisavam saber de tantos detalhes.

Bem achei que Castiel estaria dormindo de boca aberta durante meu falatório, mas não, ele prestou atenção em cada palavra que eu disse, talvez tentando entender algum detalhe que tenha sido crucial para o plano não ter funcionado.

— Espera, você está dizendo que o plano era impedir que Adeline se casasse com um marido vigarista? — perguntou Gustave.

— Sim... Por que a pergunta? O que eu fui fazer lá, afinal?

— O nosso plano era tentar convencer a família de Adeline a abrir filiais em países que não fossem atingidos pela guerra — respondeu Castiel, se erguendo enquanto estralava as costas. — Porque foi por isso que a loja fechou. Por causa da guerra. Primeiro porque a loja faliu, já que ninguém mais queria gastar dinheiro com roupas, e segundo, porque a cidade foi invadida. Descobrimos isso antes de você ir embora, o que é óbvio. Não para você, claro.

Parei, apoiando os braços na ilha, surpresa. Tudo bem, já tínhamos conversado sobre as grandes chances das coisas mudarem e eu não ficar sabendo, porém, ainda assim era estranho. Nada do que eu sabia tinha acontecido, porque eu tinha mudado tudo.

— Não conseguimos tantas informações — falou Íris. — Meus avós também não se lembravam de muita coisa da história da família, apenas disseram que a loja foi perdendo clientes conforme a guerra crescia, eles já não conseguiam mais tanta matéria prima, as roupas foram ficando mais simples... E quando perceberam, já estavam no vermelho. Tiveram que fechar as portas e sair de Paris. Só voltaram depois que a guerra acabou.

— Eu... Eu passei tanto perrengue, me meti em tanto problema alheio para isso? — resmunguei. — Para a loja falir de qualquer jeito.

Castiel riu. — Pois é. Isso nos responde de que não adianta tentar mudar as coisas, elas vão acontecer de um jeito ou de outro, mesmo que o trajeto mude.

— Bom... E agora? O que vamos fazer?

— Não tem o que fazer. De qualquer forma, o plano não funcionou. Achamos melhor não tentar mudar de novo, já que é provável que tudo acabe do mesmo jeito.

— Entendi... E a máquina? O que vão fazer com ela?

— Ainda não decidimos. — Gustave se pronunciou. — Não sabemos se vamos guardar ou desmontá-la. Sabe, para não ter risco de outra pessoa tentar usar e acabar fazendo besteira.

Aquela notícia deu uma pontadinha de tristeza em mim. Era como se, desmontando a máquina, tudo o que eu vivi fosse ser desmontado também. Entretanto, era o melhor a se fazer.

— Sim... — Não consegui esconder o desapontamento em minha voz, mas me levantei, tentando animar as coisas. — Bom, acho que por hoje é isso. A Íris e eu temos algo para fazer. — Todos olharam de mim para ela.

— Agora? — Ela indagou, insegura.

— Sim, senhorita — afirmei, a encarando. — Vai pegar suas coisas.

Íris arregalou seus olhos verdes para mim, com hesitação e medo, mas acabou dando a volta na ilha e saindo da cozinha. Os três garotos se entreolharam e Castiel me observou.

— O que vocês vão fazer?

— Coisas de garotas.

— Tipo o quê? Falar sobre absorventes?

— Hm... Não. Talvez, quem sabe. Depende.

— Do quê?

— Para você, de nada. Podem continuar a reunião de vocês aí, prometo que devolvo sua mulher antes das onze. — Sem esperar uma resposta, saí para o corredor, encontrando com Íris no último degrau da escada, já com sua bolsa em mãos.

Saímos para a rua bem iluminada pelos postes e começamos a caminhar. Ela não parava de mexer com os próprios dedos.

— Respira, mulher. Não tenha um treco aqui, eu não vou conseguir te levar nas costas até a minha casa.

Íris deu um riso nervoso. — Não vou ter um treco, não se preocupe.

— Tudo bem. Vá se preparando. Está com a bexiga cheia?

— Por quê? — Me olhou, estranhando.

— Ora, você vai precisar fazer xixi nesse treco aí para saber se vai dar positivo ou não.

— Ai, Deus... — resmungou baixinho.

— Sabe... uma das coisas boas de voltar é não precisar ficar explicando como certas coisas funcionam.

— Algo bom precisa ter, não é? — Ela sorriu, entrando na brincadeira.

— Pois é.

Continuamos o trajeto em silêncio. Íris não costumava falar muito quando estava nervosa ou estressada, então eu respeitava seu espaço. Logo chegamos e subimos, ela fez um carinho nos gatos e deixou sua bolsa em cima da mesa da cozinha, pegando a embalagem do teste.

— Você pode ler e me explicar? E-eu acho que não vou conseguir prestar atenção.

Sem delongas, peguei a embalagem e a abri, retirando o produto e um pequeno panfleto explicativo. Dei uma rápida lida no texto.

— Hm... você precisa fazer xixi em um copo de vidro e colocar a ponta desse negócio aí no líquido... Daí é só esperar três minutos.

Íris suspirou. — Posso usar um copo?

— Se lavar depois, pode.

Ela pegou um dos copos no armário e foi ao banheiro. Voltou pouco depois, com o copo com menos da metade de urina.

— Não tinha muito o que esvaziar... — O deixou na mesa, encarando a “caneta” na embalagem plástica.

Não aguentei esperar por ela e abri a embalagem, tirando a tampinha do produto. Mergulhei a ponta fina na urina por dois segundos e tirei.

— Pronto, agora é só esperar.

— Ai, caramba... Eu não sei se quero saber... — Íris cobriu o rosto com as mãos, andando para lá e para cá.

— E comprou isso aqui à toa? Quer saber quando? Quando estiver com a barriga do tamanho de uma melancia?

Ela não respondeu. Se passaram alguns segundos, talvez um minuto, e ela continuava inquieta.

— Esses são os três minutos mais longos da minha vida.

— Uau, o Castiel ficaria chateado depois de ouvir essa.

Íris gargalhou, parecendo relaxar. — Coitado.

Também dei risada. — Essa eu vou contar para ele depois, hein.

— Como... como você acha que ele vai reagir? — Ela cruzou os braços, encostando no balcão da pia.

— Sinceramente? Não sei. Pode ser que ele fique louco no início, ou pode ser que demore para processar a informação. Mas... eu acho que depois ele vai ficar feliz.

— Na realidade, nem eu sei como vou reagir. Eu... tenho medo de não ver isso como algo bom. E se não dermos conta? Mal conseguimos conter o Dragon, quem dirá uma criança.

— Íris... Não tem motivos para vocês não conseguirem, vocês estão juntos nessa, sem falar que eu serei uma bela tia babona que vai ajudar em qualquer coisinha mínima que vocês precisarem. De verdade, você não vai ficar sozinha.

Ela sorriu, balançando a cabeça levemente. — Eu sei.

— Acho que já deu o tempo... Está preparada?

— Não.

Peguei o objeto, segurando muito para não dar aquela espiada. Deixei em frente ao meu rosto e olhei, fazendo uma expressão neutra.

— Hm... E agora... Será que você vai gostar disso ou não...?

Hesitante, Íris puxou os cabelos ruivos para trás, suspirando. Fechou os olhos por alguns segundos e me encarou, esticando a mão. Entreguei o teste e ela olhou, ao mesmo tempo que levava a outra mão até a boca.

Sorri, me aproximando. — Parabéns, mamãe. — A abracei e ela deu um riso meio choroso.

— Meu Deus... Não estou acreditando nisso...

— Vai acreditar melhor quando a barriguinha crescer! — Nos afastamos, sorrindo. — E ah, já tenho sugestões de nomes.

— Ah, é? Diga suas sugestões. Levarei em conta.

— Se for menino, pode ser Oliver. Se for menina, pode ser Denise, ou Clarisse, ou Adeline...

Ela riu. — Ah, sei... Tudo bem, serão os primeiros nomes da lista.

— Ok, obrigada. E agora? Vai para casa contar a novidade?

— Não sei... Os meninos devem estar lá ainda. Eu prefiro contar quando estivermos sozinhos.

— É, vai ser melhor.

— Bom, eu vou para casa. Acho que preciso ficar um tempo sozinha para refletir sobre tudo... Com certeza se o Castiel me ver, vai saber que tem algo estranho e provavelmente vai mandar os meninos embora — comentou rindo. — Vou tentar subir direto sem ele ver, assim não atrapalho.

— Você é tão boazinha.

Demos um último abraço e eu a acompanhei até a portaria.

— Não esquece de me atualizar sobre as reações, viu?

— Pode deixar. Até mais.

— Até.

Observei até que Íris saísse do meu campo de visão. Voltei, andando devagar. Vi o porteiro saindo de sua cabine e acenei.

— Max! Eu vou ser tia, acredita?!

— Mentira! Que legal, Heloise! — Ele falou, animado. — Sua amiga Íris será mãe?

— Sim! Eu estou tão feliz!

— Eu também fiquei feliz quando meu irmão me deu sobrinhos, nunca achei que mimaria crianças como mimo eles. Vá se preparando.

Acabei rindo. — É, estou começando já! Boa noite!

— Boa noite! E parabéns!

— Obrigada!

Subi de volta para casa, feliz e aguardando ansiosamente para saber a reação do Castiel.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaahh! Vocês conseguem imaginar essa criança? Vai ser uma fofura que só! Estão felizes por essa novidade?

E o que acharam da história nova? A loja acabou falindo de qualquer jeito!

Espero que tenham gostado! Até mais o/



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