À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 71
Jantar de Negócios


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Demorei, mas cheguei. Acabei de terminar o capítulo. Temos duas coisas boas hoje xD

Boa leitura!



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Acordei totalmente quebrada no domingo. Sentia os pés e os músculos das pernas latejando, doloridos. Precisei reunir coragem para levantar umas três vezes, já que nas duas primeiras meu corpo até saía do colchão, mas logo voltava a se deitar. Cheguei na loja ainda sentindo os olhos pesados. Adeline veio me encontrar com um sorriso animado, apesar de também parecer dolorida.

— Heloise! Vamos fechar mais cedo hoje.

— Por quê?

— Meus pais farão um jantar de negócios com um casal hoje à noite. Não que eles tenham me explicado muito, mas pelo que entendi, eles estão planejando começar a vender joias aqui na loja... Então vão conversar sobre a possibilidade com um ourives e sua esposa que desenha as joias.

Ourives...? — Nossa, que legal. Espero que dê certo... Você sabe quem são essas pessoas?

— Não, não sei. Por quê?

— Por nada. Eu estava até pensando em mandar fazer um colar, sabe.

— Ah, sim, entendi. Enfim, minha mãe disse que vamos fechar a uma da tarde. Você vai poder descansar... Já eu, terei que ajudar nos preparativos — resmungou, desanimada, levando os braços e os ombros para frente.

— Pare de fazer corpo mole, Adeline. — Viviane se aproximou de repente, fazendo a garota se ajeitar prontamente. — Imagino que minha filha tenha dito a programação de hoje — comentou comigo.

— Sim, senhora.

— Ótimo. Você estará liberada a uma.

— Tudo bem... Senhora? — chamei, assim que ela se virou, voltando a me olhar. — Adeline comentou que a senhora e seu marido estão pensando em vender joias na loja... Poderia me dizer o nome do ourives que estão pensando em contratar? Eu queria muito mandar fazer um colar.

Viviane lançou um olhar censurado à filha, a fazendo se encolher no lugar. — É segredo, por enquanto. Não queremos que ninguém saiba, entendido? — Afirmei com um aceno de cabeça. — O nome dele é Roy Hubert... — Começou a mexer dentro do bolso do vestido, procurando algo. — Ele tem ótimos trabalhos... Aqui. — Tirou e me entregou um cartão de papel. — Ele só faz joias por encomenda.

Dei uma olhada no papel, vendo o nome e endereço escritos em uma letra elegante.

Sim, é o irmão de Jean. Perfeito.

— Tudo bem. Obrigada.

Guardei o cartão em meu próprio bolso e Viviane se afastou, nos mandando trabalhar. Fui atender o primeiro cliente, fazendo mentalmente meu plano.

Eu não sei se Jean também vai nesse jantar. Se não for, preciso convencê-lo a ir.

Felizmente a manhã passou rápido, com muitos clientes entrando e saindo e resmungos quase silenciosos que eu fazia, devido a dor nos pés. Como queria ter Íris por perto para me fazer uma massagem.

Tivemos um almoço de meia hora e, quando percebi, estava saindo da loja. Peguei o cartão do bolso e olhei o endereço. Eu não sabia onde era, mas descobriria. Conforme andava pelas ruas, ia perguntando para quem passasse ao meu lado. Alguns falavam os nomes de cada rua que eu deveria seguir, outros apenas diziam para seguir à esquerda e a esquerda novamente. Tive que caminhar mais um pouco até achar o número da casa, e logo acima da porta havia uma pequena placa que indicava que ali era joalheria dos Hubert.

Toquei a porta algumas vezes com os nós dos dedos e aguardei. Ouvi sons de chaves, e  a porta foi aberta por uma mulher, que sorriu ao me ver.

— Olá, pode entrar. — Indicou a passagem, acolhedora.

Passei por ela, dando uma olhada pelo cômodo. Era como uma pequena recepção. Bem em frente à porta, havia uma escada para o segundo andar, em frente à janela, um par de sofás escuros, separados por uma mesa de centro. Mais atrás, um balcão de vidro, disponibilizando algumas peças de mostruário das joias, com uma poltrona logo atrás.

— Quer dar uma olhada nas joias prontas ou quer um modelo único? — A mulher perguntou, sorrindo.

Eu sorri, agradecendo sua simpatia. — Na verdade, eu vim conversar com Jean. Ele está?

A mulher pareceu surpresa. — Sim, sim, ele está. Vou chamá-lo, pode se acomodar, se quiser. — Apontou para o sofá, enquanto seguia para a única porta no fim da sala.

— Claro, obrigada. — Me sentei e aguardei.

Demorou um pouco até que Jean adentrasse o cômodo, vestindo roupas largas, com manchas brancas na camisa. Ele me viu ali e primeiro pareceu surpreso, depois, preocupado. Se aproximou, se sentando no sofá da frente.

— Senhorita Dumas... Está tudo bem?

— Tudo mais do que bem, Jean. Adeline me disse que seus pais farão um jantar de negócios com seu irmão. Está sabendo, não é?

— Sim, fiquei sabendo hoje... Por quê?

— Porque é óbvio, não é? Você tem que ir.

Jean desviou o olhar para o chão, pensativo. — Meu irmão perguntou se eu gostaria de ir junto... Eu disse que pensaria.

— Que pensar o quê! Você precisa ir, precisa se mostrar para Adeline, precisa encantar os pais dela. Você disse que tentaria.

— Eu sei... A coisa na prática é mais... amedrontadora.

— Não tem porquê ter medo. É apenas um jantar. Seja você mesmo que eles vão gostar de você.

— E como tem tanta certeza? — Me olhou.

— Eu apenas sei. Assim como sei que o senhor é o homem certo para Adeline, eu sei que os pais dela gostarão do senhor. Por favor, Jean... Eu temo por ela, depois de ontem.

— Como assim?

— O conde Pierre deu um baile para procurar sua futura noiva... A família de Adeline foi e eu fui junto. Ele dançou com Adeline, conversou com ela... Você precisa agir antes que ele tente fazer algo.

Jean piscou algumas vezes, sem saber o que dizer. Encarou o chão por alguns segundos, soltou uma lufada de ar pela boca e me olhou.

— Tudo bem. Eu vou fazer meu melhor... Será que tem algo que eu possa fazer? Para agradá-los?

— Hm... Você sabe cozinhar, por acaso?

— Sei... Mas Charlotte já está preparando um pernil assado para levar.

— Adeline adora doces, principalmente torta de amora ou frutas vermelhas. Sabe fazer?

— Sei... — Um sorriso começou a surgir em seu rosto. — Posso fazer uma torta para levar.

— Isso! Tenho certeza que Adeline vai gostar, assim como Viviane, ela também gosta de tortas, já percebi isso. Só não se esqueça. Seja divertido, converse bastante... Seja você mesmo. — Me levantei e ele fez o mesmo.

— Certo... Obrigado por me ajudar.

— Eu que agradeço. — Sorri, animada, esperando que tudo desse certo. — Ah... Eu ainda não entreguei o colar para Adeline, então... Não diga nada sobre ele. Eu darei a ela no momento certo, como o último toque para que ela perceba que você é o futuro marido dela.

Suas sobrancelhas se ergueram e suas bochechas coraram. — Ah... Ok.

— Eu espero, do fundo do meu coração, que esse jantar seja magnífico. Tanto para você quanto para seu irmão e sua esposa — falei, sinceramente, começando a caminhar para a porta.

— Eu também... Obrigado mais uma vez. Não tenho como te agradecer...

— Não precisa. — Girei a maçaneta, abrindo a porta. — Vou ficar sabendo de tudo amanhã. Até mais.

— Até.

Fechei a porta atrás de mim, sorrindo para o céu azulado acima da minha cabeça. Alguns que passavam na calçada me olharam como se eu fosse louca, mas eu não liguei. Caminhei animadamente para a pensão, me perdendo algumas vezes em tantas ruas iguais. Cheguei, cumprimentei Oliver e subi, afim de dormir a tarde inteira e quando chegasse à noite, dormiria mais. Quando me virei para a próxima leva de escadas, vi Armand começando a descer, arrumando alguns papeis no bolso interno no blazer.

Ah, não... Pelo amor de Deus...

Ele me viu e, enquanto passávamos um ao lado do outro em direções opostas, sorriu.

— Boa tarde, senhorita Dumas! — falou, todo contente, sem nem parar.

— Boa tarde... — respondi, estranhando aquela atitude.

Armand desceu sem nem olhar para trás. Parei no lugar sem perceber.

Que estranho... Será que ele desistiu de vez? Resolveu fingir que nada daquilo aconteceu? Bom, de qualquer forma, isso é ótimo.

Voltei a subir. Entrei no quarto, tranquei a porta, tirei os sapatos e o vestido e me joguei na cama, suspirando profundamente. Puxei as cobertas até o queixo e fechei os olhos, feliz por poder descansar. De fato, acordei apenas para ir jantar. Depois, me dei de presente um belo banho quente, mergulhada na banheira cheia de espuma. Quando a água esfriou, sai, me sequei e coloquei meu pijama. Voltei para a cama, pensando em como seria bom se já existisse pelo menos a televisão, para que pudesse assistir algo antes de dormir.

Como não tinha, me contentei em ouvir algumas músicas mais calmas, torcendo para que a bateria durasse mais alguns dias, já que estava próxima dos dez por cento.

Eu não estava mais com tanto sono, porém, mesmo assim, dormi pesadamente, acordando só de manhã, pouco antes do despertador tocar. Me troquei enquanto dançava e cantava, esperançosa e ansiosa para ouvir o que Adeline teria para dizer sobre o jantar.


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Notas finais do capítulo

E aí, vocês acham que o jantar foi bom ou ruim?

E esse Armand, hein? Resolveu parar de passar vergonha? sahsaush

Nos vemos no sábado o/



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