À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 67
Gripe Falsa


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!

Heloise está feliz por ter ajudado mais algumas pessoas, mas o trabalho ainda não acabou. Parece que a cada coisa resolvida, mais outras aparecem shaush

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760597/chapter/67

Despertei com batidas na porta e me sentei de forma automática, olhando a hora no celular. Me assustei ao ver que eram nove e meia. Joguei as cobertas para o lado e fui até a porta, a abrindo e dando de cara com Adeline.

— Heloise? Você está bem? — Ela perguntou surpresa com a minha aparição brusca.

Droga, eu dormi demais! — Eu...

— Ah, não! Você está doente, não está? Eu te passei gripe! — Levou as mãos ao rosto, se sentindo culpada. — Eu sinto muito! Bem que minha mãe falou que você não devia estar bem...

— Ade...

— Não, chega de falar. Vá para a cama agora! — Me empurrou até a cama, me fazendo sentar. — Não precisa se preocupar, pode ficar descansando. Eu sei que minha mãe não vai se importar em te dar o dia de folga. — Puxou as cobertas, cobrindo minhas pernas. — Eu vou pedir na recepção que te tragam algum chá e algo para comer, não pode ficar com o estômago vazio, hein?

Bom, terei que entrar na brincadeira. Não estava afim de ir trabalhar mesmo.

— Ok, mamãe. — Me deitei e ela me cobriu mais.

Adeline riu. — Depois nos falamos. Descanse bastante.

— Pode deixar. Obrigada.

— Por nada.

Ela caminhou para fora e fechou a porta. Suspirei, fechando os olhos e adormeci novamente depois de um tempo. Novamente, acordei com toques na porta.

— Entra! — anunciei, me sentando na cama. Demorou alguns segundos até que a porta se abrisse e mostrasse uma Denise com uma bandeja nas mãos.

— Oi, você está melhor? — Ela sorriu docemente, fechando a porta com o quadril. — Sua amiga disse a Oliver que você estava gripada. — Se aproximou.

— Na realidade eu não estou gripada, ela que achou que eu estava. Mas eu tirei proveito da situação porque não estava afim de trabalhar... Não conta para ninguém, viu?

Denise deu risada, deixando a bandeja na cama. — Pode deixar. Minha vontade é fingir estar doente todos os dias para conseguir umas folgas.

Sorri. — Nem sempre dá, infelizmente... O que você trouxe aí?

— Ah, trouxe seu almoço. Eu sei que você come de tudo, então peguei um pouco de cada coisa e um suco de frutas vermelhas. Pensei em te trazer um chá mais tarde, mas já que não está doente...

— É, não precisa se preocupar. Obrigada por trazer, você é um amor.

— Não há de quê!

Denise ficou conversando comigo até que eu terminasse de comer. Depois foi embora, levando a bandeja e fechando a porta atrás de si.

Levantei, me espreguiçando. Fiquei até surpresa por ter dormido tanto. Fiquei o resto da tarde deitada, ouvindo música. Um pouco depois das quatro da tarde, novamente, bateram na porta e anunciei para que entrassem, desligando a música, escondendo o aparelho e os fones debaixo da coberta.

Adeline adentrou o quarto rapidamente.

— Como está? Se sente melhor? — Ela questionou, vindo se sentar ao meu lado.

— Sim, estou me sentindo melhor. Obrigada por se preocupar. Sua mãe disse algo?

— Não, ela achou melhor que você ficasse descansando.

— Eu já estou melhor. Amanhã mesmo já posso voltar a trabalhar.

— Ah, que bom... Um cliente veio te procurar, agora à tarde.

— Quem?

— Eu não sei seu nome. Ele disse que... você já o atendeu algumas vezes e que queria conversar com você sobre algum assunto pendente.

Jean? — Era um homem de cabelos curtos e castanhos? Olhos verdes escuros?

— Sim, ele mesmo... — Adeline me olhava como uma criança curiosa, à espera de mais detalhes sobre o fato. Sorri, pensando em como abortar o tema com ela.

— O que você achou dele?

— C-como assim? — Se espantou, já ficando com as bochechas vermelhas.

— Achou ele bonito? Educado?

— Por que está perguntando isso?

— Eu só fiquei curiosa, ora... O senhor Hubert é um homem muito educado e gentil.

— E há quanto tempo você o conhece?

— O suficiente para saber essas qualidades. Todas as vezes que ele foi à loja, sempre foi muito aberto com as minhas sugestões.

— Hm... E você diz isso por causa da sua pequena “habilidade” de saber se um homem é bom ou ruim?

— Digamos que sim. Meu instinto é muito bom.

— Mas... por que está falando assim dele?

— Ah... não sei. Apenas quis saber sua opinião sobre ele. Eu... até acho que vocês dois fariam um casal bonito.

Adeline levou a mão até o colo, inquieta. — D-depois do que aconteceu com o senhor Fabre, eu não quero me envolver com homens sem antes conhecer até seus antecedentes.

Como eu suspeitava...

— Mesmo que eu diga se ele é um homem bom ou não?

Ela desviou o olhar, considerando. — Sua opinião certamente vale muito, mas eu teria que ver com meus próprios olhos. Prometi a mim mesma que não cederia aos encantos de qualquer um.

Não complica as coisas para mim, menina! Tudo bem, errada você não está, mas poderia confiar mais na minha palavra depois do que aconteceu.

— Eu entendo. E se... eu me aproximasse dele e tentasse descobrir mais coisas?

— Não estou entendendo onde você quer chegar... Por que quer tanto que eu o conheça?

— Foi o que eu falei, acho que vocês fariam um casal bonito. E... eu acho que você merece alguém que seja bom. Eu quero me certificar de que você tenha alguém especial ao seu lado antes de ir embora.

— Como assim...? — Adeline se virou, sentando de frente para mim, mais atenta. — Antes de ir embora?

— Em algum momento eu preciso voltar para casa... Mais precisamente antes do dia vinte.

— Como você me dá uma notícia dessa assim, de repente?! — exclamou, levando as mãos até a cabeça.

— Ah... Desculpe? — Fiquei surpresa e um pouco confusa com sua reação.

— Hoje já é dia dez, Heloise! Você nunca disse quando teria que ir embora e de repente tem uma data certa!

— Eu sempre tive a data certa, eu só... não lembrei de dizer. Sinto muito.

Adeline encarou suas próprias mãos em seu colo. — Eu sei que alguma hora você teria que voltar... Mas não achei que fosse tão já.

— Bom... logo fará um mês que eu estou aqui. O tempo passou muito rápido.

— Realmente. — Me olhou com um semblante triste.

— Não fique triste agora, ainda temos tempo para aproveitar.

Ela afirmou com um aceno de cabeça. — Sim, tem razão. Melhor eu voltar para casa... Nos vemos amanhã?

— Sim. Até amanhã. — Lhe dei um sorriso reconfortante.

— Até. — Sorriu de volta, não tão animado e andou em direção à porta, saindo em seguida.

Não pensei que ela fosse ficar triste assim... Não quero nem pensar no dia que terei que ir... Não só por ela como por todos e... por mim mesma.

Após jantar, acabei dormindo mais tarde do que o habitual. Acordei antes do despertador tocar e me troquei, sentindo uma euforia crescer, já que não fiz nada no dia anterior. Tomei café rapidamente e fui para a loja um pouco mais cedo, começando o dia de bom-humor. Adeline também estava mais animada e sua mãe pareceu aliviada por estar bem, ou será que estava aliviada por eu ter ido trabalhar?

No meio da manhã, vi alguém conhecido entrando na loja e corri até ele.

— Jean!

— Senhorita Dumas... — Ele sorriu e eu parei em sua frente. — Está se sentindo melhor hoje?

— Estou sim, obrigada. Adeline me contou que o senhor veio ontem me procurar.

— Ah, sim... — Deu um riso envergonhado. — Então... conversou com ela?

— Não tanto quanto gostaria, mas comecei a tocar no assunto e...

— Bom dia. — Ouvimos a voz de Adeline parando ao nosso lado, de repente.

— Bom dia, senhorita. — Jean fez uma reverência.

Encarei a garota, questionando com o olhar sobre o que ela estava fazendo ali.

— Senhor...? — Adeline o observou, deixando as mãos nas costas. — Ainda não nos apresentamos devidamente.

— Hubert. Jean Hubert. Muito prazer.

— Igualmente. — Sorriu docemente.

De onde saiu toda essa atitude nesse pedacinho de mulher?

— Não tente roubar meu cliente, senhorita Legrand — falei com tom de brincadeira, indicando para Jean ir na frente.

— Apenas quis me certificar de que estava tudo bem.

Toquei o braço de Jean, apenas para indicar por onde ir. Quando estávamos longe o suficiente de Adeline, paramos.

— Então... Eu consegui falar com ela ontem, e pelo jeito terei que ter ajuda do senhor.

— Como assim?

— Bom... Aconteceram algumas coisas que... fizeram-na se fechar para homens. Ela foi decepcionada e... A partir de agora não vai se deixar levar com tanta facilidade, ou seja...

— Eu terei que conquistar sua confiança?

— Basicamente é isso. Ela leva minha palavra muito a sério. Se eu disser que aprovo, ela também aprova. Não que eu não tenha falado bem do senhor, mas vamos precisar mais do que palavras para conquistá-la.

Ele balançou a cabeça, pensativo. — Eu entendo. Espero conseguir conquistar sua confiança.

— Eu sei que vai. Aliás, nós vamos.

Jean sorriu e, após outras palavras, foi embora.

Bom... agora preciso pensar em como Jean pode demonstrar suas qualidades... com Adeline junto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Genteeeee! Chegamos a 4K de visualizações! Que incrível! Obrigada por todos que fazem parte desse número! Queria muito que a história tivesse mais comentários (para saber de tudo o que vocês estão achando), mas fico feliz do mesmo jeito.

Aliás, quem quiser aparecer, fica à vontade. Eu juro que respondo todos com o maior carinho.

Obrigada a todos vocês, seus lindos! Espero que estejam gostando mesmo da história.

Até mais o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "À Procura de Adeline Legrand" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.