À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
Oi, pessoas!
Desculpe por não ter postado quarta-feira, foi meu aniversário e eu esqueci da internet xD
Quando estava pensando no título desse capítulo, realmente percebi que a Lolo é praticamente uma coach de relacionamentos mesmo, então melhor título não tem. Ou tem, eu é que sou péssima pra escolher título.
Enfim, temos um aviso lá em baixo.
Boa leitura!
— A senhorita está bem? — Jean perguntou, preocupado.
Se controle, Heloise, ou ele achará que você é uma louca varrida!
Respirei fundo e soltei o ar devagar. — Desculpe, eu... Achei... Que o senhor fosse um antigo conhecido meu, mas acabei de perceber que não é. Ele se chamava... Jan Hubirt — inventei na hora, me arrependendo no mesmo segundo, me segurando para não bater em minha própria testa.
— Ah... Que nome diferente.
Pelo menos ele acreditou. — Sim, sim. Então, senhor Hubert... — O que eu faço agora? Ai, Deus! — Eu... realmente preciso conversar com o senhor mais tarde.
— Como assim? — Pareceu confuso.
— Agora que... eu sei que o senhor vai embora, eu não tenho outra opção a não ser falar... Por favor, podemos nos encontrar as quatro horas?
Jean considerou. — Eu não sei... Preciso arrumar minhas malas... Do que a senhorita precisa falar?
— É algo muito importante. Não posso falar aqui. Por favor? — Fiz minha melhor carinha de cachorro perdido, cruzando os dedos das mãos debaixo do queixo.
Ele suspirou rapidamente. — Tudo bem... Onde nos encontramos?
Isso! — Que tal na padaria Riviere? Podemos tomar um chá enquanto conversamos.
— Ok. Estarei lá as quatro. — Deu um sorriso meio confuso. — Até mais tarde.
— Até.
O observei sair da loja e quase dei pulinhos de felicidade.
Ótimo, mais uma etapa concluída. O encontrei, agora preciso convencê-lo a ficar aqui e conquistar Adeline. Espero que ele não seja muito difícil de convencer...
— Heloise? — Viviane chamou e eu me virei. — O que é isso? — Apontou para minhas mãos.
Droga... Eu digo o que é? Mas e se... eu usar esse colar em um momento mais oportuno? Talvez consiga fazer Adeline se apaixonar aos poucos por Jean, e no momento certo, posso entregar este colar...
— Eu fiz uma encomenda e o rapaz veio me entregar... Desculpe, prometo que não se repetirá. Já vou guardá-los.
— Tudo bem, vá rápido.
Corri para os fundos da loja e guardei as caixas dentro da cesta e voltei à loja, saltitante. A tarde seguiu rápido, e quando percebi, estava saindo com a cesta na mão, indo diretamente para a padaria.
De longe, vi Hubert sentado de costas em uma mesa para dois, na varanda da loja.
— Olá, senhor Hubert — cumprimentei, me sentando e deixando a cesta no chão ao lado da cadeira.
— Olá, senhorita Dumas. — Ele ainda parecia confuso, talvez se perguntando por que estava ali.
— Heloise? — Castiel surgiu de repente, trazendo os cardápios. — Que milagre... Boa tarde — disse a Jean e entregou os papeis a nós.
— Boa tarde.
— Milagres acontecem, às vezes. — Recusei o menu. — Traga o de sempre, por favor.
— E o que é o de sempre? — Colocou a mão na cintura, usando seu típico tom irônico. — Você veio aqui uma vez.
— Eu sempre quis dizer isso, não estraga minha diversão, seu chato... Quero muffins de canela e chá branco.
Ele concordou. — E o senhor?
Jean analisou as opções. — Brioches e café. — Devolveu o cardápio.
— Já trago. — Segurou o riso para mim e saiu.
— Então... — começou Jean. — Eu realmente estou curioso para saber sobre o que a senhorita quer conversar.
Como eu ia falar aquelas coisas sem parecer maluca? Olha, futuramente você vai casar com Adeline, ela te ama, só não sabe disso ainda.
— Bom... O que o senhor acha de Adeline?
— Perdão?
— O senhor já tinha visto ela? Antes.
— Sim... — Notei suas bochechas corando levemente.
— A primeira vez que vi o senhor e seu irmão na loja, era Adeline que os atendia, e eu notei que vocês não estavam exatamente prestando atenção no que ela dizia. Estavam apenas admirando ela falar sem parar.
A vermelhidão aumentou. Abriu a boca, mas a fechou, sem conseguir falar.
— Não estou dizendo que fez algo ruim. Foi até fofo, na verdade... Então quer dizer que a acha bonita?
Jean pigarreou. — Claro, ela é... como um anjo.
Sorri, achando sua reação muito fofa. — O que mais?
— Ela... é muito doce. Já tinha ido uma vez na loja com minha mãe e fomos atendidas por ela... Ela é sempre muito atenciosa, graciosa e... — Parou, percebendo que tinha se deixado levar e encarou a mesa, envergonhado.
— O senhor sente algo por ela?
— Eu... não sei.
— O senhor não acha que deveria tentar?
— Tentar o quê? — Me olhou.
Castiel voltou com uma bandeja, deixando nossos lanches e bebidas na mesa, saindo sem dizer nada.
— Ora, tentar conquistá-la. O senhor sente sim algo por ela, só não conhece a dimensão desse sentimento... E mesmo assim, vai embora sem tentar dizer a ela como se sente.
Jean rasgou seu brioche. — Ela é... tão bonita, e com certeza está cheia de pretendentes à altura. Eu não sou um homem de grandes dotes, minha família não possui fortunas... O que eu poderia dar a ela?
— O senhor poderia dar a ela a principal coisa que toda mulher sonha.
— O quê?
— Amor, atenção... Um marido que realmente a ame e a incentive a fazer as coisas que a deixam feliz. Não é necessário dinheiro para isso.
— Mas isso não é suficiente. Do que adianta ter amor, se eu não puder lhe dar uma casa segura? Uma família protegida?
— E você não pode dar isso a ela? — Dei uma mordida em meu muffin.
— Posso, mas... Eu sei que ela não teria o mesmo luxo que tem com seus pais, ou poderia ter com um marido rico.
— Jean, preste atenção no que eu digo. Nós, mulheres, queremos principalmente um amor, que seja fiel e prestativo para nós, uma casa luxuosa é como um bônus, não é necessário, é só uma coisa a mais. E além do mais, tanto você como ela trabalham.
— O quê? Eu não posso deixar minha esposa trabalhar. É minha função prover a casa para que nada falte a ela.
— E se ela quiser continuar trabalhando, vai impedir?
Ele piscou, hesitante. — Não, mas...
— Onde eu moro, quando um casal começa a morar junto, ambos querem trabalhar e dividir as contas. Sabe por quê? — Ele negou. — Para que ninguém fique sobrecarregado, tanto física como psicologicamente. Imagina se apenas você trabalha para sustentar a casa, mas ganha pouco e corre o risco de perder tudo... Como esse casamento vai ficar? Você vai ficar frustrado porque não “fez o suficiente” e ela não saberá o que fazer para tentar melhorar as coisas, e é a partir daí que começa o estresse, as brigas, e muitas vezes, um divórcio.
Jean encarou sua xícara, pensativo.
— Percebe que se dois trabalham, não há risco de isso acontecer? Não é só o homem que quer se sentir ativo, mulheres também têm necessidade de ser ativas, mesmo trabalhando fora. Isso gera harmonia. Os dois se sentem satisfeitos por dar seu melhor para garantir a fartura dentro da casa.
— Acho que você tem razão... Meus pais são assim... Minha mãe sempre trabalhou, mas devido a alguns problemas de saúde teve que parar. Eu sinto que ela fica frustrada por ficar em casa...
— Está vendo? Você tem exemplos em todos lugares, basta prestar atenção. Eu sei que Adeline ama trabalhar na loja dos pais e não acho que ela abriria mão disso.
— Realmente acha que ela... teria algum interesse em mim?
— Claro que sim! O senhor é tão atencioso e fofo. Eu sei que ela se interessaria. O que ela precisa é desviar o foco para outras coisas.
— Como assim?
— Bom, havia um homem que mostrou interesse nela, e ela nele, só que recentemente, eu conheci esse homem e descobri que ele ama outra moça que não pode ter. Eu só posso dizer que dei meu jeito, e agora eles estão começando a se conhecer melhor. E eu fiz isso justamente porque sabia que aquele homem não era o rapaz certo para Adeline, e eu sinto que o senhor é.
— Eu sou o homem certo para ela? — questionou, surpreso.
— Sim, eu sinto isso.
— Como?
— Ah... não sei. Eu sempre tive uma intuição muito boa para relacionamentos. Sabe aquele garçom que nos atendeu? — Jean afirmou. — O nome dele é Castiel, somos amigos há pouco tempo, mas desde que o conheci, e conheci uma moça que trabalha na pensão onde estou hospedada, sabia que eles teriam alguma coisa.
— E eles se conhecem?
— Sim, são amigos desde a infância. Na realidade, seus pais sempre foram muito amigos, então eles cresceram juntos. Só que eu senti algo diferente e fui pesquisando de um lado, pesquisando do outro, e descobri que eles sentiam algo um pelo outro, só nunca falaram nada.
— E o que fez?
— Ajudei para que eles ficassem juntos. Aliás, estão noivos.
Jean fez uma cara de quem não acreditava muito.
— Não acredita? — Olhei ao redor, vendo Castiel na hora certa. — Castiel! — Ele olhou em nossa direção e se aproximou. — Como estão os preparativos para o casamento?
— Bem, eu acho. Não sou eu que estou cuidando, como deve imaginar. Por quê?
— É que meu amigo aqui não acredita que sou boa para juntar casais.
Castiel riu. — Olha, até eu preciso admitir que Heloise realmente é boa nisso. Está precisando de uma ajuda, por acaso?
Jean corou de novo. — Talvez.
— Não ignore o que ela diz. Eu fiz isso e quase me ferrei.
Parecia até que foi combinado. Valeu, Castiel!
Balancei a cabeça para ele, com um sorriso de agradecimento, e ele se afastou.
— Viu só?
— Tudo bem. — Jean colocou um pedaço de brioche na boca. — Vou ouvir seus conselhos.
Dei meu melhor sorriso de vendedora simpática. — Ótimo! Não se preocupe, vamos fazer tudo no seu tempo. Agora, só precisa ficar aqui na cidade por mais tempo, consegue?
Ele suspirou. — Sim, consigo. Mas terei que levar minha mãe para casa.
— Sem problemas. Nesse meio tempo, vou conversando com Adeline.
Ergui minha xícara de chá em direção a ele e, um pouco receoso, Jean tocou sua xícara com a minha em um brinde.
Mais uma etapa concluída!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Essa Lolo tá fazendo de tudo mesmo, hein? shauhsuas
O que acharam desse capítulo?
Sobre o aviso: Viajarei e só voltarei domingo que vem, ou seja, sem capítulos nessa semana. Se eu conseguir escrever antes de ir, posto o capítulo de quarta na segunda, mas não prometo nada.
Espero que tenham gostado e até mais o/