À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 53
Pub


Notas iniciais do capítulo

Olá, povo!

Estou um pouco atrasada, eu sei, mas estou aqui. Não tive tempo de escrever e acabei agorinha.

Capítulo fresquinho para vocês.

Boa leitura!



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Cheguei na loja dos Legrand na manhã de quinta-feira, já procurando por Adeline. Assim que a encontrei, fiz as mesmas perguntas de sempre, se ela tinha recebido alguma carta, e ela respondeu que não, não tinha recebido. Eu a encarava fixamente, tentando extrair algo através da pressão, porém, ela não deixava transparecer absolutamente nada.

Essa garota está começando a me tirar do sério. Mas tudo bem. Quando eu souber o que fazer, ela verá no que estava se metendo, e eu, com um sorriso orgulhoso no rosto, poderei dizer “eu avisei”.

No período da tarde, assim que deixei uma cliente no caixa, avistei Adeline atendendo alguém conhecido. Um pouco depois, ele me viu e veio em minha direção, sozinho.

— Boa tarde, Heloise. — Armand falou, sorrindo. — Como está?

— Muito bem, e você? Resolveu vir conhecer a loja?

— Sim, já que você trabalha por aqui, decidi dar uma olhada nas roupas. Gostei de algumas, inclusive. — Indicou o braço, com algumas peças.

— Nossa, que ótimo, fico feliz. — Sorri, contente por trazer mais um cliente para o lado Legrand da força.

Ele riu. — É... Hoje o dia foi realmente puxado... Será que... gostaria de me acompanhar em uma saída para alguma bebida, mais tarde?

Como sempre, fiquei surpresa com um convite vindo dele.

— Ah... acho que não teria problema. Claro.

— Que tal as seis?

— Está bem. As seis, na recepção.

— Combinado. Até mais tarde.

— Até.

Armand saiu andando para o caixa, e eu fiquei ali, encarando suas costas, pensativa.

Será que ele está... É bem provável... E agora? Como falarei para ele que eu...

— Heloise? — Viviane me chamou e eu me virei na hora. — Pare de divagar, tem mais cliente entrando na loja. Vai, vai — apressou e eu sai andando.

O resto da tarde passou e voltei para a pensão. Fiz meu lanche da tarde, voltei ao quarto e troquei de vestido. Um pouco antes das seis, desci e esperei Armand na recepção.

— Vai sair com Nathaniel? — Oliver perguntou com um sorrisinho.

— Hoje não. Vou tomar uma bebida com o senhor Hubert. Acho que ele... precisa conversar.

— É mesmo? — Ficou curioso. — Ele está mal?

— Acho que apenas cansado do dia a dia. Todos nós precisamos desabafar dos problemas do cotidiano, não é?

— Sim, com certeza.

Armand chegou ali e nos viu.

— Boa noite.

— Boa noite, senhor Hubert — disse Oliver. — Divirtam-se.

— Obrigada. — Sorri para ele antes de sairmos para a rua.

Começamos a caminhar lado a lado.

— Então... Onde iremos? — questionei.

— Esses dias conheci um ótimo bistrô e gostaria de mostrá-lo. Ele possui um clima muito agradável. Acredito que gostará.

— Tudo bem — concordei, animada.

Começamos a conversar sobre o dia enquanto andávamos. Armand guiou o caminho, tomando parte do caminho que levava àquele parque onde encontrei Alexander, mas viramos à direita antes de chegar até lá. De repente, notei uma figura alta caminhando distraidamente e o segui com o olhar, notando que ele entrara em um pub aparentemente movimentado.

Raciocinando, percebi que aquela era minha chance de saber como ele se comportava longe de Adeline, e se realmente era quem dizia ser ou quem eu suspeitava dele ser.

— Armand... — falei, de repente. — Seria estranho se eu dissesse que gostaria de entrar em um pub?

— Um pub...? — Estranhou. — Por quê?

O olhei. — Curiosidade... Eu sempre quis conhecer um e tomar algumas bebidas típicas.

— Gosta de bebidas alcoólicas, fora vinho? — Uma sobrancelha dele se ergueu.

— Hm... Não muito, mas se não tiver outra coisa para tomar, eu tomo.

Ele considerou a ideia. — Mas... sabe que nesses lugares, as poucas mulheres que frequentam são...

— Prostitutas? Sim, eu sei. Mas estou com você, não estou?

— Claro... Bom, se realmente quer, acho que podemos ir. Caso não goste, podemos ir embora a qualquer momento.

— Ótimo!

Sem esperar que ele indicasse algum estabelecimento, fui direto para o lugar onde vi Armin entrar. Apenas esperei para que Armand entrasse primeiro, e eu o segui.

O lugar era um típico bar. Com um salão grande, cheio de mesas redondas, um balcão de bebidas enorme com suas banquetas e escadas grandes que levavam ao segundo andar, provavelmente onde ocorria o serviço secundário do lugar.

Alguns homens que estavam sentados às mesas próximos da entrada nos observaram, com caretas estranhas. Armand pareceu incomodado.

— Tem certeza de que quer ficar aqui? Não me agrada nem um pouco esses olhares sobre a senhorita.

— Não me importo com os olhares, não estou fazendo nada demais. — Olhei ao redor, ignorando os curiosos e me concentrando em achar meu alvo.

Mais próximo do bar, vi Armin em uma mesa cheia com outros homens, começando um jogo de cartas. Haviam algumas moças sentadas nos colos de alguns homens, e uma ou outra de pé atrás das cadeiras, acompanhando o jogo.

Antes que Armand pegasse uma mesa, fui em direção a uma vazia, quase perto da mesa do jogo. Me sentei no lugar onde conseguiria ver Armin quase de frente, e Armand sentou ao meu lado esquerdo, o que foi perfeito, pois poderia ficar de olho nos dois. Uma moça aparentemente jovem se aproximou e perguntou o que iríamos beber. Armand pediu um conhaque, e eu pedi uma cerveja, recebendo olhares estranhos dos dois, apesar de disfarçarem.

— Estive pensando esses dias, senhorita... Quer dizer, Heloise. — Armand deu um sorriso sem jeito. — E me toquei de que sei pouco sobre você.

— Hm... É verdade. O que gostaria de saber?

Nossas bebidas foram entregues.

— Não sei... Que tal me falar sobre sua família? Quando nos conhecemos, disse que não morava aqui.

— Sim... Eu... — Dei um gole da cerveja, para ter mais tempo de pensar. — Moro no interior com meus pais.

— Eu fiquei curioso... Se me permite... Eles permitem que você viaje sozinha?

— Sim. Eles sempre me apoiaram em descobrir o mundo. — Dei mais um gole. Até que a bebida era boa. — Como eu sempre gostei de viajar, eles sabiam que não adiantaria me prender dentro de casa, e de qualquer forma, tanto minha mãe quanto pai gostam da liberdade que viajar proporciona.

Ele parecia surpreso. — Entendo... Seus pais são bem liberais, pelo jeito.

— De certa forma, sim, são.

Continuamos conversando sobre família. Ele me contou sobre sua infância, no campo, e eu também, tentando contextualizar com a época, claro. Como o conhaque dele acabou, também pediu cerveja, assim como eu pedi a segunda.

Enquanto eu fingia prestar atenção no que ele dizia, dei uma olhada para Armin, que agora, estava berrando e jogando as cartas na mesa, feliz da vida. Provavelmente tinha ganho a rodada. Vi uma jovem se aproximar dele e lhe dizer algo, e ele afirmou com um sorriso. Um tempo depois, ela lhe trouxe uma cerveja.

Claro que minha percepção não falhou. Mesmo quando ela se afastou, notei seu olhar sobre ele, de longe. Certamente ela tinha algum interesse, só não sabia se era somente por seu trabalho ou algo a mais.

Então, me toquei de uma coisa. Armin estava rodeado por lindas mulheres que usavam seus corpos como forma de ganhar a vida. Muitas delas se insinuavam e ele retribuía o interesse com olhares instigantes, não diferente dos outros homens.

Como será que Adeline reagiria se soubesse que seu admirador não-mais-secreto provavelmente paga por sexo?

Só que... se eu falasse, talvez ela não acreditasse. Eu teria que ter alguma prova. Que saco, porque não existe celular? Seria tão fácil tirar uma foto da cena e mandar para ela... E se... eu tivesse alguma ajuda? Aquela moça que está de olho nele talvez pudesse me informar sobre algumas coisas...

— E então eu a ajudei a recolher todas as frutas e as vendemos no mesmo dia — dizia Armand, parecendo meio alterado pela bebida.

— Uau, que legal você ter ajudado. — Tomei o restante da cerveja. — Pode me dar licença um minuto? Irei ao toilette.

— Claro, claro.

Me levantei, me sentindo mais corajosa do que o normal, provavelmente pelo nível de álcool em meu sangue, e segui em direção a jovem, que estava encostada no balcão.

— Com licença? — Fiquei ao seu lado.

— Olá. — Seus olhos azuis me fitaram, surpresos.

— Olha, eu sei que é completamente antiético eu perguntar alguma coisa sobre... os clientes daqui. Mas será que a senhorita poderia apenas me dizer sobre a frequência de presença de um deles?

Sua boca se abriu levemente, sem saber o que responder. — Eu... não sei se posso.

Fiz um bico, pensando. Me sentei no banco ao lado dela e observei a cena do jogo.

— Eu percebi seus olhares em Armin.

Ela se virou para mim de forma assustada, com os olhos arregalados. — O-o quê?

Segurei um riso, percebendo que acertei em cheio seu ponto fraco. — Foi o que eu disse. Eu percebi... Sente algo por ele?

Suas bochechas avermelharam rapidamente e desviou o olhar. — Não lhe devo satisfação.

Suspirei, tentando pensar em acelerar aquele processo.

— Escuta, tudo bem. Me perdoe por isso. Eu realmente preciso de ajuda. Realmente a senhorita não me deve satisfação, mas... A vida de uma amiga está em jogo.

A garota cruzou os braços e me olhou de canto de olho. — Como assim?

Espero que ir pelo emocional funcione melhor com ela do que com Castiel.


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Notas finais do capítulo

Será que Heloise vai conseguir a ajuda que precisa com essa moça?

Veremos no próximo capítulo ;D

Até mais o/



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