À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 36
Apelando para o Sentimento


Notas iniciais do capítulo

Oláá, xuxus! Vão bem?

Ansiosos para saber o que a Lolo vai fazer?

Acontecerá uma coisa que vão pegar todos de surpresa!

Boa leitura!



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Já atravessei a rua e andei reto, em poucos segundos, cheguei onde queria. Entrei na padaria, procurando pelo Riviere mais novo, porém, ele não estava ali.

— Heloise...? — Neville parou em minha frente, sem eu ter percebido. — Quando retornou?

— Ah... Ontem à noite. — Continuei procurando, e como não o achei, encarei Neville. — Sabe onde Castiel está?

Ele estranhou minha pergunta. — Ele está na pausa dele... Imagino que esteja em casa.

— Posso ir até lá?

— Eu... acho que sim.

— Obrigada! — Saí andando para o corredor que dava para as escadas da entrada.

Subi e dei batidas na porta com os nós dos dedos. Segundos depois, a porta foi aberta e me deparei com Castiel mastigando alguma coisa.

— Heloise...? — falou de boca cheia.

Entrei sem um convite. — Precisamos conversar, Castiel.

Ele paralisou com a mão na maçaneta e engoliu. — Mal chegou e já me vem com isso?

— Pois é, também estou surpresa.

Castiel fechou a porta e voltou ao seu lugar na mesa, onde estava tomando café da manhã. — Depois disso preciso convidar para se sentar? — Indicou a cadeira ao seu lado.

— Não. — Me sentei de frente para ele, enquanto tomava café em uma xícara. — Denise vai se casar.

Ele quase cuspiu a bebida e tossiu, voltando a xícara na mesa e me encarou. — Como é?

— É isso mesmo. Denise vai se casar com um mané formal, você precisa fazer alguma coisa.

Castiel disfarçou sua surpresa, fazendo sua cara de sarcasmo habitual. — E o que você quer que eu faça?

— Como assim? Não é óbvio? Você que tem que se casar com ela.

— Quê?! Você deixou sua cabeça na casa de sua amiga, por acaso?

— Castiel, isso não é hora para tentar fingir que não ficou preocupado. Você tem noção do que vai acontecer a Denise?

Ele se virou, voltando a morder seu sanduiche.

— Ela estava me contando que seus pais estão começando a falar do assunto, já que surgiu um primo distante deles que estão querendo casar o filho com Denise, e pelo que ela disse, ele é daqueles caras certinhos, que não fazem nada de errado, que está sempre com o cabelo impecável... Isso não é o que Denise quer para a vida dela.

— E de novo, o que você quer que eu faça? Por que tenho alguma coisa a ver com essa história?

— Você se vê casando algum dia?

— Não.

— Por que não?

— Porque não. Não me vejo casando, tendo filhos, tendo uma vida padrão, como todos os casais que eu conheço. Não quero isso para mim.

— E quem disse que será uma vida padrão? Você não tem uma personalidade padrão, e muito menos Denise... Lembra do baile? Como vocês dois estavam rindo, falando besteiras? Realmente acha que você teria uma vida padrão se casando com ela?

— Eu não estou entendendo o porquê você quer tanto dar uma de cupido. Você acabou de chegar aqui e acha que já é amiga dela?

Como é? — Claro que eu sou, o tempo que estou aqui não importa.

— Importa sim, você está agindo como se conhecesse todo mundo há anos, coisa que não é a realidade.

— Pelo menos eu me preocupo com o sofrimento de Denise, diferente de algumas pessoas que se dizem próximas. Os pais dela não querem saber se ela vai gostar do casamento ou não, só querem que ela se case logo pois está “velha” demais, e se não casar com o único que apareceu, não terá mais chance nenhuma. Ela vai sofrer casando ou não, mas com certeza vai sofrer mais se casando com um estranho que não ama... Me diz, está feliz pelo casamento de sua irmã?

A essa altura, ele estava de braços cruzados, olhando pela sala. — Claro que estou.

— Você está feliz porque sabe que ela está feliz, que Oliver é um ótimo rapaz, e sabe que eles se gostam, sabe que o casamento deles será bom. O que não é o caso da irmã do seu futuro cunhado. Até Oliver parece estar triste com a notícia.

Castiel não me olhou, continuou em silêncio.

Suspirei. — Está bem, eu pelo menos tentei. Estou vendo que não vai adiantar continuar falando... Então só posso lhe dizer para dar adeus a Denise e aos momentos que teve com ela, já que nunca mais poderá encher o saco dela com brincadeiras, afinal, o marido provavelmente não aceitará tal intimidade... E também porque nunca mais a verá.

— Por que eu nunca mais a veria? — questionou na defensiva.

— Ora, já que ela vai se casar, certamente terá que se mudar da pensão, e pelo que soube, o homem mora longe. Duvido um pouco que ela virá sempre para visitar a família, e mesmo que venha, será apenas para ver a família — ressaltei a palavra. — Será cada vez mais difícil vê-la... Irá se casar, um dia terá filhos... E assim passará o resto da vida com sua própria família.

Levantei da cadeira, sem que o moreno me olhasse uma única vez. Me direcionei até a porta e a abri.

— Sabe de uma coisa? — Parei e o olhei. — Denise disse que quando viu René não conseguiu não compará-lo a você. — Castiel me encarou. Finalmente. — Será que consegue adivinhar por quê?

Castiel não parecia pretender responder, então saí, fechando a porta, esperando que a minha última frase fizesse o efeito que eu queria. Saí da padaria e voltei a rua, ainda um pouco nervosa pela atitude evasiva do outro. Virei para poder voltar a pensão e esbarrei em alguém.

— Me perdoe — dissemos juntas e nos olhamos, nos segurando no lugar.

Paralisei observando aquele rosto delicado, aqueles cabelos ruivos...

— A senhorita está bem? — Ela perguntou, preocupada. — Te machuquei? Eu realmente não estava prestando atenção para onde ia. — Deu um sorrisinho, com seus lábios finos. — Sou muito desastrada, me perdoe, de verdade.

Meu santo Deus... Achei Adeline... e ela parece um anjo.

— É... — Fiquei sem saber o que dizer e pigarreei. — Me perdoe, é que... a senhorita é... parecida com uma amiga — inventei na hora. — Eu também sou desastrada, então estamos quites... — Dei um sorriso e ela riu. — Sou Heloise Dumas, muito prazer. — Já puxei papo.

— Prazer, me chamo Adeline Legrand. — Fez uma breve reverência, puxando a saia de seu vestido, e eu fiz o mesmo.

— Ah... — Vai, Heloise, não a deixe escapar agora! — É... Sabe, eu estava procurando uma loja de roupas... Sou praticamente nova por aqui e...

— Loja de roupas? — disse, me interrompendo, toda animada. — Meus pais têm uma loja de roupas! Há vestidos lindíssimos lá, por que não vem comigo?

Uau... não esperava que ela fosse tão espontânea assim. — Claro, vamos lá.

Adeline começou a andar e eu a acompanhei.

— Eu trabalho como atendente na loja, então sei de tudo sobre vestidos, o que pode e o que não pode cair bem em você, só de olhar.

— Uau... Deve entender bastante sobre, então.

— Sim. Eu gostaria muito de trabalhar com moda, estudar sobre... Mas não é tão simples assim.

— Por que não?

— Meus pais querem que eu me case e aquiete. Eles dizem que sou agitada demais... e só um casamento me faria “acalmar os nervos”.

Essa coisa com casamento está me tirando do sério! — Não aguento mais ouvir sobre casamentos, nossa!

Ela riu. — Por quê?

— Porque só tenho ouvido sobre isso hoje, cansei.

— Ora, mas é um assunto tão normal... A todo momento escuto que alguém vai se casar. E tenho a sensação de que logo será a minha vez.

Eita... — Como assim? Por que diz isso?

— Ah... sabe como é. Estou na idade e meus pais estão começando a tocar no assunto. Mas pelo menos consegui os convencer a não me arranjarem qualquer um, digo, sem que eu me interessasse. Usei o exemplo deles ao meu favor. Eles só se casaram porque minha mãe se interessou no meu pai e não por outros dois que queriam casar com ela.

— Boa tática — considerei.

— Não é? — Deu um sorrisinho. — Então, por causa disso, estou sempre de olho nos rapazes que vejo por aí... Minha irmã diz que sou uma sem vergonha, mas não ligo. É meu futuro marido que está em jogo.

Talvez ela seja mais esperta do que eu achei que seria. Vamos ver...

Chegamos a loja dos Legrand e entramos. Havia uma moça ou outra olhando as araras de roupas, e Adeline virou-se para mim, com uma feição animada.

— Podemos começar? — Concordei. — Tem preferencias por tecidos? Cores? Costuras? Babados?

— É... Babados não, por favor. Eu gosto de azul, bege, cinza. O resto deixo por sua conta.

— Ok, sem cores quentes. — Começou a andar por entre as roupas e eu a segui. — Vamos ver...

Adeline foi pegando vários vestidos que se encaixavam nos meus gostos e foi os deixando em meus braços. Uns minutos depois, devia ter uns vinte vestidos.

— Por enquanto ficamos com esses. — Ela me levou até o provador. — Quer ajuda?

— Não, não precisa. Eu me viro. Obrigada. — Fui logo entrando antes que ela insistisse.

Deixei a pilha de vestidos em um dos bancos e comecei a vestir o primeiro.

Eu preciso dar um jeito de me aproximar de Adeline... Talvez comprando muitos vestidos, ela se empolgue e queira ser minha amiga... Será? Ela parece ser uma menina muito fácil de se aproximar. Tudo bem que parece ser inocente demais, mas... parece ser sensata e sincera.

Vamos tentar assim, se não der resultado, vemos outros meios...

Ouvi toques na porta. — Colocou o primeiro vestido? Eu quero ver como ficou! — Adeline disse alto.

— Estou acabando, espera um pouquinho.

— Tem certeza de que não quer ajuda?

Eu estava me enrolando toda para colocar um vestido. Talvez seja melhor se ela me ajudasse, assim aproveito e puxo mais assunto.

— Tudo bem, aceito sua ajuda.

— Ótimo! Então vou entrar...

Adeline entrou no provador e segurou o riso ao me ver toda torta. Logo começou a me ajudar, já opinando se tinha ficado bom ou não.

— Você não usa espartilho? — Ela questionou surpresa. — Está precisando comprar também?

— Eu... não tenho o costume de usar, então não.

— Nossa... estou com uma leve inveja de você.

Entre uma conversa e outra, provei os outros dezenove vestidos, mas não gostei de todos. Adeline me trouxe mais alguns, junto de chapéus, e para agradá-la, provei tudo. No final, acabei pegando cinco vestidos, três chapéus, duas meias finas, um casaco e dois sapatos.

— Caramba, acho que nunca compraram tantas coisas assim! — Adeline comentou feliz, enquanto íamos para a fila de pagamento.

— Espera, Adeline... — Parei, me lembrando de um detalhe. — Eu não trouxe dinheiro... Esqueci desse detalhe... Terei que ir buscar.

— Ah... Tudo bem, eu guardo suas coisas.

— Eu estou hospedada na pensão logo ali do outro lado da rua, então será rápido. Não deixe ninguém pegar minhas roupas, hein?

— Pode deixar. — Riu. — As guardarei a sete chaves.

Afirmei e sai correndo da loja para a pensão.


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Notas finais do capítulo

POR ESSA VOCÊS NÃO ESPERAVAM, HEIN? Adeline chegando de surpresinha, toda fofinha dando sopa! kkkk

Bom, Heloise tentou falar com Castiel, mas não pareceu adiantar muito. Será que ele vai pensar no assunto? :B

Ah, as roupas que a Heloise comprou estão na pasta do Pinterest, para quem quiser ver. Até eu usaria alguns desses vestidos e os sapatinhos :3

https://br.pinterest.com/biahmastrocollo/%C3%A0-procura-de-adeline-legrand/

Espero muito que estejam gostando de como as coisas estão indo! Deixem um comentariozinho, por favor (。・ω・。)ノ

Nos vemos no próximo o/



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