À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 32
Talvez não tão Espertos Assim


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas! Vão bem?

Sinceramente, esse capítulo tá muito amorzinho. Dei umas leves surtadinhas escrevendo hsuashs espero que vocês também surtem um pouquinho.

Boa leitura!



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Depois do banho e de colocar meu pijama, Nathaniel foi tomar o dele e eu fui preparar um sanduíche para nós. Coloquei os lanches em dois pratos e esperei por ele no sofá. Depois que ele colocou as roupas na máquina e pendurou a toalha, se juntou a mim e pegou seu prato. Sentamos lado a lado e começamos a comer vendo um programa competitivo de culinária.

— O que exatamente eles estão fazendo? Para quem estão cozinhando? — Nathaniel perguntou depois de dar uma bela mordida no sanduiche.

— É uma competição. Eles estão cozinhando para ver quem faz o melhor prato.

— E o ganhador ganha o quê?

— Não sei, provavelmente uma quantia em dinheiro.

— Uma vez, quando eu era mais novo, vi uma competição de quem comia mais cachorro quente, na rua... Foi nojento.

Eu ri. — Isso ainda existe e com umas comidas bem estranhas. — Terminei de comer e deixei o prato em cima do aparador.

— Engraçado que sempre tem diversas pessoas assistindo.

— Sim, coisa que eu não entendo. — Me arrastei para frente, ficando meio deitada no estofado.

Ele também terminou de comer e deixou o prato junto do meu, voltando ao lugar.

Meus olhos começaram a ficar pesados, e minha consciência dizia para eu ir logo deitar na cama. Mas a preguiça falava mais alto, então fechei os olhos e fui para o lado, encostando a cabeça no ombro de Nathaniel. Dois segundos depois, ele também se encostou em mim.

Sentia o calor vindo de sua pele principalmente no rosto. Era uma sensação boa, que há tempos não sentia... Estar tão perto de alguém de confiança, que você sabe que gosta da sua companhia e que também confia em você...

Talvez eu estivesse me aprofundando demais nisso. Uma hora eu teria que voltar a minha realidade e... seria difícil.

Seria muito errado se eu fizesse com que ele ficasse aqui? Será que isso afetaria muito o tempo-espaço...? O que eu estou pensando? Eu estou com sono, balbuciando coisas sem sentido...

Suspirei, caindo na inconsciência aos poucos. Levantei um pouco o rosto, sem perceber que a curva do meu nariz encostou no pescoço do loiro, procurando um aconchego melhor, junto do aroma suave que exalava de sua pele.

— Heloise...? — Ouvi a voz de Nathaniel longe, muito longe.

Mesmo praticamente dormindo, ainda sentia as sensações do corpo. Senti o calor de seu rosto próximo do meu, mais precisamente na testa e região dos olhos. E como se eu tivesse imaginado, senti algo quente em minha pálpebra direita. Algo que permaneceu ali uns segundos, e quando percebi, não sentia mais nada.

Vi imagens da boate, do parque... Vi Nathaniel falando com aquela garota bêbada...

Fui eu que trouxe ele aqui, sua atirada, sai de perto. Eu sou a responsável por ele.

Ainda consegui ouvir a risada do loiro, como se tirasse sarro de mim. O puxei para longe daquela menina e ficamos a salvo.

Abri os olhos, reconhecendo o teto do meu quarto, e percebi que estava em minha cama, toda coberta. Vi no celular o horário e resolvi levantar. Fui para a sala, e notei Nathaniel dormindo no sofá, de costas para porta, e então vi uma cabecinha laranja levantando entre o loiro e o estofado.

Ah, safado, já me trocou, é?

Assim que me aproximei, vi que além do Jerry, Tom estava ali também, dormindo todo encolhido. Fiz um carinho nos dois e observei Nathaniel.

Ele tinha me levado para a cama, e tive quase certeza de que ele tinha dado um beijo no meu olho... Ou será que eu imaginei aquilo?

Me curvei sobre ele e depositei um beijo em sua maçã do rosto, para retribuir a gentileza. E antes de me erguer, ele virou o rosto, mostrando que estava acordado. Nós dois coramos.

— D-desculpe... Quis agradecer por ter me colocado na cama. — Tentei justificar aquele beijo, envergonhada.

— Ah... tudo bem. — Ficou com as bochechas avermelhadas, e notou os dois gatinhos deitados ao seu lado e fez carinho em Jerry, que o encarava. — Bom dia para você também — sussurrou.

Saí de lá antes que meu rosto ficasse mais vermelho e fui para o banheiro.

Como eu ia saber que ele estava cordado? Que saco.

Fiquei inconformada com aquilo, mesmo depois de usar o sanitário, lavar o rosto e escovar os dentes. Encarei meu reflexo no espelho e ri, de nervoso.

Você só estava agradecendo, só isso. Relaxa e esquece.

Sai e fui para a cozinha, tentando ocupar minha mente com o que poderíamos comer de café da manhã. Ouvi passos indo para o corredor, o que dignificava que Nathaniel tinha levantado, e logo a porta do banheiro foi fechada.

Soltei uma lufada de ar pela boca e lembrei que eu havia comprado cereal antes de ir viajar. Era a única coisa decente que tínhamos para comer, já que usei o resto do pão nas refeições de ontem... Talvez passasse no mercado antes de ir para a casa do Castiel.

Coloquei a cafeteira para trabalhar. Peguei a caixa de cereal, duas tigelas, duas colheres e o leite, e deixei tudo na mesa. Esperei o café, coloquei em duas xícaras e deixei na junto do resto, me sentando em seguida. Esperei o loiro vir e servi o cereal nas tigelas enquanto ele sentava na minha frente.

— Preciso passar no mercado antes de irmos embora, quer ir junto?

— Claro. Que horas iremos embora?

Enchi as tigelas com o leite, fazendo os flocos de milho boiarem. — Talvez lá para as nove da noite.

Ele concordou e deu um gole do café. — Vai ser um pouco estranho voltar agora.

— Também acho, mas para você deve ser mais estranho ainda.

— Acho que sim... — Pareceu pensativo, mexendo a colher dentro do cereal.

Ficamos em um silêncio incomodo, e eu não conseguia pensar em nada para dizer. Até que, olhando meu café, lembrei de algo banal.

— Sabia que o cereal foi criado como um tratamento para que os homens ficassem sem sexo? — Que belo assunto, hein, Heloise.

— Como assim? — Estranhou, me olhando.

— Um médico criou o cereal como uma forma de dieta mais leve para os pacientes dele, porque acreditava que ter relações sexuais era prejudicial à saúde, e que alimentos pesados e picantes aumentavam o desejo sexual... A invenção dos irmãos Kellogg é conhecida até hoje. — Peguei a caixa, indicando o nome.

— Mas... você come isso para...? — Ergueu uma sobrancelha.

— Quê? — Acabei gargalhando. — Não, não existe mais isso. O negócio ficou tão famoso que todo mundo começou a comer. Na verdade, aquilo era a maior besteira, então... provavelmente ignoraram o que aquele cara falava.

— E você acha que era verdade? Que alimentos pesados interferiam no desejo?

— Não. Ter desejo é normal do ser humano, acredito em alimentos que aumentem o desejo, mas não que diminuam. Quer dizer, depende. — Dei risada. — Se você come uma carne gordurosa, pode ter dor de barriga, o que diminui bastante a vontade de transar.

Nathaniel riu. — Nisso preciso concordar.

Dei mais umas colheradas da minha tigela, e de repente as cenas da balada passaram por minha mente. Lembrei da menina bêbada em cima do loiro, e me toquei que eu não fazia a menor ideia do que ela estava dizendo.

— Ontem... aquela garota bêbada estava falando o que para você? Fiquei curiosa na hora, mas esqueci de perguntar.

— Ela... estava dizendo que tinha encontrado o amor da vida dela — disse com um sorriso engraçado. — Que ela nunca tinha visto um anjo na vida real, e não sei mais o quê... Eu não consegui ouvir tudo por causa do barulho. Estava segurando para não rir em sua cara, seria rude.

— E você realmente acha que ela ia ligar? Ela estava doidona, só queria te dar uns beijos e partir para o próximo.

— Sério?

— Sim. Como disse antes, é normal beijar pessoas aleatórias em lugares assim. Ela te viu, todo bonitinho, dando sopa... não ia perder a oportunidade.

— Todo bonitinho...? — Suas sobrancelhas ergueram.

— E você é feio, por acaso? — Terminei de tomar o café. — E além disso, eu escolhi as roupas certas para você. Nenhuma mulher poderia resistir. — Peguei minhas louças e as deixei na pia.

Nathaniel me acompanhou com o olhar, parecendo pensar se deveria perguntar alguma coisa.

Me virei de frente para ele, prestes a sair da cozinha. — Eu resisto porque sei que você não bate muito bem da cabeça, sabe? — brinquei, apontando para a minha têmpora.

Ele riu. — Eu, não é?

— Você mesmo. — Sorri e fui para o corredor.

— Mas pelo jeito nenhum homem resiste a você também, mas como eu sei dos seus problemas mentais, acabo por resistir. — O ouvi quando entrei no quarto.

Dei risada. — Então talvez você seja esperto!

Escutei o riso dele antes de fechar a porta e ir me trocar.

Ou talvez nenhum de nós sejamos tão espertos assim...


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaaa coisas fofaaaasss!

Com esse capítulo vemos que Heloise também é cultura inútil xD Primeiro a camisinha, agora o cereal... Nem eu sabia dessas kkk

Estão gostando? O dia em que voltaremos ao passado está cada vez mais próximo!

Eu estou morrendo de saudade da Denise, Clarisse, Oliver... de todo mundo D:

Acho que essa semana conseguirei postar na quarta, vamos ver :3

Espero que tenham gostado, suspirado com o Nathaniel, e rido com a Lolo.

Nos vemos no próximo! o/



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