À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 27
Explicando os Acontecimentos


Notas iniciais do capítulo

Oláá! Lá vamos nós fazer uma visitinha a casa do Castiel.

Boa leitura!



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Assim que terminamos de comer, nos trocamos e saímos do apartamento. Novamente, Nathaniel olhava tudo atentamente, ainda mais agora, que estava claro e bem movimentado. Poucos minutos depois chegamos na casa de Castiel. Atravessamos o pequeno portão e parei perto da porta principal, mas antes que eu tocasse a campainha, pensei melhor. Então, voltei o caminho e virei à esquerda, indo pela trilha lateral da casa.

— Onde vai? — Nathaniel estranhou, seguindo logo atrás de mim.

— Vou ver se a porta de trás está aberta.

— Mas isso não é errado?

— É, mas só se você nunca fez isso antes.

Viramos à direita, passando pela varanda com janelões, que estava vazia. Tentei abrir a porta dali, mas estava trancada.

Dei algumas batidinhas com os nós dos dedos e esperei. Logo, vi Castiel atravessar o portal da cozinha, com os cabelos desgrenhados e me lançar um olhar atravessado enquanto destrancava e abria a porta.

— Por que você vem por aqui? — perguntou, já estressado.

— Nossa senhora, mal cheguei e já está estressado? — Passei por ele e fui direto para a cozinha, vendo Íris perto da ilha penteando os cabelos ruivos com os dedos. — Ah... eu atrapalhei o coito de vocês?

— É, esse é o seu passa tempo. — Castiel falou, entrando e sentando na banqueta da ilha.

— Cala boca, Castiel. — Íris retrucou, vindo me abraçar.

Eu ri. — Desde que eu não pegue ninguém com nada de fora, não ligo.

Íris balançou a cabeça e me soltou, olhando o meu convidado. — Olá, acho que não fomos apresentados ontem...

— Sim, me perdoe por isso. Sou Nathaniel Berger. — O loiro se aproximou e esticou a mão para ela.

Íris ia apertar a mão dele, mas se assustou um pouco quando sua mão foi beijada, e me olhou, dando uma risadinha. Nathaniel estranhou sua reação e ficou um pouco corado, talvez pensando se tinha feito algo errado.

— Não existe mais esse tipo de cumprimento — expliquei antes que ele se envergonhasse mais.

— Ah... me perdoe, então.

— Tudo bem, eu acho que deveria continuar existindo, é bem fofo. — Ela sorriu. — Sou Íris, e esse é meu alguma-coisa-importante Castiel. O moreno apenas balançou a mão, sem tirar os olhos do que estava fazendo na bancada, cheia de tralhas e ferramentas.

— Alguma-coisa-importante? — Nathaniel questionou, sem entender.

— Na verdade somos namorados, mas moramos juntos há uns meses, então eu não sei como descrever.

— Eu já falei que ele é seu “namorido” — falei rindo.

— E ela é o que minha? “Namosposa”? — Castiel me lançou um olhar rápido, sarcástico. — Que nome besta.

— O que não é besta para você? — Revirei os olhos. — O que você está aprontando dessa vez? — Me sentei no banco ao seu lado.

— Um carregador solar de celular — respondeu, apertando um miniparafuso no negócio.

— Uau... E já testou?

— Não estou louco o suficiente para testar com o meu celular, e a Íris não quer me deixar testar com o celular dela.

— Que bom, né? — ironizei, vendo Íris parando no outro lado da ilha, que concordou com uma careta.

— Então... vai contar tudo o que aconteceu lá? — Ela me olhou, curiosa.

— Claro. — Tirei a bolsa do ombro, tirei meu diário de lá e entreguei a ela. — Lê aí e o que precisar, eu explico melhor.

— Okay... — Começou a ler. — Você chegou e... — Lançou um olhar rápido para Nathaniel. — Já descreveu uma pessoa...?

— Eu não coloquei exatamente tudo...

— E como vocês se conheceram?

— Eu estava fugindo da policia e esbarrei nele e....

— Fugindo da polícia?! — Castiel se sobressaltou, me encarando.

— É... Acharam que eu era uma pervertida, porque fui me trocar em um beco deserto e alguém me viu — expliquei rapidamente.

— Onde eu estava com a cabeça de ter concordado em deixar você ir... — Negou com a cabeça.

— Não importa. O importante é que Nathaniel me ajudou e deu tudo certo.

— Hm... então você é psicólogo...? — Íris perguntou, escondendo um sorrisinho.

— Sim, como sabe?

— Eu escrevi — admiti, sob um olhar um tanto malicioso de minha amiga

— “O Castiel daqui é mais educado, simpático e menos sarcástico. Ou talvez ele fosse assim porque o dinheiro do salário dependia disso... Só sei que ele riu de algumas falas minhas.”

— Hein? Que história é essa? — Castiel me olhou.

— Foi o que você ouviu. O Castiel de lá era garçom e foi bem simpático comigo, mas depois eu descobri que ele não era tão diferente assim de você. O mesmo espírito irônico também mora naquele corpo velho.

Ele riu. — Não vem comparar não, eu sou único.

— É, com certeza — concordei com sarcasmo.

— “Espero que o cabelo dela seja igual ao da Íris, assim vai ficar mais fácil de identificar”. E no final você ainda nem a viu. — Íris comentou.

— Pois é... mas vou vê-la essa semana, tenho certeza.

— Hm... Chegou na pensão Pierre... conheceu Kentin e Oliver... Pegou um quarto por dez francos... — Deu risada. — Com uma banheira magnífica. Depois conheceu Denise... Castiel também era padeiro? — Me olhou, surpresa.

— Para você ver. Ele era multiuso, diferente de outro que eu conheço. — Castiel fingiu não me ouvir.

— Clarisse e Neville... e mais três irmãos?! Consegue imaginar isso, Cass? — Riu.

— Não e nem quero. — Continuava focado no que estava fazendo.

— Você foi chamada para um baile?! — Íris falou toda empolgada. — Meu Deus! Deve ter sido incrível... E esse Oliver e Clarisse? Já estou shippando! — Colocou a mão na boca enquanto lia. — Deu certo? Eles ficaram juntos?

— No baile, sim. Essa história deles ainda não desenrolou completamente.

— Você dançou com o irmão do Castiel...? — Me lançou um olhar rápido e sorriu, provavelmente segurando para não comentar sobre o que eu escrevi, sobre o clima que rolou entre nós.

— Ele me chamou, então eu fui. — Vi de canto de olho Castiel negando com a cabeça.

— E você contou a Nathaniel que era do futuro... — Agora ela baixou o diário para olhar o loiro. — Você acreditou nela logo de cara?

— Não, foi bem difícil de acreditar... Mas como ela me mostrou muitos fatos, não tive outra opção. — Encostou na ilha, colocando as mãos sobre o mármore branco.

— E agora você está vendo que é verdade. — Sorriu.

— O que você faria se fosse mentira? — Castiel se enturmou. — Ia mandar interná-la?

— Eu... não sei o que faria. Provavelmente, eu acho.

— Mas isso não faz sentido — falei. — Se eu estivesse mentindo, seria por loucura, então eu seria de lá mesmo e não do futuro. Não fala besteira. — Ele riu e ficou quieto.

— Que história é essa que Castiel gosta da Denise? — Íris continuou lendo e me encarou.

— Quê? — O moreno levantou a cabeça, alarmado. — Eu não tenho nada a ver com isso, hein.

Comecei a rir. — É, o Castiel de lá gosta da Denise, e eu tive que explicar para ela como era estar apaixonado por alguém, porque ela não sabia e estava na dúvida se sentia algo por ele. E além do mais, aquele Castiel também costuma demonstrar amor com encheção de saco. — Dei uma cotovelada no braço dele, brincando.

— Eu não faço isso. — Castiel me olhou feio.

— A Íris que o diga, né?

Ela sorriu. — Pois é. Dessa vez eu vou deixar passar. — Continuou a leitura. — “Clarisse contou sobre o baile com Oliver e está ainda mais apaixonada por ele”, ai que fofo! Se não fosse contra as leis da física e do tempo, eu diria para você juntar esses dois. Será que eles ficam juntos?

— Não sei, mas espero muito que sim.

— “Descobri que Castiel é o filhinho da mamãe, não ajuda em nada em casa e ainda acha que faz algo.” — E começou a rir. — Pelo menos nisso é diferente, né, Cass? — Encheu o saco dele.

— Eu aprendi desde cedo a me virar, então disso não tem que reclamar.

— Mais ou menos. O seu apartamento era um nojo — comentei.

— Eu não tinha tempo de limpar e você sabe muito bem disso! — exclamou bravo, trabalhando.

— Não tinha tempo naquelas. Tinha tempo para sair com algumas meninas da faculdade nos fins de semana.

— Ninguém vive só de estudos e trabalhos.

Íris fez uma cara de “é, né?” e voltou a ler. — Você... derrubou um cara? Colocou aqueles golpes em prática, finalmente?

— Sim! Olha só. — Mostrei meu punho, animada. — Ainda estou com as marcas.

— Caramba... Mas pelo jeito mais alguém aqui socou o cara, não? — Indicou com o queixo a mão de Nathaniel.

— Ah... não. Isso foi outra coisa.

— O que aconteceu?

— O Michel foi no meu apartamento.

Íris arregalou os olhos, com certeza bolando a história em sua mente. — O que ele fez?

— Ele só foi encher meu saco as três da manhã. E... bom, ele me chamou de “vadia ingrata” porque eu não aceitei as desculpas dele e Nathaniel não gostou nem um pouco.

— Que filho de uma puta. — Castiel soltou depois de muito tempo me olhando. — Eu devia ter arrancado os dentes dele quando tive a oportunidade.

Sorri e afaguei o topo de sua cabeça. — Não se preocupe, depois do socão que levou na cara, ele nunca mais vai aparecer.

— Gostei de ver — comentou para Nathaniel. — Defendeu as honras de uma dama.

— Eu não poderia fazer diferente. — O loiro disse, certo daquilo.

— E cadê o resto? — Íris me entregou o diário.

— Depois disso eu não tive tempo de escrever mais. Aliás, preciso escrever.

— Mas vai contar primeiro.

— Eu vou, sua curiosa.

Então comecei a contar todo o trajeto até aqui, sem poupar os detalhes.


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Notas finais do capítulo

Íris é gente como a gente, shippando os possíveis casais ahuahuah

Lolo atrapalhando o casal e não tá nem aí, essa é a nossa mulher! xD

Como sempre, mais detalhes da casa do Castiel estão aqui:

https://br.pinterest.com/biahmastrocollo/%C3%A0-procura-de-adeline-legrand/casas/

Nos vemos sábado o/



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