À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 21
Heloise é um perigo


Notas iniciais do capítulo

Oláá!

Vamos continuar ouvindo a conversa dos dois amigos, só na sorrateira.

E teremos algo bem inesperado!

Boa leitura!

Ps: EPCRAFT OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO AAAA Você é incrível! Obrigada de verdade pelo carinho ♥♥♥



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Cheguei mais perto, encostando na parede para que não me vissem.

— De onde tirou que estou me envolvendo com ela? — Nathaniel indagou, com certo humor.

— Certamente até Rosa percebeu sem envolvimento com ela. A olhava como se ela dissesse uma verdade incontestável sobre uma possível guerra.

Nathaniel ficou em silêncio. Como queria ver sua expressão agora!

— Você sabe muito bem que não pode se envolver com pacientes. Eu sei que está tentando mudar a forma que eles são tratados em consultório, mas... talvez esteja levando isso longe demais.

— Eu não estou levando nada longe demais, Lysandre, você está exagerando. — Deu uma risada leve. — Não estou me envolvendo com ela.

— Então por que a chamou para o almoço? Nunca tinha convidado uma paciente antes.

O loiro suspirou. — Quando a conheci... a achei diferente de qualquer pessoa que já tinha visto. Ela não me procurou para se consultar, eu que pedi para estudá-la.

— Por que ela é “diferente”? — Lysandre continuava na defensiva.

— Sim. Só por isso.

— Se fosse à Londres comigo, encontraria muitas pessoas diferentes, até demais.

— Lysandre, ela não é louca, está bem? Ela é perfeitamente sã.

— “Meu conselho é sair da França até ano que vem”? Quem em sã consciência falaria uma coisa dessas?

Tentei dar uma espiada pelo vidro da porta. Consegui ver Nathaniel sentado em sua poltrona, apoiando a testa nos dedos, encarando sua mesa como se pensasse no que dizer.

Bom... não posso tirar a razão de Lysandre... Se eu fosse ele, também me acharia louca por falar de uma guerra que ninguém está sabendo.

— Você sabe que eu acredito em você, no seu potencial de ajudar seus pacientes de forma diferente do convencional... Mas precisa parar de tentar ajudá-los dando toda essa confiança, de que tudo o que eles falam é verdade. Sabe que isso é tratado de formas bem diferentes...

— Eu sei muito bem disso — respondeu de forma mais séria, ainda pensativo.

Ai Deus... só faltava Nathaniel acreditar no que Lysandre está falando.

— E não sei se você reparou, mas... ela está com hematomas na mão direita, como se tivesse brigado com alguém.

Vi Nathaniel abaixar o rosto para esconder um sorriso, que tentava segurar.

— Do que está rindo?

Ele pigarreou. — Bom, ela realmente brigou... para salvar uma amiga de um homem bêbado.

— Ela entrou em uma briga com um homem...? — Ficou surpreso.

— Pois é. E o derrubou com dois golpes estratégicos.

Que bonitinho ele me defendendo.

— Não sei se consigo acreditar nisso... Ela não tem cara e nem jeito de quem conseguiria derrubar um homem.

Poxa, me dá um crédito, Lysandre, não é assim também.

— Infelizmente não posso te mostrar mais provas do que a mão dela.

— Ela pode ter algum distúrbio de personalidade, já pensou nisso?

— Não, ela não tem nenhum distúrbio. Só é mais forte do que aparenta ser.

Valeu, Nathaniel!

— Continuo achando que seria melhor interná-la. Sabendo disso acredito que ela possa ser um perigo até para você.

Nathaniel começou a rir. — Continua exagerando, meu amigo. Ela não me faria mal, ela é confiável.

— E como sabe se a conheceu há poucos dias?

— Eu só... confio. Mesmo que a conheça há poucos dias, ela já se abriu comigo, já consigo decifrar suas expressões... Ela é uma boa pessoa, Lysandre.

Alguns segundos de silêncio tomaram o ambiente.

— Quem vê você falando assim vai achar que está apaixonado por ela.

— Não estou apaixonado, Lysandre. Eu admiro a personalidade dela. Tenho certeza que você notou como ela é espontânea e carismática.

— Claro que notei, seria impossível não notar, mas isso não quer dizer nada.

— Estou vendo que não importa o que eu diga, você não acreditará na minha palavra.

Lysandre suspirou. — Eu acredito em sua palavra, só não consigo confiar completamente na sua opinião sobre ela.

— Bom, só tenho mais uma coisa para te dizer sobre o assunto. Não se preocupe.

Como se eu tivesse precipitado, tirei o rosto no mesmo segundo que Nathaniel olhou pela porta. Gelei, ficando atenta a qualquer barulho. Então, ouvi uma cadeira sendo arrastada.

Ai, droga!

Corri e entrei na primeira porta, só para poder me esconder. A voz do Nathaniel agora vinha da sacada e eu respirei aliviada.

Olhei ao redor. Devia ser o quarto dele. Havia uma cama de casal grande de frente a porta, ao seu lado esquerdo, uma lareira, e ao direito uma cômoda e aparentemente, um banheiro.

Escutei um barulho familiar e notei um movimento na cama. Vi uma bola de pelos se erguendo e se espreguiçando, fazendo um miado baixo. O gato branco me encarou, como se soubesse que eu não devia estar ali e desceu da cama, vindo até mim e se enroscando nas minhas pernas, se esfregando.

Um gato... Espera... hoje é...

Fiz as contas mentalmente desde que cheguei.

Hoje é domingo... cheguei na quinta... Oh, merda, eu vou ter que voltar!

— Heloise?

Tomei um susto e me virei, vendo Nathaniel parado na porta, estranhando por eu estar ali.

— D-desculpe, é que eu vi seu gatinho e não resisti e... — falei rápido.

— Calma, tudo bem. — Deu risada. — Parece que ele gostou de você.

— É... — Olhei para baixo, vendo o gato ainda se esfregando nas minhas pernas. — Nathaniel... — Nos olhamos. — Eu preciso voltar.

— Voltar para onde? — Franziu o cenho.

— Para o futuro.

Ele ficou surpreso. — Por quê? O que aconteceu?

— Eu me lembrei agora... Meus gatos vão ficar sem comida e eu não deixei minhas chaves com ninguém para ir até o meu apartamento.

— M-mas... você vai voltar?

— Sim, vou, mas provavelmente vai demorar uns dois dias, porque a máquina do tempo precisa carregar a bateria para funcionar.

Nathaniel pensou. — Mas e se você perder Adeline nesse meio tempo?

Suspirei e passei as mãos no rosto. — Meus gatos são mais importantes, e de qualquer forma acho que consigo voltar a tempo para impedir que ela conheça aquele homem. Se eu ir até hoje à noite, acho que consigo voltar na terça.

Ele analisou meu rosto, segurando as próprias mãos, aparentando estar um pouco ansioso.

Será que por acaso ele está pensando em ir junto?

— Você quer ir comigo?

— S-sério? — Arregalou um pouco os olhos. — Não é... arriscado?

— Eu... não sei, acho que não. — O loiro olhou pelo quarto, considerando. — Se você quiser ir, precisa deixar todos cientes de que vai viajar, não pode simplesmente desaparecer.

— Sim, eu sei...

Nathaniel parecia aflito e, ao mesmo tempo, angustiado, sem saber se arriscaria ir ou não.

Não posso negar que seria engraçado ver a reação dele sobre as coisas do futuro.

— Teríamos que ir à noite...?

— Não necessariamente, poderíamos ir até agora se quisesse, mas... acho que você precisaria pensar em uma desculpa para viajar, não?

Ele colocou as mãos no bolso da calça e olhou para seu gato.

— Talvez... eu possa dizer que fui chamado para atender um caso urgente em Rennes, tenho conhecidos por lá.

— Ótimo, faça isso. Mas, você não pode simplesmente avisar a todos assim, do nada. Precisa forjar uma ligação ou uma carta. Melhor uma ligação, ajuda na questão sobre a urgência.

— Sim, sim... Então... Assim que Lysandre e Rosa forem embora, posso dizer a senhora Lourdes que recebi um caso urgente e precisarei viajar.

— E você pede para que ela avise Rosa, para que ela avise os pacientes de amanhã e terça.

— É, bem lembrado. Eu... preciso fazer uma mala?

— Hm... Se quiser pode levar uma bolsa com algumas roupas, nada muito grande. Não tem espaço na cabine.

— Você vai levar seus pertences?

— Não sei ainda... Talvez algumas coisas, não tudo.

— E o que vai dizer na pensão?

— Que... — Parei para pensar. — Que eu vou visitar outra amiga enquanto Adeline não chega. É o melhor jeito.

Nathaniel afirmou. — E que horas vamos?

— Até as dez, Lysandre e Rosa já foram embora?

— Sim.

— Então nos encontramos as dez, na esquina da avenida principal.

— Certo... — E ele deu um sorriso, animado.

Acabei rindo. — Vá cuidar dos seus convidados, acho que vou tirar um cochilo com a Rosa... Teremos uma noite agitada hoje.

Ele concordou e saiu do quarto pela varanda.

Acariciei o gatinho e fui para o quarto, me deitei na outra cama e fechei os olhos.

Espero que nada dê errado...


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAH SENHORAS E SENHORES, TEREMOS NATHANIEL NO FUTUROOOO

Quem está ansioso para ver isso? xD

Não vejo a hora de vocês verem o que vai rolar :3

Enfim. Lysandre desconfiado do amigo, engraçado ou fofo? O que acharam da atitude dele? E Lolo se enfiando no quarto do Nathaniel kkk se enrolou toda, mas no fim deu certo.

Bom, nos vemos no sábado! o/



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